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Análise de Custo

Iraneide
Azevedo
Análise CVL — custo,
volume e lucro
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Definir margem de contribuição.


„„ Conceituar ponto de equilíbrio.
„„ Demonstrar a análise CVL com enfoque na margem de contribuição
e no ponto de equilíbrio.

Introdução
Umas das principais funções da contabilidade de custos consiste em for-
necer subsídios para a tomada de decisões. Nesse sentido, a identificação
e a distinção de gastos, conforme sua variabilidade em variáveis e fixos,
torna-se muito mais importante do que a mera separação entre custos
e despesas, por exemplo.
Para auxiliar os gestores na tomada de decisão, existem diversas abor-
dagens para a estimação dos custos dos produtos, uma delas é a análise
de custo, volume e lucro (CVL), que é uma técnica que permite estudar
os inter-relacionamentos entre custos, volume ou nível de atividade e
receitas para medir sua influência sobre o lucro.
A adoção dessa técnica de análise tem grande importância gerencial,
pois é possível identificar e analisar as relações entre custos, volumes e
lucros dos negócios de uma empresa, tornando viável responder per-
guntas relacionadas com a alteração de preços, volumes e custos.
Neste capítulo, você irá ver a definição de margem de contribuição,
o conceito ponto de equilíbrio e ainda a análise CVL com enfoque na
margem de contribuição (MC) e no ponto de equilíbrio (PE).
2 Análise CVL — custo, volume e lucro

Análise CVL
Um dos instrumentos da área de custos que pode ser utilizado nas decisões
gerenciais é a análise CVL. Tal expressão abrange os conceitos de MC, (PE) e
margem de segurança (MS), cujo conhecimento é de fundamental importância
para os gestores de custos em virtude do número de benefícios informativos
que proporcionam. (Figura 1).

Análise
Custo/volume/lucro

Margem de Ponto de Margem de


contribuição equilíbrio segurança

Figura 1. Componentes da análise custo/volume/lucro.


Fonte: Wernke (2004, p. 41).

Segundo Guimarães Neto, (2012, p. 87), as análises CVL são modelos


que visam a demonstrar, de forma gráfica ou matemática, as inter-relações
existentes entre as vendas, os custos (fixos ou variáveis), o nível de atividade
desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado. Seu estudo proporciona res-
postas a questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da empresa se
ocorrer:

a)  aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo);


b)  diminuição ou aumento do volume de vendas;
c)  redução ou majoração dos preços de venda.
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A administração necessita conhecer, com antecedência, quais efeitos teriam uma


modificação no preço de venda, no volume de produção e nas combinações do mix
de produtos, uma alteração salarial ou uma modificação nas máquinas da fábrica. Para
que essas informações estejam disponíveis com a rapidez que as decisões empresariais
exigem, cabe ao analista de custos dispor dos dados indispensáveis à análise CVL.

Mix de produtos é uma variedade de itens que uma empresa disponibiliza no mercado
para atingir diferentes clientes ou dominar uma fatia maior do seu segmento.

Segundo Guimarães Neto, (2012, p. 88), custo, preço e volume são os fatores
considerados no planejamento e na análise de variação do lucro. O preço de
venda, em geral, é de controle limitado, mas custo e volume têm elementos
mais controláveis. As decisões gerenciais requerem uma análise cuidadosa do
comportamento de custos e lucros em função das expectativas do volume de
vendas. Em curto prazo (menos que um ano), a maioria dos custos e preços
dos produtos da empresa pode ser determinada. A principal incerteza não está
relacionada com os custos e os preços dos produtos, mas com a quantidade
que será vendida. A análise CVL aponta os efeitos das mudanças nos volumes
de vendas na lucratividade da organização.

Margem de contribuição (MC)


A MC é o valor resultante da venda de uma unidade, depois de deduzidos os
custos e as despesas variáveis associados ao produto comercializado. Tal valor
contribuirá para pagar os custos fixos da empresa e gerar lucro.
A MC é um conceito de extrema importância para o custeio variável e para
a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a MC é a diferença
entre o preço de venda e a soma dos custos e das despesas variáveis.
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Trata-se do valor que cada unidade efetivamente traz à empresa, levando


em consideração a receita e o custo que, de fato, provocou e que lhe pode ser
imputado sem erro, ou seja, a finalidade da MC é cobrir as despesas fixas e
formar o lucro da empresa.
As vantagens de conhecer as MCs de cada produto ou linha de produtos são:

„„ A margem de contribuição ajuda a empresa a decidir quais mercadorias


merecem maior esforço de vendas e qual será o preço mínimo para as
promoções.
„„ As MCs são essenciais para auxiliar a administração da empresa a
decidir pela manutenção ou não de determinados produtos e de deter-
minada filial.
„„ As MCs podem ser usadas também para avaliar alternativas de reduzir
preços e aumentar o volume de vendas.
„„ A MC é utilizada também para determinar o PE da empresa.

