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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Gabriel Cidade Rezende

Guilherme Azevedo Apolinário

Nayara Leoni de Sales

Thiago Pires de Miranda Marins

Custos e a formação de preços de venda

MACAÉ-RJ

2021
1. Introdução

Toda empresa, ao iniciar suas atividades, precisa determinar com precisão seus preços
de venda. Sem o cuidado da análise sobre a precificação de seus produtos ou serviços, a
empresa pode perder mercados, seja por praticar preços abusivos e acima da concorrência, ou
por vender seus produtos abaixo do custo.

É extremamente necessário que o empreendedor contabilize detalhadamente todos os


custos antes de definir o preço de venda de seu produto ou serviço. Isso significa levar em
consideração todas as despesas envolvidas, sejam elas matéria-prima, custos fixos, custos
variáveis, mão-de-obra, deslocamento, dentre outros.

2. Métodos de formação de preço

Uma das primeiras coisas a se pensar quando abrimos um negócio é: qual vai ser o
preço de venda desse produto ou serviço? É muito importante pensar nesse processo, pois é
preciso analisar todos os custos e ainda garantir seu lucro, mas que o valor se mantenha
competitivo em relação aos concorrentes. Se pulada essa etapa, é possível que não se cubra os
gastos e a empresa tenha prejuízo.

Para fazer esse cálculo, levaremos em consideração alguns fatores, os principais são:
os custos, margem de lucro, despesas fixas e variáveis, qualidade do produto diante do
mercado consumidor, demanda estimada do produto e níveis de venda que se pretende atingir.

Antes de começarmos a falar sobre cada um deles, precisamos diferenciar os custos


das despesas. É bem simples, os custos estão diretamente ligados à produção, os gastos
essenciais para a execução da atividade principal, como a matéria prima, salário dos
profissionais diretamente ligados à produção. Já as despesas são gastos com a administração,
como telefone, comissão e salário da equipe administrativa. Ambas estão inclusas no cálculo
para o preço de venda.

Um dos métodos mais utilizados para formação do preço de venda é a margem de


contribuição. O cálculo é feito da seguinte forma:

Margem de contribuição = valor de venda - custos e despesas variáveis


Por meio dessa fórmula, é possível determinarmos quanto querermos ganhar por cada
venda, após deduzir todos os custos e despesas. Esse método nos permite ajustar o valor de
venda conforme nossos gastos e nossa margem de lucro.

Outro método bastante utilizado é a pesquisa de preços. É feita uma pesquisa no


mercado para que a empresa se adeque ao valor médio ofertado pelos concorrentes. Porém, o
problema desse método é que não leva em consideração os gastos fixos e variáveis, podendo
acarretar prejuízos. É recomendado utilizar esse método apenas como um auxílio na
precificação para que não fique muito fora da realidade do mercado.

Além disso, há o método com base nas características do mercado. Ele consiste num
conhecimento profundo do mercado e assim estabelecer preços de acordo com o nicho de
mercado que se quer atingir. Crepaldi (1998) diz que "o comportamento do mercado com
relação ao preço passa a ser cada vez mais importante dentro de um cenário competitivo".

Por fim, temos o método misto, no qual a empresa adota na formação do preço a
combinação dos seguintes fatores: custos envolvidos; decisões da concorrência e
característica do mercado.

Como visto, é importantíssimo esse cálculo, pois este garante preços compatíveis com
os custos e com o mercado, garantindo ainda os lucros esperados para a empresa.

3. Tipos de custos

A contabilidade de custos serve para indicar alguns resultados e informar decisões


gerenciais, a partir de classificação e registro de dados das atividades de uma empresa, cujo
esteja relacionado diretamente com a capacidade de produção.

 Custos indiretos

Custos indiretos de acordo com Leone (2000, p. 59), “são todos os outros custos que
dependem do emprego de recursos, de taxas de rateio, de parâmetros”.

Os custos indiretos são nada mais e nada menos do que aqueles custos atribuídos a
produção, porém de forma indireta, não é direto no “chão de fábrica” que aquele valor será
gasto. Tem o processo de rateio e estimativas a serem apropriados em diferentes tipos de
produtos.
A mão de obra indireta é um exemplo, pois quando se não possui operários naquele rateio
da folha de pagamento, apenas o supervisor das equipes, ele é definido como um custo
indireto.

Bruni e Famá (2004, p. 31) dizem que os custos indiretos “necessitam de aproximações,
isto é, algum critério de rateio para serem distribuídos aos produtos”. Então se o rateio é
adotado, os custos serão considerados como indiretos. Por exemplo, o aluguel de uma fábrica
de ventiladores é um custo indireto, pois quanto será gasto para fabricar um ventilador? Esse
valor não tem relação direta com a quantidade de ventiladores que serão fabricados e sim com
com o processo na sua totalidade. Independentemente da quantidade de ventiladores que serão
produzidos, pela quantidade vendida, aquele preço se mantém.

 Custos diretos

Conforme Bruni e Famá (2004, p.31), os custos diretos ou primários “são aqueles
diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na
fabricação do produto e a mão-de-obra direta”.

Os custos diretos são aqueles que estão ligados diretamente ao insumo constituído para
produção seja pelos custos com a mão de obra, materiais e/ou equipamentos.

