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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

DISCIPLINA: ECO3343 – Metodologia Básica de Custos


PROFESSORA: Romina Batista de Lucena de Souza

CAPÍTULO 6

6. O CUSTO NO PROCESSO DECISÓRIO DA EMPRESA

6.1. ANÁLISE DE RELAÇÕES CUSTO-VOLUME-LUCRO: Aspectos Introdutórios


Link para vídeo aula: https://youtu.be/7gjDShay6as

Link para vídeo aula: https://youtu.be/N9xDpTAyo1g

Na utilização dos custos para o auxílio à tomada de decisões, a previsão ou o


planejamento do lucro da empresa é um ponto importante. Um conjunto de
procedimentos denominados análise de custo-volume-lucro, determina a influência no
lucro provocada por alterações nas quantidades vendidas e nos custos.
Como já comentando, o custeio direto (variável) está relacionado com o apoio a
decisões de curto prazo. Esse tempo não significa que tais decisões sejam menos
importantes que outras (por exemplo, decisões estratégicas), mas apenas os custos
serão separados em fixos e variáveis.
O modelo para essas decisões pressupõe que a empresa, para funcionar, já
esteja comprometida com os custos fixos, os quais não serão influenciados por
nenhuma decisão que se tome. Todavia, dado que a estrutura fixa da empresa está
preparada, as decisões lógicas estão relacionadas com o que fazer com aquela
estrutura. Assim, os custos relevantes para essas decisões são os variáveis, pois os
custos fixos independem do que for decidido.
A análise do custo-volume-lucro está intimamente relacionada com o conceito
de MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO: entende-se por margem de contribuição a
diferença entre o preço de venda e a soma das despesas e custos variáveis de um
produto ou serviço.
A margem de contribuição é, em outras palavras, a “sobra financeira” de cada
produto ou divisão de uma empresa para a recuperação – ou amortização – das
despesas e dos custos fixos de uma entidade e para a obtenção do lucro esperado
pelos empresários.
Exemplo de Margem de Contribuição:
Demonstração da Margem de Contribuição e do Resultado do $
Período
Receita total (preço de venda, líquido dos impostos, de cada produto 40.000
multiplicado pela quantidade vendida)
Total das despesas variáveis de cada produto, multiplicado pelas (5.000)
quantidades vendidas
Total dos custos variáveis de cada produto, multiplicado pelas (17.000)
quantidades vendidas

1
= Margem de contribuição 18.000
Despesas fixas (2.000)
Custos fixos (11.000)
= Lucro da empresa 5.000

A margem de contribuição pode ser apurada para cada produto manufaturado


e vendido pela empresa, ou por departamento, divisão, filial de vendas, etc.
Fórmulas:
Margem de Contribuição Total:
MC = RV – CV
Onde: MC = Margem de Contribuição
RV = Vendas Totais
CV = Custo Variável Total
Margem de Contribuição Unitária (MC/U):
MC/U = PV/U – CV/U
Onde: MC/U = Margem de Contribuição Unitária
PV/C = Preço de Venda Unitário
CV/U = Custo Variável Unitário
Resumo:
Margem de Contribuição é um conceito de extrema importância para o custeio
variável e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de
contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas
variáveis.

Análise da Margem de Contribuição por Produto


Essa análise permitirá a obtenção de importantes informações para a tomada de
decisão, como por exemplo:
a) Quais são os produtos mais lucrativos?
b) Qual é o produto produzido ou o serviço prestado que mais contribui para a
recuperação das despesas e custos fixos e para o lucro da empresa?
c) Quais são os produtos deficitários?

Conseqüentemente, estes questionamentos, darão subsídios para importantes


tomadas de decisões relacionadas quanto ao mix de produção e venda, tais como:
 qual o produto cuja produção e venda devem ser incrementadas;
 quais os produtos que menos contribuem e quais devem ser
eliminados;
 qual o valor dos descontos que podem ser concedidos sobre o preço de
venda sem prejudicar sensivelmente a apuração da margem de
contribuição?

