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MATERIAL DIDÁTICO: ALTURA

OBJETIVO GERAL

Conhecer as técnicas de rapel

OBJETIVOS ESPSCIFICOS

• Adaptar o bombeiro a altura.


• Conhecer os equipamentos;
• Conhecer as técnicas, nós e amarrações, rapel, e salvamento;

CONTEUDO PROGRAMÁTICO

• Cordas, equipamentos, nós operacionais;


• Técnica de rapel;
• Técnicas de salvamento em altura.

SALVAMENTO EM ALTURA

Salvamento em altura é um conjunto de técnicas de Bombeiros para o salvamento de vítimas


em local elevado, através do uso de equipamentos e técnicas específicas, com vistas ao
acesso e remoção do local ou condição de risco à vida, de quem não consiga sair por si só, em
segurança.

O bombeiro que efetuará a intervenção propriamente dita deverá estar seguro de si, ter
domínio das técnicas e do manuseio de equipamentos, atuando de forma rápida, precisa e
segura. Por isso, todos os trabalhos devem ser realizados por equipes que disponham de todos
os materiais possíveis de proteção individual e coletiva.

CABOS OU CORDAS

As cordas representam o elemento básico do salvamento em altura. Na maior parte


das vezes, a corda representa a única via de acesso à vítima ou a única ligação do bombeiro a
um local seguro, razão pela qual merece atenção e cuidados especiais. Convém destacar que
esta modalidade de atividade requer adaptação, constante prática e atualização dos manuais
de salvamento em altura.

É muito importante ressaltar que, embora seja ensinado ao profissional bombeiro como
agir com coragem, autoconfiança, sabedoria e, em algumas circunstâncias, com demasiada
ousadia, jamais deverá ser esquecido que sua vida está acima de tudo e que deverá sempre
agir com cautela e segurança. Por isso, todos os trabalhos devem ser realizados por equipes
que disponham de todos os materiais possíveis de proteção individual e coletiva.

TIPOS DE FIBRAS

- Fibras Vegetais

• Vegetais: algodão, sisal;


• Animais: seda, crina, couro;

Principais características das fibras naturais:

• Baixa resistência à tensão;


• Apodrece com facilidade;
• Utilidade doméstica ou industrial;
• Pouca uniformidade;

Apenas fibras sintéticas podem ser utilizadas em atividades esportivas e de salvamento.

- Fibras Sintéticas

Dentre os cabos constituídos de fibras sintéticas destacamos:

• As poliolefinas (polietileno e polipropileno) – esses tipos de cabos não absorvem água,


são empregadas para flutuar. São empregados para diversos fins, náuticos, amarração
em geral, construção civil. O polipropileno é bastante empregado em salvamento
aquático devido a sua excelente flutuabilidade.

• Poliéster – boa resistência a abrasão, alta resistência quando úmida, resistência a raios
solares, produtos químicos e ácidos. São usadas geralmente em ambientes industriais.
Podem ser usadas para salvamento, no entanto não suporta força de impacto ou
cargas continuas tão bem como as de poliamida.

• Poliamida (nylon) – Boa resistência a abrasão, é 10% mais resistente a tração do que a
de poliéster perde de 10% a 15% de sua resistência quando úmida, recuperando ao
secar. Possui excelente resistência a forças de impacto e a trações continuas, para
tanto são as mais indicadas para o uso em salvamento em altura.

CLASSIFICAÇÃO E ELASTICIDADE DOS CABOS

As fibras podem se dispor em:

• Torcidas
• Trançadas
• Formadas de capa e alma

Alma: é constituída por milhares de fibras em linha ou torcida e é responsável por 80% da
resistência da corda.

Capa: recobre e protege a alma contra abrasão e outros agentes externos, representa 20% de
resistência da corda.

Quanto à elasticidade o cabo pode ser considerado dinâmico ou estático:

Dinâmico: cabo que possui elasticidade acima de 3%, também possui capa e alma.

Semi-estático: possui elasticidade desprezível, abaixo de 3% e também possui capa e alma.

MANUTENÇÃO DO CABO OU CORDA

Cada vez que usar o cabo devemos:

• Fazer vistoria tátil de sua integridade. Devemos checar a corda em todo seu
comprimento e observar se há: irregularidade, caroço, encurtamento ou
inconsistência.
• Verificar se há sinais de corte, abrasão, queimadura, traços de produto químico e se os
fios da capa estejam desfiados em excesso.

Regras básicas de manutenção:

• Verificar se a capa está acumulada;


• Manter longe de produtos químicos;
• Evitar exposição prolongada ao sol;
• Não deixar uma corda molhada secar ao sol;
• Guardar em local protegido, evitar contado direto com o chão, guardar
preferencialmente em mochilas;
• Não pisar na corda;
• Utilizar proteção de corda quando for usar em contato com superfícies cortantes,
abrasivas ou quinas vivas;
• Não use para fins os quais não foram projetados;
• Lavar só com água, se for o caso água morna (40º C).
• Registre o histórico de uso da corda: data de aquisição, especificações de uso,
condições, manutenção e armazenamento.

