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Curso de Formação
De Cabos
INTRODUÇÃO
FINALIDADE
TERMINOLOGIA
Acochar: apertar.
Alça – volta em forma de “U”.
Ancoragem: ponto de fixação do estabelecimento.
Anel de Fita: trata-se de um pedaço de fita tubular ou plana unida através do Nó
de Fita ou previamente costurada (mais resistentes).
Arremate: arranjo feito no final de um cabo para reforçar o nó principal e evitar
que se desfaça aumentando a segurança.
Ascensão: subida.
Descensão: descida
Autoblocante: que bloqueia por si só. Termo usado para nos referirmos aos nós
que se apertam quando submetidos à tração, por exemplo, Prussik, Marchand
entre outros.
Auto-segurança: consiste em fazer em si mesmoa segurançadurante um rapel
(mais comum). Usa-se geralmente um cordelete com um nó autoblocante preso
a acima ou abaixo do aparelho de frenagem.
Back up: termo inglês que significa voltar atrás, ter uma segunda chance. Em
técnicas verticais o termo é muito usado para significar “redundância”, ou seja,
sempre temos que ter pronto um segundo sistema de segurança separado do
primeiro.
CURSO DE FORMAÇÃO DE CABOS – SALVAMENTO EM ALTURAS 4
GENERALIDADES
Salvamento
Os perigos resultantes das condições adversas da natureza e da imprudência das
pessoas determinam que as instituições bem organizadas criem serviços para
atendimentos de emergência. A atividade de resgatar vidas humanas, salvar
animais e patrimônios, e prevenir acidentes denomina-se Salvamento.
Salvamento em Alturas
Definido como atividades de salvamento realizadas em locais elevados, podendo
ser no plano vertical, inclinado ou horizontal.
PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA
Redundância na segurança:
Em uma operação de salvamento não podemos nos permitir o luxo de agravar o
acidente e, como deve ser em qualquer operação de bombeiros, há de se duplicar
os sistemas de segurança, e se for o caso, em algumas situações críticas, triplicá-
los. Toda e qualquer operação de risco, seja no meio militar ou civil, exige a
redundância da segurança. Não há como admitir falha, visto que se algum sistema
de segurança falhar, outro deve assumir imediatamente, garantindo a integridade
do sistema e todos os envolvidos na operação.
Revisar os sistemas:
Em operações de salvamento, a segurança é primordial (novamente percebe-se a
redundância) e antes que qualquer operação seja iniciada, todo o sistema deve ser
revisado. Se as montagens são simples e estão ordenadas, não haverá perda de
tempo, que em alguns casos pode ser fatal.
Simplificar:
O conhecimento e domínio das técnicas de salvamento em alturas não nos obrigam
a usar todas elas. Há ocasiões em que com uma solução simples evitamos uma
manobra complicada.
MISS: Mantenha isso simples e seguro.
CLASSIFICAÇÃO DA SEGURANÇA
Segurança individual:
É toda e qualquer ação realizada pelo bombeiro para minimizar, prevenir, ou isolar
as possibilidades de acidentes pessoais em uma operação de salvamento.
Segurança coletiva:
É todo o conjunto de procedimentos realizados com o intuito de assegurar a
integridade física e/ou psicológica de um determinado grupo, que envolverá a
atividade em si, todos os integrantes da guarnição, as vítimas e os bens coletivos.
Fase prévia:
Nesta fase deve-se reunir o maior número de informações possíveis através de
contatos prévios com pessoas que possam trazer informações valiosas acerca do
local e do tipo de sinistro, como:
➢ Altura;
➢ Natureza da ocorrência;
➢ Número de vítimas e grau de lesão;
➢ Idade das vítimas;
➢ Hora do acidente;
➢ Lugar exato, ou o mais aproximado possível.