Exemplo de Margem de Contribuição por produto:

2
A Indústria de Instrumentos Hospitalares Saúde Ltda., produz três modelos de
aparelhos para exames clínicos: Maxluz, Médcare e Pop. Seguem as informações
relativas aos preços de vendas, despesas e custos variáveis de cada produto.
Modelo de Aparelho Maxlux $ Médcare $ Pop $
Preço de venda 900 600 400
(-) Desp. variáveis de cada unidade vendida
Comissão dos vendedores 50 30 20
Impostos 100 50 30
Assistência técnica 30 10 5
Custos variáveis de produção
Materiais e matérias-primas 290 130 115
Materiais de embalagens 30 10 10
Mão-de-obra direta 220 170 160
Total das despesas e custos variáveis 720 400 340
Margem de contribuição em $ 180 200 60
Margem de contribuição em % 20% 33,3% 15,0%

Observa-se que o produto Medcare é o que apresenta maior lucratividade


($200) e rentabilidade (razão de contribuição) de 33,3%. Logo, quanto maior for a
margem de contribuição unitária do produto, melhor será sua produção (e venda) para
a empresa. E a razão de contribuição será usada para discutir a importância de cada
produto para a empresa multiprodutora. Estes conceitos são de enorme ajuda para o
planejamento de estratégias e para a tomada de decisões em geral.

6.2. PONTO DE EQUILÍBRIO


Ponto de equilíbrio, também denominado ponto de ruptura, nasce da conjunção
dos custos totais com as receitas totais. A Empresa obtém seu ponto de equilíbrio
quando suas receitas se equalizarem com seus custos e despesas totais.
Supõe-se que uma determinada empresa possui:

Preço de venda = 500,00/un.

Custos + despesas variáveis = $ 350,00/un.

Custos + despesas fixas = $600.000,00

A empresa conseguira atingir um ponto de equilíbrio quando as receitas totais forem


equivalentes aos custos e despesas totais.

Portanto: RT = (C+D) Totais ou RT = (Cv.*Q) +CF

assim:

3
500,00*Q= 350,00*Q +600.000,00

500,00Q – 350,00Q = 600.000,00

150,00Q=600.000,00 Q = 600.000,00 / 150,00 Q=


4.000 unidades/mês

Ou seja = Ponto de Equilíbrio em unidades (PEQ)= custos+despesas fixas

Margem de contribuição unitária

Para transformar em receitas totais em termos monetários, basta fazer

Receitas totais = Q*preço de venda

RT= 4.000 * 500,00 RT = 2.000.000/mês

Realmente quando houver esse volume de vendas teremos custos e despesas totais:

Variáveis = 4.000 u * 350,00 = 1.400.000,00

Fixos = 600.000,00

2.000.000,00

Assim = receitas totais – custos totais = ZERO = PONTO DE EQUILÍBRIO

A partir de cada unidade vendida acima das 4.000 unidades (4.001) cada
margem de contribuição unitária que até então contribuía para cobrir os custos totais
passará a contribuir para formar o lucro da empresa.

Assim, 4.100 unidades vendidas darão um lucro equivalente a soma da


margem de contribuição das 100 unidades que ultrapassaram o ponto de equilíbrio.

Comprovando tem-se:

Receitas totais = 4.100 u x $ 500,00/u 2.050.000,00

(-) custos e despesas totais

Variáveis:4.100 * $350,00/u 1.435.000,00

Fixos $600.000,00 2.035.000,00

4
Lucro 15.000,00

Representação gráfica do ponto de equilíbrio:

Lucro

2.000.000,000 variáveis
Prejuízo

600.000,00
fixos

Q
4.000 u

Como se pode visualizar no gráfico, a área do prejuízo não permite a empresa


cobrir seus custos fixos totais, e a área de lucro é atingida após o ponto de equilíbrio,
ou no ponto em que as vendas foram suficientes para cobrir os custos fixos e
variáveis. Nesse sentido, a partir do ponto de equilíbrio começa a área do lucro, sendo
que cada unidade vendida irá formar o lucro correspondente a sua margem de
contribuição unitária, tendo em vista que os custos fixos já foram cobertos pelas
unidades vendidas até o ponto de equilíbrio.

FÓRMULAS:

1) Ponto de equilíbrio Contábil – representa o ponto de ruptura contábil, sendo


utilizado para avaliar níveis de produção do sistema fabril. Considera todos os
custos e despesas relacionados ao funcionamento da empresa.
PEC$ = custos e despesas fixas /razão de contribuição

PEC $ = PE Q * preço

Link para vídeo aula: https://youtu.be/kNKEt4blSt8

Ponto de equilíbrio contábil em unidades físicas (Q= quantidade)

PEC Q = CFDF/MCu ou

PE Q = PEC$ /PVu.

