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GESTÃO DE CUSTOS
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"Pois, quem de vós, querendo construir uma torre, não começa por
sentar-se para calcular a despesa e ver se possui com que acabar?"
Lucas, 14,28
A contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar os princípios da
contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio. Dessa forma, com informações
coletadas das operações e das vendas, a administração pode empregar os dados contábeis e financeiros
para estabelecer os custos de produção e distribuição, unitários ou totais, para um ou para todos os
produtos fabricados ou serviços prestados, além dos custos das outras diversas funções do negócio,
objetivando alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa.
O nascimento da contabilidade de custos decorreu da necessidade de maiores e mais precisas
informações, que permitissem uma tomada de decisão correta após o advento da Revolução Industrial.
Anteriormente à Revolução Industrial, a contabilidade de custos praticamente não existia, já que as
operações resumiam-se basicamente em comercialização de mercadorias. Nessa época, os estoques
eram registrados e avaliados por seu custo real de aquisição.
Com a Revolução Industrial, as empresas passaram a adquirir matéria-prima para transformar
em novos produtos. O novo bem criado era resultante da agregação de diferentes materiais e esforços de
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• Custo
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Ele também é
um gasto, só que reconhecido como custo no momento da fabricação de um produto ou execução de um
serviço. Ex.: matéria-prima, mão-de-obra direta.
• Despesa
Gasto que provoca redução do patrimônio. Bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente
para a obtenção de receitas. Ex.: comissão sobre vendas.
• Desembolso
É o pagamento resultante da compra (aquisição) de um bem ou serviço. É a saída financeira da
empresa, entrega de ativos. Ex.: Pagamento de uma fatura.
• Gastos
"Sacrifício financeiro" com que a entidade arca para obter bens (produtos) ou serviços. São
representados pela promessa de entrega de ativos (geralmente dinheiro).
Somente é considerado gasto no momento que existe o reconhecimento contábil da dívida ou da
redução do ativo dado em pagamento.
Gasto é termo genérico que pode representar tanto um custo como uma despesa.
Ex.: Gasto com matéria-prima, gasto com comissões sobre vendas.
CUSTO
ATIVADO
GASTO INVESTIMENTO
DESPESA
NÃO-ATIVADO
PERDA
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• Investimento
É todo o gasto para aquisição de ativo, com finalidade de obtenção de benefícios a curto, médio
ou a longo prazo. Podemos concluir que todo custo é um investimento, mas nem todo o investimento é
um custo. Ex.: matéria-prima, máquina para a fábrica, ações de outras empresas.
• Perdas
São bens ou produtos consumidos de forma anormal e involuntários. São gastos não
intensionais decorrentes de fatores externos, fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa.
Ex.: perdas com estoque deteriorados, incêndios.
Obs.: Perdas rotineiras devem ser incorporadas no custo. E perdas não rotineiras (ocasionais) não
devem ser consideradas nos custos.
Gastos incorridos para a elaboração do produto são contabilmente classificados como custos.
Gastos incorridos após a disponibilização do produto devem ser classificados como despesa. Segundo
Iudícibus (1998, p.113): “(...) o sentido original da palavra custo, aplicada à contabilidade, refere-se
claramente à fase em que os fatores de produção são retirados do estoque e colocados no processo
produtivo”.
Demonstração do Resultado do
Balanço Patrimonial
Exercício
Produtos ou
serviços
Custos elaborados Despesas
Consumo associado
à elaboração do
produto ou serviço
Consumo associado
ao período
Investimentos
Gastos
FONTE: BRUNI & FAMÁ, 2004, p. 27
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Unidade 2: Exercício A
1. Classifique os gastos em: Investimentos ( I ), Custos ( C ), Despesas ( D ) e Perdas ( P ). Mencione se houve Desembolso
ou não.
3. Desembolso representa:
a) pagamento pela aquisição de um bem ou pela obtenção de um serviço;
b) aquisição a prazo de móveis e utensílios;
c) depreciação de equipamentos da fábrica;
d) a apropriação dos gastos de mão-de-obra;
e) constituição de provisão.
4. Investimento representa:
a) qualquer desembolso para a aquisição de um serviço;
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b) um gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos
futuros;
c) gasto com bens e serviços consumidos com a finalidade de obter receitas;
d) gasto de salários e encargos sociais do pessoal de vendas;
Exercício B
1. Classifique os gastos em: Investimentos ( I ), Custos ( C ), Despesas ( D ) e Perdas ( P ). Considerando a empresa uma
fábrica.
3. Responda:
a) Como diferem a contabilidade financeira, custos e gerencial.
b) Tem-se despesa ao comprar matéria-prima? O que ocorre quando a matéria-prima é consumida na
produção? (Justifique)
c) Diferencie a perda rotineira da perda ocasional. Dê exemplos. E explique se são considerados como
custo ou despesa.
d) O que você entende por depreciação? Quando a depreciação é considerada custo e quando é
considerada despesa?
e) Quais as funções da gestão de custos?
Quanto ao VOLUME:
Custos Fixos
É o custo que a empresa tem mensalmente, independente da produção e não se altera com o
volume produzido dentro de uma determinada faixa. É um custo fixo no total, mas variável nas unidades
produzidas. Quanto mais produzir, menor será o custo por unidade. Por exemplo:
R$ 200,00 imputados a 80 unidades = R$ 2,5 /u
R$ 200,00 imputados a 100 unidade = R$ 2,00 /u.
Exemplo: Aluguel, depreciação dos equipamentos.
R$
200,00
0
80 100
Quantidade Produzida Unidades
Custos Variáveis
É o custo que aparece somente quando a empresa inicia a produção e venda de seus produtos.
Ele é fixo na unidade e variável no total. Quanto mais produzir, maior vai ser o volume consumido.
R$ 200,00 para fabricar 200 unidades
R$ 1.000,00 para fabricar 1000 unidades
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R$
1.000,00
200,00
200 1000
Unidades Produzida
R$
300,00
100,00
100 300
Unidades Produzidas
Direto: Quando a empresa produz um único tipo de produto; ou quando é possível medir o
consumo de energia elétrica gasta para produzir uma unidade.
