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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


INSTITUTO MÉDIO

TRABALHO DE HISTÓRIA
COMÉRCIO TRIANGULAR

Classe: 9ª
Curso:
Sala:
Turno: Manhã Docente
Turma: D _____________________

LUANDA, 2023

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LISTAS DOS INTEGRANTES DO GRUPO Nº

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ÍNDIC

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................1

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................2

2.1 Comércio Triangular................................................................................................2

2.2 Origem do comércio triangular................................................................................3

2.2.1 Primeira fase: Europa........................................................................................4

2.2.2 Segunda etapa: África.......................................................................................4

2.2.3 Terceiro estágio: América.................................................................................4

2.3 Benefícios da negociação triangular........................................................................4

2.4 O sistema colonial....................................................................................................5

2.5 Monopólio comercial...............................................................................................5

2.6 Escravidão e Comércio Triangular..........................................................................6

3. CONCLUSÃO..............................................................................................................7

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................8

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1. INTRODUÇÃO

Comércio triangular é um termo usado para chamar o comércio entre três portos ou
regiões distantes em que cada uma atende as necessidades da outra de maneira a corrigir
desequilíbrios comerciais entre elas. Assim, uma área tem a oportunidade de exportar
mercadorias excedentes e, ao mesmo tempo, importar as que lhe faltam. O comércio
triangular é, portanto, uma forma de regular a balança comercial entre áreas.

Exemplo de comércio triangular foi aquele que envolveu o tráfico de africanos


escravizado. Entre a segunda metade do século XVII e o século XVIII, embarcações
partiam da Europa carregadas de produtos manufaturados (armas de fogo, pólvora, rum,
tecidos de algodão, joias de pouco valor etc.) com destino à África. Ali as manufaturas
eram trocadas por escravos. As negociações ocorriam nas feitorias litorâneas entre
comerciantes europeus e africanos.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Comércio Triangular

Circuito comercial, de grande importância entre a segunda metade do século XVI e o


século XVIII, que envolvia a troca de manufaturas, metais preciosos, diamantes,
produtos agrícolas e, especialmente, escravos negros entre a Europa, a África e a
Américas. Expressão utilizada para designar um conjunto de relações comerciais
dirigidas por países europeus entre as metrópoles e os vários domínios ultramarinos, de
carácter transcontinental apoiado em três vértices geopolíticos e económicos: Europa,
África e América (Norte, Centro e Sul), com relações secundárias com a Ásia e seus
produtos. Trata-se, pois, de um conjunto de relações entre produtor e distribuidor,
comprador e vendedor, dominante e dominado, assumindo qualquer um destes
continentes uma posição de relevo em qualquer um destes níveis de contacto, à parte a
Europa em termos de domínio, pois nela residem as potências administrantes. De facto,
o vértice europeu deste imenso conjunto de cadeias de trocas comerciais assenta nas
principais potências navais e políticas do Velho Continente: Holanda, Inglaterra,
França, Espanha e Portugal (estes últimos em fase de declínio, mas sem nunca perderem
as suas posições coloniais e assegurarem alguns circuitos de produção e distribuição de
produtos-chave na economia mundial, como ouro, prata, diamantes, açúcar e tabaco).

Da Europa partiam embarcações carregadas de produtos manufaturados, como armas de


fogo, rum, tecidos de algodão asiático, joias de pouco valor, entre outros artigos de
menor valor comercial. O destino principal era África, onde se trocavam escravos por
estes produtos. Os compradores de escravos comerciavam com europeus ou africanos
que vendiam os seus conterrâneos, quer no litoral quer no interior, onde quase só se
aventuravam os negreiros autóctones. Muitas vezes eram colonos americanos a comprar
diretamente em África a sua mão de obra servil, sem intermediários europeus. Os
escravos africanos eram, de facto, a mola principal desta rede comercial de capital
importância para a economia europeia, pelos lucros que rendiam aos países negreiros, e
também para o sistema de produção das colónias mineiras e de plantação das Américas,
seu destino além-Atlântico.

