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1.

No início do século XV, Portugal vivia um período:

(A) Guerra, estabilidade política, falta de recursos económicos.

(B) Paz, instabilidade política e falta de recursos económicos.

(C) Paz, estabilidade política e falta de recursos económicos.

2. Analise do Documento 1.

De Portugal mandam para Antuérpia joias, ouro em bruto e batido, especiarias, drogas,
âmbar […] e outras coisas preciosas em grande quantidade, que delas se fornece a maior
parte da Europa: as quaes coisas os Portugueses conduzem das Índias Orientais, de
Calecute primeiro, de Lisboa até cá todos os dias. Conduzem também os açúcares da ilha
de S. Tomé [...]. E trazem igualmente a malagueta e outras drogas da costa da Guiné,
situada em África, não esquecendo os ótimos açúcares e o vinho da Madeira que
transportam daquela ilha [...]. Mandam do reino deles bastante sal, vinho, azeite [...] muitas
e variadas frutas, frescas, secas, cristalizadas e de conserva, que lhe rendem grandes
somas. Para lá, para Oriente, manda-se prata, outo, bronze e latão em obra e em lâminas,
estanho, chumbo, armas e armaduras, artilharia e outras munições de guerra.

2.1. Refira que papel assumiu Antuérpia no comércio mundial no fim do século XVI e
explique a relação entre Lisboa e Antuérpia no século XVI.

3. Analise o Documento 2.

A localização de Antuérpia em pleno coração dos Países Baixos, ao fundo do estuário do


rio Escalda, torna-a uma encruzilhada dos tráfegos fluviais e marítimos da Europa. A
ocidente, negoceia com os ingleses, que lhe vendem tecidos, e a norte, com os
holandeses e as cidades de Hansa que orlam as margens do mar do Norte e do Báltico.
Do Sul, vêm os barcos de Lisboa, Sevilha e Génova carregados de especiarias, ouro e
prata. Em 1532, depois da ampliação da sua Bolsa, Antuérpia tornou-se uma das mais
importantes praças financeiras da Europa.

BROSSOLLET, Bernard – No tempo do Renascimento: de 1500 a 1592. Lisboa: Seleção Reader's Digest, 1997

3.1. Explique a importância da localização geográfica de Antuérpia.


4. Analise o Documento 3.

“Que pode parecer tão injusto como os hispanos terem tributos em toda a orbe da Terra,
de sorte que, se não houver consentimentos deles, não é possível nem comprar, nem
vender?
Os povos hispânicos terão o monopólio comercial sobre todo o mundo? (…)
Os Portugueses podem gritar quando lhes apeteça: Diminuís os nossos lucros. Os
Holandeses responderão: Não, o que fazemos é procurar os nossos.
Indignai-vos porque vimos com o mesmo vento e pelo mesmo mar? Quem vos garantiu que
terei sempre esses privilégios? Gozais das mesmas regalias com as quais nós nos
contentamos"
Hugo Grotius (1583-1645), jurisconsulto holandês

4.1. Identifique o Tratado referido por Hugo Grotius.

4.2. Explique o motivo de contestação de Hugo Grotius.

5. Analise o Documento 4.

Para o progresso do armamento marítimo e da navegação que, sob a proteção e a bondade


da Providência Divina, tanto interessam à prosperidade, segurança e poderio deste reino
[…], nenhuma mercadoria será importada ou exportada das regiões, ilhas, plantações ou
territórios pertencentes a Sua Majestade ou na posse de Sua Majestade, na Ásia, América
e África, noutros barcos que não aqueles que, sem qualquer fraude, pertencem a súbditos
ingleses, irlandeses ou galeses, ou ainda a habitantes dessas regiões, ilhas, plantações e
territórios, e que sejam comandados por um capitão inglês e guarnecidos de uma tripulação
em três quartos inglesa [...].
Nenhuma mercadoria produzida ou fabricada no estrangeiro e que tenha de ser importado
pela Inglaterra, Irlanda, País de Gales, ilhas de Jersey ou Guernesey […] deverá ser
embarcada noutros portos que nos do país de origem.
Oliver Cromwell, citado por Pierre Devon, O Mercantilismo, Lisboa, Ed. Gradiva, 1983

5.1. Enuncia o objetivo da publicação dos Atos de Navegação.

5.2. Identifica a determinação estabelecida por Cromwell neste parágrafo.

5.3. Explica a importância da última frase do Documento 4.


6. Analise o Documento 5.

Opinião de um viajante francês sobre a cidade de Norwich – Inglaterra (1784)


Esta cidade tem a vantagem de se localizar aproximadamente no centro do país e de ser
rodeada por boas terras cultivadas, o que garante, por completo o abastecimento dos
produtos [agrícolas] necessários ao centro urbano. Situa-se numa área onde abundam os
cereais de todo o tipo onde se criam diferentes raças de animais e onde se fazem bons
negócios com o malte, já que este é vendido na Escócia e noutras partes da Inglaterra. […]
Uma [outra] vantagem inestimável da localização de Norwich deriva do seu rio e da sua
proximidade a Yarmouth. O rio Yare é navegável por barcos de 40 a 60 toneladas. É pelo
rio que Norwich se abastece de cereais e de carvão, cujo consumo é considerável; […] de
lã vinda de diferentes regiões de Inglaterra e da Irlanda; em suma, dos bens de consumo
de que precisa e das matérias-primas para as suas fábricas. Toda a produção é
transportada para Yarmouth e, a partir desse porto, as mercadorias exportam-se para toda
a Europa.
Exame Nacional, História B, 1ª fase, 2016, IAVE

Escolhe a opção correta em cada alínea.

