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Manual Interno de Apoio à Marinharia

Teórica

Manual interno concebido pelo Mestre


José Carlos Pantaleão, 23 páginas.
CONTEÚDO

NOMENCLATURA E DIMENSÕES DA EMBARCAÇÃO ........................................................................................................... 3

DEFINIÇÃO DE NAVIO / EMBARCAÇÃO ........................................................................................................................... 3

QUALIDADES NÁUTICAS DE UM NAVIO / EMBARCAÇÃO ............................................................................................... 3 2

NOÇÕES SOBRE PROA, POPA, VANTE, RÉ, BOMBORDO, ESTIBORDO, MEIA-NAU MEIO NAVIO E CASTELO .................. 6

DEFINIÇÃO E CONSTITUIÇÃO DO CASCO ........................................................................................................................ 7

NOÇÕES DE LINHA DE ÁGUA, OBRAS VIVAS, OBRAS MORTAS, BORDA FALSA, COSTADO, FUNDO, AMURAS, ALHETAS,
TRAVÉS E CALADO........................................................................................................................................................... 8

IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PAVIMENTOS DA EMBARCAÇÃO – CONVÉS, COBERTA E TOMBADILHO .................... 11

IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS ABERTURAS NO CASCO - ESCOVÉM, PORTAS DE MAR, EMBORNAIS, VIGIAS,
BUZINAS E ESCOTILHAS ................................................................................................................................................ 12

IDENTIFICAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS DA EMBARCAÇÃO – TIPOS DE ANTEPARAS, PIQUE TANQUES, PAIÓIS E


ALOJAMENTOS .............................................................................................................................................................. 15

IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PARTES DA ESTRUTURA DA EMBARCAÇÃO .............................................................. 18

OSSADA ..................................................................................................................................................................... 18

FORRO EXTERIOR ...................................................................................................................................................... 20

DIMENSÕES DA EMBARCAÇÃO ..................................................................................................................................... 21

PASSO DO HÉLICE ............................................................................................................................................................. 23

Identificação do passo do hélice – hélice de passo direito, hélice de passo esquerdo e hélice de passo variável ...... 23

UFCD 6481 – Marinharia Iniciação / José Carlos Pantaleão – revisto janeiro 2018
NOMENCLATURA E DIMENSÕES DA EMBARCAÇÃO

DEFINIÇÃO DE NAVIO / EMBARCAÇÃO

É uma construção flutuante e habitável construída em madeira, alumínio, fibra ou aço que se
destina a navegar transportando pessoas e coisas (Fig.1).

Fig. 1- Navio Atuneiro Cercador

Fig. 1 a)- Embarcação da Pesca


à Linha

A EMBARCAÇÃO é uma construção de dimensões inferiores às do navio (Fig.1 a). A designação


BARCO é muito utilizada e tanto se aplica à embarcação como ao navio, embora não seja a mais
correta.

QUALIDADES NÁUTICAS DE UM NAVIO / EMBARCAÇÃO

São capacidades de um determinado navio relacionadas com o seu desempenho no mar.


Para que possa navegar em segurança e com um mínimo de conforto o navio tem de possuir
determinadas qualidades:

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Flutuabilidade- Tendência para flutuar. Depende da relação volume/peso do navio. Quanto mais
volumoso e menos pesado é o navio, maior é a Flutuabilidade.

Fig. 2b) - Falta de estabilidade longitudinal


Fig.2a) - Falta estabilidade
transversal

Estabilidade – Tendência para voltar à posição direita, quando por ação da ondulação ou do vento
se desvia da posição direita.

Tranquilidade – Para que não dê muito balanço (fig.3);

Fig. 3 - Tranquilidade

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Navegabilidade – Capacidade para navegar em segurança e de suportar o mau tempo. Inclui
muitos factores como a estabilidade, flutuabilidade, etc.

Mobilidade – É a capacidade que um navio tem em mover-se pelos seus próprios meios. Depende
da força propulsora, forma e dimensão do casco e da sua autonomia.

Manobrabilidade – É a capacidade de um navio guinar, acelerar ou parar em maior ou menor


espaço. Depende da potência do motor, número de hélices e lemes, do tamanho e peso (fig.4).
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Fig. 4- O navio 2 tem maior manobrabilidade

Habitabilidade – Condições para alojar convenientemente os tripulantes e passageiros.