Exemplo: o valor da folha de pagamento dos operários de uma fábrica é um custo, porém
o valor da folha de pagamento dos analistas administrativos é uma despesa, pois não está
ligada diretamente a produção. Então o operário é definido como uma mão de obra direta.

Também possui a matéria prima direta, que é aquela que está relacionada a produção
daquele produto sendo fabricado, para ser vendido.

Como explicado por Souza e Diehl (2009, p. 17), custos diretos “são aqueles que podem
ser facilmente atribuídos a um produto ou objeto de custo. São exemplos a mão-de-obra direta
e a matéria-prima”

 Custos fixos

Os custos fixos são os valores que independem do volume de produção de uma empresa.
Eles se mantêm constantes, enquanto a atividade daquela entidade varia, existe se o chão de
fábrica estiver parado ou não. Koliver (2008, p. 67) define que “custos fixos são aqueles que
tendem a permanecer num determinado nível, entre certos limites no uso da capacidade
instalada da entidade”.
Os seguros são um tipo de custos fixos, pois a apólice contratada para determinado item
ou pessoa, não irá variar de acordo com a quantidade produzida. Se a apólice de seguro
contratada for no valor de R$ 1.000,00 mensal e no mês X1 produziram-se 500 ventiladores,
porém no mês X2 produziram-se apenas 100 ventiladores, o valor permanece o mesmo para
cujos meses.

 Custos variáveis

Os custos variáveis são aqueles que vão se alterando em conformidade com a quantidade
de produção ou venda. Quanto maior a produção ou venda, maior o custo. Se não houver
produção ou venda, não terá nenhum gasto. Segundo Leone (2000), os custos variáveis são os
custos (ou despesas) que variam de acordo com os volumes das atividades.

O custo variável se classifica desta forma, na sua totalidade, quando ele é um custo
unitário, diante do quantitativo da base de volume, ele é fixo. Todos os custos diretos, aqueles
ligados a produção ou venda do determinado segmento, será um custo variável, pois variam
de acordo com o número de unidades produzidas.

3. Métodos de custeio

Os métodos de custeio são uma forma com que as empresas agregam aos preços de
venda os seus custos de fabricação. Como toda empresa, o foco é sempre visar o lucro
independentemente do tamanho do mesmo e, por isso, entender todo o processo operacional é
fundamental para saber até onde se pode tornar mais eficiente e mais lucrativo para a
empresa, e por conta disso, um dos fatores cruciais é o custo. Existem vários métodos de
custeio atualmente, mas de todos, são três que se mais destacam: Variável, Absorção e ABC.

 Variável

Este método é um dos mais utilizados dentre as empresas, mais comum, principalmente,
entre empresas de indústria e de comércio. Seu método utilizado de considerar como custo de
fabricação os custos varáveis, diretos e indiretos. Já os custos fixos são considerados
despesas. Este método tem como base separar os custos em variáveis e fixos, sendo assim,
separando os custos que variam de acordo com a quantidade produzidas e vendas realizadas, e
os custos subsequentes ao volume produzido e vendido, e suas oscilações nos períodos.
 Absorção

Diferente do custeio variável, este método concentra os custos fixos no custo final dos
produtos que foram e serão comercializados. Sendo assim, significa que o custo dos produtos
vendidos terá subtraído de si todos os custos ocorridos na parte da fabricação dele. Apenas
custos utilizados para produção do produto são considerados na dedução dos custos dos
produtos vendidos, outras despesas como administrativas, financeiras etc., não são
relacionadas.

 Custeio ABC

Este método, em comparação aos dois anteriores, é considerado mais moderno e evoluído,
atendendo as necessidades de informações mais detalhadas das empresas em relação aos seus
custos e despesas. Ou seja, ele analisa precisamente custos e despesas não ligadas diretamente
a produção, mas os indiretos, analisandos suas atividades e origens que geram tais custos e os
que usufruem do mesmo. Este método analisa cada atividade relacionada para a geração
dessas receitas, desde o início da criação do produto até o final dele, já sendo enviada ao
consumidor final, analisando minuciosamente cada etapa, para encontrar uma maior eficiência
financeira, assim culminando numa geração maior de receita.

Referências bibliográficas

FORMAÇÃO de preços. O que é, como funciona, como calcular. Banco do


Empreendedor, 2019. Disponível em: <https://tecnoblog.net/247956/referencia-site-abnt-
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VIEIRA, Euselia Paveglio. Custos e formação do preço de venda. Bibliodigital Unijuí,


2013. Disponível em:
<https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789/3223/EaD_Custos
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CATTUZO, Peterson. Procedimentos para implantação do sistema de custo integrado
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Bacharelado – Ciências Contábeis, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul. Disponível
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CONHEÇA os 4 principais métodos de formação de preço. PreçoCerto, 2018. Disponível


em: <https://conteudo.precocerto.co/formacao-de-preco/>. Acesso em: 16 de ago. de 2021.

MENEGHETTI, Ana Paula; et. Al. Aspectos relevantes do custo coordenado e integrado,
Santa Maria, 2006.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª ed. São Paulo; Editora Atlas: 2003.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de


informação contábil. São Paulo: Editora Atlas, 1994.

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