6.1. No século XVIII, o comércio externo (documento 5) permitiu a acumulação de capital


pela Grã-Bretanha à custa de territórios coloniais, porque

(A) as mercadorias enviadas da Grã-Bretanha, como o algodão e o rum, tinham grande


procura nos mercados coloniais.

(B) o valor dos produtos provenientes das colónias era muito inferior ao valor das
mercadorias enviadas da Grã-Bretanha.

(C) O valor dos produtos provenientes das colónias era muito superior ao valor das
mercadorias enviadas da Grã-Bretanha.

(D) as mercadorias enviadas das colónias, como os tecidos e as armas de fogo, tinham
grande procura no mercado britânico.

6.2. A revolução agrícola, que transformou a região de Norwich “numa área onde abundam
os cereais de todo o tipo” e “onde se criam diferentes raças de animais” (documento 2,
segundo parágrafo), 0 (zero) contribuiu para o arranque industrial, ao promover

(A) o sistema de “campo aberto” e a divisão da propriedade pelos pequenos camponeses.

(B) o aumento do número de pequenos proprietários e a acumulação de capitais nas suas


mãos.

(C) a libertação de mão de obra dos campos e o fornecimento de matérias-primas como a


lã.

(D) o sistema trienal de rotação de culturas e o grande desenvolvimento da produção de


algodão.
7. Analise o Documento 6.

Birmingham em 1784, segundo Faunas-Saint-Fond

Birmingham é uma das cidades mais curiosas da Inglaterra pela atividade das suas
manufaturas e do seu comércio. [...] Aqui todos os meios da indústria, sustentados pelo
génio da invenção, e pelos conhecimentos mecânicos de todos os géneros, estão voltados
para as artes (ofícios, indústrias). Sei que alguns viajantes desaprovaram a maior parte
destes estabelecimentos de indústria e de utilidade.
É que não se dignaram voltar os olhos para estas vastas oficinas onde se fabricam as
bombas a vapor. estas máquinas espantosas cujo aperfeiçoamento tanto honra os talentos
e os conhecimentos do Sr. Watt.
[...] nem para a parte tão variada de quinquilharia, que ocupa com tanta vantagem mais de
trinta mil braços e obriga a Europa inteira e o Novo Mundo a aprovisionar-se aqui, porque
aqui tudo é feito com mais precisão e em maior abundância que em qualquer outro sítio.
[...] Foi a abundância de carvão de pedra que fez este novo milagre e produziu, no meio de
um deserto árido, uma cidade de 40 000 habitantes, que vivem no meio da abundância e
de todas as comodidades da vida.

Exame Nacional, História B, 2012, 1ª fase

7.1. Explicite, com base no documento 6, três das condições favoráveis ao arranque da
Revolução Industrial em Inglaterra na segunda metade do séc. XVIII.
Resoluções:

1. (C)
2. (2.1.) Antuérpia: uma das cidades mais importante região flamenga; principal mercado
de redistribuição dos produtos africanos e asiáticos para todo o centro e do norte da
Europa; Portugal instala aí o seu principal entreposto comercial na Europa, a feitoria
de Antuérpia.
3. (3.1.) Antuérpia: Boa situação geográfica, no centro de um leque de vias terrestres e
fluviais; torna-se um dos principais centros financeiros da Europa.
4. (4.1.) O Tratado referido por Hugo Grotius é o Tratado de Tordesilhas.

(4.2.) Contesta o princípio do mare clausum (mar fechado) e do monopólio comercial


dos Portugueses e Espanhóis e defende o princípio do mare liberum, para que os
holandeses também possam procurar o lucro no comércio colonial.

5. (5.1.) Garantir a eficácia do armamento marítimo e da navegação para assegurar a


segurança e prosperidade de Inglaterra.

(5.2.) Cromwell estabelece que todo o comércio entre as colónias e a Inglaterra se


realizasse unicamente com recurso à navegação inglesa.

(5.3.) Cromwell proibia a entrada, nos portos ingleses, dos barcos estrangeiros
portadores de mercadorias que não tivessem sido produzidas nos respetivos países
de origem, assegurando assim que não se promovia a navegação dos países
concorrentes, dos quais a Holanda era o principal rival.

6. (6.1.) (B).

(6.2.) (C).

7. (7.1.) Explicitação clara de três das seguintes condições favoráveis ao arranque da


Revolução Industrial em Inglaterra, na segunda metade do século XVIl:

- crescimento demográfico e consequente aumento da mão de obra disponível para o


desenvolvimento das indústrias;

- valorização da inovação tecnológica, com a invenção da máquina a vapor e com a


sua aplicação industrial;

- afirmação de uma economia baseada na iniciativa privada;

- abundância de minas de carvão de pedra, fonte de energia barata, usada no


funcionamento das máquinas a vapor;

- desenvolvimento de um forte mercado interno consumidor que estimulava o


crescimento económico e o desenvolvimento industrial;

- expansão dos produtos industriais ingleses, abundantes e de grande qualidade, no


mercado externo.

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