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Custeio Variável

Relação Custo, Volume e Lucro

Prof. Dr. Bruno Figlioli

2020
CRÍTICAS AO RATEIO DE
CUSTOS FIXOS

 Custos Fixos são custos da capacidade de


produção disponibilizada; e

 o seu montante independe da produção ou


não, e do volume.
CRÍTICAS AO RATEIO DE
CUSTOS FIXOS

 Custos Fixos geralmente são rateados por


critérios arbitrários; e

 isso distorce o custo e o lucro de cada


produto.
CRÍTICAS AO RATEIO DE
CUSTOS FIXOS

 O Custo Fixo por unidade de um produto


varia inversamente ao seu próprio volume de
produção; e

 o custo fixo de um produto depende do


volume de produção de outros produtos.
Problemática
• Um dos maiores problemas da gestão de custos diz
respeito ao controle e à distribuição dos custos
indiretos
• Uma das formas empregadas para facilitar o processo
de tomada de decisões empregando custos consiste na
NÃO realização de rateio de custos indiretos.
CUSTEIO VARIÁVEL

Apropria aos produtos apenas custos


variáveis; os fixos são debitados
diretamente ao resultado do período,
como despesas.
CUSTEIO VARIÁVEL

O valor do resultado de cada período


acompanha a inclinação da receita de
vendas.
CUSTEIO POR ABSORÇÃO
X
CUSTEIO VARIÁVEL

A diferença no valor dos resultados de


cada período refere-se ao custo fixo
correspondente aos estoques inicial e
final.
CUSTEIO VARIÁVEL- Limitações
• Fere o Princípio Contábil da Competência e o da confrontação. Segundo esses
dois princípios, as receitas devem ser apropriadas e delas devem ser deduzidos
todos os sacrifícios envolvidos em sua obtenção. Dentro desse raciocínio, não
seria justo abater todos os custos fixos das receitas atuais, se uma parte dos
produtos elaborados somente for comercializada no futuro.
• A existência de custos mistos (custos com uma parcela fixa e outra variável),
nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa da parcela variável.
CUSTEIO VARIÁVEL
CUSTOS DESPESAS

FIXOS VARIÁVEIS FIXAS VARIÁVEIS

ESTOQUE
DE
PRODUTOS

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
RECEITA LÍQUIDA
VENDA CVPV
DV
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
CDF
LUCRO OPERACIONAL
Exemplo
• A empresa de Brindes Surpresa produz e comercializa lapiseiras e canetas com a logomarca dos clientes.
Alguns dos dados financeiros podem ser vistos na tabela a seguir. A empresa adota o critério de MOD
como base de rateio dos Custos Indiretos de Fabricação (todos fixos), que no mês analisado alcançou
$400,00

Dado Fornecido Lapiseira Caneta


Preço de Venda Unitário $ 0,50 $ 0,70
Quantidade Comercializada 1.000 unidades 1.000 unidades
Material direto total $ 100,00 $ 400,00
Mão-de-obra direta total $ 140,00 $ 60,00
Empregando o Sistema de Custeio por Absorção

DRE Sintética Lapiseira (1.000 unidades) Caneta (1.000 unidades) Total Geral
Rateio com base em MOD Total Unitátio Total Unitário
Receita 500,00 0,50 700,00 0,70 1.200,00
(-) Custos
Materiais Diretos 100,00 0,10 400,00 0,40 500,00
Mão-de-Obra 140,00 0,14 60,00 0,06 200,00
Mão-de-Obra em % 70,00% 30,00% 100,00%
CIF 280,00 0,28 120,00 0,12 400,00
Soma dos Custos 520,00 0,52 580,00 0,58 1.100,00
Resultado -20,00 -0,02 120,00 0,12 100,00
Custeio Por Absorção: Eliminando o Produto Lapiseira

DRE Sintética Caneta (1.000 unidades)


Rateio com base em MOD Total Unitário
Receita 700.00 0.70
(-) Custos
Materiais Diretos 400.00 0.40
Mão-de-Obra 60.00 0.06
CIF 400.00 0.40
Soma dos Custos 860.00 0.86
Resultado -160.00 -0.16
Custeio Variável

DRE Sintética Lapiseira (1.000 unidades) Caneta (1.000 unidades) Total Geral

Custeio Variável Total Unitário Total Unitário

Receita 500,00 0,50 700,00 0,70 1.200,00

(-) Custos Variáveis

Materiais Diretos 100,00 0,10 400,00 0,40 500,00

Mão-de-Obra 140,00 0,14 60,00 0,06 200,00

(=) Margem de Contribuição 260,00 0,26 240,00 0,24 500,00

CIF 400,00

Resultado 100,00
Margem de Contribuição
• Margem de Contribuição unitária é a diferença entre a receita de
venda de uma unidade e a soma dos custos e despesas variáveis
dessa mesma unidade.

