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CURSO DE TRABALHO EM ALTURA – NR 35

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Introdução
1
Esta cartilha tem por objetivo difundir e homogeneizar o conhecimento a
respeito dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para trabalho em
baltura. Seu alcance deve abranger: trabalhadores, empresários e
áreas governamentais.

1.1 O que é trabalho em altura?


De acordo com NR 18, item 23.3, é toda a atividade
executada acima de 2 metros do piso de referência,
seja em elevação (escadas, andaimes, plataformas,
etc) ou em profunidade (poços, escavações, dutos etc).
2m

1.2 Por que prevenir?


Trabalho em altura pode apresentar diversos riscos à vida do trabalhador. A
queda de pessoas e de materiais é uma das principais causas de mortes no
Brasil. Para o trabalhador, a prevenção é a melhor forma de evitar acidentes
e garantir sua integridade física. Já para a empresa, a prevenção representa
o cumprimento das leis, produtividade, economia e principalmente respeito
à vida.

1.3 Como prevenir?


A principal forma de prevenção para trabalhos
em altura se faz com uso correto de equipamentos
e treinamento adequado para os trabalhadores e
envolvidos.

2
O EPI e seu papel na
2 Prevenção. O que é
Preciso saber.
2.1 O que é EPI?
Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de
uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho - de acordo com
NR 6, item 6.1.

2.2 Qual a legislação que rege o EPI


para trabalho em altura?
As condições para comercialização e exigências do Ministério do
Trabalho (MTE) seguem:

NR 6 - Norma Regulamentadora
NBRs - Normas Técnicas
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial

2.3 Quando devemos utilizar o EPI?


Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou doenças profissionais e do
trabalho, enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas e para atender a situações de emergência – de acordo com
NR 6, item 6.3.

Uma vez identificado o risco, devem ser seguidas as seguintes etapas

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ELIMINAR ou ISOLAR
o risco; Utilizar
PROTEÇÃO COLETIVA;
Utilizar EPI.

2.4 Qual deve ser o EPI?


Os EPIs devem ser escolhidos adequados aos riscos pré identificados. Sua
utilização é obrigatória e de extrema importância à saúde e segurança do
trabalhador.

Sua escolha deve se basear no estudo e


avaliação de riscos existentes no local
de trabalho:

Tempo de exposição ao risco;


Frequência;
Gravidade;
Condições do local de trabalho e
seu entorno; Tipos de danos
possíveis ao trabalhador; e
Estrutura física do trabalhador (ex.:
Tam. 1 e 2).

São indicados para o uso somente os EPIs que possam assegurar de forma
plena a proteção prevista.

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3 Definições e composição

Um sistema de proteção individual contra queda de altura garante a


Retenção segura de uma queda, de forma que:

A altura de queda seja mínima;

A força de retenção (força de impacto) não provoque lesões


corporais;
Uma vez retida a queda, a posição do usuário deve ser
adequada a espera de auxílio.

Um sistema contra queda de altura é composto por:

Um cinturão tipo Um elo entre Um ponto de


paraquedista. ocinturão eumponto de ancoragem
ancoragem.

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Esse elo entre o cinturão e a ancoragem se dará por meio de um trava- queda ou de um
talabarte de segurança, preferencialmente com absorvedor de energia. Vale lembrar
que um cinto não protege contra os efeitos da retenção de queda.

A. Cinturão paraquedista
NBR 15836
Equipamento de proteção destinado a reter o trabalhador em caso de queda.
O cinturão paraquedista é composto por fitas, fivelas de ajuste, fivelas de engate,
pontos de conexão e outros elementos que quando vestido e ajustado de forma
adequada, retém uma pessoa em caso de queda e depois durante a suspensão.

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1
a
b A
2

6 9 5
9
8 Desenhos meramente ilustrativos.
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3

1 - Fitas primárias superiores


2 - Fita secundária
3 - Fita primária subpélvica
4 - Fita primária da coxa
5 - Apoio dorsal para posicionamento
6 - Fivela de ajuste
7 - Elemento de engate dorsal para proteção contra queda
8 - Fivela de engate
9 - Elemento de engate para posicionamento
a - Etiqueta de identificação
b - Etiqueta de indicação de engate para proteção contra queda - "A"
para ponto único e "A/2", quando existirem dois pontos simultâneos de
engate.

W.A ASSESSORIA EM TREINAMENTOS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO CNPJ 30.820.190/0001-54


B. Cinturão abdominal
NBR 15835
Equipamento que envolve, no mínimo, a cintura do trabalhador é ajustável e possui
elemento(s) de engate aos quais é fixado o talabarte de posicionamento ou
restrição.
O cinturão abdominal tem a finalidade de posicionar o trabalhador.

