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APOSTILA DE ARRAIS AMADOR

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INTRODUÇÃO

Este módulo tem o propósito de fornecer subsídios para auxiliá-lo na condução de embarcações
de esporte e/ou recreio e na obtenção junto a Capitania dos Portos da Carteira de Habilitação de
ARRAIS AMADOR.

Para entrarmos no assunto, precisamos conhecer a linguagem marítima, ou seja, o que significa
certos conceitos como:

AMADORES – São aqueles não profissionais que estão habilitados a conduzir embarcações de esporte
e/ou recreio, de propulsão mecânica ou a vela, dentro dos limites correspondentes a cada categoria, quais
são:

 Capitão Amador
o Maior de 21 anos
o Possui a Habilitação de Mestre Amador
o Habilitado a conduzir embarcações de esporte e/ou recreio, a motor ou a vela, entre
portos e em águas nacionais e estrangeiras
o É a categoria máxima do amador.

 Mestre Amador – Maior de 18 anos


o Maior de 18 anos
o Possui a Habilitação Arrais Amador
o Habilitado a conduzir embarcações de esporte e/ou recreio, a motor ou a vela, entre
portos nacionais, dentro dos limites da navegação costeira*

 Arrais Amador
o Maior de 18 anos
o Habilitado a conduzir embarcações de esporte e/ou recreio, a motor ou a vela, para a
navegação em interior de porto, dentro dos limites estabelecidos pela Capitania dos
Portos.

 Motonauta
o Maior de 18 anos
o Habilitado a conduzir excluvisamente embarcação miúda na modalidade moto
aquática (jet sky).

 Veleiro
o Maior de 8 anos
o Habilitado a conduzir embarcações a vela ou a remo. O interessado deverá apresentar
declaração da Marina, ou entidade desportiva náutica cadastrada onde conste que é
praticante de vela e realizado curso sobre o assunto.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A habilitação de ARRAIS AMADOR não tem correlação com


a classificação da embarcação que estiver conduzindo e sim com a área que a embarcação estiver

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navegando. Ex: Um Arrais Amador poderá conduzir uma embarcação classificada para mar
aberto, desde que esteja navegando em águas interiores.
CAPÍTILO I

Acompanhando o desenho abaixo, podemos informar as direções relativas de uma


embarcação, quais são:
- Proa -> parte da frente da embarcação
- Popa -> parte de trás da embarcação
- Través -> parte do meio da embarcação
- Alhetas -> partes curvas do costado, entre o través e a popa (frente)
- Bochechas ou Amuras -> partes curvas do costado, entre o través e a proa (trás)
- Bordos -> divisão da embarcação no sentido proa a popa
* Boreste (BE) - Direito
* Bombordo (BB) - Esquerdo
- Barlavento -> posição de entrada do vento
- Sotavento -> posição de saída do vento

PROA

BOCHECHA BB BOCHECHA BE

BOMBORDO TRAVÉS TRAVÉS BORESTE

ALHETA BB ALHETA BE

POPA

ESTRUTURA DA EMBARCAÇÃO

A estrutura de uma embarcação, está dividida nas seguintes partes assim discriminadas:

- Quilha -> peça disposta em todo o comprimento da embarcação. É a espinha


dorsal da embarcação.
- Cavernas -> são peças que dão forma a embarcação. Também conhecida como
costela. A caverna principal é denominada CAVERNA MESTRA.
- Longarinas -> peças que ligam as cavernas entre si.
- Vaus -> vigas para sustentar o chapeamento do convés.
- Costado -> revestimento do casco acima da linha d´água.
- Carena -> revestimento do casco abaixo da linha d´água

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- Bico de Proa -> parte externa da proa.
- Roda de Proa-> prolongamento da quilha, na vertical, também conhecido como
roda.
- Borda -> limite superior do costado.
- Superestrutura -> localiza-se acima do convés principal. É a cabine.
- Cadaste: -> semelhante a roda de proa, consititui o extremo a ré da
embarcação.

MEDIDAS

- Comprimento total -> é a medida horizontal de proa a popa.


- Comprimento de arqueação -> é a medida entre a face interna da proa e a da popa
- Boca -> é a maior largura de uma embarcação
- Pontal -> Medida vertical do convés até a quilha.
- Calado -> Medida da linha d´água até a parte mais funda do barco.
- Borda livre -> Medida vertical entre o convés e a linha d´água
- Contorno -> Medida tomada de bordo a bordo passando pela quilha

DADOS LINEARES

- Deslocamento -> O que a embarcação desloca em peso de água quando flutuando em águas calmas.
Deslocamento máximo é quando está carregada e deslocamento mínimo quando está vazia.
- Tonelagem de Porte Bruto -> É a diferença entre o deslocamento máximo e mínimo.
-Arqueação -> É um cálculo de volume (m 3) interno da embarcação (não deve ser confundido com o
peso da embarcação)
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ESTABILIDADE

- Estabilidade -> é a capacidade que uma embarcação possui para manter-se corretamente nivelada com
a água.
- Trimada -> Quando ela estiver navegando nivelada com a água.
- Abicada -> Quando estiver com a proa adentrando a água.
- Derrabada -> Quando estiver com a popa adentrando a água.
- Reserva de Flutuabilidade -> A principal causa de afundamento de pequenas embarcações é o excesso
de lotação ou de peso de carga, fazendo com que se comprometa seriamente a segurança, pois se estiver
sobrecarregado, ele terá muito pouca borda livre e qualquer pequena inclinação fará com que entre água
na embarcação.

MARÉS

- Maré -> é o movimento vertical do nível oceânico como resultado das mudanças de
atração gravitacional entre a Terra, Lua e o Sol.
- Corrente de Maré -> É o deslocamento horizontal da água de um ponto para outro, resultante da
diferença de altura de maré nesses pontos.
- Maré de enchente -> Período em que as águas estão subindo de nível. Termina na PREAMAR.
- Preamar -> Nível mais alto atingido numa maré.
- Estofo -> Período em que a maré fica parada (estabilizada)
- Maré de vazante -> Período em que as águas estão baixando de nível. Termina na BAIXAMAR.
- Baixamar -> Nível mais baixo atingido numa maré.
- Maré de Sizídias -> Quando a Terra, a Lua e o Sol estão alinhados ou em conjunção, ocorrem as
mais altas preamares e as mais baixas baixamares, com marés que se
caracterizam pela sua grande amplitude. Ocorrem por ocasião da lua cheia e
da lua nova.
- Maré de quadratura -> Quando no espaço é formado um ângulo reto entre esses astros, as preamares
não são tão altas nem as baixamares tão baixas, com pequena variação no
nível da água. Ocorrem por ocasião do Quarto Minguante ou Crescente.
OBS: Nem sempre as variações de nível são iguais. Elas dependem da fase da lua.

Fatores meteorológicos e a topografia do local também contribuem para um maior ou menor


aumento do nível das águas.

- Nível de redução (NR) -> É um nível tão baixo que a maré, em condições normais, não fique abaixo
dele. É o mais importante nível de referência para o navegador.
- Profundidade na Carta -> São todas as referidas ao Nível de redução (NR)
- Amplitude da maré -> É a diferença entre a preamar e a baixamar ou vice-versa.
- Altura da maré -> É a medida vertical entre a superfície da água e o Nível de Redução (NR),
adotado para a confecção da Carta Náutica.
- Profundidade Atual -> É a profundidade da carta (NR) mais a altura da maré no momento.

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Importante: Sizídia – Lua cheia ou Nova, característica é a grande amplitude. Quadratura – Lua
Quarto Minguante ou Crescente, característica é a pequena amplitude. Estofo – Ocorre tanto na Preamar
como na Baixamar.

TÁBUA DAS MARÉS

Nos informa a previsão da altura e hora das preamares e Bajxamares que irão ocorrer ao longo
do ano nos principais portos da costa brasileira. Isso nos auxilia, possibilitando-nos o cálculo da
profundidade no momento, informando-nos se a corrente é de enchente ou vazante e dando-nos uma
idéia da força desta corrente pela amplitude prevista.

IMPORTANTE
É conveniente navegar sempre com uma margem de segurança de pelo menos 50 cm, chamada pé de
piloto.

ÂNCORAS

- Ancora ou Ferro: Tem por finalidade manter parada uma embarcação num fundeadouro.
- Fundear: Ato de soltar a âncora.
- Fundeadouro: Local reservado para este fim
- Amarra: E o cabo que une (amarra) a embarcação a âncora.
- Quartéis A amarra é constituída de quartéis. Um quartel tem o
comprimento de aproximadamente 25 metros, O comprimento total da
amarra chama-se de filame.

MAIS USADAS/CONHECiDAS
ALMIRANTADO DANFORTH
Tradicional âncora. De todos os Leve, com grande facilidade de unhar, é a
modelos, é a mais conhecida, mais usada nos barcos de esporte e/ou recreio.

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CARACTERÍSTICAS DE UM FUNDEADOURO

- Abrigado de ventos, correntes e ondas:


- Profundidade adequada ao calado do barco:
- Fundo sem grande declive;
- Espaço sufIciente para o giro da embarcação:
- Fundo de boa tensa (qualidade do fundo) Areia. Lodo, Lama, Cascalho.

PROCEDIMENTOS PARA FUNDEAR

- Os atos de fundear ou suspender devem ser feitos sempre observando as condições de vento e
maré, procurando afilar-se ao predominante.
- Inverter a máquina e quando estiver caindo a ré, larga a âncora. (Não tem necessidade de atirar)
- Conforme o barco for se deslocando para trás. soltar uma quantidade de amarra de no mínimo 3
vezes mais do que a profundidade. Se o fundeio for demorado ou há previsão de mau tempo 5 vezes
mais do que a profundidade.
- Para evitarmos perder o ferro devermos nos habituar a fixar nele um cabo fino chamado de
ARINQUE que é agüentado na superfície por um objeto flutuante chamado de BÓIA DE ARINQUE.

