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Contabilidade de Custos II

Métodos de Custeio

Professor Ms. Enézio Mariano da Costa


Email: enezio.costa@unemat.br
Sistema de Acumulação de Custos

Sistema de Acumulação de Custos


Sistema de acumulação de custos
representa a forma com que os custos são
transferidos aos produtos fabricados. Uma vez
calculado os custos de cada centro de custo
(produtivo ou auxiliar), é necessário transferir
tais custos aos produtos.

Fonte: portaldeauditoria.com.br/tematica/contabilidade-
cucustos_acumulacao-custos-atividade-industrial.htm.
Sistema de Acumulação de Custos

Sistema de Produção
O custo de produção será atribuído de
forma contínua, com base em períodos
específicos, ou se será determinado de forma
específica (ou em processo), segundo cada
tipo de produto ou projeto.
Sistema de Acumulação de Custos

Sistema de Produção
Produção contínua: a empresa trabalha produzindo
produtos iguais de forma contínua para estoque;
Exemplo: indústrias de cimento, química, petroquímica,
petróleo, álcool, açúcar, produtos alimentícios; serviços de
água e esgoto, telefonia, energia elétrica.
Produção por ordem: a empresa produz atendendo
a encomendas de clientes ou para estoque mas de
acordo com determinações especiais internas.
Exemplo: indústrias de móveis, construção civil, confecção de moda
por estação, indústrias pesadas; serviços de auditoria, consultoria,
engenharia, escritórios de planejamento
Sistema de Acumulação de Custos
Métodos de Custeio

Métodos de Custeio
Método de Custeio é o método usado para a
apropriação de custos.
Existem dois métodos básicos de custeio, o
custeio por absorção e custeio variável ou direto
e eles pode ser usados com qualquer Sistema
de Acumulação de Custos.
Além desses dois métodos existem o
Custeio ABC (Baseado em Atividades).
Métodos de Custeio
Classificação dos Custos quanto ao Volume de
Produção
Custo Fixo: É aquele que não varia em função do
volume de produção. Exemplo: Aluguel do prédio
da fabrica, seguros, salários fixo, será o mesmo,
embora a quantidade produzida altere.
Métodos de Custeio

Classificação dos Custos quanto ao Volume de


Produção
Custo Variável: É aquele que varia em função da
quantidade produzida. Quanto maior a quantidade
produzida, maior o custo variável. Exemplo: Matéria
Prima, mão de obra direta, energia da fabrica, etc..
Métodos de Custeio por Absorção

Custeio por Absorção


Custeio por absorção: O Custeio por absorção
consiste na apropriação de todos os custos
incorridos no processo de fabricação, mediante
rateio.
Passam a integrar o valor contábil tanto os
custos variáveis quando os fixos, ou seja, o
resultado do custo sofre influência direta do
volume produzido.
Métodos de Custeio por Absorção

Custeio por Absorção


Métodos de Custeio por Absorção
Métodos de Custeio por Absorção

Vantagens
 Fixação de preços de venda mais reais.
 Atende à legislação fiscal.
 Só é considerado custo a parcela dos
materiais utilizados na produção
Desvantagens
 A principal desvantagem do custeio por
absorção consiste na utilização dos rateios,
uma vez que dependendo do critério pode
penalizar determinado produto e beneficiar
outro.
Métodos de Custeio por Absorção

Exemplo1
A empresa “Alfa” nos anos X1 e X2 vende
100.000 unidades a $ 6,00 cada uma. Os custos
são os mesmos nos dos anos $ 3,00 de custo
variável por unidade e $ 90.000 de custo fixos
totais. Não existe estoques inicial em X1 e
foram produzidas 100.000 unidades, em X2
foram produzidas 150.000 unidades, ficando a
empresa com um estoque final de 50.000
unidades.
Métodos de Custeio por Absorção

Resolução exemplo1
Métodos de Custeio por Absorção

Exemplo2
A empresa “Alfa” nos anos X1 e X2 vende
150.000 unidades a $ 7,00 cada uma. Os custos
são os mesmos nos dos anos $ 3,50 de custo
variável por unidade e $ 100.000 de custo fixos
totais. Não existe estoques inicial em X1 e
foram produzidas 150.000 unidades, em X2
foram produzidas 200.000 unidades, ficando a
empresa com um estoque final de 50.000
unidades.
Métodos de Custeio por Absorção

Resolução exemplo2
Métodos de Custeio Variável

Custeio Variável
É o método de custeio em que somente os
custos claramente identificados com os
produtos devem ser apropriados.
No processo de seleção e produção no
sistema de custeio variável o fluxo dos
componentes dos custos de produção são
separados em dois grupos, os custos fixos e os
custos variáveis, sendo que os custos variáveis
tomam a direção dos estoques e o fixos são
direcionados para resultado do exercício.
Métodos de Custeio Variável

