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INTERNACIONAL
GEOPOLÍTICA DO TRANSPORTE
MARÍTIMO INTERNACIONAL
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Olá!
Seja bem-vindo(a) à disciplina Transporte Marítimo Internacional.
Nesse nosso primeiro contato você terá uma visão abrangente da importância do transporte marítimo para o
comércio internacional. Para isso, nós viajaremos juntos, identificando as principais rotas de navegação
industrializados.
Nessa nossa viagem, percorreremos os locais geoestratégicos para os quais há forte convergência da navegação
marítima mundial. Esses locais são também conhecidos como pontos críticos da navegação.
Tenho certeza que, ao final desta fascinante viagem, você estará ansioso para conhecer o conteúdo das demais
aulas.
2- Identificar as principais rotas de navegação marítima internacionais e os pontos críticos para a navegação.
1 Antecedentes históricos
3.000 a.C.
Os primeiros registros do transporte marítimo internacional datam de 3.000 AC, com os egípcios navegando em
seus barcos de papiro, para transportar trigo e papiros produzidos no Rio Nilo até a Fenícia. Na volta, traziam
um produto extremamente importante para uma região desértica – os famosos cedros do Líbano.
2.000 a.C.
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Como bons alunos, os fenícios acabaram suplantando os seus mestres, estabelecendo durante 2.000 anos uma
No auge da Civilização Helênica, a Grécia ultrapassou os fenícios no controle do comércio marítimo, dominando a
64 a.C.
O Império Romano inicia a sua escalada em 64 AC, deixando para a posteridade duas frases, demasiadamente
conhecidas:
a) Todos os caminhos levam a Roma - os domínios comerciais romanos se espalhavam para todas as direções a
partir do Mar Mediterrâneo. E, na verdade, as estradas não levavam a Roma e sim saiam de Roma em todas as
direções.
b) Navegar é preciso - Para dar suporte à sua expansão comercial marítima, os romanos precisaram dragar
canais de acesso a portos no Mar Vermelho, construir faróis na Normandia (França), tendo inclusive fundado o
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Século XI
A partir do século XI, floresceu a hegemonia comercial das Cidades-estados italianas, com destaque para as
Repúblicas de Gênova e Veneza, que legaram à humanidade dois grandes navegadores, respectivamente:
a) Marco Polo (século XIII), que após chegar, navegando, à corte Kublai Khan, durante 20 anos controlou o
b) Cristóforo Colombo (século XV), que deu início à era dos descobrimentos, navegando ao redor do continente
africano, inclusive descobrindo novas terras, que vieram a ser conhecidas como América.
Século XVIII
Do século XV ao século XVIII, é sabido que o comércio marítimo mundial pertencia à Península Ibérica, com
Portugal e Espanha dividindo o controle comercial sobre todo o continente americano, grande parte da África e
vários entrepostos comerciais espalhados pela Ásia: Portugal, em Goa (Índia), Macau (China) e Timor
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Revolução Industrial
Com a Revolução Industrial e o advento da máquina a vapor, os navios de ferro substituíram as antigas caravelas
Durante a segunda metade do século XVIII, todo o século XIX e início do século XX, os ingleses assumiram o
controle sobre a navegação marítima mundial, para atender às necessidades das colônias comerciais britânicas
espalhadas por todo o planeta, formando o que ficou conhecido como o “Império onde o sol nunca se põe”.
Após a Segunda Guerra Mundial começou a era das indústrias conhecidas como multinacionais, inicialmente com
importados de suas matrizes e exportavam os produtos fabricados em solo estrangeiro, contribuindo para a
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2 Fluxos da navegação marítima mundial
Atualmente a economia mundial está entrelaçada. Todos os dias há operações de compra e venda de
commodities, insumos e componentes, e produtos industrializados entre todos os países do planeta. Tendo em
vista que cerca de 75% de todas as trocas comerciais mundiais é transportado por via marítima, é correto
afirmar que os fluxos marítimos internacionais estão diretamente relacionados com os movimentos da economia
mundial.
Commodities são os bens primários, de baixo valor agregado, negociados em grandes lotes, tendo a sua cotação
internacional (Bolsa de Chicago) controlada por operações conhecidas como "Mercado Futuro", destacando-se
minérios, petróleo e seus derivados, carne e frango congelados, soja, açúcar, etanol e outras safras agrícolas.
PETRÓLEO: Em 2010, os maiores exportadores mundiais foram Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes, Irã,
Kuwait, Noruega, Angola, Venezuela, Argélia, Nigéria, Iraque e Líbia. Os maiores importadores foram EUA, China,
Os principais fluxos internacionais de minério de ferro foram: - do Brasil para China, Japão e EUA; - da Índia e da
CARNE E FRANGO CONGELADOS: Em 2010, os maiores exportadores mundiais foram Brasil, EUA e Austrália.
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Os principais fluxos internacionais de carne e frango congelados foram:
• do Brasil para Rússia, Japão e Arábia Saudita;
• dos EUA para União Europeia e Japão;
• da Austrália para Rússia e Arábia Saudita.