PROCEDIMENTO PARA SUSPENDER

** suspender – sair com a embarcação do local de fundeio

Para suspender devemos recolher a amarra lentamente com máquina avante devagar.
Lembre sempre de ligar o motor antes de suspender, para não correr o risco de ficar ao sabor do
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vento ou da correnteza.

LEME

Nome dado a um conjunto de estrutura metálica ou de madeira, que tem por finalidade dar
direção a embarcação e mantê-la no rumo determinado,
São partes de um leme: Cana do leme ou Timão, Madre, Porta e Cadaste.
Teoricamente o efeito máximo do leme deveria ser de 45º em relação a quilha, porém na prática
observa-se que não vai além de 35º, para cada bordo.

HÉLICE

Estrutura metálica que possui pás e serve para movimentar a embarcação através de seu próprio
giro, acoplado ao eixo do motor.

EFEITOS DO HÉLICE

Uma embarcação a motor quando sai da fábrica, o seu hélice poderá girar para um dos bordos,
dependente da caixa de reversão. Dizemos que um hélice é de passo a direita ou a esquerda, quando
girando no sentido horário ou anti-horário impulsiona a embarcação a vante.

Numa embarcação supondo um observador situado a ré da embarcação e que o hélice gira para a
direita, a popa tenderá ir para o mesmo bordo, (BE, e a proa para o bordo oposto (BB).
Esse efeito propulsor é chamado de pressão lateral. Assim sendo, podemos concluir:
- Hélice rotação para a esquerda – popa tende a ir para BB e a proa para BE
- Hélice rotação para a direita – popa tende a ir para BE e a proa para BB.

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Podemos tirar proveito destas tendências de proa devido ao efeito da pressão lateral dos hélices
na manobras de atracação e desatracação. Para uma embarcação com um só hélice e rotação à esquerda,
é mais fácil atracar pelo bordo de bombordo (BB). Para rotação à direita é mais fácil antracar pelo bordo
de boreste (BE).
Nas embarcações com dois motores, seus hélices giram em sentidos opostos, tendendo a manter
a proa reta. O Sistema de hélices duoprop (hélices de pás invertidas girando num mesmo eixo), também
tendem a manter a proa reta.
Embarcações com dois motores, com leme a meio, o motor de boreste com máquinas a vante e o
motor de bombordo com máquinas atrás, a tendência da pra ser á ir para bombordo.

PROCEDIMENTO ANTES DE ATRACAR

Pensar na manobra com antecedência, é a melhor forma de atracar, por isso o comandante deve
conhecer muito bem as características da sua embarcação, para que a tenha sob seu controle.
Deverá estar atento com as direções da corrente e do vento, e manter velocidade sempre
reduzida. É preciso estar muito acostumado com a inércia do barco, pois ele não tem freio como no
automóvel. A inversão da marcha, só deve ser feita após a queda de giro do motor e quando a
embarcação estiver com a velocidade reduzida, para não danificar a caixa de reversão.
Existem infinitas condições para o atraque, porém os que se seguem são os mais corriqueiros.
Ao prendermos o barco ao cais devemos fazer uso correto de seus cabos de amarração (espias)
que conheceremos a seguir:
- Lançante de Proa – evita que a embarcação caia a ré
- Lançante de Popa – evita que a embarcação caia a vante
- Espringue de Proa – evita que a embarcação caia a vante
- Espringue de Popa – evita que a embarcação caia a ré
- Través – evita que a embarcação se afaste perpendicularmente do cais

OBS: As manobras deverão ser executadas sempre em marcha bem reduzida.

MANOBRAS NO CAIS

Atracar com corrente ou vento de proa

É a melhor condição para atracar, pois teremos nossa embarcação sobre forte controle.

Aproximar-se devagar, paralelo ao cais. Aproxime um pouco mais a proa (30º) e passe o
Lançante de proa. A popa irá encostar com a ajuda do vento ou da corrente.

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Atracar com corrente ou vento pela popa

Manobre e coloque a proa contra os mesmos, aproxime um pouco mais a proa (30º) e
passe o lançante de proa. A popa irá enconstar com a ajuda do vento ou da corrente.

Atracar com o vento ou corrente em direção ao cais (perpendicular)

Chegar paralelo ao cais, parar e deixar que o vento ou a corrente leve a embarcação até o
cais.

Atracar com o vento ou a corrente vindo do cais – atracar em uma gaveta

Aproximar-se do cais num ângulo de uns 45º, até a bochecha encostar. Passe um
espringue de proa e, dê leme para o bordo contrário do cais, e com máquina a vante devagar, até a popa
encostar.

Desatracar com corrente ou vento pela popa

Largue todas as espias, menos o espringue de proa. A corrente ou vento fará a popa se
afastar do cais. Posicione o leme a meio e dê máquina atrás devagar.

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Desatracar com corrente ou vento de proa

Largue todas as espias, exceto o espringue de popa. A própria corrente ou vento irá abrir
a proa. Solte a espia, dê motor a vante e cuide para sua popa não bater no cais.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Para evitar colisões e/ou atrito com o cais, use sempre DEFENSAS.

CARTAS NÁUTICAS

As cartas náuticas servem para orientar o navegador a se deslocar, em determinada área,


apresentando tudo que for para sua segurança.
São publicações da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), que reproduzem em escala e
com a máxima exatidão os trechos da costa nela mostrada com os mais importantes pontos de referência,
como os rios, morros, ilhas, profundidades, perigos á navegação como pedras e baixios, os canais, tipos
de fundo, a sinalização náutica existente, etc. E principalmente as profundidades em metros e
decímetros, baseadas no nível da Média das Baixamares de Sizígia.
Tipos de cartas:
As cartas náuticas podem ser GERAIS – grandes extensões de mar e de costa e
PARTICULARES – pequenas extensões, mas em compensação tem maior riqueza de detalhes.
Dependendo da escala teremos o nível de detalhamento, por exemplo 1:3000, reduz o trecho
mostrado em 3000 vezes. Quanto menor for a escala, maior será o seu nível de detalhamento.
A escala a ser usada dependente do detalhamento que o navegador necessita.

DECLINAÇÃO MAGNÉTICA

A declinação magnética é lida no centro da rosa-dos-ventos e é utilizada para ser aplicada ao


rumo da agulha, junto com o seu desvio, para determinar o rumo verdadeiro na carta.
Rumo Verdadeiro (RV) é o rumo que obtemos na carta náutica e Rumo Magnético (RMG) é
aquele obtido utilizando-se uma bússola.

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É preciso que se corrija a declinação magnética encontrada na carta náutica no itererior da rosa
dos ventos, multiplicando-se o aumento anual, pelo total de anos entre a edição da carta e o atual.
Na agulha magnética (bússola) não podemos trabalhar com Graus e minutos, portanto se o
resultado for até 30 minutos arredondamos para baixo e de 31 minutos acima arredondamos para o grau
imediatamente acima.

Ex: 17º 05’ W em 1995 (9’W) – atualizar para o ano de 2000

9’ (diferença anual) x 5 anos = 45 minutos

17º 05’
+ 45’
--------
17º 50’
Se usássemos a agulha magnética (bússola) arredondaríamos para 18º W.

COORDENADAS GEOGRÁFICAS

Nosso endereço no mar é dado pelas COORDENADAS GEOGRÁFICAS, que são a


LATITUDE e LONGITUDE.

LATITUDE - e a distância angular em graus, minutos e segundos, contada a partir do Plano do


Equador até uma posição na Terra, variando de 00º a 90º para Norte ou Sul. São lidas na margem direita
e esquerda. Ex: 25º 50’ S (OBS: sempre que tiver S ou N no final, significa latitude).

LONGITUDE –- e a distância angular em graus, minutos e segundos, contada a partir do


Primeiro Meridiano (Greenwich) sob um paralelo até uma posição na Terra, variando de 000º a 180º
para Leste ou Oeste. São lidas na margem superior e inferior das cartas náuticas. Ex: 048º 37’ W (OBS:
sempre que tiver E ou W no final, significa longitude).

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MEDIÇÃO DE DISTÃNCIAS NA CARTA

Se desejarmos saber a distância entre dois pontos na carta, deveremos medir com o compasso de
navegação e após transportar esta medida para a margem esquerda ou direita da carta náutica na escala
de LATITUDE.
Cada minuto na escala de LATITUDE corresponde a 1 milha náutica ou 1852 metros.

VELOCIDADE DOS BARCOS

É medida em nós, sendo que um nó corresponde à velocidade de uma milha náutica por hora.
Portanto quando dizemos que uma lancha está andando a 20 nós é porque sua velocidade é de 20 milhas
náuticas por hora, parecido com o automóvel, que quando estamos andando a 80 km, significa que
estamos numa velocidade de 80 km por hora, na embarcação quando estamos a 20 nós, estamos numa
velocidade de 20 milhas por hora.

CARTA Nº 12000

A Carta 12000 é uma publicação onde constam os Símbolos, abreviaturas e termos usados nas
Cartas Náuticas, publicadas pela Marinha do Brasil.