Reconhecimento:
a) Análise das informações: complementando a Fase Prévia, devemos confirmar as
informações levantadas anteriormente, pois informações mais confiáveis e sem
distorções são mais facilmente levantadas in loco. Confirmamos o número de
vítimas, localização, gravidade, nível de consciência, dentre outros;
Preparação:
a) Montar um primeiro acesso à equipe de salvamento, que possa avaliar a vítima e
prestar os primeiros socorros, além de estimar a necessidade de uma equipe de
APH para sua estabilização e posterior transporte;
b) O Plano de Ação deve ser bem estruturado, porém deve ser flexível diante de
situações inesperadas que exijam modificações no plano original. Por exemplo, um
edifício colapsado com bombeiros atuando num salvamento. Um novo
desabamento pode fazer com que tenhamos que resgatar os resgatadores. É
importante a necessidade de anteciparmos este tipo de erro;
Salvamento:
e) Uma vez que tenhamos acesso à vítima, devemos avaliar a sua situação e verificar a
necessidade de uma equipe de APH ou se a operação se resume em retirá-la do local
de perigo. Importante ressaltar o apoio psicológico que a vítima deverá receber por
parte da equipe de salvamento durante todo o desenrolar da ocorrência;
Desmobilização:
2. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
Cordas
Materiais:
As fibras naturais têm sido eliminadas na confecção de cordas empregadas em
salvamento em alturas, uma vez que se decompõem com o tempo e não suportam
muita carga, além de possuírem baixa capacidade de amortecimento, quando
comparadas com as fibras sintéticas. A poliamida, por exemplo, amortece oito
vezes mais que o cânhamo e 27 vezes mais que um cabo de aço.
Fabricação
Cabo de couro.
Cabo dinâmico.
Manutenção e Acondicionamento
a) Não pisar ou permitir que grandes pesos sejam postos sobre as cordas;
b) Evitar que a corda tenha contato prolongado com areia ou terra, uma vez que os
grãos se incrustam entre as fibras da corda e podem causar o cisalhamento da
mesma;
g) Evitar o aquecimento da capa da corda, com uma descida rápida de rapel, por
exemplo, pois tal aquecimento pode cristalizar as fibras da capa e diminuir sua
resistência (lembrar que 15 a 20% da resistência de uma corda se concentra em
sua capa);
h) Não permitir que as cordas entrem em contato com produtos químicos, incluindo os
derivados de petróleo, como querosene, gasolina ou diesel;
j) E, principalmente, evitar a abrasão das cordas com arestas vivas, o que pode
causar inesperadamente a sua ruptura. As cordas são mais vulneráveis ao corte
sob tensão do que as fitas.
* Anel ou Coroa: para cordas dinâmicas ou para cordas estáticas com comprimento
inferior a 50 metros;
*Corrente: para diminuir o comprimento dos cabos. Utilizada em situações que haja
dificuldade de lançar a corda através do método tradicional. Num rapel em uma
montanha, por exemplo, o bombeiro desce safando a corda, a fim de evitar que ela se
enrole em alguma raiz ou gravatá;
Elasticidade:
b) Dinâmicas: Cordas com elasticidade superior a 5%. São cabos que se alongam
quando sob tensão, sendo normalmente utilizados para as atividades de escaladas
CURSO DE FORMAÇÃO DE CABOS – SALVAMENTO EM ALTURAS 15
c) Cabo Guia: Podem ser cordas de orientação (cabo guia em busca), direção
(afastando de paredes) ou de arrasto (cabo do vaivém) em qualquer direção;
j) Falcaça: É a união dos cordões de uma corda (chicote) por meio de um fio, com a
finalidade de fazer com que sua extremidade não desfie ou se desfaça;
Fitas
As fitas se dividem em
duas categorias: planas
e tubulares. As planas
são mais rígidas e
foram suplantadas pelas
fitas tubulares, que além
de mais flexíveis, são
mais resistentes.
Tal diferenciação se deve ao fato de que as fitas são classificadas como estáticas fato
este que inviabiliza a sua utilização como elemento de segurança individual, que deve
apresentar o amortecimento necessário para evitar lesões em caso de queda.
As fitas são muito utilizadas como elemento de fixação em ancoragens, onde tem a
função de equalização de tensão sobre os meios de fixação, além de protegerem
as cordas, substituindo-as em arestas vivas e pontos de abrasão exagerada. A
resistência à ruptura das fitas está relacionada à sua largura e material de
fabricação, sendo utilizadas em anéis, que podem ser obtidos através de costuras
(feitas durante o processo de fabricação) ou nós de emenda.
Os cuidados que devemos ter com as fitas são semelhantes aos das cordas,
lembrando que a qualquer sinal de desgaste prematuro, as mesmas devem ser
descartadas.
