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TRANSPORTE MARÍTIMO

INTERNACIONAL

NOMENCLATURA E GEOMETRIA DO NAVIO

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Olá!
Nesta aula iremos apresentar a nomenclatura básica de um navio mercante, rotineiramente utilizada a bordo e

nos terminais portuários.

Além disso, serão conceituados os principais termos comerciais utilizados no relacionamento comercial entre

Proprietários, Armadores e Operadores de Navio com os seus Agentes Marítimos e seus clientes.

Para finalizar, a aula terá um Glossário simples, contendo os termos mais usuais a bordo de navios e nos portos.

Ao fim desta aula, você será capaz de:

1) Identificar os principais termos técnicos sobre a geometria do navio;

2) Reconhecer o significado dos principais termos comerciais utilizados no transporte marítimo internacional.

1 Geometria do navio
Vamos conhecer agora a geometria do navio!

O comprimento total do navio, também é conhecido como COMPRIMENTO RODA-A-RODA (Lenght Overall -

LOA) e é utilizado como medida para fins de cobranças de manobras de atracação, docagens, tarifas portuárias,

etc.

A parte dianteira do navio é chamada de PROA e a parte traseira é denominada POPA, conforme a figura abaixo:

As duas partes laterais em que o casco se divide transversalmente (divide o navio em 2 lados no sentido do

comprimento) são conhecidas como os BORDOS do navio. Olhando o navio pela popa, o lado direito chama-se

BORESTE e o lado esquerdo chama-se BOMBORDO. Veja na figura abaixo:

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Saiba mais sobre a geometria do navio.

Casco

A parte externa do navio chama-se CASCO, dividido em FUNDO e COSTADO. O fundo é a parte inferior e o

costado é a parte lateral do casco. As faces internas do costado chamam-se AMURADAS.

Convés

Todos os pisos (ou andares do navio) são chamados de CONVÉS. Denomina-se CONVÉS PRINCIPAL o convés

mais alto, visível e contínuo de proa a popa. Em ambos os bordos há aberturas laterais no costado, denominadas

PORTALÓ, onde são colocadas escadas para o acesso de pessoas ao navio.

Balaustrada

A BALAUSTRADA é uma espécie de corrimão ao longo dos bordos, ou em qualquer limite de convés principal,

destinado à proteção das pessoas e cargas que transitem ou estejam no convés.

QUILHA é uma chapa muito espessa, colocada longitudinalmente na parte externa do casco, destinada a dar

resistência longitudinal ao costado. É a espinha dorsal e a parte mais importante do navio.

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O local onde estão instalados os motores auxiliares (geradores), motor principal e demais equipamentos

necessários à condução do navio é chamado de PRAÇA DE MÁQUINAS.

Os compartimentos estanques destinados à carga são denominados PORÕES. Podem ser divididos verticalmente

em 2 ou mais partes. As partes superiores (andares superiores) dos porões são chamadas COBERTAS. A parte

inferior (andar inferior) dos porões é conhecida como COBRO.

2 Comprimentos do navio
A largura do casco, medida pela parte interna, ou seja, excluindo a espessura da chapa do costado, é chamada de

BOCA. A maior largura do navio, medida entre as faces exteriores do costado é a BOCA MÁXIMA, utilizada para

definir se o navio pode passar ou não em um local estreito, a exemplo de rios ou canais, naturais ou artificiais.

A distância vertical medida no plano transversal do navio e sobre a linha de centro, da face interna da quilha à

face interna da chapa do convés principal, é chamada de PONTAL.

A distância medida da superfície da água ao convés principal é chamada de BORDA LIVRE.

CALADO é a medida vertical entre o fundo da quilha (parte mais baixa do navio) e a linha de flutuação, ou seja,

mede a parte imersa do navio. O calado de um navio limita o seu acesso a portos, rios e/ou canais. O calado é

medido em pés ou metros.

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3 Escala de calado
Todo navio possui a Escala de Calado marcada no costado, ré e meio-navio, em ambos os bordos, para fins da

leitura do calado. Geralmente, as Escalas de Calado em números arábicos indicam que a medida é em metros; e

em números romanos, que a medida é em pés.