RIPEAM

Quando dirigimos um carro, devemos conhecer as leis de trânsito, e quando conduzimos uma
embarcação, somos obrigados a conhecer o RIPEAM (Regulamento Internacional para Evitar
Abalroamentos no Mar), que tem a finalidade de evitar acidentes no mar utilizando regras
internacionais de navegação.
Segundo o RIPEAM, tal como acontece em terra com os veículos, uns têm preferência ou direito
de caminho, enquanto outros são obrigados a manobrar para dar passagem.
O direito de caminho entre embarcações é baseado na maior ou menor facilidade de manobra de
cada um, sendo que a ordem de preferência é:
1º - embarcação sem governo
2º - embarcação com capacidade de manobra restrita
3º - embarcação engajadas na pesca
4º - embarcação à vela
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5º - embarcação à motor

De acordo com esta ordem de preferência, cada um terá que manobrar para dar caminho ao
anterior, coisa que tem muita lógica, já que você é um AMADOR e está navegando por lazer enquando
que os profissionais estão trabalhando.

O RIPEAM é composto de três capítulos:


 Regras de Governo e Navegação
 Luzes e Marcas
 Sinais Sonoros

OBSERVAÇÃO: O RIPEAM é de porte obrigatório.

REGRAS DE GOVERNO E NAVEGAÇÃO

RUMOS OPOSTOS OU RODA A RODA


Quando duas embarcações se aproximam, com risco de colisão, ambas guinam para BE,
passando BB com BB.
No rio, a embarcação que vem a favor da correnteza deverá se posicionar no meio do rio e a
outra na sua margem de BE, sendo que a que vem a favor da correnteza tem a preferência.
Deve-se considerar a existência de tal situação quando as embarcações se avistam uma à proa da
outra. Quando houver dúvida, considera-la existente e manobrar.

SITUAÇÃO DE ULTRAPASSAGEM

Toda embarcação alcançadora deve se manter fora do caminho da que estiver sendo ultrapassada.
Uma embarcação é considerada alcançadora quando se aproxima a mais de 22,5º para trás do través da
alcançada.

SITUAÇÃO DE RUMOS CRUZADOS

Quando duas embarcações navegam em rumos cruzados, com risco de colisão, deve manobrar a
embarcação que avistar a outra por BE.
Poderemos constatar previamente este risco, quando o ângulo permanece constante e a distância
entre elas diminui, após constatado o risco de colisão, a embarcação a qual compete a manobra, deverá
faze-lo de forma franca e positiva, feita com ampla antecedência, demonstrando a outra embarcação que
houve alteração de movimento.

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LUZES E MARCAS

EMBARCAÇÕES ESPORTIVAS

À noite a navegação requer atenção redobrada.


Para que as embarcações se vejam uma as outras, elas exibem luzes, pelas quais podemos
identificar se estão navegando, paradas, fundeadas, encalhadas, sem governo, etc.
As Luzes serão exibidas do pôr ao nascer do sol, e em casos de visibilidade restrita, e em todas
as demais circunstâncias quando parecer necessário.
As Marcas referentes, se aplicam ao período diurno.
Já que todas as embarcações devem exibir luzes à noite, vejamos primeiramente quais as luzes
que nós, amadores, devemos ter a bordo.

Toda embarcação com seguimento, exibe luzes assim setorizadas:

- Luz de mastro – É uma luz branca, contínua, sobre a linha de meio navio. É visível
num setor de 225º para proa.
- Luz de bordo – São luzes de cores VERDE (BE) e ENCARNADA (BB), contínuas.
Visíveis em setores de 112,5º contados da proa para cada bordo.
- Luz de Alcançado – É uma luz branca, contínua, tão próxima quando possível da
popa. É visível num setor de 135º para ré.

alcançado luz de mastro luz de bordo

EMBARCAÇÕES NÃO ESPORTIVAS

Quanto aos navios e embarcações não esportivas, é claro que não precisamos conhecer
minuciosamente as luzes que exibem e o que significam, mas é bom termos uma noção geral, a fim de
sabermos o que fazer quando alguma delas aparecer em nossa rota.

EMBARCAÇÃO FUNDEADA
Noite – uma luz branca a vante. Se for maior que 50m exibe também uma luz branca a ré.

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Dia – uma esfera (balão) no mastro

EMBARCAÇÃO SEM GOVERNO


Noite – duas luzes encarnadas no mastro.
Dia – duas esferas (balão) no mastro

EMBARCAÇÃO ENCALHADA
Noite – duas luzes encarnadas no mastro e uma branca a vante
Dia – três esferas (balão) no mastro

EMBARCAÇÃO DE REBOQUE
Noite – Luzes de bordos, com menos de 200m usa-se duas luzes brancas no mastro e se for
maior de 200m usa-se três luzes brancas no mastro.
Dia – dois cones unidos pela base no mastro.

SINAIS SONOROS

Todos os navios e embarcações devem estar equipados com apitos ou buzinas e, conforme o
porte, também com sinos e gongos.

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Estes equipamentos, têm o seu uso disciplinado por um código internacional, cada sinal ou grupo
de sinais te um significado.
As embarcações de esporte e/ou recreio também deverão fazer uso destes sinais.

APITOS CURTOS – têm cerca de 1 segundo de duração.


APITOS LONGOS – têm cerca de 4 a 6 segundos de duração.

Equipamentos obrigatórios:

- até 12 metros -> apito e/ou buzina.


- mais de 12 metros -> apito, buzina e sino.

SINAIS DE MANOBRA

- 1 apito curto -> estou guinando para BE


- 2 apitos curtos -> estou guinando para BB
- 3 apitos curtos -> estou dando a ré (atrás)

SINAIS DE ADVERTÊNCIA

- 2 apitos longos e um curto -> ultrapassagem por BE


- 2 apitos longos e dois curtos -> ultrapassagem por BB
- 1 longo, 1 curto, 1 longo, 1 curto -> concordo com a ultrapassagem
- 5 apitos curtos -> não entendo sua intenção de manobra
- 1 apito longo -> sinal de curva

VISIBILIDADE RESTRITA

- 1 apito longo a cada 2 minutos -> embarcação de propulsão mecânica em movimento


- 2 apitos longos a cada 2 minutos -> embarcação de propulsão mecânica parada.

OBSERVAÇÕES DO RIPEAM

- Num canal ou rio principalmente estreito, a embarcação maior tem preferência em relação à
embarcação miúda.
- Quando cruzamos com embarcações fundeadas ou atracadas ou mesmo em localidades como
margens de rios ou canais, devemos navegar com uma velocidade de segurança, isso possibilitará uma
ação apropriada e eficaz, a fim de evitar uma colisão ou para a embarcação a uma velocidade seguro.
- Embarcações com até 5 metros de comprimento, sem propulsão, estão dispensadas de usar
buzina ou outro dispositivo que a substitua.
- Uma luz intermitente amarela cruzando o canal, à noite poderá ser uma embarcação com grande
velocidade.
- Embarcações que transportam carga perigosa á noite, deverão apresentar uma luz encarnada no
alto do mastro.
- As embarcações de esporte e/ou recreio deverão evitar cruzar vias de tráfego, mas se necessário
for, deverão cruzar na perpendicular.
- O holofote é usado à noite, para iluminar as curvas e o balizamento nas margens dos rios.

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BALIZAMENTO

Balizamento é o conjunto de regras aplicadas a sinais fixos ou flutuantes instalados em vias


navegáveis interiores para sinalizar os limites de um canal, os perigos existentes, os novos perigos
surgidos e outras zonas ou acidentes marítimos de interesse.
As bóias podem ser cegas, luminosas ou sonoras. As luminosas emitem lampejos ou grupo de
lampejos ou ocultações. As sonoras possuem um sino e geralmente funcionam com movimento das
ondas.

Os sinais expressam seu significado pela sua forma, cor ou pelo tope, durante o dia, e pelo ritimo
de apresentação e cores das luzes à note.
A numeração do balizamento segue em ordem crescente a partir da entrada do canal.
O balizamento poderá ser dotado de um sistema RACON que emite um sinal na tela do radar
que facilita a sua identificação.

SINAIS LATERAIS

Indicam as margens de um canal bem definido, esses sinais indicam os lados de Boreste (BE) e
Bombordo (BB) do caminho a ser seguido.
Os Sinais Encarnados podem ser de forma cônica, pilar ou charuto, tendo como tope um cone
com vértice para cima. Se luminoso exibe luz encarnada (E).
Os Sinais verdes podem ser de forma cilíndrica, pilar ou charuto, tendo como tope um pequeno
cilindro. Se luminoso exibe luz verde (V).
Os Sinais Encarnados ficam a BE e os verdes a BB de quem vem do mar, obviamente que ao
se sair para o mar os sinais encarnados ficam a BB e os verdes a BE (igual as luzes da embarcação).
Se ocorrer uma bifurcação de canal, um sinal de canal preferencial deverá ser usado para indicar
o caminho que convém ser preferencialmente seguido. Ex. Se o canal preferencial ficar a BE, então o
sinal lateral de BB modificado será usado. Este sinal é verde com uma faixa horizontal encarnada.
Canal preferencial – é o mais fundo, mais bem sinalizado, poderá ser usado durante a noite já
que os sinais usados são luminosos.
Canal secundário – somente poderá ser usado durante o dia. As bóias são cegas.

SINAIS DE ÁGUAS SEGURAS

Indicam que em torno do sinal as águas são seguras. São pintadas com faixas verticais
encarnadas e brancas, tendo como tope uma pequena esfera. Se luminoso, o sinal exibe luz branca ou de
ocultação ou de lampejo longo a cada 10 segundos.

SINAIS CARDINAIS

Servem para mostrar em qual quadrante temos águas seguras. Se para N, S, E, W do sinal.

Sua cor é preta e amarela, com dois cones de tope, assim combinados.
SINAL CARDINAL NORTE (N)
Preto acima do amarelo com os cones para cima. Sua luz é branca.
SINAL CARDINAL LESTE (E)
Preto com faixa amarela e dois cones pela base. Sua luz é branca.
SINAL CARDINAL SUL (S)
Preto abaixo do amarelo com os cones para baixo. Sua luz é branca.
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SINAL CARDINAL OESTE (W)
Amarela com faixa preta e dois cones pelo vértice. Sua luz é branca.

