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MÓDULO: SITD – Sistematizar Informação para a Tomada de Decisão

INSTITUTO COMERCIAL DE MAPUTO

RESULTADO DE APRENDIZEGEM 4: MODELO CUSTO-VOLUME-RESULTADO


(CVR)
A tomada de decisão é uma constante da gestão empresarial. Para tal é importante que se consiga responder,
com o mínimo de certeza, a algumas questões, por exemplo:

 Qual o nível de actividade a partir da qual a empresa não apresentará prejuízo?

 Que lucros poderão ser obtidos se forem vendidas determinada quantidade?

 Quanto se ganha por cada unidade vendida?

 Quantas unidades terão a empresa que vender para obter o resultado pretendido?

 Qual o resultado esperado para um dado volume de vendas?

 Qual o impacto no resultado de um determinado acréscimo nas vendas?

 Qual o acréscimo no resultado pela redução, em certa percentagem, do custo variável unitário?

 Qual o acréscimo nas quantidades a vender que é́ necessário para compensar uma redução no preço
de venda, de modo a que o resultado esperado se mantenha?

 Qual o crescimento necessário nas vendas de modo a cobrir os custos fixos de uma expansão da
capacidade produtiva?

Estas e outras questões não rotineiras poderão ter resposta utilizando o modelo custo Volume Resultados
(CVR).

O Instituto de Contabilistas Empresarias dos EUA diz que “os lucros dependem de um equilíbrio adequado
entre preços de venda, mix, quantidade e custos”. A análise Custo, Volume e Resultado (CVR) é um método
usado para avaliar o impacto dos custos e da quantidade (volume) na lucratividade da empresa.

Vejamos:

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O modelo CVR baseia-se na classificação do comportamento dos custos em fixos e variáveis. Por isso antes
da sua utilização é necessário transformar os custos semi-variáveis em fixos ou em varáveis. Assim, os custos
totais podem ser decompostos pela sua classificação quanto ao seu comportamento: Custos Variáveis Totais
(CV) e Custos Fixos Totais (CF). Logo,

RO = V – CV - CF

Como os custos variáveis totais (CV) e os Vendas (V) são rubricas que variam com a quantidade vendida (Qv), apesar
do preço venda (pv) e os custos variáveis unitários (cv) se manterem constantes em termos unitários, podemos refazer
a equação da seguinte forma:

RO = pv x Qv – cv x Qv – CF

Desta forma facilmente se entende a relação entre o Custo/volume/Resultado explicada pelo modelo
CVR. Para que haja respostas a questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da empresa com
a análise do CVR, facilmente se entende que este varia com:

1. Aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo)


2. Diminuição ou aumento do volume de vendas (quantidades);
3. Redução ou majoração dos preços de venda

Vejamos uma empresa produz apenas um único produto e que possui a seguintes estrutura de Custos e Preços:

Preço Venda 100,00 Meticais

Custos variáveis unitários 50,00 meticais

Custos Fixos mensais 312.000 Meticais

A empresa gostava de saber qual o resultado mensal para uma quantidade de vendas mensais de 6000
unidades

Aplicando a equação (3) teríamos: (RO = pv x Qv – cv x Qv – CF)

RO = 6.000 x 100,00 – 6.000 x 50,00 – 39.000,00

RO = - 12.000,00 meticais

Ora um resultado negativo. Para ter um resultado a empresa teria que aumentar as suas vendas através das
quantidades vendidas e/ou através do aumento/diminuição do seu preço e/ou diminuir os seus custos.

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Vejamos apenas o efeito de um aumento da quantidade vendida em 300 unidades, ou seja, para uma
quantidade vendida de 6.300 unidades:

RO = 6.300 x 100,00 – 6.300 x 50,00 - 39.000

RO = 3.000,00

Poderíamos ainda ver o efeito da variação de uma outra variável, mantendo as restantes constantes e verificar
o impacto nos custos.

Este modelo, aplica-se a todas as empresas e/ou negócios, permitindo uma primeira aproximação quanto ao
lucro que se poderá vir a obter. A sua aplicação é facilmente compreensível, estando, no entanto, sujeita a
alguns pressupostos simplificadores que introduzem alguma margem de erro nos resultados obtidos.

Pressupostos do modelo CVR

 Análise de curto prazo e validade num intervalo razoável. Não se aplica a estratégias de médio e longo
prazo e os parâmetros apenas são viáveis dentro de determinados limites, por exemplo para uma
quantidade produzida até um determinado limite, pois isto implicaria a alteração da estrutura de custos
fixos da empresa.