• Margem de contribuição total é a soma de todas as margens de


contribuição relativas às unidades vendidas.
Relação Custo, Volume e Lucro
CUSTOS FIXOS

Custo
$

CF

Volume de Atividade
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CUSTOS VARIÁVEIS

Custo
$ CV

Volume de Atividade
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PONTO DE EQUILÍBRIO

$
Ponto de
Equilíbrio
Receitas
Totais
Custos e
Variáveis Despesas
Totais

Fixos

Volume
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Ponto de Equilíbrio
• O Ponto de Equilíbrio é obtido quando as receitas totais igualam
os custos e despesas totais.

• Ponto de Equilíbrio Contábil


• Ponto de Equilíbrio Econômico
• Ponto de Equilíbrio Financeiro
Ponto de Equilíbrio Contábil
• O Ponto de Equilíbrio Contábil se verifica quando o volume (em
unidades ou $) de vendas se iguala a todos os custos e despesas.
Nessa situação o lucro contábil é igual a zero.

PEC(q) = CDF PEC($) = CDF


MCu MC%
Onde:
PEC(q) = Ponto de Equilíbrio Contábil em quantidades (unidades)
PEC($)= Ponto de Equilíbrio Contábil em unidades monetárias
CDF= Custos e despesas fixos totais
MCu= Margem de contribuição unitária (Preço de venda – custos e despesas variáveis)
MC%= Margem de contribuição percentual (em relação ao preço de venda)
PEC: Exemplo
• Admita, por exemplo, que uma empresa fabricante de certa linha de computadores tenha a seguinte
característica em termos de gastos:
• Custos e despesas variáveis: $ 2.200 por unidade
• Custos e despesas fixas: $ 8 milhões
• Preço unitário: $ 3.000 por unidade

PEC(q) = 8 Milhões = 10.000 unidades


(3.000 – 2.200)

PEC($) = 8 Milhões = 30 milhões


(800 / 3.000)
PEC: Comprovação

DRE R$
Receita 30.000.000
(-) Custos e despesas variáveis 22.000.000
(=) Margem de Contribuição 8.000.000
(-) Custos e despesas fixos 8.000.000
(=) Resultado 0.00
Ponto de Equilíbrio Econômico
• O Ponto de Equilíbrio Econômico apresenta a quantidade de vendas (ou do
faturamento) que a empresa deveria obter para cobrir a remuneração
mínima do capital próprio nela investido.

PEE(q) = CDF + LM PEE($) = CDF + LM


MCu MC%
Onde:
PEE(q) = Ponto de Equilíbrio Econômico em quantidades (unidades)
PEC($)= Ponto de Equilíbrio Econômico em unidades monetárias
CDF= Custos e despesas fixos totais
MCu= Margem de contribuição unitária (Preço de venda – custos e despesas variáveis)
MC%= Margem de contribuição percentual (em relação ao preço de venda)
LM: Lucro mínimo
PEE: Exemplo
• Suponha que os acionistas de uma firma invistam $100 milhões e considerem que deveriam ter lucro
anual de $12 milhões, já que isso seria o que ganhariam (12%) se aplicassem esse valor no mercado
financeiro. Logo, consideram essa importância como um custo de oportunidade. Supondo custos e
despesas variáveis, para essa empresa, de 80% da receita e custos fixos anuais de $35 milhões, tem-se:

PEE($) = 35 + 12 = $ 235 milhões/ano


0,20
DRE Ajustada ao Custo de Capital Próprio R$
Receita 235.000.000
(-) Custos e Despesas Variáveis 188.000.000
(=) Margem de Contribuição 47.000.000
(-) Custos e Despesas Fixas 35.000.000
(=) Resultado Contábil 12.000.000
(-) Custo de Oportunidade 12.000.000
(=) Resultado Econômico 0
Ponto de Equilíbrio Financeiro
• O Ponto de Equilíbrio Financeiro corresponde à quantidade que iguala a receita total
com a soma dos gastos que representam desembolso financeiro para a empresa.
Assim, no cálculo do PEF não devem ser considerados, por exemplo, os gastos
relativos a depreciação, amortização ou exaustão.