SINAIS DE PERIGO ISOLADO

Sinais de Perigo Isolado é aquele aplicado em cima do perigo e que tenha águas navegáveis em
toda a sua volta. Os sinais são pretos com uma ou mais faixas encarnadas e com duas esferas uma sobre
a outra de tope.
Podem ser de forma cônica, pilar ou charuto. Se luminoso, sua luz aparece em grupos de 2
lampejos brancos: Gr Lp (2) B.

Usados para indicar uma situação especial mencionada em documentos náuticos. Ex: uma bóia
oceanográfica, cabo ou canalização submarina, área para exercícios militares, dragagens, separação de
tráfego, áreas de despejos, áreas de recreação, área de segurança e outros fins especiais.
É de cor amarela e com tope em forma de X.

BALIZAMENTO EM HIDROVIAS

Devido a utilização crescente de “amadores” para fins de esporte e/ou recreio nos rios e nas
hidrovias, foi criada uma sinalização náutica específica.
Os sinais indicam ao navegante o que ele deve fazer para manter-se no canal navegável.

USADOS NAS MARGENS OU PILARES DE PONTES

RETÂNGULO ou QUADRADO VERDE – manter-se junto a margem até o próximo sinal.


TRIÂNGULO ENCARNADO – manter-se junto a margem até o próximo sinal.
X – mudar de margem (cruzar para outra margem na direção do próximo sinal)
H – navegue no meio do rio até o próximo sinal.
+ - perigo isolado
Y – bifurcação de canal
- tráfego nos dois sentidos

CONVENÇÃO PARA USO DAS CORES VERDE E ENCARNADA

Quando descendo o rio – Verde – margem direita


Encarnado – margem esquerda
Quando subindo o rio – Verde – margem esquerda
Encarnado – margem direita

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE – Os símbolos são pintados nas placas com material refletor do
tipo usado em sinalização rodoviária para permitir também a identificação noturna, através do
uso de holofote.
Chamamos a atenção para que utilize também a navegação prática, tomando-se como
referência objetos dos mais diversos. Ex: árvores, casas, etc.

COMBATE A INCÊNDIO

Para que ocorra fogo é preciso que o material combustível tenha contato com oxigênio
(comburente) e ocorra uma temperatura de ignição. Podemos então agrupar os três elementos
responsáveis para que ocorra um incêndio no famoso triângulo do fogo.
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Combustível Comburente (O2)

Temperatura de ignição
Dependendo do tipo de combustível, cada incêndio tem uma classificação.

CLASSE “A” – Ocorrido com combustíveis sólidos inflamáveis, como a madeira, panos, estopas etc.
Pode ser extinguido principalmente por água, porém o CO2 e a espuma podem ser
usados eficientemente.

CLASSE “B” – Ocorrido com combustíveis líquidos inflamáveis, como gasolina, querosene, diesel,
álcool, tintas, etc.
Pode ser extinguido principalmente por agentes abafadores como o CO2, o pó químico
e a espuma. A água deve ser evitada, pois poderá espalhar o incêndio.

CLASSE “C” - É o que acontece com Equipamentos energizados, isto é, enquanto houver corrente
elétrica há necessidade de cuidados especiais, por isso tem uma classificação própria.
Neste caso de incêndio, a primeira providência é cortar a energia. Poderá ser combatido
com CO2 e pó químico.
OBS: Ao se desligar o equipamento, cortando-lhe a energia elétrica, o incêndio para a ser
enquadrado como de classe “A”.

CLASSE “D” – Ocorrido com Metais combustíveis, como magnésio, sódio, potássio, titânio, etc.
Pode ser extinguido usando-se agentes absorventes de calor, tais como certos pós
químicos que não reagem com os metais que estejam queimando.

COMO UTILIZAR OS EXTINTORES

EXTINTOR DE ÁGUA – Apertar o gatilho e direcionar para a base da chama.


EXTINTOR DE ESPUMA - Virar o extintor com a tampa para baixo e dirigir o jato sobre a base da
chama.
EXTINTOR DE CO2 E PÓ QUÍMICO – Retirar o pino de segurança, segurar o difusor e apertar o
gatilho, direcionar o jato para a base do fogo. Evitar contato direto do jato com a pele e os olhos.

REGRAS GERAIS -
- Em locais de difícil acesso, utiliza-se extintores fixos com acionamento automático.
- Devemos sempre combater o fogo, ficando a barlavento (a favor do vento).
- Use o agente extintor na base da chama, o resultado será melhor.

PRIMEIROS SOCORROS

Tem o propósito de socorrer o acidentado de maneira adequada, até que haja socorro médico.
Visa aliviar dores, evitar ou prevenir complicações, podendo-se até salvar vidas.

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FOGO EM VESTUÁRIO

Não corra. Pule na água se houver ou deite-se e role para abafar o fogo.
Assim que tiver apagado as chamas, trate do estado de choque antes mesmo de se ocupar das
queimaduras.

ENJÔO

Com grande freqüência no mar, necessitamos cuidar de uma pessoa enjoada (mareada). O melhor
tratamento é o preventivo. Pessoas com predisposição ao enjôo deverão se posicionar dentro da
embarcação em locais bem ventilados.

AFOGAMENTO

Deite a vítima de bruços com a cabeça virada para o lado para facilitar a saída da água dos
pulmões. A pessoa que for realizar o salvamento deve nadar de modo a aproximar-se pelas costas da
vítima.

INSOLAÇÃO OU INTERMAÇÃO

Ambas são causadas pela ação do calor.


INSOLAÇÃO – Exposição excessiva ao calor do sol.
INTERMAÇÃO – Exposição ao calor radiante ou ambiental (porões, casas de máquinas, etc)

FRATURAS

Podem ser simples ou expostas.


* Simples – O osso quebrado permanece no interior do membro sem perfurar a pele. Poderá,
entretanto, romper um vaso sangüíneo ou cortar um nervo.

* Exposta (há rompimento da pele) – O osso quebrado sai do lugar, rompendo a pele e deixando
exposta uma de suas partes. Esse tipo de fratura pode causar infecção.

Providenciar a imobilização do membro fraturado. Prevenir o estado de choque. Providenciar o


atendimento médico adequado.
Não tente fazer o osso voltar para o lugar e não use água para limpar o ferimento de uma fratura
expostas.
IMOBILIZAÇÃO:
Quando imobilizamos um membro fraturado, devemos proceder da seguinte forma:
- Braços - Imobilizar dobrado.

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- Pernas – Imobilizar usando talas compridas, com ela esticada e com os pés na
posição mais natural possível.
- Tala – É o dispositivo utilizado para imobilizar ossos quebrados, por meio de tiras de
pano amarradas a ela.

HEMORRAGIAS

Ocorrem quando um vaso sanguíneo é lesado.


Nas hemorragias ocorre uma grande perda de sangue. O que devemos fazer?
Devemos estancar, imediatamente, fazendo pressão no local com uma gaze, ou pedaço de pano,
de lençol, de camisa, desde que esteja limpo, se for preciso amarre com uma tira de pano.
A hemorragia externa pode ser:
- ARTERIAL – Sangue escarlate vivo, esguichando em jatos rítmicos.
- VENOSA – Sangue vermelho escuro e com perda contínua.
- CAPILAR – Devido a ferimento comum.
A hemorragia venosa é controlável por pressão local.
A hemorragia arterial é um risco imediato à vida, exigindo pronto atendimento. Em caso de
hemorragia arterial grave, devemos aplicar o torniquete entre o coração e o local do ferimento.
Trate o estado de choque.

Como fazer um torniquete:


a) enrolar um pano largo e resistente entre a ferida e o coração, logo acima do ferimento, dando um
meio nó.

b) No meio nó, colocar um pedaço de madeira, cano, ou outro objeto.

c) Não devemos usar barbantes ou arames que podem machucar o paciente.


d) Após colocada a madeira no meio nó, completar dando um nó completo.
e) Torcemos a madeira até estancar o sangue.

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f) Se a vítima ficar com as extremidades arroxeadas ou frias, afrouxar um pouco o torniquete.
g) Não cubra o torniquete.

Cuidados:
 Desaperte o tornique, um pouco a cada 5 min. Mesmo que a hemorragia não volte logo, deixe o
tornique frouxo: em caso de necessidade, pode apertá-lo rapidamente.
 Mantenha a vítima agasalhada com cobertores ou roupas, evitando contato com chão frio ou
úmido.
 Não dê líquidos quando houver estado de inconsciência ou suspeita de lesão no ventre

QUEIMADURAS

1º Grau – Vermelhidão na pele.


2º Grau – Formação de bolhas.
3º Grau – Cabonização dos tecidos.

TRATAMENTO – Lavar a parte com água em abundância sem esfregar. Cobrir a are queimada
com gaze embebida numa solução forte de ácido bórico ou bicarbonato de sódio. Mantenha em
repouso e previna o estado de choque.
Não aplicar anti-séptico forte, como pós, óleo de máquina ou graxas,
nem tente arrancar pedaços da roupa que por ventura tenha aderido a pele. Não toque as
queimaduras com os dedos, nem fure as bolhas.

RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL

A respiração artificial só obterá êxito se o paciente for atendido o mais cedo possível. Não se deve
esperar condução para leva-lo a um centro médico ou esperar que o médico cheque. Se o paciente for
atendido nos primeiros 2 minutos, a probabilidade de salvamento será de 90%.