Indireto: Quando a empresa possui vários tipos de produtos e fica inviável medir o consumo de
energia por unidade.
Fixo: No caso de contrato de fornecimento e funcionamento constante das máquinas
Variável: No caso de pagamento em função do consumo; quando as máquinas funcionam
conforme o volume de produção.
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Exercício C
1. Custos Diretos de um produto são aqueles que:
a) Entram diretamente na linha de produção.
b) Podem ser mensurados por produto com precisão.
c) Estão diretamente relacionados ao processo produtivo.
d) Podem ser rateados com base em critérios adequados.
2. Normalmente são custos indiretos em relação aos produtos:
a) Aluguel e supervisão.
b) Aluguel e embalagens.
c) Promoção e propaganda.
d) Matéria-prima e supervisão.
e) Matéria-prima e embalagens
3. Classifique os seguintes itens como custo ou despesa, identificando a seguir quais dos custos são
diretos e indiretos de produção, bem como ainda classificando custos e despesas como fixas ou
variáveis.
Custo: Fixo ou Variável e Direto ou Indireto
Despesa: Fixa ou Variável
a) Matérias-primas consumidas no processo fabril.
b) Combustível e lubrificantes utilizados no maquinário de produção.
c) Depreciação de equipamentos de escritório.
d) Leasing de equipamentos de produção.
e) Salários de pessoal administrativo.
f) Aluguel da área utilizada para depósito de produtos acabados.
g) Energia elétrica consumida nas instalações dos departamentos comercial e administrativo.
h) Honorários pagos ao presidente do conselho de administração.
i) Salários de supervisores de produção.
j) Frete pago a transportadores de produtos acabados, a clientes.
k) Aluguel de área fabril.
l) Salários do pessoal de contabilidade.
m) Impostos sobre vendas.
n) Salários do pessoal de produção (horas trabalhadas).
o) Embalagens consumidas no processo fabril.
p) Comissão de vendedores.
4. Considere os dados abaixo, referentes aos gastos da empresa Industrial Delta e responda as questões:
Dados $
Encargos com depreciação de móveis e utensílios 80.000,00
Mão-de-obra indireta referente a fábrica 160.000,00
Matéria-prima consumida 540.000,00
Gastos gerais de fabricação 120.000,00
Comissões sobre vendas 300.000,00
Encargos com depreciação de máquinas da produção 140.000,00
Aluguel do escritório de vendas 60.000,00
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Exercício D
1. Classifique os itens listados em Custo Fixo ou Variável e Direto ou Indireto; Despesa Fixa ou
Variável; considerando ser uma produção de macarrão.
1) Farinha consumida
2) Ovos consumidos
3) Embalagens plásticas utilizadas
4) Salários dos operários da fábrica
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Elementos de custos
Componentes principais:
Custos Material Direto (MD)
Mão-de-Obra Direta (MOD)
Custos Indiretos de Fabricação (CIF)
Diretos
Estoque
Indiretos
Prod A (+) Receitas
(-) Despesas
Prod C
(=) Resultado
Custo de transformação
Custo primário ou direto
Exercício E
1. Alguns dados contábeis e financeiros das Fábricas de Sandálias Aladas Ltda. estão exibidos a seguir.
Com base nos números apresentados estime para o volume total produzido no período:
(a) o custo primário;
(b) o custo de transformação;
(c) o custo de produção (ou fabricação);
(d) Custo Integral ou Pleno.
Conta $
Materiais requisitados na fábrica: diretos 8.200,00
Depreciação do parque industrial 1.700,00
Aluguel da fábrica 5.200,00
Aluguel de escritórios administrativos 7.400,00
Materiais requisitados na fábrica: indiretos 950,00
Depreciação de computadores da diretoria 720,00
Mão de obra direta 9.400,00
Seguro da área industrial 2.600,00
3. Em uma indústria metalúrgica que fabrica vários produtos, verifica-se a ocorrência dos seguintes
eventos em determinado período:
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Pede-se calcular o valor dos custos diretos (CD), indiretos (CI), fixos (CF) e variáveis (CV) no período.
Exercício F
Pergunta-se:
(a) Qual o custo contábil médio por cirurgia realizada?
(b) Qual o custo integral (gasto) por cirurgia realizada?
(c) Outro hospital público estima que seu custo integral para realizar cirurgias similares é igual a $
2.300,00. O que pode ser dito em relação ao Bom Samaritano?
(d) Uma empresa particular propôs realizar para o Estado as mesmas cirurgias, cobrando a importância
de $ 2.000,00 por cirurgia. Sob a óptica da gestão de custos e considerando que, com a terceirização do
serviço, o hospital poderia ser fechado, não sendo empregado em outras atividades, quais deveriam ser
os aspectos analisados pelo Estado?
Memorial de cálculo
• Consumo de material cirúrgico =
• Depreciação do hospital =
• Depreciação de equipamentos =
• Depreciação de móveis e equipamento administrativo =
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MD
Consumo de material cirúrgico
MOD
Salários e encargos de médicos
Salários e encargos de enfermeiros
CIF
Depreciação do hospital
Depreciação de equipamentos
Soma dos custos contábeis
Despesas
Salários e encargos do pessoal administrativo
Depreciação de móveis e equipamentos administrativos
Soma dos gastos (custo integral)
O custo matéria-prima somado aos demais custos diretos e indiretos chega-se ao custo da
produção do período (CPP) que somado com diferença dos produtos em elaboração do início e do fim
do período chega-se ao custo da produção acabada (CPA). O custo da produção acabada somado à
diferença do produto acabado do início e do fim do período chega-se ao custo do produto vendido
(CPV).
Em detalhe:
= Custo da matéria-prima 80
+ mão-de-obra direta 70
+ custos indiretos de fabricação 30
Exercício G
1) Dados:
o Considere o saldo do caixa no valor de 300.000.
o Compra de matéria-prima no valor líquido de 120.000 neste mês, pago à vista.
o Fretes dessas compras 30.000, pagamento à vista.
o MOD aplicada na produção desse mês 40.000, que deverá ser pago no 5º dia útil do mês
seguinte.
o Custos indiretos de fabricação incorridos no valor de 30.000, pagamento à vista.
o Devolução de partes das compras no total de 20.000. O fornecedor devolveu o valor
correspondente a matéria-prima.