 O nível de actividade é a única variável que afecta o comportamento dos custos, ou seja, estão
excluídos outros efeitos tais como alterações de mercado, Recursos humanos, etc.

 Os custos fixos e varáveis podem ser separados e classificados com rigor, o que exclui a possibilidade
de termos custos semi-variáveis (relembre a classificação de custos de acordo com o comportamento dos
mesmos discutido no módulo de Contabilidade Analítica I)

 O preço de venda permanece inalterável dentro do período e da gama de produção relevante (i.e., não
depende das quantidades vendidas). Como sabemos, de acordo com a lei da Oferta e da Procura, quando
há elasticidade entre o preço e quantidade, à medida que a quantidade aumenta o preço tende a tornar-se
mais competitivo, isto é, baixar.

 O custo variável unitário e os custos fixos totais permanecem inalteráveis dentro da gama de produção
relevante. O que contraria a teoria de economias de escala, isto é, à medida que a quantidade aumenta os
custos Unitários tendem a baixar. Da mesma forma os custos fixos, são permanecem inalterados dentro
de um determinado limite, pois com o aumento das unidades produzidas existe muitas vezes a necessidade
de aumentar a capacidade de produção, implicando por exemplo a aquisição de mais máquinas e/ou
ampliação das instalações.

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 Ou produto único, ou a proporção de vendas (sales mix) permanece inalterável dentro da gama de
produção relevante

 Não existe diferença significativa entre as existências no início e no fim do período relevante, isto é,
vende-se tudo o que se produz. Este também é um pressuposto que só se verifica nas empresas que
produzem por ordem.

 Utilização do sistema de custeio variável. Relativamente a este ponto iremos analisar nos capítulos
subsequentes.

A Principal vantagem deste modelo é de permitir de uma forma bastante simplificada e rápida dar
informações úteis aos gestores para a tomada de decisão, por exemplo, para ajustar o preço de venda,
seleccionar o mix de produtos, analisar o efeito dos custos sobre os lucros. No actual contexto empresarial,
em que o gestor tem que tomar decisões rápidas e precisas, o modelo CVR tem vindo a constituir um
importante instrumento de análise.

As suas principais limitações advêm dos pressupostos à sua elaboração:

 Pressupõe que o comportamento dos custos e proveitos é conhecido e que pode ser representado por
funções matemáticas relativamente simples (geralmente lineares face a variações do nível de
actividade)

 Nem sempre é possível isolar claramente as componentes fixas e variáveis dos vários elementos de
custo

CASO PRÁTICO 19 – MODELO CVR

1) Qual o principal objectivo do Modelo CVR?

2) Indique 3 questões que podem ser respondidas pelo modelo CVR.

3) Indique os Pressupostos do Modelo CVR

4) Quais as suas principais vantagens e Desvantagens

A MARGEM DE CONTRIBU IÇÃO

Como verificamos na técnica de custeio variável a Margem de Contribuição (MC) era dada pela diferença
entre as vendas e os custos variáveis totais da empresa. Assim, será o montante destinado a cobrir os custos
fixos e a gerar lucro para remunerar o capital investido, ou seja, é excesso das receitas de vendas sobre os
custos variáveis.

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Margem de Contribuição (MC) = Volume de Vendas (V) – Custos Variáveis Totais (CV)

A Margem de Contribuição pode ser apresentada em termos percentuais e em termos unitários:

1 – Margem de Contribuição Percentual

A margem de Contribuição pode ser representada por percentagem das vendas, ou seja, qual a percentagem
da MC nas vendas:

Margem de Contribuição Total (MC)


MC % = x 100%
Vendas (V)

EXEMPLO Nº 1

Um determinado produto apresentou a seguinte margem contribuição:

Vendas 9.600,00
Custo das vendas 7.680,00
Margem de contribuição Variável 1.920,00

Qual será a margem de contribuição percentual?

2 – Margem de Contribuição Unitária

A margem de contribuição também pode ser apresentada em termos unitários, representando o valor liberto
de cada unidade por cada unidade vendida. Para a sua obtenção basta obter o preço de venda unitário (note
que, V = Pvu x Qv) e o valor unitário dos custos variáveis é (CV = cvu x Qv)

Formulando vem:

Margem de contribuição unitária (mc) = Preço Venda (Pv) – Custos Variáveis Unitários (cv u)
mc=Pv –cv u
EXEMPLO Nº 2

A Fabrica “Camila Filimone dos Santos, Lda.”, dedica-se à produção de um único produto, que vende a
90,00 meticais cada.

