Você está na página 1de 7

10ano Tema 3

A produção de bens e serviços

A combinação dos fatores produtivos

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO

Exprime a relação técnica existente entre a produção e os fatores produtivos (trabalho e


capital) utilizados no processo produtivo e pode ser traduzida por:

P = f (k, t)

onde P representa a produção e k e t exprimem, respetivamente, o capital e o trabalho


utilizados durante a produção.

As características dos fatores produtivos

Para ser possível realizar diferentes combinações dos fatores produtivos, substituindo trabalho
por capital e vice-versa, os fatores produtivos apresentam as seguintes características:

• adaptabilidade – possibilidade de, dentro de certos limites, adaptar os fatores


produtivos a novas situações de produção.

• substituibilidade – possibilidade de, dentro de certos limites, substituir trabalho por


capital e vice-versa.

• complementaridade – possibilidade, dentro de certos limites, de os fatores de


produção se complementarem na produção.

-É com base na substituibilidade que o fator trabalho tem sido permanentemente substituído
por robôs na produção de automóveis, por exemplo.
Produtividade é a relação entre o valor ou quantidade de uma determinada produção (o que
se produz) e o valor ou quantidade dos fatores de produção (trabalho / capital) utilizados
nessa produção.

Produtividade do trabalho

É a relação entre o produto realizado e a quantidade ou valor do trabalho utilizado nessa


produção.

Valor do produto
Produtividade média do trabalho ¿
Quantidadedo trabalho (¿)
(¿) A quantidade ou valor do trabalho pode ser expresso em número de trabalhadores ou
horas de trabalho.

Exemplos:

PRODUÇÃO DIÁRIA = 500 PEÇAS

N.º DE TRABALHADORES = 10

HORAS DE TRABALHO DIÁRIO/TRABALHADOR = 8

Produtividade do capital

É a relação entre o produto realizado e a quantidade ou valor do capital utilizado nessa


produção.

Produtividade média do capital

Valor do produto
¿
Quantidadedo capital(¿)
(¿) A quantidade ou valor do capital pode ser expresso em número de máquinas, valor do
capital fixo, etc.

Exemplos:

---//---

Um investimento só é compensador se o resultado obtido for superior, a prazo, ao valor do


investimento efetuado.

Os empresários decidem o número e as qualificações dos trabalhadores que empregam em


função dos resultados que esperam obter.

Para tomar esta decisão, os empresários, determinam a produtividade marginal do trabalho


ou capital, isto é, calculam o aumento de produção decorrente de um aumento unitário do
fator trabalho ou capital (por exemplo, mais um trabalhador ou máquina).

Produtividade marginal do trabalho


Acréscimodo produto
=
Acréscimo de 1 unid .trabalho
Produtividade marginal do capital
Acréscimodo produto
=
Acréscimo de 1 unid . capital

A combinação dos fatores produtivos a curto prazo

Rendimentos marginais decrescentes – um exemplo

Observe a tabela correspondente a diferentes possibilidades de combinação dos fatores de


produção. Repare nos valores correspondentes à produtividade marginal do trabalho.
-A produção total aumenta até ao 34.º trabalhador, diminuindo a partir do 35.º trabalhador.

-A produtividade marginal (acréscimo do produto por trabalhador) aumenta até certo ponto
(32.º trabalhador), começando a ser menor a partir deste ponto.

A produtividade marginal resultante da utilização de unidades sucessivas do fator produtivo


variável, a partir de um determinado ponto, vai decrescer.

Neste caso é o ponto correspondente a 32 trabalhadores.

De facto, com o 33.º trabalhador, embora a produção total aumente, a produtividade marginal
diminui. Com o 35.º trabalhador, a produção já diminui, tornando a produtividade marginal
negativa.

A produtividade marginal vai decrescendo a partir de um determinado ponto, isto é, os


rendimentos marginais, a partir desse ponto são decrescentes.

Então, a combinação ótima dos fatores de produção corresponde à máxima produtividade


marginal.

No exemplo será:
10 máquinas e 32 trabalhadores.