MÉTODO BOCA A BOCA

Como o nome indica, trata-se de uma técnica simples em que o socorrista procura apenas encher os
pulmões do acidentado, soprando fortemente em sua boca.
1) Deite a vítima de lado;
2) Com os dedos, retire da boca da vítima qualquer sujeira, coágulos de sangue, dentadura,
balas, etc;
3) Coloque a vítima de frente, com o rosto voltado para cima, levante o pescoço com uma
das mãos e incline sua cabeça para trás mantendo-a nesta posição;

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4) Puxe o queixo da vítima para cima, de forma que a língua não impeça a passagem de ar;

5) Feche bem as narinas da vítima, usando dois dedos: polegar e indicador para evitar que o
ar escape;

6) Coloque sua boca sobre a boca da vítima;


7) Sopre para dentro da boca da vítima, até notar que seu peito está levantando;

8) Levante sua cabeça e deixe a vítima soltar o ar livremente; e


9) Repita o movimento tantas vezes quanto necessário (cerca de 15 vezes por minuto).
Erro! Argumento de opção desconhecido.

MÉTODO HOLGER-NILSEN

É o mais indicado para casos de afogamento, durante a fase inicial de recuperação.


Coloque a vítima de bruços, com o rosto de lado apoiado sobre as mãos, mantendo sua cabeça
mais baixa do que o corpo.
Ajoelhado próximo da cabeça da vítima, espalme as mãos sobre os seus pulmões.
Comprima vagarosamente usando o peso de seu corpo.
Alivie a pressão e volte a posição inicial.
Puxe pelos cotovelos os braços para cima e para frente, simultaneamente. A elevação dos braços
expande o tórax distendendo os músculos, arqueando as costas e aliviando o peso sobre o tórax.
Repita o ciclo doze vezes por minuto.

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MASSAGEM CARDÍACA

Ao verificarmos que o paciente encontra-se sem batimentos cardíacos, ou seja, seu coração não
está batendo, iniciamos o processo de massagem cardíaca.
Como fazê-la:
Colocar as mãos (uma sobre a outra) no peito do paciente, na altura do coração, estender
os braços e fazer os movimentos de comprimir e descomprimir cerca de 69 vezes por minuto.
Quando ocorre parada cardíaca com parada respiratória, deve-se fazer, além da massagem
cardíaca, a respiração boca a boca.
RITMO – Duas pessoas – alternam uma soprada para cada cinco compressões.
Uma pessoa – duas sopradas para cada dez compressões.

NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA PARA EMBARCAÇÕES DE ESPORTE


E/OU RECREIO (NORMAM –03)

PROPÓSITO
Estabelecer normas e procedimentos sobre o emprego das embarcações de esporte e/ou recreio
e atividades correlatas NÃO COMERCIAIS visando à segurança da navegação, à salvaguarda da
vida humana no mar e à prevenção contra a poluição do meio ambiente marinho por tais
embarcações.

COMPETÊNCIA
Compete à Diretoria de Portos e Costas (DPC) estabelecer as normas de tráfego e permanência
nas águas nacionais para as embarcações de esporte e/ou recreio, sendo atribuição das Capitanias dos
Portos (CP), suas Delegacias (DL) e Agências (AG) a fiscalização do tráfego aquaviário, nos aspectos
relativos à segurança da navegação, à salvaguarda da vida humana e a prevenção da poluição ambiental,
bem como o estabelecimento de Normas de Procedimentos relativas à área sob sua jurisdição.
Compete aos Municípios estabelecer o ordenamento do uso das praias, especificando as áreas
destinadas a banhistas e à prática de esportes.
Assim, a fiscalização do tráfego de embarcações nas áreas adjacentes às praias, quer sejam
marítimas, fluviais ou lacustres, poderá ser delegada as administrações municipais, visando a dar
proteção à integridade física de banhistas, desportistas e assemelhados.

DEFINIÇÕES

AMADOR - Amador é todo aquele com habilitação certificada pelo Representante da Autoridade
Marítima para operar embarcações de esporte e/ou recreio, em caráter não profissional.
a) Categorias
São distribuídos pelas seguintes categorias:
CATEGORIA SIGLA
Capitão-Amador CPA
Mestre-Amador MSA
Arrais-Amador ARA
Motonauta MTA
Veleiro VLA

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b) Habilitação
Os amadores serão habilitados por meio da Carteira de Habilitação de Amador (CHA) e
serão cadastrados no Sistema Informatizado de Cadastro do Pessoal Amador (SISAMA), nas seguintes
categorias:
Capitão-Amador - apto para conduzir embarcações entre portos nacionais e estrangeiros,
sem limite de afastamento da costa.
Mestre-Amador - apto para conduzir embarcações entre portos nacionais e estrangeiros
nos limites da navegação costeira.
Arrais-Amador - apto para conduzir embarcações nos limites da navegação interior.
Motonauta - apto para conduzir JET-SKI nos limites da navegação interior.
Veleiro - apto para conduzir embarcações a vela sem propulsão a motor, nos limites da
navegação interior.

CLUBES NÁUTICOS
Clubes que incluam a prática das atividades náuticas, voltadas para o lazer e o esporte,
devidamente regularizados junto ás autoridades competentes.

COMANDANTE
É a designação genérica de quem comanda a embarcação. É o responsável por tudo o que
diz respeito à embarcação, seus tripulantes e demais pessoas a bordo.

DOCUMENTAÇÃO OBRIGATÓRIA A BORDO


Toda embarcação de esporte e/ou recreio deve ter os seguintes documentos a bordo:
- Título de Inscrição da Embarcação (TIE)
- RIPEAM – Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar.
- Habilitação do Condutor
- Cartas Náuticas atualizadas da região onde costuma navegar.
- Bilhete de Seguro Obrigatório (vigente)
- Termo de Responsabilidade

EMBARCAÇÕES MIÚDAS
São embarcações miúdas, embarcações menores ou iguais a 5 metros de comprimento e
propulsão a motor, sujeitas à inscrição.

INSCRIÇÃO
Inscrição de uma embarcação é o seu cadastro na Capitania, com a atribuição do número de
inscrição e a expedição do respectivo Título de Inscrição de Embarcação (TIE).

LOTAÇÃO
Quantidade máxima de pessoas autorizadas a embarcar.

MARINAS
Organizações prestadoras de serviços aos navegantes amadores e desportistas náuticos e afins,
regularizadas junto às autoridades competentes.

REGISTRO
Registro de embarcação é o seu cadastro, com a atribuição do número de registro e a competente
expedição da Provisão de Registro da Propriedade Marítima (PRPM).
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PROPRIETÁRIO
É a pessoa física ou jurídica em nome de quem a embarcação está inscrita.

PASSAGEIRO
Aquele que não faz parte da tripulação e está a bordo da embarcação.

TRIPULANTE
Todo amador ou profissional que exerce funções, embarcado, na operação da embarcação.

DEVERES DO COMANDANTE, TRIPULANTE E PASSAGEIRO

a) Comandante
1) Cumprir e fazer cumprir por todas s pessoas a bordo, a legislação, as normas e os regulamentos;
2) Manter a disciplina na sua embarcação, zelando pelo cumprimento dos deveres dos tripulantes e
passageiros;
3) Fazer inspecionar a embarcação, pelo menos uma vez por dia, para verificar as condições de
asseio e higiene;
4) Cumprir as disposições previstas nas instruções sobre os meios de salvamento a bordo;
5) Tomar todas as precauções para a completa segurança da embarcação, quer em viagem, quer no
porto;
6) Manter a derrota determinada e os portos de escala da embarcação;
7) Estudar cuidadosamente as cartas náuticas e roteiros da costa e dos portos em que navegar;
8) Cumprir e fazer cumprir o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar
(RIPEAM);
9) Fazer que todos conheçam seu lugar e dever em casos de incêndio, colisão e outras situações de
emergência;
10) Assumir, pessoalmente, a direção da embarcação sempre que necessário, como por ocasião de
travessia perigosa, da entrada e saída de portos, da atracação e desatracação, de mau tempo e em
qualquer situação de perigo;
11) Socorrer embarcação em perigo ou em caso de acidente, prestando o auxílio que for possível,
desde que não coloque em sério risco sua própria embarcação;
12) Não abandonar a embarcação, por maior perigo que ofereça, a não ser em virtude de naufrágio;
13) Dar conhecimento às Capitanias, de todas as ocorrências que encontrar não registradas em cartas
náuticas, tais como: casco soçobrado ou em abandono, acidentes ou obstáculos à navegação não
demarcados, baixios, recifes, etc..
14) Informar, pelo meio mais rápido de comunicação que dispuser, qualquer alteração observada no
funcionamento dos faróis, nas bóias e balizas;
15) Comunicar à Capitania, Delegacia ou Agência qualquer incidente que ocorrer com a embarcação
sob seu comando.

b) Tripulante
1) obedecer ao Comandante e abster-se de rixas e desordens a bordo;
2) auxiliar nas manobras de fundeio, atracação e desatracação da embarcação; e
3) cooperar para o salvamento de passageiros, facilitando os meios e o desembarque de pessoas se
for o caso.

c) Passageiro

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1) obedecer ao Comandante e à tripulação no que diz respeito às determinações impostas pelas
contingências da operação da embarcação;
2) abster-se de rixas a bordo;
3) cooperar na manutenção da disciplina a bordo;
4) cooperar nas fainas (trabalhos) de emergência atendendo prontamente às determinações do
Comandante e da tripulação.

HABILITAÇÃO

A condução da embarcação deverá ser feita por um habilitado.


Os condutores de canoas, caiaque, caíque, pedalinho ou pranchas, utilizados para recreio ou
prática de esporte, estão dispensados de habilitação.
As normas para inscrição nos exames de amadores, os requisitos e demais informações constam
das Normas para Habilitação e Cadastro de Aquaviários e Amadores – NORMAM-13, da Diretoria de
Portos e Costas.