4 beliches 4 beliches
4 beliches

2 casas

banho
4 beliches
Cozinh messe
a

Fig. 5- Habitabilidade do navio

A navegabilidade, a estabilidade e a tranquilidade definem as qualidades náuticas do Navio/


embarcação.

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NOÇÕES SOBRE PROA, POPA, VANTE, RÉ, BOMBORDO, ESTIBORDO, MEIA-NAU MEIO NAVIO E
CASTELO

O navio / embarcação tem normalmente a forma alongada, estreitando para as extremidades,


simétrica segundo um plano longitudinal que divide o navio / embarcação em duas partes iguais.

Designa-se por proa a extremidade anterior e por popa a extremidade posterior.


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Estando virado para a proa temos do nosso lado direito estibordo e do lado esquerdo bombordo
(Fig.6.)

Os termos Vante e Ré designam no sentido da Proa e no sentido da Popa respectivamente.

BOMBORDO
PROA
POPA
VANTE

ESTIBORDO
PROA

Fig.6- Proa, Popa, Estibordo, Bombordo

A região média longitudinal do navio / embarcação designa-se por meia-nau ou mediania. Meio-
navio é a região em que a distância até à proa e à popa é a mesma ou sensivelmente a mesma
(Fig.7).
NAVIO
MEIO

MEIA NAU

MEIA NAU
Fig.7- Meio Navio, Meia Nau

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Castelo é uma construção no prolongamento do costado. Presentemente as embarcações / navios
de pesca apenas têm um castelo e esse é o castelo de proa ou simplesmente castelo (Fig.18 a).

As superestruturas são construções que nascem no convés e não no prolongamento do costado


como os castelos (fig. 18 b).

SUPERESTRUTURA
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CASTELO DA PROA (PONTE)

Fig. 18 a)- Castelo da Proa Fig. 18 b)- Superestruturas

DEFINIÇÃO E CONSTITUIÇÃO DO CASCO

Dá-se o nome de casco ao invólucro exterior do navio / embarcação. É portanto o corpo que
lhe dá flutuabilidade nele se distinguindo o fundo, o encolamento e o costado (Fig. 8).

Costado

Encolamento

Fundo
Fig.8 – Constituição do casco

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O casco termina inferiormente pela quilha (Fig. 9). As faces internas do costado
denominam-se amuradas. Robaletes são peças colocadas na zona do encolamento
tendo como função reduzir o balanço Bombordo / Estibordo (Fig.9).

Amurrada

8
Verdugo

Robaletes

Quilha
fig. 9- Quilha, Robaletes, Verdugo

NOÇÕES DE LINHA DE ÁGUA, OBRAS VIVAS, OBRAS MORTAS, BORDA FALSA, COSTADO,
FUNDO, AMURAS, ALHETAS, TRAVÉS E CALADO

A parte mergulhada do casco denomina-se obras vivas ou querena enquanto a outra parte, a que
fica fora de água, são as obras mortas (fig. 10).

À linha pintada no casco e que separa as obras vivas das obras mortas tem o nome de linha de
água ou linha de flutuação.

OBRAS MORTAS
OBRAS MORTAS
LINHA DE ÁGUA

OBRAS VIVAS
OBRAS VIVAS

Fig. 10- Obras Vivas, Obras Mortas, Linha de água

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As duas partes curvas do costado, acima da linha de água, à proa, são as amuras (E.B. e B.B); às
duas partes curvas do costado, à popa, acima da linha de água denominam-se alhetas (E.B. e B.B.)
(Fig.11). Entre as amuras e as alhetas fica o Través (EB e BB), fazendo um ângulo de 90 com a
linha de proa.

ALHETA BB TARVÉS BB AMURA BB


9

ALHETA EB TRAVÉS EB AMURA EB

AMURA BB

AMURA EB

ALHETA BB TRAVÉS EB

ALHETA EB

Fig. 11- amuras, alhetas e través

A secção transversal do casco, a meio – navio, onde ele atinge maior largura é a casa-mestra
(Fig.12).