A estrutura de custos variáveis é a seguinte:


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Custos Variáveis Unitários
Materiais Directos 15,00
Mão-de-obra Directa 14,00
Custos Indirectos Variáveis 8,50
Despesas Comerciais 2,00
Despesas Administrativas 0,50
Custo Variável Unitário 40,00

Custos Fixos Totais 650.000,00 meticais

Com base nos dados calcule a margem de contribuição unitária.

Para saber o total liberto, a margem de contribuição total, durante aquele período bastará multiplicar a mc
unitária pelas unidades vendidas.

MC = mc x Qv

Imagine que a empresa produz 15.750 unidades, qual seria a margem de contribuição total? E como interpreta
essa informação?

CASO PRÁTICO – A MARGEM CONTRIBUIÇÃO

1. O que entende por margem de contribuição?


2. Indique as diversas formas em que margem de contribuição pode ser apresentada.
3. A empresa Industrial “Justino da Rosa Timóteo, Lda." dedica-se à fabricação do produto Alfa a partir
da matéria-prima Beta. No mês de Junho último apresentou a seguinte informação:
Existências em 1 de Junho:
Alfa: 5 000 unidades valorizadas aos seguintes custos unitários:
Custeio total - 800,00
Custeio Variável – 700,00
Vendas 9 000 unidades @ 1 600,00
Produção 8 000 unidades
Custos Industriais:
 Matérias-primas 540,00 por unidade
 Mão-de-obra Directa: 800 Horas @ 1 900,00
 Gastos Gerais de Fabrico:
- Variáveis: 1 450,00 por cada hora da MOD Fixos: 1 500 000,00
Custos não industriais:
Distribuição:

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Fixos: 650 000,00 Variáveis: 220,00 por unidade
Administrativos Fixos 250 000,00
Financeiros Fixos 50 000,00
Produção em curso no fim do mês Abril: 300 000,00 Custeio Total e 160 000,00 Custeio Variável
Critério de valorização LIFO

Pretende-se:
a) O Cálculo da margem de contribuição total, unitária e percentual.

4. A Sociedade “Guambe Alfredo & Sadia Mateus, Lda.” fabrica e comercializa um único tipo de papéis
pintados para revestimento de paredes. Com referência ao exercício de 2021, apuraram-se os seguintes
dados:

- Vendas 194 000 Cts.;


- Custos de Produção:
. Matérias-primas e subsidiárias 36 000 Cts.;
. Mão-de-obra variável 28 000 Cts.;
. Mão-de-obra fixa 44 000 Cts.;
. GGF variáveis 16 000 Cts.;
. GGF fixos 28 000 Cts.;
- Quantidade produzida 220 000 rolos;
- Existência inicial 0 rolos;
- Existência final 20 000 rolos;
- Custos Comerciais e Administrativos
. variáveis 20 000 Cts.;
. fixos 32 000 Cts.;
Pretende-se:
a) O Cálculo da margem de contribuição total, unitária e percentual;

O PONTO DE EQUILÍBRIO

O ponto de Equilíbrio é o ponto que se situa entre obter lucro ou sustentar um prejuízo, respondendo assim à
primeira questão:

• Qual o nível de actividade a partir da qual a empresa não apresentará prejuízo?

Este ponto representa o nível de vendas (quantidade vendida - Qv) que conduz a um resultado nulo. Por isso,
se designa como ponto de equilíbrio, ponto morto das vendas, ou Break Even Point (BEP).

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Conhecer a quantidade e volume de vendas necessários para o atingir, permite aos responsáveis da empresa,
ter a priori uma melhor ideia da sua estrutura de custos e capacidade de vendas.

Ao definir que o BEP é o ponto cujo nível de actividade conduz a um resultado nulo, então:

Sendo RO = mc x Qv – CF, então para um RO = 0

Então o BEP é dado pela seguinte equação:

Custos Fixos (CF)


Ponto de Equilíbrio (PE) Q* =
margem Contribuição unitária (mc)

Note que o ponto de equilíbrio pode ser calculado em valor bastando para tal multiplicar as quantidades do ponto de
equilíbrio pelo preço de vendas.

(PE Em Valor) V* = Q* x Pv

EXEMPLO Nº 1

Determine o ponto de equilíbrio em quantidade e em valor do exemplo nº 2 (Fabrica “Camila Filimone dos
Santos, Lda.”) e represente graficamente.