Capacetes
Luvas
superior à falta de tato que ela produz. O bombeiro deve se adaptar à sua
utilização e não retirá-la durante as operações, fato que poderia facilmente
culminar em um acidente
São aparelhos que utilizam o atrito com a corda para controlarem a velocidade de
deslocamento vertical, dentre os quais podemos citar:
ID STOP GRIGRI
Bloqueadores
São aparelhos que, por atrito ou por pressão pontual, bloqueiam o movimento
relativo à corda em um dos sentidos de deslocamento, seja ele vertical, inclinado
ou horizontal. Dividem-se em:
Blocantes: utilizam o atrito provocado por micro-garras
que em contato com a capa da corda travam o
movimento, obrigando o blocante a se movimentar em
apenas um sentido. Devido ao seu método de
travamento, os blocantes não devem suportar cargas
maiores que 500 kg. Tal limitação não está fundamentada
na matéria prima usada para sua confecção, pois cargas
muito pesadas podem provocar danos à capa das cordas,
que comprometeriam sua posterior utilização.
Existem blocantes para as mais diversas atividades,
sendo utilizados principalmente nas técnicas de ascensão
e na montagem de sistemas de multiplicação de força. No
mercado, são encontrados blocantes de formas e
fabricantes variados.
Conectores
Mosquetões
São os conectores mais utilizados, podendo ser de aço ou duralumínio. Possuem
um gatilho que promove a abertura necessária à sua utilização, sendo classificados
da seguinte forma:
Sistema de Fechamento
Forma Característica
Equipamentos de manobras de
força: Neste grupo estão incluídas as
roldanas que são utilizadas para desvio
ou multiplicação de força. Também
conhecidas como polias, as roldanas
possuem formas e tamanhos
diferenciados, que variam em função
de sua utilização. Também podem ser
usadas para deslocamentos sobre
cabo aéreo.
3. NÓS E AMARRAÇÕES
Os nós podem ser confeccionados pelo chicote e pelo seio, e são classificados da
seguinte forma:
Nó sete: É feito com a alça orientada no sentido da corda. É iniciado com a alça
em sentido oposto ao que deseja utiliza-lo.
Fiel: Muito eficaz e fácil de fazer. Desliza quando submetido a cargas superiores a
400 kg. Grande perda de resistência.
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Nó de fita: É o único aconselhável para unir fitas. Deve-se revisa-lo bem, pois é
muito comprimido quando usado. A sobra do nó deve ser de no mínimo o dobro
da largura da fita. Perda de resistência de 36%.
Nós autoblocantes
Machard: Nó feito sobre cordas com cordeletes, devendo ter pelo menos cinco
voltas. Deve ser bem ajustado para não deslizar sobre a corda. Resiste a 50% da
resistência do cordelete.
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Valdotan: Também pode ser feito com fita. São sete voltas, trançando uma parte
sobre a outra, acima e abaixo alternadamente. É muito utilizado para realizar a
descensão em cordas tensionadas em técnicas de salvamento.
NÓ DE SEGURANÇA
Ancoragem em Linha
As ancoragens em linha são aquelas em que o ponto Principal e o Ponto
Secundário estão dispostos verticalmente, ou seja, um sobre o outro. Este tipo de
ancoragem pode ser dividido ainda em:
a) Tradicional: onde o ponto principal está mais próximo do objetivo do que o ponto
secundário;
Ancoragem Distribuída
As ancoragens distribuídas são aquelas em que fazemos uma divisão de forças
sobre os pontos de ancoragens, quer seja no Ponto Principal, quer seja no
Secundário. Nessas ancoragens, normalmente os pontos de fixação estarão
dispostos horizontalmente, facilitando dessa forma a equalização da ancoragem.
Dizemos que as ancoragens distribuídas podem ser de dois tipos: Equalizada e
Equalizável.
b) Equalizável: pode-se dizer que é o mais prático tipo de ancoragem existente, pois
permite variar o ponto de descida de acordo com a necessidade da operação. Uma
vez que essas ancoragens são realizadas, normalmente com o emprego de fitas
tubulares, tem-se uma grande mobilidade da ancoragem, sem perder a segurança,
bem como agilidade na sua confecção.