A MC unitária é calculada da seguinte maneira:

MC(u) = Pv(u) – [cv(u) + dv(u)]

Sendo que:
Pv(u): preço de venda unitário
cv(u): custo variável unitário
dv(u): despesa variável unitário
MC(u): margem de contribuição unitária

Uma dona de casa resolveu produzir e vender bolos.


Para tanto, ela gasta R$ 7,00 de ingredientes em cada bolo e R$ 240,00 por mês
com uma faxineira. A dona de casa pretende vender cada bolo por R$ 15,00. Assim,
qual seria a sua MC?
„„ Preço de venda: R$ 15,00
„„ Custo variável: R$ 7,00
„„ MC(u) = preço de venda - gasto variável unitário
„„ MC(u) = 15 – 7 = R$ 8,00
A MC unitária seria de R$ 8,00.
Análise CVL — custo, volume e lucro 5

Ponto de equilíbrio
Para alcançar o equilíbrio nas linhas de produção e/ou no serviço do departa-
mento, é preciso calcular o volume de vendas necessário para cobrir os custos,
saber como usar corretamente essa informação e entender como os custos
reagem às mudanças de volume.
Este é o ponto em que os custos totais e as receitas totais se igualam. A
partir deste, a empresa entra na área da lucratividade.
A análise do PE é fundamental nas decisões referentes:

„„ a investimentos;
„„ ao planejamento de controle do lucro;
„„ ao lançamento ou corte de produtos;
„„ às análises das alterações do preço de venda conforme o comportamento
do mercado.

A empresa está no PE quando ela não tem lucro ou prejuízo. Nesse ponto,
as receitas totais são iguais aos custos totais ou às despesas totais.

Tipos de PE
Berti (2006) esclarece que na gestão de custos, como subsídio à tomada de
decisão empre­sarial, alguns fatores e teorias são importantes de serem avalia-
dos para que as informações sejam seguras e auxiliem a empresa a alcançar
os objetivos essenciais. Existem três formas de calcular o PE em unidades
(contábil, econômico e financeiro), mas estas, normalmente, são atribuídas a
um produto ou mercadoria.

Ponto de equilíbrio contábil (PEC)

O PEC é obtido quando há volume (monetário ou físico) suficiente para cobrir


todos os custos e todas as despesas fixas, ou seja, o ponto em que não há lucro
ou prejuízo contábil, é o ponto de igualdade entre a receita total e o custo total.
O PEC será calculado pela seguinte fórmula:

(CD)F (CD)F
PEC =
Pv(u) – cv(u) = MC(u)
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Sendo que:
(CD)F: custos e despesas fixas
Pv(u): preço de venda unitário
cv(u): custo variável unitário
MC(u): margem de contribuição unitária

Determinada empresa tem um custo fixo total de R$ 900,00 e seu custo variável é
de R$ 60.000,00 para uma produção máxima de 20 mil unidades a um preço de
venda unitária de R$ 8,00. Para calcular o PEC da empresa e fazer a conclusão, o
PE será calculado dessa forma:
(CD)F 900.000
PEC = = = 18.000 unidades
Pv(u) – cv(u) 8 – (60.000/20.000)

Essa empresa precisa vender 18 mil unidades para não ter lucro e nem prejuízo.

Ponto de equilíbrio econômico (PEE)

O PEE ocorre quando existe lucro na empresa e esta busca comparar e de-
monstrar o lucro da empresa em relação à taxa de atratividade que o mercado
financeiro oferece ao capital investido.
O PEE, portanto, mostra a rentabilidade real que a atividade escolhida
traz, confrontando-a com outras opções de investimento.
O PEE será calculado pela seguinte fórmula:

(CD)F + k (CD)F + k
PEE =
Pv(u) – cv(u) = MC(u)