CONTRATO DE EMBARQUE DE PESSOAL HABILITADO PARA CONDUZIR


EMBARCAÇÕES DE ESPORTE E/OU RECREIO

a) As embarcações de esporte e/ou recreio poderão ser tripuladas por pessoal profissional ou
amador. Quando o proprietário optar por tripulante profissional deverá requer à Capitania, Delegacia ou
Agência, a emissão do CTS (Cartão de Tripulação de Segurança). Nesse requerimento o proprietário
deverá manifestar o compromisso de regularizar a situação dos contratados no que diz respeito à
legislação trabalhista.
b) Ao fixar a tripulação de segurança, será levado em conta a relação de tripulantes considerada
conveniente pelo proprietário, bem como os critérios estabelecidos para as embarcações similares
aplicadas na atividade profissional. A tripulação poderá ser mista, tendo no comando da embarcação um
amador.

NORMAS DE TRÁFEGO E PERMANÊNCIA


PRESCRIÇÕES REGIONAIS

As condições de acesso, permanência, tráfego e saída das embarcações em relação aos portos,
fundeadouros, rotas, canais e águas sob jurisdição nacional são estabelecidas pelas Capitanias, através de
suas Normas de Procedimentos em suas áreas de jurisdição.
Toda embarcação deve obedecer às seguintes regras, quando pertinente:
1) não é permitido lançar ferro em local onde possa ocorrer prejuízo para o tráfego do porto e
vias navegáveis ou causar danos às canalizações e cabos submarinos. Na ocorrência do desrespeito a
esta regra, o infrator estará sujeito, além das penalidades previstas, a reparar os danos ou prejuízos
causados.
2) Não é permitido movimentar propulsores havendo perigo de acidentes com pessoas que
estejam na água ou de avarias em outra embarcação.
3) Somente as embarcações que possuem luzes de navegação, previstas no RIPEAM, podem
operar sem restrições quanto ao horário, durante o dia ou a noite. Os equipamentos ou atividades de
lazer que interfiram na navegação somente podem permanecer operando nas águas a luz do dia, isto é,
entre o nascer e o porto do sol.
4) As embarcações não deverão provocar marolas desnecessárias em áreas de pouco espaço ou
congestionamento de embarcações.

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5) O RIPEAM aplica-se às águas costeiras, lagos, rios e canais, principalmente no que diz
respeito à preferência entre embarcações , situações de ultrapassagem, de roda a roda e de rumos
cruzados.
6) As embarcações não deverão cortar a proa de outra embarcação em movimento, ou reduzir a
distância perigosamente, principalmente em situações de pouca visibilidade.
7) É proibido exceder a lotação.

PLANEJAMENTO DA SINGRADURA

O planejamento da singradura visa estabelecer controles e informações de forma que seja


possível facilitar a descrição e localização da embarcação em caso de emergência.
Para qualquer saída da embarcação, desde que não seja para as imediações do local de atracação
e, especialmente para as saídas da barra a fora, o proprietário ou responsável está obrigado a entregar na
marina organizada ou clube náutico a que estiver filiado, ou deixar com qualquer parente ou
representante em terra, antes do início da viagem, o Plano de navegação. As informações contidas no
Plano de Navegação poderão, ainda, ser passadas por rádio as marinas e clubes náuticos.
Antes de sair para o passeio ou viagem, o condutor da embarcação deve tomar conhecimento das
previsões meteorológicas disponíveis. Durante o passeio ou a viagem, o condutor deverá estar atento a
eventuais sinais de mau tempo, como aumento da intensidade do vendo, do estado da agitação do mar e
queda da pressão atmosférica.
Para evitar que a embarcação fique à deriva por falta de combustível, recomenda-se que o
responsável utilize a chamada regra de “um terço”, quando calcular o combustível para o passeio:
- 1/3 para a ida
- 1/3 para a volta
- 1/3 para a reserva.

ÁREAS SELETIVAS PARA A NAVEGAÇÃO

As embarcação trafegando ou exercendo suas atividades nas proximidades de praias do litoral e


dos lagos, lagoas e rios, deverão respeitar os limites impostos para a navegação, de modo a resguardar a
integridade física de banhistas.
Considerando como linha base, a linha de arrebentação das ondas ou, no caso de lagos e lagoas,
onde se inicia o espelho d´água, são estabelecidos os seguintes limites em áreas com frequência de
banhistas:
1) embarcações com propulsão a remo ou a vela a partir de 100 metros da linha base.
2) Embarcações com propulsão a motor, ultraleves, poderão trafegar a partir de 500 metros da
linha base.
3) As embarcações de aluguel, que operam nas imediações das praias e margens, deverão Ter
sua área perfeitamente delimitada, pelo proprietário das embarcações, através de bóias devidamente
aprovadas. A atividade deverá ser autorizada pelo poder público estadual ou municipal e os limites
estabelecidos em comum acordo com a autoridade municipal competente.
4) Compete ao poder público, através dos Planos de Gerenciamento Costeiro estabelecer o uso
para os diferentes trechos de praias ou margens.
5) Em princípio, a extremidade navegável das praias é o local destinado para lançamento ou
recolhimento de embarcações na água ou embarque e desembarque de pessoas. O fundeio nessa área
será permitido apenas pelo tempo mínimo necessário ao embarque ou desembarque.
6) Os critérios de afastamento do litoral seguem as limitações impostas ás embarcações pela sua
classificação. As embarcações miúdas, cujo ponto de permanência esteja situado na costa, não deverão
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se afastar a mais de mil metros de seu ponto de origem, tendo em vista não disporem dos necessários
equipamentos para segurança de seus ocupantes.

ÁREAS DE SEGURANÇA

Não é permitido o tréfego e fundeio de embarcações nas seguintes áreas:


a) a menos de 200 metros das instalações militares;
b) usinas hidrelétricas, termoelétricas;
c) fundeadouros de navios mercantes;
d) canais de acesso aos portos;
e) proximidades das instalações do porto;
f) a menos de 500 metros das plataformas de prospeção de petróleo;
g) áreas especiais nos prazos determinados em Avisos aos Navegantes; e
h) as áreas adjacentes às praias, reservadas para os banhistas.
Os limites das áreas próximas a usinas hidrelétricas, serão fixados e divulgados pelas
concessionárias responsável, pelo reservatório de água.

SEGURO OBRIGATÓRIO

Todas as embarcações inscritas deverão possuir seguro obrigatório de danos pessoais


causados por embarcações (DPEM), de forma a possibilitar indenizações por morte, invalidez
permanente e despesas com assistência médica. O direito à indenizações decorrerá da simples prova de
ocorrência do acidente, independentemente da existência de culpa.

SALVAGUARDA DA VIDA HUMANA

Qualquer pessoa, especialmente o Comandante, é obrigado, desde que possa fazer sem perigo
para sua embarcações, socorrer a quem estiver em perigo de vida no mar.
Qualquer pessoa que tomar conhecimento da existência de vida humana em perigo no mar,
nos portos ou vias navegáveis interiores, deverá comunicar o fato ao representante da Autoridade Naval
mais próximo, com maior rapidez possível.
Nada é devido pela pessoa socorrida, independentemente das circunstâncias em que foi
encontrada.
ASSISTÊNCIA E SALVAMENTO À EMBARCAÇÃO

Quando a embarcação, em perigo representar um risco de dano a terceiros ou ao meio


ambiente, o proprietário é o responsável pelas providências necessárias a anular ou minimizar esse risco.
O Comandante deverá tomar todas as medidas possíveis para obter o salvamento e deverá,
juntamente com a tripulação, cooperar integralmente com os salvadores.

ATIVIDADES QUE PODEM INTERFERIR NA NAVEGAÇÃO

São as atividades esportivas ou de lazer, que podem interferir na navegação, tais como esqui
aquático, pára-quedas rebocado, operação de mergulho amador, etc..
A prática do esqui-aquático, o reboque de dispositivo flutuante tipo bóia cilíndrica (Banana
Boat), pára-quedas e similares, são atividades cujo controle, está na esfera dos órgãos competentes do
local.
No que diz respeito a segurança da navegação e preservação da integridade física de
banhistas, a utilização dos dispositivos rebocados e a prática de esqui aquático deverão ser realizadas

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além de 200 metros da linha base e mantida uma distância de, no mínimo, uma vez o comprimento do
cabo de reboque, das demais embarcações em movimento ou fundeadas.
A embarcação rebocadora deverá, além de seu condutor, dispor de um outro tripulante a
bordo, para observar o esquiador ou a pessoa rebocada, de modo que o responsável pela condução possa
estar com sua atenção permanentemente voltada para as manobras da embarcação.
As embarcações que rebocam devem ser especialmente adaptadas para essa atividade.
As fainas de embarque e desembarque de utilizadores dos equipamentos em pauta deverão
ser realizadas, preferencialmente, em atracadouros, cais ou trapiches, que ofereçam plenas condições de
segurança. Admite-se o embarque fora dos atracadouros próprios, especialmente em praias, quando em
local demarcado e reservado para essa finalidade, desde que a segurança dos banhistas e utilizadores dos
equipamentos esteja assegurada.
É obrigatório o uso de coletes salva-vidas por todos os que se encontrarem a bordo.