SOJA: Em 2010, os maiores exportadores mundiais foram EUA, Brasil e Argentina. Os maiores importadores
Os principais fluxos internacionais de soja foram: - dos EUA para União Europeia e Extremo Oriente; - da
AÇÚCAR: Em 2010, os maiores exportadores mundiais foram Brasil e Índia. Os maiores importadores foram
Os principais fluxos internacionais de açúcar foram: - do Brasil para Oriente Médio e Rússia; - da Índia para a
China.
industrializados ocorrem por quase todo o planeta, com destaque para China e União Europeia como principais
origens.
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Canal do Panamá
Canal artificial cortado no ponto mais estreito do Istmo do Panamá, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, com
cerca de 82km de tráfego marítimo. Foi construído aproveitando a existência de um lago na parte central do
istmo, situado a 96m acima do nível do mar. Por esta razão, foi necessário construir 3 eclusas (Gatun; Gaillard e
O tráfego anual pelo Canal do Panamá é aproximadamente de 14.000 navios (cerca de 38 por dia). Os maiores
navios capazes de atravessar o Canal do Panamá são conhecidos como navios PANAMAX, com o comprimento
máximo de 274m, boca (largura máxima) de 32m e calado máximo (imersão do navio) de 12m. Geralmente
possuem cerca de 65.000 DWT (deadweight capacidade de carga). Os navios acima desses limites são obrigados
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A tarifa cobrada dos navios para a travessia do canal é de US$2,57 por tonelada de carga, com a cobrança mínima
de US$45.000,00.
Estreito de Magalhães
Passagem navegável natural no extremo sul da América do Sul, com cerca de 600km, situado entre o continente
(Chile) e a Terra do Fogo e o Cabo Horn ao sul (Argentina). É a maior passagem natural entre os oceanos
Atlântico e Pacífico, por onde transitam cerca de 200 navios por dia. Devido ao clima hostil e fortes correntes
marítimas, sempre que possível, antes de sair no Pacífico, os navios trafegam por canais secundários. Já os navios
de maior porte, sobretudo os grandes petroleiros e mineraleiros, por razões de segurança, são obrigados a
No Estreito de Magalhães está situada Punta Arenas, considerada a cidade continental mais austral do mundo.
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Estreito de Gibraltar
Acesso natural de 8,2km entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico, situado entre a Europa (Espanha) e a
O tráfego anual por Gibraltar é de cerca de 100.000 navios, sem nenhum tipo de restrições quanto a dimensões
ou calado.
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Canal da Mancha
Braço do Oceano Atlântico, separando a Grã-Bretanha do norte da França e ligando o Oceano Atlântico ao Mar do
Norte. O tem aproximadamente 563km de comprimento. Sua parte mais larga tem 240km e o ponto mais
estreito tem 33km. A profundidade varia de 45m a 120m. A circulação marítima no canal da Mancha é uma das
mais intensas do mundo, com mais de 250 navios por dia, orientados por sinalização altamente restritiva,
Estreito de Bósforo
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Estreito natual que separa a Europa e a parte asiática de Istambul. Está situado entre o Mar Negro e o Mar de
Mármara. Tem importância estratégica, pois é a única rota marítima para os cinco países banhados pelo Mar
Negro.
Canal de Suez
Hidrovia artificial ao nível do mar (sem eclusas) com 163km, ligando o Mar Mediterrâneo ao Golfo Pérsico e ao
O limite dos navios para cruzarem Suez é ter calado máximo de 58', boca de 60m e DWT de 150.000 tons.
O Canal de Suez tem capacidade para receber 25.000 navios ao ano, mas, tendo em vista a instabilidade política
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Estreito de Hormuz
Está situado na entrada do Golfo Pérsico, entre Omã, na Península Arábica e o Irã. Trata-se de uma via marítima
estratégica, por onde transita mais de 40% do petróleo mundial e 20% de transporte marítimo mundial. Tem
54km de largura mínima e seu trecho mais largo não passa de 100km.
Bab-el Mandeb
Estreito que liga o Mar vermelho ao Oceano Índico, separando a Ásia (sêmen) e a África (Djibuti), ao norte da
Somália. Em sua parte mais estreita, tem cerca de 3km de largura e 30m de profundidade.
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É uma passagem muito importante para o tráfego marítimo internacional de petróleo.
Estreito de Mallaca
Uma das mais estratégicas passagens marítimas do mundo, dando a Singapura uma localização privilegiada.
Possui 800km de comprimento; entre 50 e 320km de largura (2,5km no seu ponto mais estreito). Permite a
passagem de navios com DWT de até 120.000 tons e calado máximo de 70'.
Recebe todo o tráfego marítimo entre a Europa, Oceano Índico e Ásia, mais de 50.000 navios ao ano (cerca de
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O que vem na próxima aula
• Os tipos de navegação marítima comercial;
• Conceituações de Mar Territorial, Zona Contígua e Zona Econômica Exclusiva;
• Bandeiras de conveniência.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu a importância do transporte marítimo para o comércio internacional;
• Identificou as principais rotas de navegação marítima internacionais e os pontos críticos para a
navegação.
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