Pede-se:
A partir dos dados informados, deve se obter o valor CPP, CPA, CPV, para cada caso.
a) No caso de não existir estoques iniciais e finais nesse período. Toda matéria-prima foi consumida
na produção.
Exercício H
Exercício I
1. O fabricante de aparelhos telefônicos Tudo Mudo Ltda tem custos fixos de $ 500.000 por mês, no
total, e custos variáveis de $ 26 por unidade produzida. No mês de abril, o volume produzido e vendido
foi de 40.000 aparelhos. Se o preço de venda, líquido dos impostos, foi de $ 50 para cada unidade, qual
foi o total do lucro da empresa no mês?
a) $ 350.000 b) $ 460.000 c) $ 450.000 d) $ 400.000
2. Uma empresa industrial aplicou no processo produtivo, no mês de dezembro, (a) $ 50.000 de
matérias-primas, (b) $ 40.000 de mão-de-obra direta e (c) $ 30.000 de gastos gerais de fabricação. Em
30 de novembro havia um saldo de “produtos em elaboração” de $ 15.000, sendo que em 31 de
dezembro permaneceram $ 20.000 de “produtos em elaboração”. Sabendo-se que o custo dos produtos
vendidos no mês de dezembro foi de $ 80.000 e que não havia estoque de “produtos acabados” em 30 de
novembro, assinale, com base nas informações disponíveis, a alternativa que corresponde ao saldo final
(em 31 de dezembro) dos estoques de “produtos acabados”:
a) $ 120.000 b) $ 135.000 c) $ 35.000 d) $ 55.000
Pede-se calcular :
a) o custo do produto vendido ( CPV )
b) o lucro bruto
c) o lucro ( ou prejuízo ) antes do imposto de renda ( LAIR )
Na situação normal, a empresa paga IPI na compra de seus materiais, e também tem seus
produtos tributados. Nesse caso, funciona ela como simples intermediária entre o pagador final do
produto e o Governo Federal. ( Impostos recuperáveis devem ser deduzidos do custo da matéria-prima)
Na outra situação, a empresa é tributada na compra de materiais e isenta ou suspensa a
tributação na venda. Neste caso o IPI relativo às compras de materiais é agregado ao custo dos
materiais. (Impostos não recuperáveis devem ser agregados ao custo da matéria-prima).
O ICMS tem o mesmo tratamento do IPI.
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Exercício J:
1. Calcule o custo de matéria-prima (MP) utilizando o método de avaliação de estoque (custo médio).
Dados:
EI = 40 litros no valor total de $ 160,00
Compras de MP (IPI 10%, ICMS 18%):
Data Quantidade (litros) Valor Unitário ($)
07/06 30 4,20
15/06 20 5,00
Saídas
Data Quantidade (litros)
10/06 60
Resolução do Exercício:
Data Valor Total IPI Valor sem IPI ICMS Valor sem ICMS
Conceito
Características
Apropria todos os custos de produção (conforme definição da terminologia “custo”) aos
produtos elaborados ou fabricados;
Custos Diretos – identificados e apropriados diretamente aos produtos
Custos Indiretos – não identificados diretamente, mas apropriados aos produtos por
critérios de rateio
Os custos permanecem nos estoques até que os produtos sejam vendidos, quando são baixados e
computados na Demonstração do Resultado, pelo CPV.
Atende ao Princípios Fundamental de Contabilidade, da Competência, que estabelece que “as
receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que
ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento”.
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Custeio
Custeio por
por Absorção
Absorção
Empresas
Empresas de
de Manufatura
Manufatura
DESPESAS
DESPESAS CUSTOS
CUSTOS
DEMONSTRAÇÃO
DEMONSTRAÇÃODE
DERESULTADOS
RESULTADOS
ESTOQUE
ESTOQUE
DE
DE RECEITA
RECEITA
PRODUTOS
PRODUTOS CPV
CPV
LUCRO
LUCROBRUTO
BRUTO
DESPESAS
DESPESAS
LUCRO
LUCROOPERACIONAL
OPERACIONAL
CUSTEIO
VARIÁVEL
Conceito
O método do Custeio Variável pode ser definido como aquele no qual os custos fixos são
alocados aos resultados como se fossem despesas (independentemente do volume de produção da
empresa), enquanto os custos e despesas variáveis são elementos fundamentais para a obtenção da
Margem de Contribuição (MgC). Aos produtos cabem apenas os elementos variáveis.” (Dubois, Kulpa e
Souza, p. 131, 2008)
Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de custeamento que
consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Os
custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados como custo de
produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período.” (Crepaldi,
p. 111, 2008)
Características:
Apropria aos produtos apenas custos variáveis, mais precisamente aqueles identificáveis
diretamente aos produtos; os fixos são debitados diretamente ao resultado do período, como
despesas.
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CUSTEIO
CUSTEIO VARIÁVEL
VARIÁVEL
CUSTOS
CUSTOS DESPESAS
DESPESAS
FIXOS
FIXOS VARIÁVEIS
VARIÁVEIS FIXAS
FIXAS VARIÁVEIS
VARIÁVEIS
ESTOQUE
ESTOQUE
DE
DE
PRODUTOS
PRODUTOS
DEMONSTRAÇÃO
DEMONSTRAÇÃODE
DERESULTADOS
RESULTADOS
RECEITA
RECEITALÍQUIDA
LÍQUIDA
CVPV
CVPV
VENDA
VENDA
DV
DV
MARGEM
MARGEM DE
DECONTRIBUIÇÃO
CONTRIBUIÇÃO
CDF
CDF
LUCRO
LUCRO OPERACIONAL
OPERACIONAL
CUSTEIO
CUSTEIO POR
POR ABSORÇÃO
ABSORÇÃO
X
X
CUSTEIO
CUSTEIO VARIÁVEL
VARIÁVEL
A
A diferença
diferença no
no valor
valor dos
dos resultados
resultados de
de
cada
cada período
período refere-se
refere-se ao
ao custo
custo fixo
fixo
correspondente
correspondente aos
aos estoques
estoques inicial
inicial ee
final.
final.