Fita abdominal Para


Acolchoamento interno
Para proteção contra
quedas será necessário
a utilização do cinturão
tipo Paraquedista

Fivelas de ajuste

Pontos de conexão para o talabarte de posicionamento

C. Talabarte de segurança antiqueda


NBR 15834 e NBR 14629
Elemento de conexão entre o cinturão paraquedista e o ponto de ancoragem. O
talabarte de segurança poderá ser confeccionado em corda sintética, cabo de
aço, fita sintética ou corrente.

Ponto de conexão com o cinturão

Talabarte duplo em “Y”

Talabartecomcomprimento acima de
0,9 m precisa obrigatoriamente ter um
ABS (absorvedor de energia) que
atenda a NBR 14629.

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D .Talabarte de posicionamento
NBR 15835
Elemento de conexão entre um cinturão abdominal a um ponto de ancoragem, de
maneira a constituir um suporte para posicionamento ou restringir movimentação
evitando assim que um indivíduo alcance zonas onde exista o perigo de queda de
altura. Quando houver o risco de queda, o talabarte de posicionamento deve
sempre ser utilizado em um sistema onde exista um cinturão paraquedista e um
talabarte de segurança antiqueda.

Ponto de conexão para o cinturão Proteção para contato com a estrutura Ponto de conexão para o cinturão

Dispositivo de regulagem

Talabarte de posicionamento com regulagem.

Ponto de conexão para o cinturão


Proteção para contato com a estrutura Ponto de conexão para o cinturão

E .Trava-queda para uso em linha flexível


NBR 14626
O equipamento acompanha o trabalhador durante a subida e descida, sem a
necessidade de ação manual. Possui função de bloqueio automático em caso de
queda. É destinado a deslizar sobre linha de vida apropriada e flexível
confeccionada em corda sintética ou cabo de aço, tendo sua ancoragem fixa em
um ponto acima do sistema de segurança.

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Trava queda para
linha flexível

Extensor

Corda
Ponto de conexão
do extensor

F. Trava-queda para uso em linha rígida


NBR 14627
O equipamento acompanha o trabalhador
durante a subida e descida, sem a necessidade Trava-queda para
de ação manual. Possui função de bloqueio linha rígida
automático em caso de queda. É destinado a
deslizar sobre linha de vida apropriada e rígida,
confeccionada em cabo de aço ou trilho. Sua Ponto de conexão
fixação é realizada de forma a restringir a com o cinturão
movimentação lateral do sistema.

Cabo de aço

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G .Trava-queda retrátil
NBR 14628
Equipamento desenvolvido com um elemento de amarração retrátil, confeccionado em cabo de aço, fita
sintética ou corda sintética. Possui função de liberação e retrocesso automático e de bloqueio em caso
de queda.

Ponto de conexão com a estrutura

Elemento de amarração
retrátil

Ponto de conexão com o cinturão

H .Absorvedor de energia
NBR 14629
Através de sua deformação controlada, Pontos de conexão
este equipamento absorve uma parte
importante da energia de queda. Sem
ele, esta energia de impacto será
transmitida diretamente ao corpo do
Dispositivo
trabalhador. absorvedor
de energia

I .Conector
NBR 15837
Dispositivo que abre e fecha, desenvolvido para unir diferentes componentes de
um sistema de proteção contra queda. Possui versões com fechamento
automático, com trava manual e com trava automática.

Malha rápida
Tipo gancho Mosquetão
Tipo gancho
pequeno

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4 Marcação do EPI
A marcação dos EPIs deve ser feita de forma indelével e de acordo com as
exigências das normas técnicas respectivas da NR6.

Exemplo de marcação de um cinturão paraquedista:

5 SISTEMA DE PROTEÇÃO
CONTRA QUEDAS

5.1 Sistema de proteção contra queda


com trava-queda retrátil
Esse sistema funciona soltando ou retraindo a amarração conforme o
deslocamento vertical do trabalhador. Ao receber uma aceleração brusca
(como uma queda), o trava-queda retrátil trava automaticamente

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5.2 Sistema de proteção contra queda com
trava-queda sobre linha de vida flexível

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5.3 Sistema de proteção contra queda com trava-quebda
sobre linha de vida rígida

Ponto de ancoragem

Cabo de aço
ou trilho (linha de vida rígida)

Trava Quedas

Cinturão paraquedista

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5.1 Sistema de proteção contra queda para
deslocamentos com talabarte de
segurança
Esse sistema funciona apenas com talabartes duplos em "Y", garantindo que o trabalhador
esteja sempre conectado por pelo menos um ponto com a estrutura, durante o
seu deslocamento

Ponto de ancoragem

Cinturão
paraquedista

Talabarte com absorvedor de energia

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6 Riscos relacionados ao uso
do equipamento

A queda em si é considerada o principal risco,


porém, existem outros atrelados que devem ser
considerados:

Ergonomia inadequada;
Limitação de movimentos;
Tropeço em talabartes;
A força de retenção de queda (força de impacto);
Queda com pêndulo e consequente choque contra estrutura;
Ajuste correto do cinturão paraquedista;
Suspensão no equipamento a espera de resgate

7 Como selecionar

A escolha correta de um EPI para trabalho em altura deve ser feita por um
profissional capacitado contando sempre com o auxílio do trabalhador.
É de suma importância o conhecimento aprofundado sobre o local de
trabalho, uma boa noção de EPI e as técnicas de trabalho em altura.