Consumo e Velocidade são parâmetros extremamente importantes no custo de uma viagem. Todo navio possui a

sua melhor relação entre o calado à ré e o calado à vante, sempre com o calado à ré maior do que o calado à

vante. Esta relação é conhecida como TRINA. Com o navio mais pesado pela popa, às vezes a proa chega a sair

fora da água, aliviando o atrito do navio com a água, favorecendo que haja menor consumo de combustível e

gerando maior velocidade.

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4 Posição do navio
De acordo com o TRIM, o navio pode estar nas seguintes condições:

NAVIO EM ÁGUAS PARELHAS (Even Keel): Diz-se que um navio está em águas parelhas quando os calados de

proa, meio-navio e popa são iguais.

NAVIO DERRABADO (Trimmed By Stern): Diz-se que um navio está derrabado quando o calado de proa é

menor do que o calado de popa.

NAVIO ABICADO (Trimmed By Head): Diz-se que um navio está abicado/embicado quando o calado de proa é

maior do que o calado de popa.

5 Navegabilidade do navio
Conheça algumas propriedades de navegabilidade de um navio!

ESTANQUEIDADE

O navio deve ser estanque (impermeável) à água, ou seja, possuir dispositivos que evitem a penetração de água

no seu interior, mesmo que haja embarque de grandes quantidades de água, estas devem escoar rapidamente

para o mar.

FLUTUABILIDADE

Propriedade pela qual o navio permanece flutuando, mesmo que esteja imerso até a linha de carga máxima, mas

com volume emerso suficiente para navegar com segurança (reserva de flutuabilidade), em situações adversas

de mar e vento.

ESTABILIDADE

A flutuação do navio deve ter equilíbrio, isto é, o navio deve gerar uma força que o faça a voltar à posição de

equilíbrio sempre que as forças externas de ondas e vento o afastarem do prumo.

EQUILÍBRIO (sentido longitudinal)

Facilita que o navio esteja sempre em sua melhor condição de navegabilidade.

TENSÃO ESTRUTURAL

Evita partir o navio longitudinalmente.

ESCORAMENTO (sentido lateral)

Evita que o navio aderne sobre o cais.

DISCO DE PLIMSOLL

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Também conhecido como Marcas de Seguro ou Linhas de Carga, é um disco em alto relevo, com faixas e letras

pintadas em branco ou amarelo sobre fundo escuro, ou em preto sobre fundo claro, de forma permanente e de

modo visível no costado.

LINHAS DE CARGA

As linhas de carga são definidas em consonância com a Convenção Internacional de Linhas de Carga firmada de

1966 pelos países signatários, ou pelas Sociedades Classificadoras que emitem os respectivos Certificados.

6 Linhas de carga
A Convenção de Linhas de Carga determina a borda livre mínima que o navio deve ter para manter reserva de

flutuabilidade suficiente para suportar condições de mau tempo nas regiões em que navega.

Borda livre
É a distância medida verticalmente da superfície da água ao Convés Principal. A borda livre é a medida da reserva

de flutuabilidade do navio.

Conforme a respectiva Convenção, as linhas de carga são indicadas no costado dos navios por faixas horizontais

de 230mm de comprimento de 25mm de largura, situadas à distância de 540mm para vante do centro do Disco

de Plimsoll. Essas faixas são traçadas para vante da faixa vertical. As linhas utilizadas são as seguintes:
• Linha de Carga de Verão
É indicada pelo limite superior da faixa que passa pelo centro do disco, pelo limite superior de uma faixa com a

letra “S” ou “V”.


• Linha de Carga Tropical
É indicada pelo limite superior de uma faixa com a letra “T”.
• Linha de Carga de Inverno
É indicada pelo limite superior de uma faixa com a letra “W” ou pela letra “I”.
• Linha de Carga de Verão em Água Doce
É indicada pelo limite superior de uma faixa com a letra “F”, “AD”. A diferença entre as linhas “F” e “S” representa

o aumento de imersão permitido quando o navio carrega em água doce, em relação às outras linhas de carga.
• Linha de Carga Tropical em Água Doce
É indicada pelo limite superior de uma faixa com as letras “TF” ou “ADT”.

O que vem na próxima aula


• Conceitos básicos sobre as principais convenções marítimas internacionais;
• Descrição e aplicação das principais convenções marítimas internacionais.

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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou os principais termos técnicos sobre a geometria do navio;
• Reconheceu o significado dos principais termos comerciais utilizados no transporte marítimo
internacional.

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