Toda a dificuldade anterior residiu na apropriação dos Custos Indiretos Fixos, já que os
Variáveis são alocáveis sem problema. Para a apropriação dos Fixos, existem dois tipos de problemas: o
fato de serem no total independentes dos produtos e volumes, o que faz com que seu valor por unidade
dependa diretamente da quantidade elaborada, e também o critério de rateio, já que, dependendo do que
for escolhido, pode ser apropriado um valor diferente para cada unidade de cada produto.
Toda e qualquer parcela de Custo Fixo que queiramos imputar ao produto não será existente
apenas se houver a produção e venda deste; existirá independente dele. De que adianta então ficarmos
imputando para cada unidade de cada produto uma parcela do Custo Fixo? Essa parcela dependerá da
quantidade de produto e da forma de rateio, e não de cada unidade em si.
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Tendo em vista que chegamos agora ao conceito novo, que é o da Margem de Contribuição,
em que não está computando o custo fixo antes apropriado para cada unidade, porque não elaborarmos
uma Demonstração do Resultado também diferente daquela? Basta que apropriemos para o Resultado
de cada produto seu Custo Variável, deixando os Fixos para serem diminuídos apenas da Margem de
Contribuição Total.
Veja o exemplo:
L M N Total
Vendas $3.100.000 $5.200.000 $4.250.000 $12.550.000
( - ) Custo Variável dos Produtos Vendidos ($1.560.000) ($2.860.000) ($2.100.000) ($6.520.000)
( = ) Margem de Contribuição $1.540.000 $2.340.000 $2.150.000 $6.030.000
( - ) Custos Fixos ($2.455.000)
( = ) Resultado $3.575.000
Desta forma não existe “Lucro” por produto, mas sim Margem de Contribuição; os Custos
Fixos são deduzidos da soma de todas as Margens de Contribuição, já que de fato não pertencem a este
ou àquele produto, e sim ao global.
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Produto A B C
Preço de Venda Unitário ($) 100 110 200
Matéria-prima (unidade) ($) 50 61 150
Comissão sobre vendas ($) 2 3 5
Impostos sobre vendas ($) 20 30 35
Quantidade vendida 300 unid. 600 unid. 2.500 unid
2. O mix de produção da empresa Alfa compõe-se de três produtos. O analista de custos coletou os
seguintes dados:
Produto X Y Z
Consumo de matéria-prima/unidade 36 Kg 45 Kg 38 Kg
Consumo de horas/unidade 1,30 1,10 1,80
Custo unitário de matéria-prima ($) 20,00 21,00 25,00
Impostos sobre vendas ($) 12,00 8,00 11,00
Comissões sobre vendas ($) 5,00 6,00 4,00
Preço de Venda unitário ($) 50,00 52,00 55,00
a) Se a empresa dispõe de apenas 5.000 Kg de matéria-prima para os três produtos, qual produto
fabricar, supondo que o mercado absorverá toda a produção, no sentido de maximizar o lucro?
Justifique.
b) Numa outra situação, supondo que o limite de tempo disponível por mês seja 200 horas, qual produto
deve ser fabricado? Justificar a decisão.
Produto XX YY ZZ
Custos Fixos ($) 1.500 2.000 5.800
MC unitária ($) 1,5 3,00 5,00
Vendas médias mensais 2.500 unidades 1.400 unidades 1.500 unidades
O departamento de vendas da empresa tem um pedido de 266 unidades para venda dentro de SC. Um
vendedor do Rio Grande do Sul envia um pedido de 290 unidades, exigindo um desconto de 5% de
desconto do preço de venda. Os custos variáveis permanecem inalterados, exceto os impostos sobre
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vendas, que passa a ser 12% por se tratar de venda para fora do estado. A aceitação de um pedido exclui
a produção do outro. Sendo assim, qual pedido você aceitaria? Justifique a decisão mediante cálculo.
Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio representa o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo. Ou
seja, o número de unidades vendidas no ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa pagar seus
custos fixos e variáveis, sem gerar lucro.
Pede-se:
a) Calcule o ponto de equilíbrio contábil em unidades.
b) Determine o ponto de equilíbrio em $.
c) Calcule o ponto de equilíbrio econômico, sabendo que a empresa deseja um retorno de 10%
sobre o patrimônio líquido que tem o valor de $ 240.000,00.
d) Qual o ponto de equilíbrio financeiro, sabendo que, do total de custos fixos, $ 2.000,00 referem-
se às depreciações e que a empresa deverá quitar $ 5.000,00 de empréstimos no mês?
Margem de Segurança
2. Se o ponto de equilíbrio é de 600 unidades e as vendas efetivas forem de 820 unidades. Qual é a
margem de segurança em unidades?
O custo-padrão consiste em técnica de fixar previamente preços para cada produto que a empresa
fabrica. Duas das principais razões de se utilizar o custo-padrão consiste no uso gerencial das
informações, ou como forma de agilizar os processos de encerramentos mensais. Ressalta-se que essa
forma de custeio não é aceita para avaliação de estoques na data de balanço, exceto quando a diferença
for irrelevante. O custo-padrão diferencia-se do estimado em razão de apresentar maior rigor técnico e
busca de eficiência em sua estimativa. Ambos poderiam ser conceituados da seguinte forma:
custo estimado: estabelecido com base em custos de períodos anteriores, ajustados em função
de expectativas de ocorrências futuras, porém sem muito questionamento sobre as quantidades
(materiais/mão-de-obra) aplicadas nos períodos anteriores e respectivos custos. Em geral, é
empregado para cálculo de taxas de aplicação dos custos indiretos de fabricação, podendo ser
estendido aos custos diretos;
custo-padrão: estabelecido com mais critério, representa o que determinado produto deveria
custar, em condições normais de eficiência do uso do material direto, da mão-de-obra, dos
equipamentos, de abastecimento do mercado fornecedor e da demanda do mercado consumidor.