A MARGEM DE SEGURANÇA

Como o próprio nome indica, a margem de segurança (MS) representa o nível de distância face à obtenção
de prejuízo. Assim, este indicador reflecte o risco da empresa face ao mercado.

Esta análise pretende dar resposta à seguinte questão:

• Em quanto poderá a empresa baixar as vendas sem que entre em prejuízo?

A MS será a quantidade vendida/a vender que excede o PE (Ponto de Equilíbrio). De um modo geral a MS é
apresentada em termos percentuais, por ser mais fácil a sua leitura:

Quantidade Vendida (Qv) - Quantidade PE (Qv*)


Margem Segurança (MS) % = x 100 %
Quantidade Vendida (Qv)

A Margem de Segurança pode também ser calculada usando o volume de vendas conforme pode se ver na
equação a seguir:
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Volume de Vendas (V) – Volume de Vendas no PE (V*)


Margem Segurança (MS) % = x 100 %
Volume de Vendida (V)

EXEMPLO Nº 2

Determine a margem de segurança do exemplo anterior, sem se esquecer que as vendas totais foram de 15.750
unidades.

Casos Práticos nº 1

21. A Empresa Industrial "SÓ PARA PENSAR UM POUCO", L.da, fabrica o produto "Alfa", mediante o
processamento de certa matéria-prima "Kapa". Desde a vários anos vem adoptando o Custeio Total. Contudo,
em Abril último passou a adoptar o Sistema de Custeio Variável. No início do mês tinha no seu stock 300
Toneladas de Alfa ao custo unitário de 750,00 e durante o mês suportou um custo de 590 000,00 para produzir
500 Toneladas de Alfa e que no fim tinha um stock final de 200 Toneladas do mesmo produto. Sabe-se ainda
que o volume de vendas desta empresa, é apresentado pela seguinte expressão:
VV = 2.000,00*Q e o Custo Total = 469.800,00 + 1 130,00*Q.

Pretende-se:
1) O Ponto de equilíbrio (em quantidade e valor), algébrica e graficamente;
2) A Margem de Segurança;
3) O volume de vendas para uma margem de segurança de 40%, mantendo o ponto de equilíbrio
anterior.

Casos Práticos nº 2

A Empresa Industrial "ELIOT MANGUENZA & MACHAVANE", L.da, fabrica o produto "Alfa", mediante o
processamento da matéria-prima "Beta". Desde a vários anos vem adoptando o Custeio Total. Contudo, em
Junho último passou a adoptar o Sistema de Custeio Variável.

Os dados referentes à sua exploração nesse mês (Junho) foram:

1) Existências iniciais:
. "Beta": 20 ton. @ 2 000 Cts.;
. "Alfa": 300 unidades @ 900 Cts2.;
. Produtos em curso: 200 unidades
- Matérias-primas (valor total): 15 000 Cts.;
- Mão-de-obra Directa: 1 hora por unidade @ 50 Cts;

1
Caso for necessário, use o critério Fifo para a valorização das saídas de existências
2
750 Cts. de custo variável unitário e 150 Cts. de custo fixo unitário.
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- Gastos G. de Fabrico: 250 Cts.3;
2) Compras de "Beta": 100 ton. @ 2 500 Cts.;
3) Mão-de-obra Directa (10 000): 155 000 Cts.;
4) Outros Custos de Exploração (valores em contos):
Fixos Variáveis
. Gastos Gerais de Fabrico 150 000 200 000
. Gastos Administrativos 220 750 ---
. Gastos de Distribuição 75 000 99 750
5) Existências Finais:
. "Beta": 40 ton.;
. "Alfa": 150 unidades;
6) Vendas: 650 unidades @ 2 000 Cts.

Pretende-se:
4) O Mapa de Demonstração de Resultados pelo Custeio Variável;
5) O Ponto de equilíbrio (em quantidade e valor), algébrica e graficamente;
6) A Margem de Segurança
7) O volume de vendas para uma margem de 30%, mantendo o ponto crítico anterior.

Nota: A empresa adopta o critério "FIFO" para a valorização das saídas de Existências.

O PONTO DE EQUILÍBRIO NO MIX DE VENDAS

A maioria das empresas tem mais do que um produto e cada um deles pode ter uma participação diferente
nos resultados. Neste caso, a análise do Modelo CVR é feita recorrendo a uma margem de contribuição média
ponderada que reflicta o mix das vendas.

