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Resumo - Controladoria

No processo de apuração dos custos observam-se algumas diferenças entre os


componentes, daí pode-se separá-los em grandes classes de acordo com
alguns critérios de variabilidade e identificação com produto ou serviço. Desta
forma, classificam-se os custos como sendo: variáveis, fixos, diretos e
indiretos, todos serão devidamente conceituados e exemplificados no decorrer
deste trabalho.

Custos variáveis. Os custos variáveis são aqueles que variam de acordo com
a quantidade produzida, ou seja, têm relação diretamente proporcional com o
volume de produção. Para Eliseu Martins (2003, p. 93), “[...] quanto maior a
quantidade fabricada, maior o seu consumo”. Exemplos: matéria-prima,
material de embalagem, combustível das máquinas. Desta classe de custos
vale ressaltar que em caso de capacidade ociosa, estes são os custos a serem
considerados em uma análise de preço promocional, como forma de aumentar
a margem de contribuição geral do negócio.

Custos fixos. Os custos fixos são os que não variam de acordo com as
quantidades produzidas, independem do nível de atividade ocorrida na
empresa em que eles ocorreram. Exemplos: depreciação das máquinas e
equipamentos, aluguel do prédio, manutenção. Fess (2001) adverte que o
custo fixo em relação ao custo unitário do produto é variável e que o contrário
ocorre ao contrapor o custo variável com o unitário. Quanto maior for a
quantidade produzida, menor será o efeito do custo fixo sobre o custo unitário,
tendo em vista que a base de rateio será submetida à divisão por um número
maior de unidades produzidas. Já no que diz respeito aos custos variáveis, o
efeito será constante no custo unitário, pois para cada unidade produzida será
necessário o consumo da mesma quantidade dos insumos variáveis, desta
forma quanto mais se produz, mais se gasta e ao dividir pela quantidade
produzida, o valor encontrado será sempre o mesmo. No caso do custo fixo,
considerando a capacidade instalada, quanto maior for o volume da produção,
maior será a distribuição destes custos entre as unidades produzidas.

Custos diretos. Os custos diretos são os gastos que podem ser facilmente
identificados aos produtos, pois fazem parte do mesmo ou tem relação direta
no seu processo produtivo. Exemplo: matéria-prima, embalagens, mãode-obra
empregada na linha de produção. Dessa forma observa-se que “os custos
diretos são aqueles custos (ou despesas) que podem ser facilmente
identificados com o objeto de custeio. São custos diretamente identificados
com seus portadores. Para que seja feita a identificação, não há a necessidade
de rateio”. (FESS, 2001, p. 58) Acrescenta Peres (2006) que os custos que
permitem uma fácil alocação são chamados de custos diretos.
Custos indiretos. Ao contrário dos diretos, os custos indiretos não podem ser
diretamente associados ao produto e necessitam de rateios para serem
apropriados a eles. Passarelli e Bomfim (2003, p. 119) acrescentam que “[...]
com base nesses rateios, estimamos o quanto a cada produto deve arcar do
custo de manutenção, de depreciação, do custo do pessoal que não trabalha
diretamente sobre o produto, dentre outros custos não atribuíveis aos
mesmos”.

Os centros de receitas existem com o objetivo de estruturar as atividades de


venda dos produtos de uma organização. Tipicamente, um centro de receita
adquire produtos acabados da divisão de fabricação e é responsável pela
venda e distribuição destes produtos. As saídas podem ser mensuradas,
portanto, em termos monetários, entretanto, as entradas não, afinal, o gestor
deste departamento não é responsável pela formação do preço dos produtos.
O centro de receita existe com finalidade de organizar atividades de marketing.
Tal departamento pode ser mensurado de três maneiras, conforme destaca o
Quadro 7.3.

1) Atividades verdadeiras de marketing: são os esforços para obter ordens. São


tratados como discricionários, por não haver possibilidade de mensurar as
saídas e, muito menos, há relação entre entrada e saída;

2) Atividades logísticas: atividades de preenchimento de ordens. Podem ser


padronizados;

3) Atividades de venda: atividades em que há uma maior padronização, por


poder comparar o preço de venda estimado com o preço de venda real e a
quantidade vendida com a quantidade orçada.

Para Costa e Borgert (2003), todos os gestores em todas as organizações


estão mais bem preparados para desempenhar suas funções quando têm uma
razoável compreensão dos dados contábeis. Acrescentam, ainda, que, em
geral, esses usuários da informação contábil encontram-se classificados em
duas categorias: a) aqueles gestores que usam a informação para planejar e
controlar operações de rotina; e b) aqueles que usam a informação para a
tomada de decisão não rotineiras – investimentos em equipamentos, formação
de preço para produto e serviços, escolha sobre quais produtos privilegiar ou
não e na formulação de políticas em geral e planos de longo prazo. Segundo
Costa e Borgert (2003), o processo decisório consiste em um conjunto de fases
seguidas pelo gestor para efetuar a escolha da alternativa de ação. As fases
estão representadas no Quadro 8.2
Segundo Matos (2004), os custos representam insumos que participam do
processo de produção, cuja utilização propicia a geração de um produto ou
serviço. A contabilização desses insumos na demonstração de resultados é
registrada sob o título de custos dos produtos vendidos ou custos dos serviços
prestados à proporção de custos utilizados pelos produtos ou serviços que
geram a receita de vendas. A contabilização destas informações segue leis e
normas, princípios que padronizam o processo contábil. Segundo Bruni (2008),
seu objetivo maior está associado ao registro do passado, e seus atos e
práticas são estabelecidos através de regras normativas que muitas vezes
comprometem a tomada de decisões. Quando, por outro lado, o foco envolve a
análise gerencial e o processo de tomada de decisão, novas formas de
classificar e analisar os custos tornam-se necessárias. É preciso analisar as
consequências futuras de uma decisão tomada. Neste processo, uma nova
classificação volumétrica dos custos pode apresentá-los como variáveis ou
fixos, conforme apresenta o Quadro 9.2