Pode ser ideal - quando obtido com base em estudos científicos, desprezando ineficiências e
apresentando, portanto, poucas chances de ser alcançado - ou corrente - quando considera as
características normais do processo e do produto (incluindo qualidade de materiais,
ineficiências, paradas, etc.), que representam a meta a ser alcançada em determinado período.
O principal objetivo da utilização do sistema de custeio-padrão consiste no controle dos custos,
realizado com base em metas prefixadas para condições normais de trabalho. Empregando custos-
padrão, é possível apurar os desvios do realizado em relação ao previsto, identificar as causas dos
desvios, adotar providências corretivas e preventivas de erros, que permitem a melhoria do
desempenho.
Conforme mencionado, sua aplicação não dispensa o cálculo dos custos reais. Sua aplicação deve ser
feita para permitir comparações entre previsto e realizado, e análise das variações. A fixação de
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custos-padrão envolve dois tipos de padrões relativos aos consumos físicos de recursos e aos gastos
financeiros unitários de cada recurso consumido:
• padrões físicos: como materiais diretos, mão-de-obra direta, consumo de energia, etc., são
de responsabilidade de áreas operacionais, como produção, PCP, desenvolvimento de
produto, etc.;
• padrões monetários: custos em unidades monetárias dos recursos necessários; são de
responsabilidade de áreas administrativas, como controladoria, compras, departamento de
pessoal.
•
O sistema de custeio-padrão analisa as variações ocorridas entre o custo real e o padrão. A variação
será favorável quando o real for menor que o padrão e desfavorável quando o real for superior ao
padrão. Um cuidado adicional deve ser tomado na análise rigorosa de variações favoráveis, já que
estas podem ter sido decorrentes da redução da qualidade dos materiais diretos (o que compromete a
qualidade do produto final ou pode aumentar o consumo) ou aplicação de menor tempo de mão-de-
obra, o que pode significar subestimação do custo-padrão. As responsabilidades funcionais para o
cálculo do custo-padrão dos componentes de custos são apresentadas na Figura abaixo:
Áreas
Quantidades
técnicas
Materiais
Diretos
Compras e Materiais
Controladoria Diretos
Controladoria
Áreas
Horas
técnicas
Mão-De-Obra
Direta
Departamento Materiais
Taxas
de Pessoal Horárias
Diretos
Ficha de
Volumes de
Custo
Planejamento
Custos
Produção Padrão
Indiretos de
Fabricação
Taxas
Materiais
de
Controladoria
Diretos
CIF
Devem ser consideradas, também, as variações segregadas, pois algumas podem ser favoráveis e
outras desfavoráveis na mesma magnitude, resultando em variação global nula. Algumas das
principais vantagens decorrentes da aplicação de um sistema de custeio padrão poderiam ser
apresentadas como:
Análises de Variações
Variação de Preço
Preço
Pr
Variação Conjunta
Pp
Variação de Quantidade
0 Qp Qr Quantidade
a Quantidade
Variação = (Quantidade
de Quantidade Real -Real
= (Quantidade Quantidade-padrão) x Preço-padrão
– Quantidade Padrão) x Preço Padrão
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A variação conjunta analisa os efeitos mistos das variações de preços e quantidades. Equivale ao
produto das diferenças e pode ser apresentada como:
Exemplo:
A Diretoria Industrial da Fábrica de Sapatos Ande Bem Ltda. estimou que, para fabricar um par de
sapatos do novo modelo Florença, seriam necessários 0,60 m2 de couro e o emprego de 3,20 horas de
mão-de-obra direta. Dados da controladoria da empresa indicaram que o custo estimado para o
couro seria igual a $ 80,00 por m2 e de $ 15,00 por hora de mão-de-obra direta. Após fabricar 300
pares do novo modelo, a empresa verificou que haviam sido consumidos 210 m2 de couro, com um
custo total igual a $ 17.850,00. A mão-de-obra direta empregada na produção dos 300 pares alcançou
990 horas, com um custo total igual a $ 15.840,00. A comparação entre os valores do custo-padrão e
do custo real pode ser verificada na tabela seguinte.
Couro Mão-de-obra
Descrição Unitário Total Unitário Total
Preço 80 80 15 15
Padrão Quantidade 0,6 180 3,2 960
Valor 48 14.400,00 48 14.400,00
Preço 85 85 16 16
Real Quantidade 0,7 210 3,3 990
Valor 59,5 17.850,00 52,8 15.840,00
Variações Preço 5 5 1 1
Quantidade 0,1 30 0,1 30
Valor 11,5 3.450,00 4,8 1.440,00
Nota-se que, de modo geral, todas as variações foram desfavoráveis: para produzir os 300 pares,
foram consumidos mais recursos produtivos (couro e mão-de-obra) a um custo maior do que
estimado no sistema de custo-padrão. Analisando as variações de preço, quantidade e variação
conjunta, a empresa encontraria os valores apresentados na tabela a seguir.
É importante destacar que a expressão favorável (quando existe redução do custo) ou desfavorável
(quando indica elevação do custo) devem ser empregadas com cuidado, já que nem todo aumento de
custo é, de fato, desfavorável. Da mesma forma, nem toda redução de custo é favorável para a empresa.
Existem e devem ser analisados todos os aspectos qualitativos associados.
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Por exemplo, a redução do custo de um componente de matéria-prima pode ter ocorrido em função da
compra de um produto de qualidade inferior. Se essa qualidade mais baixa interferir na atribuição de
valor por parte do cliente, a redução do custo terá sido, na verdade, uma variação desfavorável. A
recíproca é verdadeira: se um aumento no custo de determinado componente ocasionar aumento mais
que proporcional no valor percebido pelo cliente, a variação poderá ser vista como favorável.
1. A Doceria “Delícia” estimou que o custo-padrão de uma torta seria igual a $ 21,24. O custo seria
formado por 1,8 kg de farinha de trigo a $ 0,90 por quilo = $ 1,62; 400 g de açúcar a $ 1,45 por kg = $
0,58 e 2,8 horas de MOD a $ 6,80 a hora = $ 19,04. Em agosto de 2011, para produzir uma unidade de
torta foram necessários 2 kg de farinha, 300 g de açúcar e 3 horas de mão-de-obra direta.