NORMATIZAÇÃO

NBR – têm enfoque em atividades de segurança no trabalho. No Brasil não há normatização


para materiais usados em atividades esportivas e salvamento em altura, para tanto nos
valemos de normas internacionais:

Selos nacionais

• CA - certificado de aprovação
• IPT - Instituto de pesquisa tecnológica de SP

Selos internacionais

• UIAA – união internacional das associações dos alpinistas (valido apenas para
atividades esportivas)
• EN e CE – normas européias e conforme especificações
• NFPA – National protection fire association (valido para atividade de salvamento)

EQUIPAMENTOS

• Carga de ruptura – é a maior carga que um material pode suportar antes de romper-
se ou danificar-se;

• Mosquetão: Peça presilha que tem múltiplas aplicações, como facilitar trabalhos de
ancoragens, unir a cadeira ao equipamento de freio, entre outras.

• Fitas: podem ser fechadas por nó ou costuradas. De forma geral, destinam-se a facilitar
ancoragens, de modo bastante prático e funcional, preservando a corda.

• Cordim ou cordelete: de 6 a 8 mm de diâmetro, empregado normalmente sob forma de


anéis fechados por pescador duplo, utilizado principalmente para realização de um nó
bloqueador à corda em ancoragens e ascensão em cordas, entre outras aplicações.

• Freio oito: bastante difundido no Corpo de Bombeiros, de funcionamento simples, leve,


robusto, compacto e pouco custoso. Confeccionado em aço ou duralumínio e nos
formatos convencional ou de salvamento (com orelhas). Tem como características
torcer a corda, dissipar mal o calor, não permitir a graduação do atrito e necessitar ser
removido do mosquetão para a passagem da corda.
• Cadeirinha: Cintos, em diversos modelos, formados por fitas, fivelas e alças que
envolvem a cintura e as pernas, com pelo menos um ponto de ancoragem na cintura,
podendo ou não ter outros pontos de ancoragem (pontos estruturais) e possuir
suspensórios ou peitorais, de acordo com sua destinação.

• Cabo da vida: Corda em poliamida, com capa e alma, de 12,5mm de diâmetro e 6m de


comprimento com múltiplas utilidades, como a improvisação de cadeiras, a montagem
dos tirantes de sustentação da maca, bem como a fixação da vítima a ela, confecção
de nó para ancoragem, entre outras funções.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

• Capacete
• Luvas
• Óculos

TERMINOLOGIA

• Chicote – extremidade livre da corda


• Seio – parte compreendida entre os chicotes
• Capa - recobre a alma, protegendo-a contra a abrasão e outros agentes
agressivos, respondendo pelos 20% restantes da resistência da corda.
• Alma - é confeccionada por milhares de fibras e é responsável por cerca de
80% da resistência da corda.
• Permear – dobrar ao meio
• Bitola – diâmetro do cabo

NÓS OPERACIONAIS

• Volta do fiel - Nó de ancoragem que tem por característica ajustar-se à medida em que
seja submetido a tração. Pode ser feito pelo seio ou pelo chicote.
• Trapa ou volta sem tensão: Sua característica é de ser realizado a partir de voltas
sucessivas e um arremate. Sua grande vantagem consiste em preservar a carga de
ruptura original da corda.
• Azelha em oito: com este nó obtemos uma alça fixa.
• Azelha em oito duplo: obtemos um nó com dupla alça fixa.
• Direito: nó de emenda de cabos de mesma bitola.
• Pescador: Permite a emenda de cordas, sendo comumente utilizado para fechamento
de cordins. Embora possa ser simples ou duplo, em salvamento utiliza-se somente o
pescador duplo.
• Machard ou marchan: nó blocante.
• Boca de lobo: Nó auxiliar, utilizado para içamento de materiais, realizado a partir de
dois anéis feitos em sentidos contrários e unidos.

SEGURANÇA

Segurança individual - é qualquer ação ou procedimento utilizado pelo bombeiro, com a


finalidade de minimizar, prevenir ou isolar as possibilidades de acidentes pessoais (risco) em
uma operação de salvamento.
Segurança coletiva - é todo o conjunto de procedimentos realizados com o intuito de
assegurar a integridade física e/ou psicológica de um determinado grupo, envolvendo a
atividade em si, bem como todos os integrantes da guarnição, as vítimas e os bens coletivos.

Na atividade de rapel e para o salvamento após completar a equipagem, cheque passo


a passo cada ação repetindo em voz alta a segionte “oração”:

Corda no oito !
Oito no mosquetão !
Mosquetão clipado e travado !
Luvas calçadas !
Capacete!
Atenção Segurança !

TÉCNICA DO RAPEL

O rapel, enquanto técnica é utilizado basicamente por três esportes: a escalada, a espeleologia
(exploração de cavernas) e o canyoning (“rapel em cachoeiras”) e, na área profissional, por
militares e socorristas. Para nós bombeiros, representa um meio de acesso ou fuga de um local
inóspito. Para a realização do rapel é necessário a observação de algumas técnicas:

• Vestir a cadeirinha
• Colocação do mosquetão e freio oito
• Passagem da corda no “oito”
• Auto blocagem
• Auto resgate
• Ascensão
• Técnicas de salvamento

REFERENCIAS

DELGADO, Delfin. Rescate Urbano en Altura, 2009.


CORPO DE BOMBEIROS/RJ. Salvamento em Altura, 2014.
CORPO DE BOMBEIROS/SP.MTB-26, Salvamento em Altura, 2006.

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