MOTO AQUÁTICA (JET SKI)

Essas embarcações possuem, normalmente, propulsão a jato d´água e desenvolvem altas


velocidades. Sua manobrabilidade está condicionada a vários fatores, tais como o estado e as condições
da água e do vento e, principalmente, à habilidade e prática do condutor. Torna-se necessária a adoção
de determinadas medidas preventivas de segurança.
Equipamentos de segurança obrigatórios
1) Coletes salva-vidas
2) Chave de segurança atada ao pulso, ao colete ou a qualquer outra parte do condutor, de
forma que ao se separar fisicamente da embarcação em movimento a propulsão seja desligada
automaticamente.
Visibilidade
A visibilidade do condutor de moto aquática é prejudicada no setor de vante em função da
inclinação da embarcação e dos respingos d´água e nos demais setores pela própria velocidade da
embarcação. Recomenda-se cautela adicional ao condutor.
Reboque
Em face das diversas peculiaridades e restrições de segurança apresentadas pela moto
aquática é proibido o emprego deste tipo de embarcação para reboque. Somente é autorizado as com
mais de dois lugares e por aquelas empregadas no serviço de salvamento da vida humana.
ULTRALEVES

As aeronaves tipo ultraleves, além de cumprirem a legislação que regula as atividades


aeronáuticas, deverão restringir as operações de pouso e decolagem na água, em área além de 500
metros da linha base.

OPERAÇÃO DE MERGULHO AMADOR

Toda embarcação impossibilitada de manobrar em apoio à atividade de mergulho amador,


deverá exibir uma bandeira ALFA que significa tem mergulhador na água, mantenha-se afastado e a
baixa velocidade. Esta bandeira poderá ser substituída pela flâmula vermelha com faixa transversal
branca, específica da atividade de mergulho.

ALUGUEL DE EMBARCAÇÕES

O aluguel de embarcações somente poderá ser realizado para pessoas devidamente


habilitadas, caso a embarcação seja alugada sem tripulação. Deverá ser mantido um registro com o nome
do locatário, seu documento de habilitação e endereço.
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A pessoa que alugou a embarcação de esporte e/ou recreio não poderá utiliza-la em atividade
comercial, como transporte de passageiros ou turismo e diversão, mediante pagamento de passagem ou
remuneração do serviço prestado. O aluguel é admitido com finalidade de diversão, para uso próprio ou
de grupo especialmente constituído.
As entidades que dispuserem de mais de uma embarcação para aluguel, deverão manter um
registro das embarcações sob sua guarda e responsabilidade, à disposição dos órgãos fiscalizadores.
Deverão ser fornecidas, ao usuário, instruções impressas sobre procedimentos de segurança,
contendo as seguintes orientações básicas, além de outras que forem julgadas necessárias:
1) área que o usuário poderá navegar.
2) Cuidados com a navegação.
3) Cuidados com banhistas.
4) Uso obrigatório de coletes salva-vidas apropriado.
5) Uso do apito do colete, no caso de necessidade de ajuda.
6) Uso dos demais equipamentos de segurança, no caso de moto aquática.
7) Delimitação da área onde o usuário poderá navegar, através de balizamento náutico.

INSCRIÇÃO DA EMBARCAÇÃO

PRAZO DE INSCRIÇÃO

A inscrição e/ou registro deverá ser efetuada num prazo de 15 dias após a aquisição da
embarcação.

PROCEDIMENTOS PARA INSCRIÇÃO (REGISTRO) OU TRANSFERÊNCIA

Os procedimentos para inscrição dependerão do comprimento da embarcação.

a) Embarcações com comprimento igual ou maior do que 24 metros (Iate) e com


AB maior que 100 (Iate):

Apresentar na CP/DL/AG o BADE (Boletim de Atualização de Embarcações - ANEXO 2-A)


devidamente preenchido bem como os documentos exigidos, descritos no seu verso.
Para essas embarcações é obrigatório o registro no Tribunal Marítimo (TM). Portanto, o
órgão de inscrição de posse do BADE preenchido e da documentação pertinente deverá proceder a
inscrição e emitir, pelo SISMAT, o Documento Provisório de Propriedade (DPP) (ANEXO 2-C)

b) Embarcações de médio porte:

Apresentar na CP/DL/AG o Boletim de Atualização de Embarcações (BADE), devidamente


preenchido bem como os documentos exigidos, descritos no seu verso .
De posse do BADE, devidamente preenchido, e da documentação pertinente apresentada, o
órgão de inscrição expedirá o respectivo Título de Inscrição da Embarcação (TIE), que deverá ser
emitido pelo Sistema do Material da Marinha Mercante (SISMAT)

c) Embarcações miúdas:

As embarcações miúdas com propulsão a motor estão sujeitas à Inscrição Simplificada, que
consistirá na entrega, à CP/DL/AG, do Boletim de Cadastramento de Embarcações Miúdas (BCEM) ,
juntamente com cópia autenticada da nota fiscal, recibo ou declaração do interessado, sob as penas da
Lei, de que construiu a própria embarcação.
32
As embarcações miúdas, sem propulsão a motor, e as usadas como auxiliares de outra
maior e cujo motor não exceda a 30HP, estão dispensadas de inscrição, podendo todavia, serem
inscritas por solicitação do proprietário.

CANCELAMENTO DE INSCRIÇÃO OU REGISTRO

a) Cancelamento do Registro
O cancelamento do registro de embarcações deverá preceder ao da inscrição e será
determinado “ex-officio” pelo Tribunal Marítimo ou a pedido do proprietário.
O cancelamento “ex-officio” ocorrerá quando:
- provado ter sido o registro feito mediante declaração, documentos ou atos inquiridos de
dolo, fraude ou simulação; e
- determinado por sentença judicial transitada em julgado.

O cancelamento por solicitação do proprietário ocorrerá no prazo máximo de 2 (dois) meses,


a partir da data dos seguintes eventos:
- a embarcação deixar de pertencer a qualquer das pessoas caracterizadas no item 0209;
- a embarcação tiver que ser desmanchada;
- a embarcação for confiscada ou apresada por governo estrangeiro;
- extinto o gravame que provocou o registro da embarcação.

b) Cancelamento da Inscrição
O cancelamento da inscrição de embarcação ocorrerá, obrigatoriamente, quando:
- a embarcação deixar de pertencer a qualquer das pessoas na qual estava registrada;
- houver naufragado;
- for desmontada para sucata;
- for abandonada;
- tiver seu paradeiro ignorado por mais de dois (2) anos;
- tiver o registro anulado;
- provado ter sido a inscrição feita mediante declaração, documentos ou atos inquiridos de
dolo, fraude ou simulação; e
- determinado por sentença judicial transitado em julgado.

O pedido de cancelamento de inscrição é obrigatório, devendo ser solicitado pelo


proprietário ou seu representante legal dentro de um prazo de quinze (15) dias contados da data em que
foi verificada a circunstância determinante do cancelamento.
Caso o pedido de cancelamento não tenha sido feito e o endereço do proprietário seja
desconhecido, o órgão de inscrição fará publicar ou afixará editais para que seja cumprido o estabelecido
neste item.

Depois de cancelada a inscrição, qualquer embarcação só poderá navegar mediante


requerimento para revalidar essa inscrição cancelada, pagamento de multa, se houver, apresentação dos
documentos julgados necessários e realização de vistoria (quando aplicável).

As embarcações sujeitas a vistorias e com paradeiro ignorado por mais de três (3) anos terão
suas inscrições canceladas e deverão ser excluídas do SISMAT.

REGULARIZAÇÃO DE EMBARCAÇÕES – INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS DOS


CONSTRUTORES

33
Manual do Proprietário

Os construtores de embarcações de esporte e/ou recreio, especialmente aquelas produzidas em


série, são obrigadas a elaborar um “Manual do Proprietário”, com a maior quantidade de informações
possíveis sobre a embarcação, tais como, características, operacionalidade e limitações da embarcação.

Placas

Uma placa deverá estar afixada na embarcação, cujos dizeres não se deteriorem com a ação da
água e do tempo, contendo os seguintes dados:
- LOTAÇÃO
- COMPRIMENTO TOTAL (do bico de proa ao espelho de popa)
- POTÊNCIA MÁXIMA DE PROPULSÃO (HP – para propulsão a motor)

Obrigações do Proprietário

- Estar devidamente habilitado;


- Inscrever a embarcação;
- Certificar-se de que os coletes e demais equipamentos estejam em ordem;
- Efetuar a manutenção recomendada; e
- Conhecer e cumprir as normas da Marinha.

MATERIAL DE NAVEGAÇÃO

Luzes, Marcas e Sinais luminosos

As embarcações de esporte e/ou recreio deveão ser dotadas de luzes, marcas, equipamentos para
sinais sonoros e luminosos, de acordo com o RIPEAM.

Cartas Náuticas

Todas as embarcações, exceto as miúdas, deverão possuir cartas náuticas atualizadas das áreas
onde estiverem navegando.

Equipamentos Náuticos

Para embarcações empregadas em mar aberto é recomendado o uso dos seguintes equipamentos:
- Ecobatímetro
- EPIRB
- Indicador de ângulo do leme
- Odômetro de fundo
- Odômetro de Superfície
- Radar

MATERIAL DE SALVATAGEM

Coletes Salva-vidas

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É obrigatório dispor a bordo de coletes salva-vidas compatíveis com a classe da navegação, isto
é, classe II para mar aberto e classe III para águas interiores. Os coletes a bordo deverão
obrigatoriamente coincidir ou superar o número de pessoas embarcadas.

RECURSOS DE COMUNICAÇÃO

Equipamentos

As embarcações classificadas para a navegação de mar aberto, deverão possuir os seguintes


equipamentos de comunicações:
- Equipamento rádio VHF marítimo;
- Transceptor HF, com potência suficiente para operar a uma distância de, pelo menos
75 milhas da costa quando efetuarem singraduras a mais de 30 milhas da costa;
- Equipamento portátil de VHF para uso em caso de abandono da embarcação ou falha
de operação do equipamento orgânico.

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Extintores

As embarcações deverão ser dotadas com extintores portáteis de combate a incêndio.


Os extintores de incêndio das embarcações de esporte e/ou recreio poderão ser de espuma, CO2
ou pó químico.
As recargas dos extintores deverão ser realizadas por firmas credenciadas.