----//----

A partir de uma determinada quantidade adicional do fator de produção variável, a


produtividade marginal decresce até se tornar nula ou mesmo negativa.

Os rendimentos são decrescentes porque:


• há um fator de produção constante (fixo);

• esse fator vai-se saturando à medida que vão sendo acrescentadas unidades
sucessivas do fator variável;

• a saturação do fator de produção constante vai originar acréscimos do produto cada


vez menores.

Lei dos rendimentos marginais decrescentes

• Na combinação dos fatores produtivos, dever-se-á ter em atenção a Lei dos


rendimentos marginais decrescentes e selecionar a melhor combinação entre
trabalho e capital.

• A combinação ótima dos fatores produtivos, a curto prazo, é dada pela situação
correspondente à máxima produtividade marginal.

• A partir da combinação ótima, correspondente à maior produtividade marginal, os


rendimentos marginais (produtividade marginal) vão decrescer.

A combinação dos fatores produtivos – Longo prazo

Numa situação de longo prazo, o empresário pode alterar a combinação dos dois fatores
produtivos.

Para decidir, é necessário ter em conta vários tipos de custos:

• custos fixos

• custos variáveis

• custos totais

• custos unitários

Custos fixos-Despesas não dependentes das quantidades produzidas.

Exemplo: renda de edifício

Custos variáveis-Despesas que variam em função da quantidade produzida

Exemplo: matérias-primas

Custos totais ¿ custos fixos + custos variáveis

Custo total
Custo médio ou unitário ¿
Quantidade produzida
As economias de escala

Quando as quantidades produzidas aumentam, os custos por unidade produzida – custos


totais médios ou custos unitários – diminuem até um certo limite.

Assim, o empresário terá vantagem em produzir grandes quantidades, pois poderá obter
economias de escala.

Como se obtêm as economias de escala?

Exemplo:

Podemos verificar o seguinte:

• à medida que a produção aumenta, os custos por unidade produzida vão diminuindo
até um certo limite. Neste caso, ao se produzir 300 unidades, há economias de escala –
poupanças por se produzir em grande escala.

• A partir da produção de 300 unidades, os custos unitários aumentam. Há


deseconomias de escala.

Então, a dimensão ótima de produção


será a correspondente ao menor custo unitário ou médio.

----//----

Lei das economias de escala ou Rendimentos à escala crescentes

Quando as quantidades produzidas aumentam, até um certo limite, os custos unitários


diminuem devido às economias de escala obtidas.

Há economias de escala porque os custos fixos se vão “anulando” à medida que a produção
aumenta!

-As economias de escala correspondem a rendimentos à escala crescentes.

As deseconomias de escala

Mas por que aparecem, a partir de certo montante de produção, deseconomias de escala?

Porque há problemas de eficiência, de gestão e desperdícios, isto é, problemas decorrentes da


dimensão excessiva da empresa, tornando mais cara cada unidade que se produz a mais.
No exemplo, a partir de 300 unidades, há deseconomias de escala, aumentando o custo
unitário de 15,80 u.m. para 16,40 u.m.

-A dimensão ótima corresponderá a 300 unidades, ou seja, é a quantidade correspondente ao


mínimo custo unitário ou médio.

A decisão do empresário e o preço do mercado

Embora o mínimo custo unitário indique a dimensão ótima para o empresário, este pode
produzir a custos médios mais elevados desde que o preço a que o bem é vendido no mercado
o permita.

Suponha que o preço de venda no mercado é de 18,00 u.m.

Então, a partir de 250 unidades (custo unitário de 17,40 u.m.) o empresário já terá lucro

(18,00 – 17,40 = 0,60 u.m. por unidade vendida).

Em Síntese

No longo prazo, a combinação ótima dos fatores produtivos é dada pelo menor custo médio
devido à Lei das Economias de Escala ou de Rendimentos Crescentes à Escala que permite
decidir qual a dimensão ótima da unidade de produção.

A partir de certa dimensão, passam a verificar-se deseconomias de escala, isto é, rendimentos


decrescentes à escala.

Você também pode gostar