Pede-se:
a) Sabendo que os preços dos insumos foram respectivamente iguais a $ 0,88/kg, $ 1,52/kg e $ 7,20/h,
analise as variações, determinando quais delas foram favoráveis e quais foram desfavoráveis.
b) Calcule as variações de preço, quantidade e variação conjunta da mão-de-obra direta.
Farinha
Açúcar
MOD
Soma
Os custos unitários de uma empresa são obtidos pelo uso de diferentes critérios de atribuição,
sendo a maioria dos quais, baseados em rateios, geralmente arbitrários, realizados sobre proporções
(regra de três simples).
Quando a empresa produz mais de um produto há uma dificuldade para se alocar os custos
indiretos de fabricação (CIF) aos produtos, pois esses custos são consumidos pelos produtos de forma
indireta sendo muito difícil, às vezes impossível, sua mensuração correta. Assim os CIF´s são alocados
através de rateio, cujo critério serão definidos pela empresa.
participado da sua produção. Portanto, há que se estabelecer uma forma de alocar / ratear os custos
indiretos destes departamentos aos produtos.
O departamento é, na maioria das vezes, associado a um (ou mais) centro de custos, ou seja, é
uma unidade administrada por alguém que tenha responsabilidade por alguma etapa do processo
produtivo. A esses departamentos são rateados os custos indiretos de fabricação e posteriormente
alocados aos produtos.
Os departamentos podem ser classificados em: Departamento de produção – atuam
diretamente sobre os produtos e Departamento de serviços – prestam serviços para os departamentos
de produção, por exemplo: departamento de compras, de manutenção, almoxarifado e outros. Os custos
dos departamentos de serviços serão posteriormente transferidos, através de rateio, para os
departamentos de produção.
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Martins (2003, p. 87), informa que o Custeio Baseado em Atividades “é uma metodologia de
custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos
indiretos”. Este sistema tem como fundamento básico a busca do princípio da causa, ou seja, procura
identificar de forma clara, por meio de rastreamento, o agente causador do custo, para lhe imputar o
valor.
O método ou sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing)
procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas pelo uso do rateio, necessários aos sistemas
tratados anteriormente, principalmente no que tange ao sistema de custeio por absorção. Poderia ser
tratado como uma evolução dos sistemas já discutidos, mas sua relação direta com as atividades
envolvidas no processo configura mero aprofundamento do sistema de custeio por absorção.
A idéia básica é atribuir primeiramente os custos às atividades e posteriormente atribuir custos
das atividades aos produtos. Sendo assim, primeiramente faz-se o rastreamento dos custos que cada
atividade causou, atribuindo-lhes estes custos, e posteriormente verificam-se como os portadores finais
de custos consumiram serviços das atividades, atribuindo-lhes os custos definidos. Conforme Eller
(2000, p.82), “o Custeio Baseado em Atividades parte da premissa de que as diversas atividades
desenvolvidas geram custos e que os produtos consomem essas atividades”. Segundo Martins (2003,
p.96) para atribuir custos às atividades e aos produtos utilizam-se de direcionadores. Martins (2003,
p.96) ensina ainda que “há que se distinguir dois tipos de direcionador: ... direcionador de custos de
recursos, e os ...direcionadores de custos de atividades” (grifado). O citado autor continua afirmando
que “o primeiro identifica a maneira como as Atividades consomem recursos e serve para custear as
atividades”. Afirma ainda que “o segundo identifica a maneira como os produtos consomem atividades
e serve para custear produtos”. Nakagawa (2001, p.42), conceitua atividade “como um processo que
combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como
objetivo a produção de produtos”. Assim para o estudo do método ABC deve-se ponderar sobre as
atividades envolvidas em cada processo de produção, seja de uma mercadoria ou um serviço.
A importância que se dá à utilização do sistema de Custeio ABC é em virtude do mesmo não ser
apenas um sistema que dá valor aos estoques, mas também proporciona informações gerenciais que
auxiliam os tomadores de decisão, como por exemplo, os custos das atividades, que proporcionam aos
gestores atribuírem responsabilidades aos responsáveis pelas mesmas. Um diferencial do sistema de
custeio ABC, é que a sua utilização, por exigir controles pormenorizados, proporciona o
acompanhamento e correções devidas nos processos internos da empresa, ao mesmo tempo em que
possibilita a implantação e/ou aperfeiçoamento dos controles internos da entidade.
Implementação do ABC
A UEP considera para cálculo o que é gasto no esforço da produção, o que é custo de transformação ou
custo de conservação, não é considerado matéria prima, os componentes adquiridos prontos e as
embalagens compradas, são considerados, por exemplo, o desgaste do equipamento (depreciação mão
de obra direta), trabalho da mão de obra indireta, consumo de energia, etc.
Parte-se do princípio que as fábricas vendem seu trabalho de agregar valor, o lucro é o resultado da
diferença entre o valor pela qual é vendida a matéria prima eo valor do trabalho adicionado ao produto.
Assim, as matérias primas não são vendidas, somente repassadas baseando-se na unificação da
produção.
Unificação da Produção
A soma destes esforços é passível de ser obtida e representa o trabalho total despendido pela empresa na
fabricação de seus artigos. O potencial produtivo de um posto operativo é a quantidade de esforços de
produção gerada pelo funcionamento de posto por uma hora. Os esforços de produção são concentrados
nos postos operativos e repassados aos produtos que o utilizam. Cada posto operativo possui capacidade
de gerar (ou repassar) esforço da produção (potencial produtivo).
Em empresas que fabricam só um produto, o cálculo de custos e o controle de desempenho são bastante
simplificados. O cálculo da determinação dos custos dos produtos pode ser feito dividindo os custos do
período pela produção correspondente (custos totais / produção do período = custo unitário).
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Para saber o custo total do produto, basta adicionar ao custo de transformação de cada produto ao seu
respectivo custo de matéria prima.
Medidas de Desempenho
O método UEP proporciona informações para:
a) definição do preço dos produtos;
b) comparação de processos;
c) medidas de desempenho;
d) programação da produção;
e) definição das capacidades de produção;
f) custeio da produção;
g) definição de máquinas e pessoal;
h) medição da produção;
i) prêmios de produtividade;
j) eficácia das horas extras;
k) viabilidade de aquisição de novos equipamentos.