Custeio Variável
Métodos de Custeio Variável
Métodos de Custeio Variável
Vantagens
 Não esconde lucro no estoque e sua variação não interfere no
cálculo do resultado do período;
 Por conta da separação dos custos em fixos e variáveis, fornece
mais facilmente dados necessários para o planejamento de lucro
e simulação de resultados.
 É um sistema mais compreensível aos gestores, facilitando uma
melhor avaliação de desempenho para correção de rumos.
Desvantagens
 Não aceitação pela legislação tributária para fins de
avaliação de estoques;
 Fere Princípios Fundamentais de Contabilidade,
alterando o resultado do exercício;
 As informações geradas são voltadas especificamente
para o público interno.
Métodos de Custeio Variável

Exemplo1
A empresa “Alfa” nos anos X1 e X2 vende
100.000 unidades a $ 6,00 cada uma. Os custos
são os mesmos nos dos anos $ 3,00 de custo
variável por unidade e $ 90.000 de custo fixos
totais. Não existe estoques inicial em X1 e
foram produzidas 100.000 unidades, em X2
foram produzidas 150.000 unidades, ficando a
empresa com um estoque final de 50.000
unidades.
Métodos de Custeio Variável

Resolução exemplo1
Métodos de Custeio Variável

Exemplo2
A empresa “Alfa” nos anos X1 e X2 vende
150.000 unidades a $ 7,00 cada uma. Os custos
são os mesmos nos dos anos $ 3,50 de custo
variável por unidade e $ 100.000 de custo fixos
totais. Não existe estoques inicial em X1 e
foram produzidas 150.000 unidades, em X2
foram produzidas 200.000 unidades, ficando a
empresa com um estoque final de 50.000
unidades.
Métodos de Custeio Variável

Resolução exemplo2
Comparativo Custo Absorção x Variável

Nos exemplos acima vimos que pelo custeio por


absorção o aumento da quantidade produzidas aumenta o
lucro (embora a empresa não tenha aumentado as suas
vendas), enquanto no custeio variável o lucro permanecerá
constantes nos dois anos. A diferença entre os lucros
apurados pelos dois métodos em X2 é exatamente a
diferença do estoques.
Margem de Contribuição

Margem de contribuição é o valor de todas


as receitas somadas, subtraídos dos custos e
despesas variáveis.
A margem de contribuição pode ser
expressa em sua forma unitária, no total ou em
percentual.
Formula: MC= RV - CV
Formas da Margem de Contribuição

Na forma unitária : É a diferença entre o preço de


venda, o custo e despesa variáveis de uma unidade de
produto.
Formula : MC/u = PVu – Cvu
Na forma total: E a diferença entre as receitas
totais e os custos e despesas variáveis totais;
Formula: MCt = RVt – CVt
Na forma de porcentagem: É o valor obtido pela
divisão da margem de contribuição unitária pelo preço
de venda, ou pela divisão da margem de contribuição
total pela receita total;
Formula: MC% = MCu/PVu
Margem de Contribuição
Relações de Custo/Volume/Lucro

A análise custo-volume-lucro (CVL) examina o


comportamento de receitas totais, custos totais e o lucro
das operações com a ocorrência e mudanças no nível
de produção, no preço de venda, no custo variável por
unidade e/ou nos custos fixos de um produto
(HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004, p. 55).
Exemplo: Produto “X”
Preço de Venda = R$ 20,00 / unidade
Custos e Despesas Fixas = R$ 130.000 por ano
Custo e Despesas Variáveis = R$ 3,00 / unidade
Fabricação com venda integral = 30.000 unid./ano, com
capacidade para aumentar a produção para 40.000
unid./ano.
Relações de Custo/Volume/Lucro
Resolução

Análise:
Com o aumento do Nível de Produção de 30.000 unidades
para 40.000 a Margem de Contribuição também aumentou no total,
mas manteve-se fixo por unidade. Isto porque, mesmo com o
aumento da produção os Custos e Despesas Variáveis por unidade
permaneceu igual, e não houve alteração no preço de venda.
Relações de Custo/Volume/Lucro

Os custos e despesas totais variáveis aumentaram


proporcionalmente com o volume das vendas, já os
custos e despesas variáveis por unidade ficaram
constantes.
O custo e a despesa fixa total é constante para
estes níveis de atividade, já os unitários variam
conforme muda a quantidade produzida e vendida.
Quanto maior for o volume de produção e venda,
menores serão os custos e despesas fixas unitárias, e
quanto menores forem, maior será o Lucro Líquido.
Relações de Custo/Volume/Lucro

Vejamos a relação Custo Fixo e Margem de


Contribuição no gráfico.

Para uma empresa ter lucro, a Margem de


Contribuição deverá cobrir e exceder os Custos e
Despesas Fixas, caso contrário ela terá prejuízos
Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio é quando a receita total da


empresa é exatamente igual à soma de custos e
despesas.