Fig.10- Secção Mestra

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A borda é o limite superior do costado. Se for da
mesma altura em todo o comprimento
denomina-se borda corrida (Fig.13 a).

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Fig.13 a)- Navio com borda corrida

Borda falsa é o prolongamento do costado acima do convés e rematada com uma espécie de
corrimão designado por talabardão (Fig.13 b).

Talabardão

Borda

Falsa

Fig.13 b)- borda falsa

Por vezes, esta é substituída pela Balaustrada, a qual se constitui por balaustres. (Fig. 14)

BALUSTRADA

Fig. 14- Borda de balaustrada

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Calado é a altura que vai da linha de água à face inferior da quilha. À diferença de calados à proa e
à popa denomina-se caimento (Fig.15).

A escala de calados é marcada `a proa e `a popa do navio / embarcação podendo ser em


decímetro ou pés. (fig. 15 a).

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Calado
avante
Calado a
ré Caimento

Fig. 15- Calado a vante e a ré, caimento Fig. 15 a)- Escalas de calado

IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PAVIMENTOS DA EMBARCAÇÃO – CONVÉS, COBERTA E


TOMBADILHO

Denomina-se convés o pavimento superior, completo de proa à popa, fechando o casco por altura
da borda (Fig. 16 e 17).

O tombadilho, também chamado convés superior é um pavimento superior ao convés, mais


ligeiro e geralmente incompleto (fig.17).

As cobertas são pavimentos inferiores ao convés e nomeiam-se por coberta de cima e coberta de
baixo. Poderá haver ainda uma terceira coberta que se denominará coberta do meio (Fig.16).

É também usual numerar as cobertas de cima para baixo tendo então 1ª coberta, 2ª coberta, etc.

O pavimento mais baixo no fundo do navio denomina-se pavimento do porão ou simplesmente


porão (fig.16).

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CONVÉ
S 1ª COBERTA
CCOBERTA

2ª COBERTA
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PORÃO

Fig.16- Convés, Cobertas e Porão

TOMBADILHO

CONVÉS

Fig. 17- Convés e Tombadilho

IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS ABERTURAS NO CASCO - ESCOVÉM, PORTAS DE MAR,


EMBORNAIS, VIGIAS, BUZINAS E ESCOTILHAS

Escotilhas são aberturas nos pavimentos para passagem de carga e de pessoas, algumas existindo
apenas para arejamento de compartimentos (Fig.19). As escotilhas têm em toda a volta uma
proteção, (braçolas), bastante resistentes e que recebem pranchões de madeira denominados
quartéis, que depois de cobertos com tecido impermeável são apertados com cunhas de madeira,
tornando-as herméticas à entrada de água.

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ESCOLTILHA

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BRAÇOLA
Fig.19- Escotilha e Braçola

Escovéns são aberturas (tubos) existentes nas amuras do navio / embarcação por onde passa a
amarra quando a embarcação fundeia ou suspende (Fig. 20).

ESCOVEM

Fig. 20- Escovem

Na borda falsa existem umas aberturas protegidas por umas chapas que trabalham num eixo
horizontal (as portas de mar), e que permitem que a água embarcada pelo navio saia, mas não
deixam que a água entre de fora para dentro (Fig.21 a).

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Fig. 21 a)- Funcionamento da porta de mar Fig. 21 b)- Embarcação com portas de mar

Denominam-se buzinas às aberturas circulares ou ovais existentes nas amuras e nas alhetas, para
dar passagem aos cabos quando o navio / embarcação se encontra atracada (Fig.22).

BUZINAS
VIGIAS

Fig. 22- Buzinas e Vigias

As vigias são pequenas aberturas, geralmente circulares existentes no costado, nas


superestruturas e nas anteparas para dar entrada a ar e luz nos compartimentos. Fecham-se com
portas estanques de vidro grosso (fig. 23). Algumas, principalmente as do costado, são providas de
portas metálicas de segurança estanques à água e à luz, conhecidas por portas de tempo ou de
combate.

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PORTA
VIGIA
DE MAR
VIGIA
PORTA DE MAR

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ESCOVEM

Fig. 23- Vigia Fig. 24 – Algumas das aberturas da embarcação

IDENTIFICAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS DA EMBARCAÇÃO – TIPOS DE ANTEPARAS, PIQUE


TANQUES, PAIÓIS E AL OJAMENTOS

O interior da embarcação / navio está dividido em compartimentos através de divisórias verticais,


estanques ou não, denominadas anteparas.

