Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
A análise do lucro-alvo é um dos principais usos da análise CVL (custo–
volume–lucro), pois, por meio dela, estimamos o volume de vendas
necessário para alcançar determinado lucro-alvo. Já a análise do ponto
de equilíbrio é, na verdade, apenas um caso especial em que o lucro-alvo
é igual a zero.
Neste capítulo, você aprenderá a determinar o nível de vendas neces-
sário para alcançar o lucro desejado e a identificar o ponto de equilíbrio.
Além disso, saberá como calcular a margem de segurança e conhecerá
sua importância.
Para esse tipo de análise, alguns componentes devem ser levados em con-
sideração e, depois de analisados, devidamente ponderados para a correta
tomada de decisão. Mas, quais seriam eles?
Observando a Figura 1, a seguir, vemos que, na análise CVL, existem
diversas oportunidades as quais integram basicamente três elementos: a mar-
gem de contribuição, os pontos de equilíbrio e a margem de segurança. Mas é
preciso lembrar-se de que eles carregam consigo outros conceitos integrados
da contabilidade de custos.
MC = PV – (CV + DV)
onde:
aluguéis;
manutenção;
internet;
telefonia.
Portanto, esses custos fixos, assim como outros que apresentam essa ca-
racterística, podem e devem ser negociados para que exista a possibilidade
de diminuição de seus valores e a possibilidade de aumento dos resultados no
final do período. Os custos variáveis também podem ser negociados, porém,
como a matéria-prima e a mão de obra, muitas vezes, acabam sendo difíceis
de negociar ou afetando a qualidade do produto, é mais fácil investir em
negociações envolvendo custos e despesas fixos.
Ponto de equilíbrio
Um dos conceitos iniciais ligados ao ponto de equilíbrio, ou ponto de equilíbrio
contábil (PEC), como o próprio nome indica, é que esse é o momento em que
a empresa não tem nem lucro nem prejuízo (MARTINS, 2010).
No PEC, a organização consegue o mínimo para cobrir seus custos e
despesas fixos e variáveis. Mas, em um primeiro momento, para que serve o
PEC? Essa situação pode ser interessante, por exemplo, em alguns momentos:
Gastos fixos
Ponto de equilíbrio =
Margem de Contribuição Unitária
Com a margem em valor, o PEC é obtido em unidades. Para a sua obtenção em valores
monetários, seria necessário multiplicar o valor pelo preço de cada unidade. Caso
fosse utilizada a MC em percentual, o valor seria obtido de forma automática em
valor monetário.
Mas, além das questões apontadas, por que uma empresa operaria com
resultado zero? O PEC é mais do que um resultado nulo. Junto com a MC,
ele auxilia o tomador de decisão a definir os produtos que serão vendidos e
como eles devem ser vendidos. Mas como isso ocorre?
Os produtos que têm a maior MC terão a preferência na produção e venda,
já que contribuem para arcar com os custos fixos, mesmo que não tenham os
maiores preços de venda. E investir nesses produtos que auxiliarão a diluir
os custos fixos é uma das tarefas dos gestores, já que esses custos, em sua
maioria, são inevitáveis — como é o caso do aluguel (caso a empresa tenha
que pagar), dos salários e de outros valores que ocorrerão independentemente
da produção e que precisam ser pagos todos os meses.
Por isso, o PEC aliado à análise da MC unitária é tão importante já que
ajuda a entender os produtos e serviços que devem ser incentivados, e não só
o modo de manter o lucro zero (PADOVEZE, 2006).
6 Análise do lucro-alvo e do ponto de equilíbrio
Reais
R$
22.000,00
20.000,00 Área de
Ponto de lucro Receitas totais
18.000,00 equilíbrio
16.000,00 contábil
Área de Custos totais
14.000,00
prejuízo
12.000,00
10.000,00
6.000,00
4.000,00
Custos fixos
2.000,00
Tendo o gráfico como base, pode-se notar que a reta dos custos continua
inalterada, apesar do aumento da reta das receitas totais. Note, também, que
os custos fixos não partem do zero. E isso ocorre porque, independentemente
do mês, sempre haverá um valor mínimo a ser coberto, como é o caso dos
salários e do aluguel. Assim, se não houver produção, é preciso repassar esses
valores a cada um dos credores.
Ao contrário dos custos fixos, existe a reta dos custos totais, que aumenta
conforme o nível de produção, já que os gastos com matéria-prima e mão de
obra tendem a crescer com o aumento da produção.
As receitas partem do momento zero, já que é preciso começar a faturar
para ter algum resultado. A reta dos custos totais não parte do zero pelo fato
da existência dos próprios custos fixos. Mesmo que não exista consumo de
custos variáveis, a empresa já está gastando, e os variáveis só começarão a
ser consumidos com o aumento das unidades.
Na área indicada como de prejuízo, é possível entender como a empresa
fica com resultado negativo, tanto em questão de unidades quanto do ponto de
vista monetário. Já o ponto indicado no centro da figura mostra exatamente o
PEC que ocorrerá quando a empresa equilibrar todos os custos e as despesas
fixos e variáveis. Na figura, tanto as receitas quanto as unidades demonstram
como os gastos são cobertos.
Análise do lucro-alvo e do ponto de equilíbrio 7
100.000,00
Ponto de equilíbrio = = 20.000 unidades
5,00
Margem de segurança
Quando a empresa começa a desenvolver as suas atividades, ela pode perma-
necer no ponto do equilíbrio até certo momento, já que ainda está se estabe-
lecendo, assim como seu produto ou sua a marca.
Porém, é lógico que, em breve, ela objetivará ultrapassar tal questão e passar
a ter lucro com sua atividade e mais segurança com suas vendas. Ao passar o
PEC, outro índice gerencial que é explorado pelos gestores e que pode trazer
bons retornos para uma organização é conhecido como margem de segurança
(MS), ou margem de segurança operacional (MSO).
A MSO também é um conceito simples, apesar da sua ampla utilização, e
ocorre quando o número de unidades, ou de valor monetário, ultrapassa o PEC.
Pensando no exemplo em que a empresa tinha o PEC de 20.000 unidades,
ou seja, a quantidade mínima para cobrir seus gastos: se ela estivesse vendendo
25.000 unidades, a MSO seria de 5.000 unidades, isto é, as unidades que
extrapolam o PEC. Nesse caso, se a empresa deixasse de vender essas 5.000
unidades, ainda assim estaria “coberta”, ou seja, não teria prejuízo. Todavia,
é preciso lembrar-se de que, nesse momento, ela também não teria lucro.
Então, além da fórmula em quantidade, ou seja, em unidades, que já vimos,
a MSO pode ser visualizada em outras, como:
Margem % 25%