Sendo que:
k = retorno desejado de lucro
(CD)F: custos e despesas fixas
Pv(u): preço de venda unitário
cv(u): custo variável unitário
MC(u): margem de contribuição unitária
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Qual é o PEE (volume de vendas) para uma empresa que pretende ter um lucro de R$
3.000,00, tendo como base as seguintes informações:
„„ Venda total: 22 mil unidades;
„„ Custo fixo total: R$ 42.000,00;
„„ Custo variável total: R$ 33.000,00;
„„ Preço de venda unitário: R$ 2,00.
O PEE será calculado dessa forma:

42.000 + 3.000,00
(CD)F + k = = 45.000,00
PEE =
Pv(u) – cv(u) 2 – (33.000 / 22.000) 2 – 1,5 = 90.000 unidades

Para que empresa possa ter um lucro de R$ 3.000,00, ela deverá, portanto, produzir
e vender 90 mil unidades.

Ponto de equilíbrio financeiro (PEF)

O PEF é representado pelo volume de vendas necessárias para que a empresa


possa cumprir seus compromissos financeiros.
Nem todos os custos de produção representam desembolsos. Dessa forma,
os resultados contábeis e econômicos não são iguais aos financeiros.
O PEF informa quanto a empresa terá de vender para não ficar sem dinheiro
e, consequentemente, precisar fazer empréstimos, prejudicando ainda mais
os lucros.
A quantidade das vendas no PEF poderia ser apresentada como:

Gastos fixos – Gastos Fixos não desembolsáveis


PEF = Preço – Gastos Variáveis Unitários

Sendo que:
GF = gastos fixos
Gf = gastos fixos não desembolsáveis
Pu = preço unitário
GVu = gastos variáveis unitários

Para obter o volume financeiro das vendas no PE, bastaria multiplicar a


quantidade pelo preço de venda.
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Gastos fixos não desembolsáveis são aqueles valores que diminuem o lucro, mas não
representam uma saída de caixa, como amortização e exaustão de ativos.

No ano passado, a Fábrica Azul do Céu produziu 30 mil unidades de um único produto,
que é a tinta para paredes Colorfix (fictícia), a qual é comercializada a um preço unitário
igual a R$ 25,00. Sabe-se que os gastos incorridos pela empresa no ano analisado
poderiam ser descritos de acordo com o Quadro 1. Com base nesses números, qual
seria o PEF da empresa?

Quadro 1. Gastos incorridos pela empresa Colorfix.

Gasto Valor

Embalagens R$ 150.000,00

Matérias-primas R$ 250.000,00

Depreciação fabril R$ 200.000,00

Mão de obra direta R$ 50.000,00

Salários administrativos (fixos) R$ 120.000,00

Outros gastos fixos R$ 80.000,00

Ao identificar os gastos fixos e as variáveis do Quadro 1, é possível dizer que o gasto


variável unitário seria igual à soma dos gastos variáveis com embalagens, matérias-
-primas e mão de obra fabril dividido pela quantidade produzida.
Assim,

GVu = (150.000 + 250.000 + 50.000) / 30.000 = R$ 15,00

Para estimar o PEF na soma dos gastos fixos, não devem ser incluídos os não de-
sembolsáveis. A soma dos gastos fixos desembolsáveis seria igual à soma dos salários
administrativos e dos outros gastos fixos, ou seja, R$ 120.000,00 + R$ 80.000,00 = R$
200.000,00.
Análise CVL — custo, volume e lucro 9

Aplicando a fórmula:

PEF = 200.000 / (25 – 15) = 20.000 unidades

O volume financeiro das vendas no PEF seria igual às quantidades vendidas multi-
plicadas pelo preço, ou 20.000 x R$ 25,00 = R$ 500.000,00.

Benefícios do PE
Segundo Wernke (2004), “[...] a utilização do PE e respectiva análise proporcio-
nam diversos subsídios aos gerentes. A informação do PE da companhia, tanto
do total global, como por produto individual, é importante porque identifica
o nível mínimo de atividade que a entidade ou cada divisão deve operar”.
Ainda segundo Wernke (2004), o cálculo do PE atende às decisões em-
presariais relacionadas com:

1. alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do


mercado;
2. alteração de políticas de vendas com relação a lançamento de novos
produtos;
3. definição do mix de produtos, do nível de produção e do preço do
produto;
4. responder perguntas que exigem respostas rápidas, tais como:
■■ Quantas unidades de produto devem ser vendidas para se obter de-
terminado montante de lucro?
■■ Qual a influência de um desconto promocional nos preços de venda?
■■ O que acontecerá com o lucro se o preço de venda aumentar ou
diminuir?
■■ O que acontecerá com o PE se determinada matéria-prima aumentar
20% e não tiver condições de ser repassada ao preço dos produtos?
■■ Um aumento nos custos fixos terá que tipo de influência no resultado
da empresa?
■■ É útil ao planejamento e ao controle de vendas e resultados?
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No que se refere às limitações do PE, o autor menciona que devem ser


levados em consideração os seguintes pontos:

a)  Variação de um componente — considerar mudanças no preço sem


a influência dos demais componentes. Na realidade, quando muda um
componente, muda outro.
b)  Custos fixos e variáveis — em geral, o comportamento do custo fixo
não é tão constante como mostra o gráfico do PE, e o custo variável,
em certos aspectos, não varia proporcio­nalmente ao volume.
c)  Análise estatística — as dificuldades existentes na montagem dos
dados para a análise não levam em consideração todo o dinamismo
envolvido nas empresas e no dia a dia dos negócios.

Percebe-se que o PE tem limitações que devem ser consideradas pelo


gestor ante o tipo de atividade e o horizonte de tempo da tomada de decisão
na qual será empregado.

Limitações da análise do ponto de equilíbrio


Segundo Santos (2011, p. 45), na análise das relações custo-volume-lucro,
deverão ser levados em consideração os seguintes aspectos:

„„ variação de um componente — considerar mudança no preço sem a


influência nos demais componentes; na realidade, quando muda um
componente, pode mudar o outro;
„„ custos estruturais fixos e marginais — geralmente, o comportamento
do custo fixo não é tão constante e o custo marginal tem certos aspectos
que não variam sempre proporcionalmente ao volume;
„„ análise estatística — as próprias dificuldades existentes na montagem
dos dados para a análise não levam em consideração todo o dinamismo
envolvido e no dia a dia dos negócios.
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O custo marginal representa o acréscimo de custo total que ocorre quando se aumenta
a quantidade de bens produzida em uma unidade (ou a redução de custo total após
a redução em uma unidade na quantidade produzida).

A seguir, será mostrado um exemplo para o cálculo do PE com MCs iguais


e diferentes.

Exemplo com Produtos com MC iguais: calcular o PE dos seguintes dados, supondo
que os custos e as despesas fixos mensais são de R$ 30.000,00 (Quadro 2).

Quadro 2. Demonstrativo de resultados com margem de contribuição (iguais).

Custos +
Margem de
Preço Despesas
Produtos contribuição Produtos
unitário variáveis
unitária
unitárias

A R$ 800,00 R$ 400,00 R$ 400,00 A

B R$ 1.200,00 R$ 800,00 R$ 400,00 B

PE = (custos + despesas fixos) / margem de contribuição unitária


PE = (R$ 30.000,00/R$ 400,00) = 75 unidades

Essa quantidade corresponde a 75 MCs de R$ 400,00, o que equivale


a 75 unidades de produtos A ou B, quaisquer que sejam as quantidades
de cada um.
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Exemplo com produtos com MCs diferentes: calcular o PE dos seguintes dados, supondo
que os custos e despesas fixos mensais são de R$ 45.300,00 (Quadro 3).

Quadro 3. Demonstrativo de resultados com margem de contribuição (diferentes).

Custos +
Quantidade Preço Margem de
Despesas
Produtos Vendida em unitário contribuição
variáveis
unidades (R$) unitária
unitárias

A 50 655,00 R$ 495,00 R$ 160,00

B 30 800,00 R$ 550,00 R$ 250,00

C 120 1.100,00 R$ 600,00 R$ 500,00

Mix de produtos

Trata-se da participação nas vendas, conforme Quadros 4 e 5.

Quadro 4. Participação na vendas da empresa X.

Produtos Quantidade % nas vendas

A 50 25

B 30 15

C 120 60

Total 200 100


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Quadro 5. Margem de contribuição media ponderada da empresa Y.