O lucro de uma empresa é obtido a partir de vendas


ocorridas acima do Ponto de Equilíbrio.
A análise do Ponto de Equilíbrio é fundamental nas
decisões referente a investimentos, nos planejamentos
de controle do lucro, no lançamento ou corte de
produtos e para análise das alterações do Preço de
Venda conforme o comportamento do mercado.
Ponto de Equilíbrio

Para a determinação do Ponto de Equilíbrio, é


necessário definir alguns termos usados:
Receita Total (RT): É o número, Quantidade (Q) de
Unidades Vendidas, multiplicado pelo preço de Venda.
Custo Total (CT): É composto pelos Custos Variáveis
(CV) mais os Custos Fixos(CF).
Despesa Total (DT): É composto pelas Despesas
Variáveis (DV) mais as Despesas Fixas (DF)
Custos e Despesas Variáveis CDV
Custos e Despesas Fixas CDF
Margem de Contribuição (MC): Diferença entre o
preço de venda unitário (PVu) menos o custos e
despesas variáveis por unidade (CDVu).
Ponto de Equilíbrio
Calculo do Ponto de Equilíbrio

O cálculo do Ponto de Equilíbrio pode ser resolvido


de três maneiras para sua determinação e
apresentação:

1. Método da equação

2. Método da Margem de Contribuição

3. Método Gráfico
Calculo do Ponto de Equilíbrio

Método da equação
A determinação do Ponto de Equilíbrio sai da seguinte
equação:

Exemplo:
Preço de venda (PV) = R$ 500,00 por unidade
Custos e despesas variáveis (CDV) = R$ 200,00 por
unidade
Custos e despesas fixas (CDF) = R$ 75.000,00 por mês
Calculo do Ponto de Equilíbrio

Método da equação
Calculo do Ponto de Equilíbrio em quantidade e
valor.

PE$ = PEu x PVu


PE$ = 250 unidades x R$ 500,00
PE$ = R$ 125.000,00 por mês
Calculo do Ponto de Equilíbrio

Método da Margem de Contribuição


Este método é usado para determinar o Ponto de
Equilíbrio, Lucro ou Prejuízos operacionais a cada nível
de produção.
Exemplo:
Preço de venda (PV) = R$ 500,00 por unidade
Custos e despesas variáveis (CDV) = R$ 200,00 por
unidade
Custos e despesas fixas (CDF) = R$ 75.000,00 por mês
Níveis de produção para 150 un. 250 un. e 400 u/n.
Calculo do Ponto de Equilíbrio

Calculo do Ponto de Equilíbrio pelo Método da Margem


de Contribuição.
Calculo do Ponto de Equilíbrio

Método Gráfico
Ele demonstra o Ponto de Equilíbrio no gráfico, a
relação entre custos, receitas, volumes de saídas e o
lucro resultante.
Eixo Horizontal – representa as saídas em unidades.
Eixo Vertical - representa os valores monetários.
Calculo do Ponto de Equilíbrio

Método Gráfico
Exemplo com os níveis de atividade do Método da
Margem de Contribuição.
Margem de Segurança

A margem de segurança é a margem que a


empresa trabalha acima do ponto de equilíbrio, para
garantir a sustentabilidade do negócio.
O principal objetivo da margem de segurança é
mostrar para o empreendedor ou gestor do negócio,
qual produto / serviço que está gerando lucro para o
negócio e qual é o percentual que poderá reduzir em
produção ou em faturamento, caso seja necessário,
para focar em desenvolvimento em outros produtos ou
serviços.
Margem de Segurança

Cálculo da Margem de Segurança

Formula: MS% = % Margem de Lucro


% Margem de Contribuição
ML = 210.000,00 ÷ 600.000,00 = 0,35 ou 35%
MC= 300.000,00 ÷ 600.000,00 = 0,50 ou 50%
MS= 0,35 ÷ 0,50 = 0,70 0U 70%
MSq = 0,70 X 100.000,00 = 70.000 um
MSv = 0,70 X R$ 600.000,00 = R$ 420.000,00
Grau de Alavancagem Operacional

Grau de alavancagem operacional (GAO) é índice


que relaciona o aumento do porcentual nos lucros com
o aumento percentual na quantidade vendida em um
determinado nível de atividades.
O Grau de alavancagem operacional (GAO) serve
para mensurar a variação no lucro quando se altera o
quantitativo de vendas.
Formula:
GAO = ∆ % Lucro
∆ % Unidades
Grau de Alavancagem Operacional

A partir dos resultados, é possível identificar


diferentes cenários. Confira os três principais:
GAO superior a 1: demonstra que a alavancagem trouxe
um resultado positivo;
GAO inferior a 1: indica que a alavancagem foi negativa,
trazendo prejuízos ao negócio;
GAO igual a 1: nesse caso, os resultados foram nulos,
mantendo o resultado anterior à alavancagem.
Grau de Alavancagem Operacional
Exemplo:

% aumento de lucros $ 240.000,00 ÷ $ 210.000,00 = 14%


% aumento nas vendas $ 660.000,00 ÷ $ 600.000,00=10%
GAO = 14% ÷ 10% = 1,4
Referencias Bibliograficas
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª, 10ª. Sao Paulo
São Paulo: 2003 2010, Atlas Atlas. 370. ISBN: 9788522459407.
CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme
Simões. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 8. São Paulo:
2017, Atlas. 618. ISBN: 9788522461424.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Contabilidade de Custos:
livro de exercicios. 11. São Paulo: 2015, Atlas. 165. ISBN:
9788522498703.

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