Onde : RC = razão da contribuição é margem de contribuição / preço de venda p

5
2) PE econômico – representa o ponto de ruptura com a provisão prévia do valor
do lucro desejado. Mostra a rentabilidade real que a atividade escolhida traz,
confrontando-a com outras opões de investimento. Como por exemplo, podem
ser incluídos aos custos e despesas fixas, os custos de oportunidade
referentes ao capital próprio e o possível aluguel das edificações.

Link para vídeo aula: https://youtu.be/18b4CB_3xFk

PEE$ = Custos e despesas fixas + lucro desejado ou

Razão de contribuição (que é igual a PV – CV = MC /PV)

PEEQ = custos fixos e despesas fixas + lucro desejado / MCun. ou

PEEQ = PEE$/Pv. Un.

3) PE Financeiro - representa o ponto de ruptura, considerando como custos os


valores realmente desembolsáveis, aqueles que realmente oneram
financeiramente para a empresa, excluindo os valores não desembolsáveis
como a depreciação, a exaustão e amortização, considerando, inclusive os
compromissos a serem liquidados no período. Informa o quanto a empresa terá
de vender para não ficar sem dinheiro e, consequentemente ter de fazer
empréstimos, prejudicando ainda mais o seu lucro.

Link para vídeo aula: https://youtu.be/QgYmyKy5CmY

PEF$ = Custos e despesas fixas + compromissos – vl. não desembonsável

Razão de contribuição

* como exemplo de custo não desembonsável é a depreciação, exaustão e


amortização, pois não influenciam no fluxo de cx da empresa.

PEFQ = cfdf + compromissos – vl. não desembonsável / MC un. Ou PEFQ = PEF$


/ PV un.

Margem de Segurança e Alavancagem Operacional (GAO)

Margem de Segurança é um indicador que indica a quantidade a que as vendas


podem cair antes de se obter prejuízo. De forma prática, essa margem representa o
valor da quantidade de produção e vendas que a empresa tem que estar acima do
Ponto de Equilíbrio (CREPALDI, 2010).

E segundo o autor, pode ser expressa em valor, unidade ou percentual.

Equação – Margem de Segurança

% MS = % 𝑴𝒂𝒓𝒈𝒆𝒎 𝒅𝒆 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐/ % 𝑴𝒂𝒓𝒈𝒆𝒎 𝒅𝒆 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒊𝒃𝒖𝒊ção

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Crepaldi (2010, p. 250) exemplifica a aplicação da Margem de Segurança. Considere os dados
de uma empresa fabricante de ladrilhos:

Custo e Despesa Variáveis $ 2,00 m²

Custos e Despesas Fixas $ 6.000/mês

Preço de Venda $ 5,00/m²

Ponto de Equilíbrio:

PE = 6.000,00/ 5,00−2,00

PE= 2.000m²/mês

Se esta empresa produzisse e vendesse 2.500 m² de lajes por mês, qual seria o lucro?

DRE

Vendas (2.500 m² x 5,00) $ 12.500,00

(-) CDVT (2.500 m² x 2,00) $ 5.000,00

Margem de Contribuição $7.500,00

(-) Custo e Despesas Fixos Totais $6.000,00

Lucro Operacional $1.500,00

Análise:

Foram vendidos 500 m² acima do Ponto de Equilíbrio, o que corresponde a um Lucro


Operacional de: 500 m² x $ 3,00 (MCu) = $ 1.500,00. Estes 500 m² de lajes a mais representa a
Margem de Segurança desta empresa, pois se houver alguma redução nas vendas e na
produção, ela não entrará na faixa de prejuízo (CREPALDI, 2010).

Margem de Segurança:

MS = 500 𝑚² /2.500 𝑚²

MS = 20%

Em receita, o cálculo é o mesmo:

MS = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑖𝑠−𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑛𝑜𝑃𝐸/ 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠𝐴𝑡𝑢𝑎𝑖𝑠

MS = 12.500,00−10.000,00/ 12.500,00 x 100

MS = 20%

Alavancagem Operacional (GAO) Segundo Crepaldi (2010, p. 252), “Grau de


alavancagem operacional é o índice que relaciona o aumento percentual nos lucros

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com o aumento percentual na quantidade vendida em determinado nível de
atividades”.