Margem de
Margem de
% nas contribuição
Produtos contribuição
vendas média
unitária
ponderada

A 160,00 X 25 40,00

B 250,00 X 15 37,50

C 500,00 X 60 300,00

Total 100 377,50

Custos + Despesas fixos


PE =
Margem de Contribuição Unitária Média Ponderada

R$ 45.300,00
PE =
R$ 377,50
PE = 120 unidades

Quantidade de cada produto:

A = 120 unidades x 25% = 30 unidades


B = 120 unidades x 15% = 18 unidades
C = 120 unidades x 60% = 72 unidades
Total = 120 unidades

Relação entre MC e PE
Uma empresa, em dado momento circunstancial, pode não estar dando prejuízo,
mas também não está dando lucro. Isto é, o seu negócio é capaz de gerar
dinheiro para cobrir suas despesas, mas não está lucrando. Para que essa
empresa lucre, é preciso aumentar sua margem de contribuição e diminuir
seu ponto de equilíbrio.
14 Análise CVL — custo, volume e lucro

Imagine que quando uma empresa aumenta a MC dos produtos que vende,
ela está diminuindo os custos e as despesas associados a cada produto e
aumentando a quantidade de receita que cada produto dessa empresa gera. O
resultado é a diminuição do seu PE. Isso significa que essa empresa pode gerar
menos receita para obter lucro depois de aumentar a MC para seus produtos.

Como aumentar a MC?


Aumentar a MC dos produtos significa que a empresa precisa aumentar o lu-
cro gerado por cada produto. Para isso, é necessário diminuir os custos variáveis
associados a cada um desses produtos. Quando os custos variáveis de uma
mercadoria diminuem, a MC desse produto aumenta.
Por exemplo, suponha que a empresa WZ tenha um produto que gera R$
150,00 de receita e tenha custos variáveis de R$ 120,00, sua MC pode ser
determinada pelo cálculo abaixo:

MCu = 150 – 120 = 30,00

Agora, suponha que a empresa WZ reduza os gastos com matérias-primas,


diminuindo seus custos variáveis em R$ 20,00.
O MCu agora será de:

MCu = 150 – 100 = 50,00

Então, podemos observar que a empresa WZ quando aumentou a MC dos


seus produtos, ela diminuiu seus custos e as despesas ligadas a cada produto.
Com isso, aumentou a quantidade de receita que cada produto gerou.
Ao mesmo tempo, ocorreu a redução do seu PE. Significando que a empresa
WZ pode se estabilizar, gerando menos receita, ou seja, em produções menores,
a empresa já alcance seu PE e comece a obter lucro mais cedo.

Margem de segurança
De acordo com Crepaldi (2002): “A margem de segurança é um indicador de
risco que aponta a que quantidade as vendas podem cair antes de ter prejuízo”.
É a parcela de produção e vendas que a empresa tem que estar acima do PE.
Análise CVL — custo, volume e lucro 15

A MS representa quanto das vendas pode cair sem que a empresa tenha
prejuízo e esta pode ser expressa em valor, unidade ou percentual.

Quantidade de Vendas – PE
MS = Quantidade de Vendas

Uma comerciante resolveu produzir e vender camisetas com pinturas. Para tanto, ela
gasta R$ 10,00 com as tintas para pintar e R$ 400,00 por mês com uma auxiliar para
lhe ajudar. A comerciante pretende vender a camiseta por R$ 50,00. Assim, qual seria
a MS, nesse caso, com a venda de 30 camisetas?
Custo fixo total: R$ 400,00
Preço de venda: R$ 50,00
Custo variável: R$ 10,00
MC(u) = preço de venda – gasto variável unitário
MC(u) = 50 – 10 = R$ 40,00
400
O PE foi de: PE = = 10
40
Quantidade vendida: 30 camisetas
O cálculo da MS é assim calculado:
30 – 10
MS = = 0,66 × 100 = 66%
30

A MS da empresa foi de 66%.


16 Análise CVL — custo, volume e lucro

BERTI, A. Contabilidade e análise de custos. Curitiba: Juruá, 2006.


CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GUIMARÃES NETO, O. Análise de custos. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.

WERNKE, R. Gestão de custos: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

Leituras recomendadas
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed.
São Paulo: Atlas, 2010.
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na cal-
culadora HP 12C e Excel. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
HORNGREN, C. T.; FOSTER, G.; DATAR, S. M. Contabilidade de custos. Rio de Janeiro:
LTCA, 2000.
LEONE, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas,1997.
LEONE, G.. S. G. Custos: planejamento, implantação e controle. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2000.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação
contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
REZENDE, D. A. Sistemas de informações organizacionais: guia prático para projetos
em cursos de administração, contabilidade e informática. São Paulo: Atlas, 2005.
SANTOS, J. J. Contabilidade e análise de custos: modelo contábil, métodos de deprecia-
ção ABC – Custeio baseado em atividades de encargos sociais sobre salários, custos
de tributos sobre compras e vendas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Gestão de custos: aplicações operacionais e estratégicas:
exercícios resolvidos e propostos com utilização do excel. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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