Nesta segunda junção de vértices do comércio triangular (África-Américas), muitos dos


escravos morriam a bordo dos navios, onde se amontoavam em condições infra-
humanas. Chegados às Américas, eram vendidos aos donos de minas e de plantações em

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troca dos seus produtos: açúcar, tabaco, moedas de ouro e prata (ou em barra, e até
mesmo em forma de letras de crédito de praças financeiras como Londres, Bordéus,
Nantes, Antuérpia). Completava-se o triângulo comercial com a compra por parte da
Europa desses produtos americanos, embora para o continente americano se
exportassem diretamente as manufaturas e se fizessem reexportações de artigos
adquiridos na Ásia. Só as colónias europeias nas Índias Ocidentais e as famílias
possuidoras de minas, plantações ou empresas comerciais tinham poder económico para
adquirir essas manufaturas do Velho Mundo, pagando com os rendimentos que lhes
davam as suas produções ou negócios, mesmo com os elevados gastos que comportava
a compra de mão de obra africana.

No caso do Brasil e da América espanhola, as grossas somas de dinheiro dispendidas no


pagamento das importações de manufaturas europeias - o luxo e o fausto tiranizavam
cada vez mais os gostos dos colonos mais abastados - dirigiam-se, não para as suas
metrópoles ibéricas, mas principalmente para a Inglaterra, Países Baixos, França,
produtores e exportadores de manufaturas que colocavam facilmente a bom preço no
Novo Mundo, para além das reexportações de produtos importados da Ásia, onde
possuíam entrepostos, feitorias ou mesmo colónias. Todo esse capital colonial passava,
sem retenção ou entesouramento, por Portugal e Espanha, que o usavam para pagar o
seu deficit de mercadorias e de fraca produção de manufaturas nacionais. Era retido e
investido em países do Norte da Europa, que o canalizavam para o incremento da sua
produção manufatureira e no pagamento das importações do Báltico ou da Ásia,
reativando constantemente as ligações comerciais com África e, principalmente, com a
América.

O comércio triangular é um modelo de comércio que envolve o transporte de


mercadorias entre três destinos.

2.2 Origem do comércio triangular

A origem do termo data do comércio de escravos durante os séculos XV e XVI. Um


comércio praticado principalmente entre a África, de onde vinham os escravos, e os
Estados Unidos, para onde iam - terras coloniais -, bem como a chegada de recursos aos
impérios coloniais; razão pela qual recebe esse nome.

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Esses escravos eram objeto de transações comerciais entre traficantes africanos e
proprietários de terras ou outros no continente americano. Embora a motivação principal
fosse o comércio, havia também uma motivação religiosa da Igreja Católica contra
outras religiões.

2.2.1 Primeira fase: Europa

De lá, os navios negreiros partiram com mercadorias produzidas localmente para


posteriormente trocá-las por prisioneiros. Esses objetos foram adquiridos com o produto
da venda de produtos americanos. Entre os produtos europeus de interesse no continente
africano estavam armas, têxteis e bebidas alcoólicas.

2.2.2 Segunda etapa: África

Mais tarde, o navio negreiro chegou ao continente africano. Lá, o capitão se moveu ao
longo da costa para capturar o máximo de escravos que pudesse. Para fazer isso, eles
venderam ou trocaram todas as mercadorias da Europa. Os cativos podiam vir de
traficantes que os sequestraram em suas aldeias ou os compraram dos chefes das tribos.

2.2.3 Terceiro estágio: América

Após a troca na África, o navio partiu para o Novo Continente para ser vendido aos
escravistas locais. Eles foram avaliados de acordo com sua constituição física e saúde
para o trabalho que tinham que fazer. Por fim, a embarcação adquire produtos locais que
posteriormente comercializariam na Europa. Entre os produtos que transportaram
estavam açúcar, café e fumo.

Fora desse processo, a triangulação também serviu para que as potências europeias
trocassem mercadorias com as colônias da América.

2.3 Benefícios da negociação triangular

Esta dinâmica permite optimizar o número de viagens realizadas para atender a


demanda em diferentes lugares. Portanto, permite a redução dos custos de transporte
para as partes envolvidas. No entanto, é igualmente eficaz para vários outros locais.
Desde que a carga e descarga do meio de transporte seja efetuada em cada visita.

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2.4 O sistema colonial

O sistema colonial foi criado com o objetivo de garantir o lucro de Portugal sobre toda a
produção feita no território brasileiro. No início da colonização, nos séculos 16 e 17,
esta produção este ligada aos engenhos e à produção de açúcar. Com a descoberta do
ouro. Este passou a ser o grande foco de interesse dos portugueses.