Quanto a mensuração de desempenho, o método permite o uso de TRE índices: eficiência, eficácia e
produtividade.
Eficiência
Representa o nível de produção alcançado, em comparação com a produção que seria normalmente
conseguida no expediente, denominada de capacidade normal. Supondo a produção real do posto
operativo (corte) no mês de julho, de 340 UEPs enquanto que em agosto a produção real seja de 350
UEPs, ambas para uma capacidade normal de 200 horas, apura-se um índice de 1,70 em julho (340/200)
e para agosto 1,75 (350/200) que mostra uma melhoria de 2,9% (1,75/1,7x100) entre os dois períodos.
Eficiência = produção real / capacidade normal.
Eficácia
Refere-se a excelência do trabalho e é calculada confrontando-se a produção obtida com a produção que
teoricamente se deveria obter no período realmente trabalhado, descontando-se as paradas inesperadas,
conhecida como capacidade utilizada. Com os mesmos dados do exemplo anterior (p. 7), mas
considerando uma capacidade utilizada de 150 horas em julho e 160 em agosto, o cálculo da eficácia
apresenta para o mês de julho, 2,27 (340/150) e para agosto 2,19 (350/160). Estes dados assinalam que
houve uma piora da ordem de 3,52% (2,19/2,27-1x100) ocasionada por menos aproveitamento das
horas no segundo mês. Eficácia = produção real / capacidade utilizada.
Produtividade
A mesma é obtida com produção do período dividida por um ou mais insumos. Então podem ser obtidos
e analisados vários índices de produtividade, por exemplo, a de mão de obra. A produtividade horária é
a produção do período dividida pelo tempo de trabalho. Produtividade = produção real / horas
trabalhadas.
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Vantagens e Desvantagens
O método oferece a vantagem de fornecer não somente informações de custo, mas também informações
sobre a utilização da capacidade produtiva em termos de eficiência e eficácia. O gerenciamento da
produção por meio deste método possibilita a maximização da produção, gerenciamento das restrições
físicas conhecidas como gargalos, o planejamento da produção e análise de lucratividade dos produtos.
Porém, como outros métodos de custeio conhecidos, apresenta deficiências, ele divide a empresa em
duas partes distintas: a produção e as demais áreas. Assim, seu foco está restrito apenas ao processo
produtivo, na sua utilização as áreas não relacionadas diretamente ao processo produtivo e o
custeamento da matéria prima não são considerados. Outro problema é no que tange o custeamento total
dos produtos, porque o UEP não mensura as operações que não guardam relação direta com a produção.
Exemplo:
Supondo que uma empresa tenha três produtos. O produto A2 demanda 1,5 vezes mais trabalho do que
o produto A1 (A2 = 1,5 A1). O produto A3 é 2,0 vezes mais difícil de ser fabricado do que o produto
A1 (A3 = 2,0 A1). O A1 pode ser usado como a unidade de medida comum, unificando esforços de
produção nesta unidade de medida (1 A1 = 1 UEP).
2.000 UEPs
Sendo assim com um custo total de R$ 4.500.000,00 e o maior volume de produção atingido em janeiro
com 5.000 UEPs o custo de transformação unitário seria:
Todo sistema tem que ter pelo menos uma restrição. Essa afirmação é explicada
pelo fato de que se não houvesse algo que limitasse o desempenho do sistema, este seria
infinito, ou seja, se uma empresa não possuísse uma restrição, seu lucro seria infinito.
Com este raciocínio, foi criado o processo de otimização contínua da TOC (para restrições
físicas), que conduz os esforços em direção à meta de qualquer sistema, dando origem à base das
metodologias da TOC, incluindo a metodologia para a contabilidade gerencial. Neste sentido CIA
(1996: p.32) diz que são cinco passos para colocar a teoria em prática:
2- decidir como explorar as restrições do sistema: obter o melhor resultado possível dentro da
restrição;
3- subordinar qualquer outro evento a decisão anterior: todos os recursos não restritivos devem ser
usados na medida exata pela restrição;
5- voltar o passo numero 1: não deixar que a inércia torne-se uma restrição do sistema.
Goldratt apud Corbett (1997: p.42), coloca que "[...] antes de lidar com aprimoramentos em
qualquer parte do sistema, primeiro precisamos definir qual é a meta global do mesmo e as medidas que
vão permitir que possamos julgar o impacto de qualquer subsistema e de qualquer ação local nessa meta
global".
Para Goldratt & Cox (1986; p.43) a Teoria das restrições pode ser enquadrada dentro de uma
visão sistêmica empresarial, desde que sejam reduzidas as metas de uma organização à questão de
obtenção de resultados financeiros quando dizem que "a meta de uma empresa de manufatura é ganhar
dinheiro".
A meta de uma empresa "é a rentabilidade do capital do acionista", segundo Corbett (1997;
p.43). O mesmo autor refere que para fazer a ponte entre o Lucro Líquido e o Retorno sobre o
Investimento a Teoria das Restrições tem três medidas, onde estas têm que ser puramente financeiras,
para mostrar se a empresa está indo a direção à sua meta ou não. Nessa linha de pensamento, todo o
processo de filosofia empresarial deve estar centrado nas receitas e não nas despesas e custos. As
despesas e custos são apenas recursos para produzir receitas e ganhos.
As medidas da TOC, ou seja, o sistema contábil é formado por três blocos de construção de
acordo com Goldartt (1992; p. 17) que são:
Ganho (G): o índice pelo qual o sistema gera dinheiro através das vendas.
Investimento (I): todo o dinheiro que o sistema investe na compra de coisas que pretende
vender.
Despesas Operacionais (DO): todo o dinheiro que o sistema gasta transformando
investimento em ganho".
O ganho é definido conforme Corbett (1997; p.43) "como todo o dinheiro que entra na
empresa, menos o que ela pagou a seus fornecedores; esse é o dinheiro que a empresa gerou; o dinheiro
pago aos fornecedores é dinheiro gerado por outras empresas".