Recomendações gerais
a) Os mosquetões, quando em contato direto com paredes, devem ter sua abertura
(rosca) voltada para o lado oposto à parede;
b) É preferencial o uso de fitas tubulares para fazer a união dos mosquetões nos SAS;
d) Reforçar a segurança dos SAS, quando for verificado que a integridade estrutural é
duvidosa;
Equalização
Podemos verificar para um dado ângulo, qual será a carga resultante nos
pontos de ancoragem, como nos exemplos a seguir:
Back Up
O termo “back-up” diz respeito a uma segunda segurança, que pode visar o
ponto de ancoragem ou o equipamento. É utilizado para garantir a segurança de
todo o sistema. Para realização do “back-up” como segundo ponto de
ancoragem, algumas regras devem ser observadas:
• Os pontos devem estar preferencialmente alinhados;
• O ponto secundário de ancoragem (“back-up”) não deve receber carga e
somente será utilizado em caso de falência do ponto principal; e
• Não deverá haver folga entre os dois pontos de ancoragem, para evitar o
aumento da força de choque em caso de rompimento do ponto principal.
A vantagem desta ancoragem é que a tensão fica distribuída nas voltas e não
diretamente sobre o nó.
Faz-se voltas redondas (mínimo quatro) pelo chicote do cabo de rapel no ponto
de ancoragem. Depois faz-se uma azelha em oito no chicote, trava-se o
mosquetão nele. Posteriormente clipe o mosquetão no cabo de descida.
Uma variação desta modalidade é utilizar dois cotes ao invés da azelha em oito
com o mosquetão.
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4. ADAPTAÇÃO À ALTURA
Um segundo bombeiro deverá fazer a segurança de baixo (do chão) com uso de um
freio oito fixo ou ancorado a sua cadeira, por onde a corda de trabalho será conectada
(subida com segurança de baixo). A medida que o primeiro bombeiro sobe, o segurança
de baixo vai liberando o cabo que está passando pelo freio oito, de modo que, se
acontecer uma queda, estará seguro pelo sistema de freio e pela alça do cabo dinâmico
que passou pela última fita costurada na estrutura pelo bombeiro.
Caso outros bombeiros necessitem subir, a segurança poderá ser coordenada de
cima pelo primeiro bombeiro que já está no topo da estrutura.
Ajuste do comprimento dos dois lados do talabarte em “y” através do uso de cordeletes
(nó prussik); Talabarte em “y” pronto.
Descrição da técnica
5. TÉCNICAS DE DESCENÇÃO
Sempre que for realizada uma operação de descida (rapel, tirolesa, etc.), existe
a necessidade que um membro da equipe de salvamento esteja no nível inferior
para proporcionar segurança ao bombeiro que realizará a descida, pois
rapidamente poderá agir, controlando a descida, se ocorrer algum problema.
Desta forma, o bombeiro não deverá realizar qualquer descida sem a presença
de outro membro da equipe realizando sua segurança no nível inferior da
edificação, a não ser que utilize um sistema de segurança operado pelo próprio
bombeiro.
Comandos de voz
Os itens que serão verificados (checados) por parte do bombeiro, devem ser
pronunciados (falados em alto tom) de maneira que seu companheiro possa
verificar em conjunto se todos os itens descritos estão realmente em condições
para a descida. São eles:
– MOLA PRONTA!
– TRAVA PRONTA!
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Equipamento mínimo
Individual
Qtde Descrição
1 Cinto de segurança nível 3 - tipo pára-quedista
1 Capacete alpinista
6 Mosquetões com travas automáticas ou manuais
1 Blocante de punho
1 Blocante ventral
1 Malha rápida
1 Peça oito de salvamento
1 Cordelete para segurança (2,5 metros)
1 Cordelete para estribo (2,0 metros)
1 Cordelete “safa-onça” (1,25 metros)
1 Par de luvas para rapel
1 Óculos de proteção
Coletivo
Qtde Descrição
8 Cabos solteiros para ancoragem
4 Lanternas resistentes a água
4 Coletes refletivos
2 Rolos de fita zebrada 100 m
5 Cones de sinalização
1 Maca de salvamento em plástico flexível
1 Kit de primeiros socorros
4 Kit individual de salvamento em altura
8 Mosquetões de aço
2 Corda estática 11 mm 50 metros
1 Corda estática 11 mm 100 metros
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Rapel
RESGATE SIMPLES
Trata-se do resgate de vítimas que apresentam lesões leves, podendo ser realizado
por somente um bombeiro.
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A descida do bombeiro é feita com o apoio dos pés em uma superfície (parede,
fachada dos diferentes patamares de um edifício, pedra, etc).
Rapel Positivo - utilizando a fachada dos patamares do edifício como apoio para os pés.