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Recomendações para escolha correta:

Análise da atividade;
Acessórios adequados ao trabalho;

Ergonomia correta (tamanho);

Influências externas.

8 Cuidados

8.1 Ações preventivas


Para fornecer uma proteção eficaz contra riscos, o EPI para trabalho em
altura deve se manter útil, durável e resistente, frente às inúmeras ações e
influências, de forma que sua função de proteção seja garantida durante
toda sua vida útil.

Entre as ações que podem comprometer sua segurança estão:

Armazenamento, limpeza e manutenção inadequados;

Envelhecimento com a exposição desnecessária a raios solares e unidade

Escolha do EPI errado para a tarefa;

Utilização não recomendada;

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Contato com produtos químicos como óleos, ácidos e solventes;

Não observar o desgaste devido à natureza do trabalho, abrasão, sujeira, radiação e respingo de
solda

8.2 Indicações práticas

A ancoragem deve resistir às forças originadas pela retenção de uma queda e, pela NR 18, devem ter uma
resistência pontual de no mínimo 1.200 kgf;

> 1.200 kgf

Os pontos de ancoragem deverão ser acessados antes do trabalhador se expor ao risco de


queda;

Os talabartes e linhas de vida não devem passar por arestas agudas


ou afiadas;

É necessário que cada usuário de um EPI contra queda de altura esteja familiarizado com suas
instruções de uso. O empregador ou o responsável que foi delegado deve providenciar formação
adequada em função das necessidades;

Normalmente os EPIs não devem ser utilizados por vários


trabalhadores, pois sua ergonomia e proteção máxima se dá por meio
de adaptação de tamanho e ajuste individual;

Todos os empregados devem receber treinamentos admissional e periódico, visando a garantir a


execução de suas atividades com segurança (conforme pede a NR18).
Cartilha de segurança

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9 Manutenção

Algumas recomendações para a manutenção correta do EPI são:

Inspeção visual periódica;

Armazenamento em local seco e arejado, longe de fontes de calor e


protegido de luz solar;

Manter protegido de substâncias químicas; Proteger

o EPI durante o transporte;

Atender as recomendações do fabricante com relação à lavagem;

Mesmo que não sejam utilizadas, as fibras sintéticas sofrem


envelhecimento.

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10 Prepare-se antes de subir

Cuidados a serem tomados para o trabalho em altura:

Planeje. Nunca subestime os riscos;

Evite o trabalho em altura se existir alternativa;

Escolha equipamentos adequados para o trabalho;

Inspecione. A manutenção dos equipamentos deve ser freqüente;

Supervisione para ter certeza do método correto de trabalho;

Nunca trabalhe sozinho.

11 Glossário
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABS - Absorvedor de energia

CA - Certificado de Aprovação

EPI - Equipamento de proteção individual

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial

MTE -Ministério do Trabalho eEmprego

NBR - Norma Brasileira de Regulamentação

NR - Norma Regulamentadora

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Referências bibliográficas
NRs – Normas Regulamentadoras da
Portaria 3.214, de 8/6/1978. NR6 –
Equipamentos de Proteção
Individual.
NR-18 – Norma Regulamentadora sobre Condições e Meio
Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção.
NBR 14626 - Equipamento de proteção individual contra queda
de altura - Trava-quedas deslizante guiado em linha flexível.
NBR 14627 - Equipamento de proteção individual contra
queda de altura - Trava-quedas guiado em linha rígida.
NBR 14628 - Equipamento de proteção individual contra
queda de altura - Trava-quedas retrátil. NBR 14629 -
Equipamento de proteção individual contra queda de altura -
Absorvedor de energia. NBR 15834 - Equipamento de
proteção individual contra queda de altura - Talabarte de
segurança. NBR 15835 - Equipamento de proteção individual
contra queda de altura - Cinturão de segurança. tipo
abdominal e talabarte de segurança para
posicionamento e restrição.
NBR 15836 - Equipamento de proteção individual contra
queda de altura - Cinturão de segurança tipo paraquedista.
NBR 15837 - Equipamento de proteção individual
contra queda de altura - Conectores. Diretiva
Européia 89/686/EEC de 30 de novembro de
1989.

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