O investimento segundo o mesmo autor (1997; p. 45) é todo o dinheiro que o sistema investe
na compra de coisas que pretende vender. Corbett (1997; p.45) ainda diz que o investimento deve ser
dividido em duas categorias, a dos estoques de matéria-prima, produtos em processo e produtos
42
acabados e os outros ativos. Isso porque os estoques de produtos têm um grande impacto sobre a
competitividade da empresa.
A despesa operacional para Goldratt (1992; p.16) é compreendida como todo o dinheiro que
"temos de colocar constantemente dentro da máquina para mover suas engrenagens", como por
exemplo, salários, desde o presidente da empresa até a mão-de-obra direta, aluguéis, luz, encargos
sociais, depreciações etc. A TOC não os classifica em custos fixos, variáveis, indiretos, diretos etc. A
despesa operacional é simplesmente todas as outras contas (despesas) que não entraram no ganho ou no
investimento.
LL= G-DO
RSI=(G-DO)/I
Onde: G=ganho total, å GTp
DO= despesa operacional total
I= investimento total
Princípios da Otimização
T.O.C. – Etapas
1. A CIA. Irrestrita é uma indústria de confecções que produz e comercializa os produtos Calça e
Camisa. Seus dados operacionais são:
Pede-se?
a) Qual é o lucro atual da Cia. Irrestrita?
b) Qual é a restrição da empresa?
c) Qual é a melhor alternativa de produção, considerando a restrição identificada?
d) Qual é o lucro Máximo da empresa. Caso inexistam restrições internas?
a)
b)
Departamento Quantidade Tempo Tempo Tempo TD -TN
necessário Disponível
(TN) (TD)
Corte:
Calça
Camisa
Total
Costura
Calça
Camisa
Total
Acabamento
Calça
Camisa
Total
44
c)
Calça Camisa Total
Preço
(-) Material
= Ganho unitário
x
Quantidade
=Ganho Total
(-) Despesas Operacionais
= Lucro
d)
Calça Camisa Total
Preço
(-) Material
= Ganho unitário
x
Quantidade
=Ganho Total
(-) Despesas Operacionais
= Lucro
Sistema de Acumulação de Custos – É a forma como os custos são acumulados e apropriados aos
produtos.
Após a apropriação dos custos de MD, MOD e CIF para as ordens de produção, os produtos
completados são transferidos para o estoque de produtos acabados e, quando vendidos, são transferidos
para o CPV.
45
No sistema de acumulação de custos por processo, os custos são inicialmente classificados por natureza
contábil (tipo de gasto) e depois compilados por processos específicos e todos os custos são distribuídos
às unidades produzidas por esses processos específicos.
O sistema de custos procura refletir todo o processo físico da produção, estabelecendo os centros de
acumulação de dados físicos e de custos (departamentos ou centros de custos) e vai transferindo os
números assim acumulados de um centro (processo) para o seguinte, do mesmo modo como a produção
transfere o produto fisicamente para outra fase.
O estoque de Produtos em Processo é formado pela soma dos vários processos produtivos.
Após a apropriação dos custos de MD, MOD e CIF para os processos de produção, os produtos
completados são transferidos para o estoque de produtos acabados e, quando vendidos, são transferidos
para o CPV.
É o quanto equivalem em unidades acabadas os custos acumulados nas unidades que estão em processo.
Quando ficam produtos em processo no final do período, é preciso determinar o estágio de fabricação
(grau de acabamento) em que se encontram essas unidades para poder distribuir os Custos de Produção
entre as unidades concluídas e as que ficaram em processo.
A avaliação da produção equivalente é feita pela Engenharia de Produção.
Exemplo:
Característica da Produção
46
a) Fabricação simples – quando, para fabricação do produto, é necessária apenas uma fase de
transformação. Na fabricação simples, o produto é produzido num único departamento
produtivo.
b) Fabricação complexa – quando, para fabricação do produto, é necessária a execução de várias
etapas no processo fabril. Há vários departamentos produtivos transformando o material em
produto final, e à medida que um departamento produtivo transfere sua produção para outro
departamento, os custos desse departamento são transferidos juntamente com a transferência
física da produção.
Produção Conjunta
Quando mais de um produto surge de uma matéria prima, no processo de produção que pode ser por
produção contínua ou por encomenda. Eles podem ser co-produtos ou subprodutos.
Co-produtos
São produtos de importância igual para a empresa do ponto de vista de faturamento. O que importa com
relação aos co-produtos é o controle do custo por operação e não o custo por produto.
O método mais usado para apropriação dos custos conjuntos é o valor de mercado, onde os produtos de
maior valor de venda recebem maior carga de custos.
Exemplo: Para fabricar os co-produtos A e B os custos conjuntos (matéria prima e custos de
transformação) foram de R$ 50.000,00. O preço de venda do produto A é R$ 6,00 o kg e do produto B é
R$ 4,00 o kg. Foram produzidos 60.000 kg de A e 20.000 kg de B. A distribuição dos custos conjuntos
seria:
• A – 60.000 kg x R$ 6,00 = R$ 360.000,00
• B – 20.000 kg x R$ 4,00 = R$ 80.000,00
• 80.000 kg R$ 440.000,00
Subprodutos
Sucatas
São sobras (refiles, recortes) de materiais e não apresentam valor de venda ou mercado normal dentro da
estrutura da produtiva da empresa. A venda, quando acontece, é contabilizada como outras receitas
operacionais.
1) Uma indústria usa o sistema de custeio por Ordem de Produção. Apurar o CPV com as seguintes
informações:
OP 1 OP 2 OP 3 Total
Materiais consumidos 45.000,00 30.000,00 15.000,00 90.000,00
Mão-de-obra direta 50.000,00 20.000,00 10.000,00 80.000,00
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2) A empresa fabrica produtos iguais de forma continuada, para estoque e posterior venda. Trata-se de:
a) Produção conjunta
b) Produção contínua
c) Produção por ordem
d) Produção por departamento
4) Quando aparecem diversos produtos a partir da mesma matéria-prima (ex.: a partir da soja extrai-se o
óleo e o farelo), trata-se de:
a) Produção conjunta
b) Produção contínua
c) Produção por ordem
d) Produção por departamento