Um dos processos mais importantes da empresa é o seu processo de


formação de preço. Observa-se que preço é o valor que viabiliza a operação
comercial que possibilita a troca de bens ou serviços. A formação de preço
deve, segundo Bernardi (1998, p. 37), “[...] atingir o equilíbrio correto entre as
necessidades dos consumidores, as soluções alternativas e a necessidade da
empresa de cobrir seus custos”. Em decorrência disso, a definição do preço é
condicionada pelo objetivo da empresa como um todo dividido nas classes
apresentadas no Quadro 10.1.

conceitos de preço

Segundo Churchill Jr. e Peter (2003, p. 273), preço “[...] é a quantidade de


dinheiro, bens ou serviços que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou
uso de um produto”. Sardinha (1995, p. 51) define que “[...] o preço é o
elemento quantitativo que resume de forma numérica as estratégias de
marketing que a empresa tentou seguir”. McCarthy (1982) define como preço o
que é cobrado por algo, mesmo que este seja avaliado de forma incorreta. É a
expressão monetária de algum bem ou serviço. Czinkota (2001) afirma que o
preço é uma troca, considerando que toda troca envolve um preço que nem
sempre é monetário. Junto com o conceito de Churchill Jr. e Peter (2003),
estes podem ser considerados os mais completos, na medida em que
consideram também fatores não monetários. O preço é apenas uma parte do
custo total que os consumidores pagam em uma troca, pois esta inclui também
o esforço mental e comportamental despendidos, além de desempenhar dois
papéis, ou seja, se a compra será efetuada e se ela será lucrativa.
(CHURCHILL JR.; PETER, 2003) Sardinha (1995) consegue reforçar a
dependência do preço às outras variáveis do composto de marketing. Monroe
(1990) descreve em sua teoria do comportamento do consumidor a existência
de duas decisões a serem tomadas pelos compradores: quais produtos devem
ser comprados e quanto comprar de cada produto. A necessidade ou utilidade
para o comprador é o que define os produtos que serão comprados. A
quantidade de cada produto a ser comprado é estabelecida com base na
avaliação do preço do produto, preços dos produtos concorrentes, da renda,
gosto e preferências do comprador.

Importância Estratégica da Precificação.

Para Monroe (1990), a ampliação da importância dos preços se dá por força de


alguns fatores, tais como: a) desenvolvimento tecnológico: a tecnologia mais
avançada diminui o ciclo de vida do produto, ou seja, o tempo para retorno do
investimento cai; b) proliferação de novos produtos: cada vez mais produtos
com uma linha expandida e produtos diferenciados; c) aumento da demanda
por serviços: produto com serviços agregados, era de customização dos
produtos; d) globalização e competição externa: o mundo não tem mais
fronteiras comerciais; e) controle sociedade e governo: A Organização Mundial
do Comércio (OMC) na esfera global, o Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE) e Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON)
no âmbito nacional, dentre outros, têm desempenhado papel importante para
evitar abusos nos preços. Kotler, Jain e Maesincee (2002) reforçam que a
diminuição das margens de lucro das empresas se tornou uma constante em
vista do acirramento da competição, seja através da diminuição dos preços,
seja através do maior custo para oferecer mais serviços ou diferenciação nos
produtos, visando superar a concorrência. O conhecimento profundo do que é
valor para o mercado alvo é determinante para se ofertar o produto mais
adequado possível

Relação Preço e Qualidade.

Monroe (1990) define dois papéis fundamentais para o preço: o papel alocativo
e o papel de sinalizador de qualidade. O preço define como os recursos devem
ser usados, determina quais produtos devem ser produzidos e em que
quantidade. Preços determinam como e para quem esses produtos devem ser
produzidos. Stanton, Walker e Etzel (2001) acrescentam que os preços afetam
a posição da empresa, bem como a sua participação no mercado, tendo
grande influência na sua receita e no seu plano de marketing. Cooper e
Slagmulder (2000) apresentam uma metodologia, o target costing, ou custeio
alvo, através do qual o preço de mercado é que vai definir o custo interno do
produto. A partir da estimativa do preço de mercado, a empresa define a
margem desejada e então trabalha o custo máximo que o produto pode ter. O
outro papel de sinalizador de qualidade, quando os produtos não são
conhecidos e há diferença de preço significativa, a intenção de compra é
praticamente a mesma. Apesar das diferenças de preço, a maioria dos
consumidores escolhe o produto mais caro, mostrando que, quando não se
conhece o produto, o preço pode ser um sinalizador da qualidade. (NAGLE;
HOLDEN, 1995

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