O sistema colonial consistia na exclusividade econômica entre colônia e metrópole. Em


outras palavras, a colônia apenas podia vender e comprar produtos da metrópole. No
caso do Brasil, o sistema colonial não pode ser entendida fora do tripé: Monocultura,
Latifúndio e Escravidão. A monocultura consiste na produção de apenas um produto em
larga escala. No caso do Brasil, este produto foi o açúcar, pois os portugueses sabiam
que não havia melhor produto para ser comercializado nesta época do que o açúcar
(“chamado “ouro branco” pelo seu valor de compra”) e porque nenhum outro lugar
produzia açúcar em larga escala.

O latifúndio é uma grande extensão de terra. Entendendo a monocultura é fácil entender


o latifúndio. Um produto precisa de espaço para ser produzido. Este espaço era o
latifúndio, ligado ao espaço do engenho, unidade produtora de açúcar.
A escravidão é o pilar, a base de tudo. Os escravos plantavam e colhiam a cana,
construíam as casas-grandes, mexiam as caldeiras ferventes onde se produzia o melaço,
embalavam os pães-de-açúcar, faziam o transporte de cargas, trabalhavam nos portos
embarcando as caixas de açúcar. Cuidavam também das crianças dos senhores,
cozinhavam, lavavam, passavam. Eles eram o motor do sistema colonial. Sem eles, nada
de lucro. Na verdade, o próprio tráfico negreiro realizado para trazer escravos da África
para o Brasil era uma fonte de renda para Portugal.

2.5 Monopólio comercial

A característica mais importante do sistema colonial era o monopólio comercial.


Monopólio comercial é um comércio feito com apenas um comprador ou vendedor. Mas
qual a relação que isso tem a ver com nosso tema, ou seja, com o sistema colonial
implantado por Portugal no Brasil?

A relação é que a colônia (no caso, o Brasil) somente poderia comprar e vender
produtos diretamente da metrópole, ou seja, Portugal. Essa era a base do Sistema
Colonial. A metrópole fixava preços como queria e comprava produtos como o açúcar

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feita nos engenhos brasileiros para revender no mercado europeu por preços altíssimos.
Em troca, vendia seus produtos para os colonos brasileiros pelos preços que
determinava. Isso garantiu um enorme lucro para a metrópole, tornando Portugal a
maior potência mundial do século 16.

No entanto, o monopólio comercial estava longe de agradar a todos. O grande problema


era que havia senhores de engenho que viviam no Brasil que não se satisfaziam com os
preços dados pelos Portugueses. Isso resultava no comércio ilegal de mercadorias,
realizado às escondidas com navios de outros países, como França, Inglaterra e
Holanda. O nome desse comércio ilegal é contrabando. O contrabando era um crime
gravíssimo, pois atingia em cheio o coração do Sistema Colonial. O colono que era pego
contrabandeando podia ser punido com a prisão, degredo e até a morte.

2.6 Escravidão e Comércio Triangular

No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do


século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para
utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os
comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem
mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais
fracos ou velhos.

O comércio triangular foi o principal instrumento do tráfico negreiro utilizado no Brasil,


que funciona assim: um navio saía dos portos portugueses, passava pela África,
comprava escravos e levava-os para a América, onde vendiam os escravos e compravam
mercadorias como o açúcar a preços baixos para serem levados para e Europa e
vendidos pelos portugueses e consumidos em diferentes lugares.

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3. CONCLUSÃO

O comercio triangular consistia principalmente em levar navios portugueses até a África


onde realizavam troca de mercadorias africanas (geralmente escravos) para transporta-
las a colonia (Brasil) onde eram vendidos, coletavam as mercadorias como a cana etc, e
as levavam de volta a Portugal. O Comércio Triangular é uma expressão utilizada para
designar um conjunto de relações comerciais dirigidas por países europeus entre as
metrópoles e os vários domínios ultramarinos, de caráter transcontinental apoiado em
três vértices geopolíticos e econômicos: Europa, África e América (Norte, Centro e
Sul), com relações secundárias com a Ásia e os seus produtos.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 SCHWARCZ, Lilia & STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015.
 Kurlansky, Mark. Cod: A Biography of the Fish That Changed the World. New
York: Walker, 1997.
 https://www.infopedia.pt/$comercio-triangular
 «O preço dos escravos no tráfico do Atlântico» (PDF). 1999

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