Equação – Grau de Alavancagem operacional

GAO = 𝜟 % 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐 /𝜟 % 𝑼𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆�

O Exemplo a seguir ilustra a avaliação da alavancagem operacional (CREPALDI,


2010):

A empresa “Alfa”, no ano de X1 vende 100.000 unidades a $6,00 cada uma. No ano
de X2 (ano seguinte), houve um aumento de 10% nas quantidades vendidas. Os
custos são os mesmos nos dois anos: $3,00 de custo variável por unidade e
$90.000,00 de custos fixos totais.

Situação Atual Aumento de 10% nas quantidades

Vendas 100.000 x 6,00 =$ 600.000 110.000 x 6,00 = $ 660.000

(-) CV 100.000 x 3,00= $ 300.000 110.000 x 3,00 = $ 330.000

MC $ 300.000 $ 330.000

(-) CF $90.000 $ 90.000

Lucro $ 210.000 $ 240.000

% aumento nos Lucros:

240.000−210.000/210.000 = 14%

% aumento nas vendas:

660.000−600.000/ 600.000 = 10%

GAO = 𝜟 % 𝑳𝒖𝒄𝒓𝒐/𝜟 % 𝑼𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔

GAO = 14%/10% = 1,4%

A alavancagem operacional de 1,4 vezes somente é válida para as operações a partir do


volume de 100.000 unidades (CREPALDI, 2010). Verifica-se que um acréscimo de 10% no
volume de produção corresponde a um aumento no resultado de 14%.

RESUMO:

Os três pontos de equilíbrio fornecem importantes subsídios para um bom


gerenciamento da empresa. O ponto de equilíbrio financeiro informa o quanto a
empresa terá de vender para não ficar sem dinheiro e, conseqüentemente, ter de fazer
empréstimos, prejudicando ainda mais os lucros. Se a empresa estiver operando
abaixo do ponto de equilíbrio financeiro, ela poderá até cogitar uma parada temporária
nas atividades. O ponto de equilíbrio econômico mostra a rentabilidade real que a
atividade escolhida traz, confrontando-a com outras opções de investimento.
Naturalmente, os custos imputados são um tanto quanto subjetivos e deve-se ter em

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conta que se trata de um instrumento gerencial, não representando custos realmente
incorridos, mas apenas uma comparação com possíveis aplicações alternativas do
capital.

Através da técnica de análise Custo x Volume x Lucro é possível analisar o


interrelacionamento dessas variáveis, que influenciam diretamente no resultado. Para
tal, faz-se necessário realizar o cálculo da Margem de Contribuição, que representa
o valor que irá cobrir os Custos e Despesas fixas da empresa e proporcionará lucro. A
partir destes conceitos, é possível determinar o ponto de equilíbrio da produção, que
se apresenta de três maneiras: Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC (momento em
que a receita total é igual ao custo total), Ponto de Equilíbrio Econômico – PEE
(mostra a rentabilidade real que a atividade em questão traz, comparando-a com
outras opções de investimento) e Ponto de Equilíbrio Financeiro – PEF (exclui dos
custos e despesas fixas totais as despesas não desembolsáveis. Por fim são
apresentados os conceitos de Margem de Segurança, que representa a quantidade
de produção e vendas que precisa estar acima do ponto de equilíbrio; e
Alavancagem, que relaciona, em porcentagem, o aumento nos lucros e o aumento da
quantidade de vendas.

6.3. FATORES QUE INFLUENCIAM A DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA


No ambiente comercial altamente competitivo que vive hoje, o preço de venda
de um produto está mais relacionado com fatores externos à empresa do que
propriamente os seus custos.
Pode-se dizer que, no Brasil, a partir de 1994, os consumidores começaram a
rejeitar os produtos que consideravam semelhantes a outros, mas com preço de venda
superior. Sem dúvida, foi o início de uma nova situação, em que o preço vem do
mercado e não mais da fábrica.
Entretanto, o preço obtido a partir do custo é uma referência valiosa para
comparar com o preço de mercado e determinar a conveniência ou não de vender o
produto pelo preço que o mercado estiver disposto a pagar.
Com essa comparação, é possível, inclusive, tomar a decisão prévia quanto à
futura produção ou não de determinado produto, a partir da apuração de um custo
estimado, antes do início da produção.
Conhecendo detalhadamente seus custos e o mercado, as alternativas para o
empresário podem ser outras, tais como:
 aumentar as quantidades vendidas;
 ter uma nova linha de produtos;
 oferecer prestação de serviço diferenciada, agregando valor para cobrar
mais.
Podemos utilizar os seguintes conceitos para a determinação do preço de venda:

6.2.1. Formação de preços com base nos gastos mais margem de lucro.
Neste caso, a empresa divide seus gastos em fixos e variáveis.
É importante ressaltar que o empresário tem como objetivo o lucro; portanto, ele
deseja recuperar todos os gastos, sejam eles fixos, sejam variáveis; quanto maior for o
volume de produção/venda, menor será o gasto fixo por unidade.
Pode-se estabelecer um preço mínimo para o produto, que poderá ser igual, e de
preferência maior que os gastos variáveis incorridos. Os preços acima dos gastos
variáveis estarão gerando margem de contribuição que poderá gerar lucro à empresa.
O preço máximo será estabelecido pela demanda do consumidor.
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Dificuldades de utilização desta abordagem: como encontrar o custo unitário do
produto (CPV) no dia-a-dia, já que ele contém uma parcela do custo fixo total; como
encontrar as despesas operacionais por unidades, no dia-a-dia; as oscilações no
volume de produção e seus efeitos no custo fixo unitário não são considerado; os
vários rateios necessários para alocar os custos fixos aos departamentos e destes aos
produtos trazem consigo muitas distorções.

6.2.2. A abordagem do Custeio por Absorção


Na abordagem do custeio por absorção para determinar o preço, parte-se do custo
para fabricar o produto (CPV) e a ele adiciona-se a margem de lucro bruto sobre
vendas, o que leva a encontrar o mesmo preço que na abordagem anterior.
As dificuldades práticas e limitações conceituais ainda persistem, mas agora em
menor grau, já que as despesas operacionais não são envolvidas no cálculo do preço.

6.2.3. A abordagem da Margem de Contribuição


Nesta abordagem, os gastos (custos + despesas) com comportamento variável
são mantidos em separado dos gastos fixos. Do confronto entre vendas e gastos
variáveis obtêm-se a Margem de Contribuição.
As vantagens deste método são:
 a empresa pode facilmente obter gastos variáveis por unidade do
produto;
 não foi necessário efetuar qualquer tipo de rateio, evitando com isso
trabalho burocrático e as distorções que os rateios podem trazer;
 com base nos gastos variáveis, calcula-se rapidamente o preço normal
de venda que assegura a meta de 20% de lucro líquido sobre vendas
(por exemplo);
 conhecendo o preço normal e os gastos variáveis, podem-se analisar
preços especiais para situações também especiais, como promoção
para desova de estoque ou venda para o mercado externo, etc.

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EXERCÍCIO - O CUSTO NO PROCESSO DECISÓRIO DA EMPRESA
1) Assinalar Falso (F) ou Verdadeiro (V):

a. ( ) Os custos fixos são totalmente dependentes dos produtos e volumes de


produção executados no período.
b. ( ) Margem de contribuição por unidade é o valor que cada unidade
efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e seu custo.
c. ( ) A contribuição de cobertura (ou margem de contribuição) é a diferença
entre o preço de venda e o custo variável unitário dos produtos ou serviços.
d. ( ) A margem de contribuição só se altera se ocorrerem modificações ou nos
custos variáveis ou nos custos fixos.
e. ( ) Ao vender um produto por um preço superior aos custos e despesas
variáveis, tem –se um acréscimo direto no resultado.

2) Uma sociedade empresária apresentou os seguintes dados:

Vendas R$ 375.000,00
Custo Variável R$ 200.000,00
Despesas Variáveis R$ 45.000,00
Custos Fixos Totais R$ 100.000,00

Com base nesses dados, a Margem de Contribuição Total é:


a) R$30.000,00.
b) R$130.000,00.
c) R$175.000,00.
d) R$230.000,00.

3) Determinada empresa produz um produto com preço de venda de $ 8,00 por


unidade. Os custos variáveis são de $ 6,00 por unidade e os custos fixos
totalizaram $ 4.000 por ano, dos quais $ 800 são relativos a depreciação. O
patrimônio líquido da empresa é de $ 10.000 e sua taxa mínima de atratividade é
de 10% ao ano.

PEDE-SE:

- Calcule o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro em unidades físicas


e monetárias.

BOM ESTUDO!!!!!!

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