Existem pois dois tipos de anteparas: anteparas principais e anteparas secundárias sendo que as
primeiras criam compartimentos estanques e as segundas apenas criam divisórias não estanques
(Fig. 25). ANTEPARAS
SECUNDÁRIAS
ANTEPARAS SECUNDÁRIAS

ANTEPARAS PRINCIPAIS

Fig. 25- Anteparas Principais e Secundárias

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À proa existe um compartimento estanque formado por uma antepara principal, designada por
antepara de colisão; este compartimento é o pique de vante (Fig.26) que é um tanque de água de
lastro.

Da mesma forma existe à popa o pique tanque de ré. Esta antepara de colisão serve para limitar a
entrada de água, caso o navio sofra um rombo no casco, isolando o compartimento afetado.

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ANTEPARA DE
COLISÃO

PIQUE DE VANTE

Fig.26- Antepara de colisão

Porões são compartimentos destinados a transportar cargas. No caso das embarcações destinam-
se a transportar o pescado. Para esse fim existem porões frigoríficos ou refrigerados (Fig.27).

Paióis são compartimentos onde se guardam os mantimentos e diversos artigos necessários aos
serviços do navio como os mantimentos, cabos, artes de pesca (paióis do mestre),amarra do navio
(paiol da amarra) (fig. 27).

Tanques são compartimentos ou reservatórios de grandes dimensões que servem para guardar c
combustível (tanques de combustível), a água doce (tanques de água doce) e o lastro liquido
(tanques de lastro) que serve para lastrar o navio (fig. 27).

Casa da máquina é o compartimento onde se localiza a máquina principal e todas as máquinas


auxiliares (fig. 27).

Ponte é um compartimento superestrutura onde se realiza a navegação e se comanda todas as


operações de pesca (fig.27).

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PAIOL DO MESTRE

(ARTES PESCA, CABOS)

PAIOL AMARRA

PONTE 17

TANQUE
CASA DA LASTRO
MÁQUINA
PORÃO

T. AGUA DOCE TANQUES COMBUSTÍVEL

Fig. 27- Compartimentos do Navio

Os alojamentos são: camarotes (beliches), despensas, refeitórios, cozinha, casas de banho,


chuveiros, etc. (fig.28).

DESPENSAS COZINHA
REFEITÓRIO

CASAS DE BANHO

CAMAROTE

Fig. 28- Alojamentos do Navio CASAS DE


BANHO

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IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS PARTES DA ESTRUTURA DA EMBARCAÇÃO

No casco do navio / embarcação há a distinguir duas partes:

 A ossada

 Forros ou chapeamento (Fig.29 e 30).

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Fig.29- Ossada Fig. 30-ChapeamentO

OSSADA

Na ossada ou esqueleto distinguem-se as seguintes principais peças:

1- Quilha, que é uma peça longitudinal que fecha a ossada inferiormente, contribuindo
para a resistência longitudinal (fig.31).

2- Balizas (Fig.31) são peças curvas de dois ramos – as meias-balizas- que vão desde a
quilha até á borda.

À parte inferior de cada meia-baliza, no fundo, denomina-se caverna (Fig.31); a parte restante até
à borda designa-se por braço (fig. 31). O conjunto das balizas designa-se cavername. Ao espaço
entre balizas chama-se vãos de baliza.

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BALIZAS

BRAÇO DA
BALIZA

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CAVERNA

QUILHA

Fig. 31- Quilha, Baliza, Caverna e Braço da Baliza

As balizas da proa e da popa cujos planos são oblíquos ao plano longitudinal do navio chamam-se
balizas reviradas, sendo as restantes, de planos normais à quilha designadas por balizas direitas.

3- Roda de Proa é a peça que fecha a ossada à proa, ligando-se pelo pé à extremidade anterior da
quilha (Fig.32). Existem diferentes formas de proa desde a proa direita até à proa com diferentes
ângulos de lançamento.

4- Cadaste (Fig.32) é uma peça que se monta na parte posterior da quilha para fechar a ossada e
servir de suporte ao leme.