RAPEL NEGATIVO
RAPEL INVERTIDO
6. TÉCNICAS DE ASCENÇÃO
Técnica de subida em que o bombeiro utiliza aparelhos blocantes para alcançar
uma vítima. Esta técnica é utilizada quando o melhor acesso inicia-se por baixo,
em alguns casos na corda da própria vítima.
Para a realização de uma ascensão com eficácia, o socorrista deve ser conhecedor
das técnicas específicas, além de conhecer muito bem os equipamentos a serem
utilizados, como blocantes de punho e de peito, estribos e longes de segurança.
7. MONTAGEM DE CIRCUITO
TIROLESA
MONTAGEM DA TIROLESA
ANCORAGEM
LINHA DE SUSTENTAÇÃO
A técnica do Comando Craw pode ser utilizada como meio de fortuna e por
profissionais devidamente capacitados. O bombeiro deverá utilizá-la apenas
quando não estiver devidamente equipado, dotado apenas de um cabo para
efetuar uma travessia em situação de emergência. Essa técnica consiste em
deslizar o corpo sobre o cabo até chegar a outra extremidade. As mãos puxarão
o cabo e poderá ser auxiliada por uma das pernas, que ficará flexionada sobre o
cabo, enquanto a outra permanecerá solta e relaxada.
Procedimentos:
● Deite o corpo sobre a corda;
● Apoie uma das pernas flexionada sobre o cabo, de modo que ele passe pelo peito,
virilha e a parte anterior do calcanhar (curva da junção entre a perna e o pé);
● Deixe a outra perna solta e relaxada;
● Puxe o cabo com as mãos e auxilie empurrando (vai-vem) com a perna que está
flexionada sobre o cabo para movimentar-se;
● Mantenha o rosto em direção a outra extremidade da corda;
TRAVESSIA PREGUIÇA
TIPOS DE FRENAGEM
a) Freio com a peça Oito. O cabo que está acoplado à vítima é travado por um oito
e é liberado lentamente por um dos socorristas. A ancoragem pode ser num
ponto fixo ou então por meio da ancoragem humana.
Sistema de Freio com Oito e Ancoragem Fixa. Sistema de Freio com Oito e Ancoragem Humana
b) Freio com Prussik em ponto fixo – Semelhante com o sistema com oito fixo,
entretanto com um Prussik fazendo a trava.
A vítima que não apresenta ferimentos graves pode facilmente descer na tirolesa
acoplado apenas pela cadeirinha de resgate, seja a de alpinista ou a do tipo
americano.
Quando o socorrista desce junto com a vítima é preciso o cuidado de sua fita ser
de tamanho maior até o mosquetão, para que a vítima fique mais elevada e
possa ser melhor firmada e os dois descem com segurança. Os dois devem
estar fixados no sistema e ainda pode se fixar o socorrista a vítima.
Descendo com a cadeirinha em uma tirolesa. Descendo com a cadeirinha em uma tirolesa.
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Outra forma de acoplar a vítima a tirolesa é pelo Balso pelo Seio. É um método
mais rápido de ser feito que a cadeirinha, mas também é mais desconfortável.
Balso pelo seio pronto para operação. Descendo a tirolesa com balso pelo seio.
A evacuação com maca em uma tirolesa deve ser feita com bastante cuidado,
todavia depois de clipado ao sistema todo o decorrer do processo é semelhante
a da descida sem maca.
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Técnicas de içamento
As técnicas de descensão com “oito fixo” podem ser realizadas com macas ou
triângulos de evacuação. A escolha do equipamento deve ser realizada
considerando-se as lesões que a vítima tenha sofrido. Para grandes lesões, utiliza-
se macas e para lesões leves, triângulo de evacuação.
A descida com macas é efetuada utilizando-se duas cordas, sendo uma principal e
uma de segurança, ambas controladas de cima, por integrantes da equipe. Quando a
condição da vítima exigir uma assistência constante, ou quando o terreno do resgate
for acidentado ou irregular e que não permita uma descida livre e desimpedia da maca,
torna-se necessário o acompanhamento de socorrista juntamente com a maca. Caso
não haja necessidade de acompanhamento, utilizar-se-á um cabo-guia coma função de
afastar a maca da parede e outros obstáculos que possam existir.
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REFERÊNCIAS
DELGADO, D. Rescate urbano em altura. 3. ed. Madrid: Desnível, 2004. 276 p.
ROOP, M.; VINES, T.; WRIGHT, R. Confined space and structural rope
rescue. Missouri: Mosby, 1997. 384 p.