Vejamos o exemplo de uma Loja que vende dois tipos de Bebidas: sumos e Refrigerantes. Os preços
praticados são de 20,00 meticais os sumos e 25,00 meticais os refrigerantes. Os custos variáveis
unitários são de 10,00 meticais o sumo e 12,00 o refrigerante. Os Custos Fixos mensais são de
29.700,00 meticais.

Em primeiro lugar é importante saber qual o produto que oferece maior contribuição para a empresa.
Para isso vamos calcular as Margens de contribuição unitária:

Sumos Refrigerantes
Preço Venda Unitário 20,00 25,00
Custos variáveis Unitários 10,00 12,00
Margem de contribuição Unitária 10,00 13,00

3
100 Cts. de custo variável unitário e 150 Cts. de custo fixo unitário.
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Ambos os produtos contribuem positivamente para o resultado da empresa, mas os refrigerantes são
o produto que liberta mais valor. Assim, se a empresa quiser aumentar os seus resultados terá que
estimular as vendas deste produto.

Quando se coloca a questão do ponto de equilíbrio para cada um destes produtos temos que fazer uma
adaptação ao modelo. Vejamos como:

Após uma pesquisa, a empresa vendia o dobro dos refrigerantes relativamente aos sumos, logo para
fazer uma venda em quantidade igual seria 2 sumos = 1 Refrigerante.

Vejamos os passos para determinar o ponto de equilíbrio (PE):

Sumos Refrigerantes Combinação (2:1)


Pv u 20,00 25,00 65,00 (2x20,00+1x25,00)
Cv u 10,00 12,00 32,00 (2x10,00 + 1x12,00)
mc 10,00 13,00 33,00

CF 29 700,00
Q* = = = 900 bebidas
mc 33,00

Usando novamente a proporção teríamos:

Aplicando a proporção 2:1


Sumos 1 800 Pacotes de Sumo (2 x 900)
Refrigerantes 900 Garrafas de Refrigerantes (1 x 900)

Exemplo2

Uma empresa fabrica três (3) produtos designados por A, B, e C, sobre os quais se dispõe dos seguintes elementos em
relação Março último:
Descrição A B C Total
Vendas (Kgs) 14 000 10 000 10 000 34 000
Preço de Venda/Kg (cts) 20 12 10 ---
Custos Variáveis unitário (cts)
. De produção 10 5 4 ---
. De administração 5 2 1 ---
Custos Fixos --- --- --- 85 000

Pretende-se:

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1) O Ponto Crítico de Vendas, analítica e graficamente;
2) A contribuição de cada produto (vendas) no ponto crítico da empresa

CASO PRATICO Nº 1

1. A empresa industrial “Recuperação das Notas” fabrica em regime de produção Disjunta os Produtos
Vinte, Dezanove e Dezoito, sobre os quais se dispões dos seguintes elementos em relação ao mês de
Maio último:

- Existência Iniciais de Matérias-primas: 50 ton @ 2.500,00


- Mão-de-obra Directa:
140 Horas @ 2.500, 00
- Gastos Gerais de Fabrico:
- Fixos: 100.000,00 - Variáveis: 126.000,00
- Custos de Distribuição:
- Variáveis: -Vinte: 11,70 /Unidade - Dezanove: 5,20/Unidade - Dezoito: 2,70/Unidade
- Custos Administrativos e Financeiros
- Fixos: 57.500,00
- Compras de Matérias-primas: 100 ton @ 3.500,00

- Produção Venda
- Vinte: 20.000 unidades 14.000 unidades @ 30,45
- Dezanove: 30.000 unidades 28.000 unidades @ 25,20
- Dezoito: 20.000 unidades 17.500 unidades @ 19,32
- Existências Finais de Matérias-primas: 60 ton

Informação Adicional:
A empresa não tinha produção em curso de fabrico tanto no início como no fim do período, nem
existências iniciais de produtos acabados.
Todos os custos industriais variáveis repartem se aos produtos em função das quantidades produzidas.
A empresa utiliza o critério LIFO para a valorização das saídas de existências.

Pretende-se:

a) O cálculo do custo de produção total e unitário de cada produto pelo custeio variável;
b) Mapa de demonstração de Resultados por produto e total;
c) Mapa de cálculo da proporção de volume de vendas e da margem de contribuição;
d) Determinação do ponto de equilíbrio das vendas;
e) A contribuição de cada produto (em quantidade e em valor) para o ponto de equilíbrio;
f) Representação Gráfica do ponto de equilíbrio;
g) O Cálculo da Margem de segurança em valor e em percentagem;
h) O Calculo do Resultado esperado.

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