Sistema Fixo

Sistema fixo é todo aquele que, por construção, integra organicamente a embarcação. É instalado
em locais fixos. O sistema fixo não exime a embarcação de possuir os extintores portáteis.

CLASSIFICAÇÃO DA EMBARCAÇÃO

As embarcação são classificadas como se segue abaixo:

Por tipo de navegação


- mar aberto
- interior

Por Atividade ou serviço


- Esporte e/ou recreio

Por Propulsão
- com propulsão
- sem propulsão

Por tipo de embarcação


- lancha
- saveiro
- veleiro

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As embarcações classificadas em atividades profissionais, poderão, eventualmente, ser utilizadas
em atividade de esporte e/ou recreio, entretanto as embarcações classificadas como esporte e/ou recreio
não poderão, sem prévia autorização da Marinha, ser empregadas em atividades profissionais.
A reclassificação da embarcação de esporte e/ou recreio para uma categoria de navegação com
exigências de segurança e comunicações superiores deverá ser solicitada à Marinha, ainda que seja
apenas para uma única viagem.
A embarcação, classificada de mar aberto, estará dispensada de portar o material de salvatagem e
equipamentos específicos de sua classe de navegação (tais como balsa salva vidas) quando navegando
em águas interiores.

NOME DA EMBARCAÇÃO

O nome da embarcação é proposto pelo seu proprietário e homologado juntamente com o


processo de inscrição e ou registro da embarcação. Não é feita reserva de nome para embarcações.
As Capitanias, poderão, sem prévia consulta a DPC autorizar e alterar os nomes das embarcações
classificadas na navegação interior.
As Capitanias reservam-se no direito de não autorizar nomes que possam causar
constrangimento.
As embarcações pertencentes a pessoas jurídicas, poderão receber nomes complementares ou
adicionais para melhor controle da propriedade.

INDICAÇÕES VISUAIS DA EMBARCAÇÃO

São marcações obrigatórias para as embarcações:


- nome da embarcação na popa, juntamente com o porto de inscrição
- nome da embarcação na metade de vante do costado, em ambos os bordos
- lotação máxima permitida, em local visível no interior da embarcação

As marcações deverão ser executadas de modo visível e durável, com letras e algarismos não
maiores que dez centímetros de altura.
Além das marcações obrigatórias, poderão ostentar na popa a sigla ou o logotipo do iate clube ou
marina a que estiver filiada.
As embarcações miúdas, estão dispensadas de marcação. Poderá ser colocado, facultativamente
o nome da embarcação.

TERMO DE RESPONSABILIDADE

As embarcações estão dispensadas da realização de vistorias periódicas. Esta dispensa está


vinculada à apresentação, pelo proprietário, de um Termo de Responsabilidade, que será necessário
para inscrição ou registro da embarcação com comprimento maior ou igual a 5 metros.
O proprietário preencherá duas vias do Termo de Responsabilidade. A primeira via ficará
arquivada no local de inscrição da embarcação e a segunda devidamente protocolada ficará de posse do
proprietário.
No Termo entregue, o proprietário assumirá a responsabilidade pelos equipamentos obrigatórios
e normas vigentes para classe de navegação.

INSPEÇÃO

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Qualquer embarcação está sujeita a ação de Inspeção Naval para verificação do cumprimento da
legislação e normas pertinentes à navegação, inclusive do cumprimento do compromisso assumido pelo
proprietário através do Termo de Responsabilidade.

FISCALIZAÇÃO

EMBARCAÇÕES SUJEITAS À FISCALIZAÇÃO

Qualquer embarcação está sujeita a ação de Inspeção Naval para constatação do cumprimento do
compromisso assumido pelo proprietário através do Termo de Responsabilidade, ou de suas condições
de segurança, especificamente quanto a:
- Identificação da embarcação;
- Habilitação do condutor;
- Cumprimento das restrições das áreas de navegação;
- Tráfego em áreas de segurança;
- Observância dos requisitos de segurança estabelecidos para eventos náuticos;
- Poluição;
- Cumprimento do horário permitido, para embarcações com restrição de horário.

INFRAÇÕES

As infrações praticadas serão punidas conforme previsto na regulamentação e normas emitidas


pela Autoridade Marítima.

CONSTATAÇÃO DA INFRAÇÃO

A infração será constatada:


- No momento em que for praticada;
- Mediante apuração posterior;
- Mediante Inquérito Administrativo.

AUTO DE INFRAÇÃO – LAVRATURA

Constatada a infração será lavro o competente Auto de Infração. O Auto de Infração eserá
lavrado pelos inspetores navais ou fiscais municipais, com cópia para o infrator, para julgamento pelo
representante local da Autoridade Marítima.

AUTO DE INFRAÇÃO – JULGAMENTO

Lavrado o auto, o infrator disporá de 15 dias úteis de prazo para apresentar sua defesa. Não
sendo apresentada, no prazo estabelecido o auto será julgado a revelia do infrator.
Considerado procedente o auto, será estabelecida a pena e dada ciência ao infrator. Caso a pena
imposta seja multa, o infrator terá um prazo de 15 dias para pagamento.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

O infrator poderá efetuar pedido de reconsideração da multa imposta ou de qualquer decisão


proferida à própria Autoridade, num prazo de 5 dias úteis, contados da data da notificação.

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PEDIDO DE RECURSO

O infrator, caso não tenha sido deferido o pedido de reconsideração e não concorde com a pena
imposta, poderá ainda recorrer da decisão, através de recurso, sem efeito suspensivo, dirigido à
autoridade imediatamente superior àquela que proferiu a decisão, no prazo de 5 dias úteis contados da
data da decisão do pedido de reconsideração.
O recurso deverá ser apresentado à autoridade, para que esta o encaminhe, com suas
considerações e argumentos, à autoridade a quem é dirigido.

APREENSÃO DA CARTEIRA DE HABILITAÇÃO

O amador terá sua carteira de habilitação apreendida, quando:


- entregar a condução da embarcação a pessoa não habilitada;
- conduzir a embarcação em estado de embriaguez ou sob efeito de substância tóxicas;
- utilizar comercialmente a embarcação para transporte de passageiro ou carga;
- utilizar a embarcação para a prática de crime.

O amador que tiver sua carteira de habilitação apreendida e for encontrado conduzindo
embarcação terá sua carteira de habilitação cancelada. Será cancelada, também, pelo Diretor de Portos e
Costas a carteira de habilitação do amador que reincidir nas faltas listadas acima.

INTERRUPÇÃO DA SINGRADURA, RETIRADA DE TRÁFEGO OU IMPEDIMENTO


DE SAÍDA DA EMBARCAÇÃO

A embarcação terá sua saída impedida ou será retirada de tráfego pelo tempo necessário para
sanar as irregularidades, quando flagrada nas seguintes situações:
a) quando seu condutor tiver sua carteira de habilitação apreendida e não existir pessoa a bgordo
habilitada para conduzir a embarcação.
b) Com excesso de lotação;
c) Condutor sem habilitação específica para a área em que está navegando.
d) Falta de extintores de incêndio ou extintores fora do prazo de validade.
e) Falta de coletes salva-vidas suficientes para todos a bordo no momento da inspeção.
f) Falta de equipamento ou equipamento de comunicação de rádio obrigatório avariado.
g) Sem equipamento para produção dos sinais sonoros previstos no RIPEAM.
h) Poluindo o ambiente, seja com óleo, combustível ou detritos lançados na água.
i) Com o sistema elétrico inoperante.
j) Sem aparelho de fundeio.
k) Com falta das embarcações de sobrevivência/balsa salva vidas.
l) Com bússola ou agulha magnética inoperante.

O enquadramento nas situações descritas levará em conta o tipo de embarcação, a área em que
está navegando e os equipamentos ou dispositivos constantes da sua dotação.

APREENSÃO DA EMBARCAÇÃO

As embarcações serão apreendidas, quando flagradas nas seguintes situações.


a) navegando em área para a qual não foi classificada.
b) Conduzida por pessoal sem habilitação.
c) Trafegando sem TIE.
d) Sendo utilizada para a prática de crime.
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e) Trafegando sem as luzes e marcas previstas nas normas em vigor.
f) Trafegando em péssimo estado de conservação.
g) Quando deixar de atender determinação para interromper a singradura.
h) Em caso de violação de lacre da Capitania.
i) Classificada como de esporte e/ou recreio e estiver sendo utilizada comercialmente.
j) Descumprindo as restrições estabelecidas nas áreas seletivas para a navegação.
k) Trafegando em área de segurança.
l) Quando estiver sendo conduzida em estado de embriaguez ou sob efeito de substãncia tóxica.

Quando ocorrer apreensão da embarcação será, obrigatoriamente, lavrado o auto de apreensão,


que deverá ser assinado pela autoridade que apreendeu e, se possível, por testemunhas.

DEPÓSITO E GUARDA DA EMBARCAÇÃO APREENDIDA

As embarcações ficarão apreendidas até que sejam sanadas as deficiências encontradas e serão
recolhidas ao depósito da Capitania.
Se a embarcação apreendida não puder ser removida para o depósito, poderá ser lacrada,
impossibilitando sua movimentação e entregue a um fiel depositário.
Se em um prazo de 90 dias, contados da data da apreensão, o proprietário não sanar as
irregularidades e não se apresentar ao órgão competente para retira-la, será notificado a faze-lo, sob pena
de ser a embarcação vendida em leilão.
A embarcação apreendida somente será restituída ao proprietário depois que forem quitadas:
1) As despesas realizadas em decorrência da apreensão da embarcação.
2) As despesas realizadas com a guarda e conservação da embarcação.
3) As multas e taxas devidas.

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