RODA DE PROA

Fig. 32 – Roda de Proa e Cadaste


CADASTE

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5- Sobrequilha é uma peça longitudinal que assenta sobre as balizas a todo o comprimento do
navio / embarcação concorrendo com a quilha para a resistência longitudinal do casco e
consolidação do cavername (fig. 33).

6- Longarinas (dormentes, escoas e tabica (fig. 33) nas embarcações de madeira) são peças
colocadas longitudinalmente a um e outro bordo, servindo para aumentar a resistência
longitudinal e consolidar o cavername. À primeira longarina colocada a seguir à sobrequilha
chama-se escoa(fig. 33). As restantes designam-se pelo nome da região do casco onde se
20
encontram.

7- Vaus - Os dois ramos de cada baliza são ligados entre si por cantoneiras ou traves de madeira
denominadas vaus (fig. 33) e que servem para travamento das balizas e para apoio dos
pavimentos.

8- Pés de Carneiro - Para fazer o escoramento dos vaus utilizam-se varões ou tubos de ferro ou
ainda barrotes que se denominam por pés de carneiro.

FORRO EXTERIOR

Ao invólucro exterior do casco constituído por fiadas de chapas ou de tábuas, chama-se forro
exterior (Fig.33). As fiadas de chapas ou de tábuas de maior espessura, denominadas cintas,
tomam o nome da zona em que estão situadas (por ex.: cinta da borda, cinta do encolamento,
etc.) (Fig.33).

TABICA

DORMENTES
CINTA
VAU

ESCOAS SOBREQUILHA

FORRO EXTERIOR

Fig. 33- Sobrequilha, escoas, dormentes, vaus, tabica, forro exterior

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DIMENSÕES DA EMBARCAÇÃO

Comprimento

Ao comprimento de uma embarcação / navio medido na flutuação, entre as linhas da roda de proa
e a do cadaste, denomina-se comprimento entre perpendiculares (c.p.p.) (fig. 34).

Comprimento de fora a fora (c.f.f.) ou total é o comprimento entre a parte mais saliente da roda
de proa e da popa (fig. 34). 21

COMPRIMENTO FORA A FORA

COMPRIMENTO ENTRE
PERPENDICULARES PP AV
PP AR

Fig.34- Comprimento Total e Comprimento entre Perpendiculares

Pontal é a altura desde o convés até á quilha, a meio-navio (fig. 35).

Boca é a maior largura do navio / embarcação, normalmente a meio (fig. 35).

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BOCA MÁXIMA

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PONTAL

Fig. 35- Pontal e Boca

Tonelagem bruta ou arqueação bruta (T.A.B.) é o volume interior do navio / embarcação


(fig. 36)

Fig. 36- Tonelagem de Arqueação Bruta

Deslocamento é o peso total do navio / embarcação e é equivalente ao peso da água deslocada.

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PASSO DO HÉLICE

IDENTIFICAÇÃO DO PASSO DO HÉLICE – HÉLICE DE PASSO DIREITO, HÉLICE DE PASSO


ESQUERDO E HÉLICE DE PASSO VARIÁVEL

O hélice de um navio em marcha AV acelerará uma quantidade de água de vante para a ré.
Poderemos assim dizer que há uma corrente se sucção por ante avante das pás do hélice e uma
corrente de descarga por ante a ré das mesmas pás. 23

Fig. 37- Correntes do hélice

Passo do hélice – Diz-se que um hélice é de passo direito quando ao rodar para a direita o navio
vai para vante, diz-se que é um hélice de passo esquerdo quando ao rodar para a esquerda o
navio vai igualmente para vante.

As construções mais modernas possuem hélices que rodam sempre no mesmo sentido, obtendo-
se a marcha a ré pela inversão, que varia de direito a esquerdo. Isto consegue-se com um conjunto
de engrenagens que fazem rodas as pás sobre o cubo.

Como estes hélices rodam sempre no mesmo sentido, a pressão lateral faz movimentar a popa no
sentido de rotação do hélice. Se o hélice rodar para a direita, a popa vai sempre para EB, quer em
marcha avante quer em marcha a ré. A este tipo de hélice denomina-se hélice de passo variável.

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