PEF(q) = CDF - ND PEF($) = CDF- ND


MCu MC%
Onde:
PEC(q) = Ponto de Equilíbrio Contábil em quantidades (unidades)
PEC($)= Ponto de Equilíbrio Contábil em unidades monetárias
CDF= Custos e despesas fixos totais; ND: não desembolsáveis
MCu= Margem de contribuição unitária (Preço de venda – custos e despesas variáveis)
MC%= Margem de contribuição percentual (em relação ao preço de venda)
PEF: Exemplo
• Uma determinada empresa apresenta custos e despesas variáveis de 80% da receita e custos fixos anuais
na ordem de $35 milhões. Admita que dos 35 milhões de custos e despesas fixos anuais da empresa, $5
milhões se refiram a depreciações.

PEF($) = 35 - 5 = $ 150 milhões/ano


0,20
PEF: Exemplo 2
• Pode ocorrer, de a empresa ter empréstimos cujos encargos estão contidos nas despesas fixas, mas cujas
amortizações do principal não estejam. Talvez então precise de $20 milhões anualmente para pagar o
principal de suas dívidas.

PEF($) = 35 - 5 + 20 = $ 250 milhões/ano


0,20
Margem de Segurança
• A margem de segurança consiste na quantia ou índice de vendas que excedem o ponto
de equilíbrio da empresa. Representa o quanto as vendas podem cair sem que a
empresa incorra em prejuízo, podendo ser expressa em quantidade, valor ou percentual.
Pode ser calculada em quantidade (MSq), em unidades monetárias (MS $ ) ou em
percentual (MS%).

MSq = vendas atuais (unidades) – ponto de equilíbrio em quantidade

MS$ = MSq X preço de venda

MS% = MSq / vendas atuais (unidades)


Margem de Segurança: Exemplo
• Segundo os dados da contabilidade da empresa Indústrias Confiança Ltda, os seus
gastos fixos somados alcançam $ 54.000,00. Seu custo variável unitário é estimado em
$ 4,50, seu preço de venda estimado em $ 7,50 e seu volume de vendas era igual a
25.000 unidades.

• Ponto de Equilíbrio em quantidades = 54.000 / (7.50 – 4,50) = 18.000 unidades

MSq = 25.000 – 18.000 = 7.000 unidades

MS$ = 7.000 X $ 7,50 = $ 52.500,00

MS% = 7.000 / 25.000 = 28%


Ponto de Equilíbrio com Múltiplos Produtos
• Para encontrar o Ponto de Equilíbrio, a empresa precisa encontrar uma margem de contribuição média

• Exemplo: A Cia.X fabrica e vende fardamentos escolares e corporativos. Cada unidade de fardamento
escolar é vendida por $ 38,00, em média, enquanto os fardamentos corporativos são vendidos por $
45,00. Os gastos variáveis são estimados em $ 16,00 e $ 20,00, para ambos os produtos,
respectivamente. Os gastos fixos anuais da empresa são estimados em $ 40.000,00 e as participações de
vendas dos dois produtos são estimadas em 30% e 70%, respectivamente.

Fardamento escolar: margem de contribuição em %: (38-16) / 38 = 57,89%

Fardamento corporativo: margem de contribuição em %: (45-20) / 45 = 55,56%

Margem de Contribuição Média = 0,5789 * 0,30 + 0,5556 * 0,70 = 56,26%

Ponto de Equilíbrio = 40.000 / 0,5626 = $ 71.098,47


ALAVANCAGEM OPERACIONAL

É a medida da extensão da utilização dos custos e despesas fixas. É um indicador que


mede o potencial da alavancagem operacional e pode ser representado da seguinte
fórmula:

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ALAVANCAGEM OPERACIONAL: Exemplo

Opção 1 Opção 2
DRE Em R$ em % Em R$ em %
Receita Total 40.000 100,00% 40.000 100,00%
(-) Custos Variáveis
Materiais 8.000 20,00% 24.400 61,00%
Comissões de Vendas 6.000 15,00%
Total 8.000 20,00% 30.400 76,00%
Margem de Contribuição 32.000 80,00% 9.600 24,00%
(-) Custos e Despesas Fixas 28.700 71,75% 7.700 19,25%
(=) lucro Operacional 3.300 8,25% 1.900 4,75%
Grau de Alavancagem Operacional 9,70 5,05
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Variação Percentual do Lucro Operacional
• Variação % do Lucro Operacional = GAO X variação % das vendas

• Opção 1: variação % das vendas: 15%


• Variação % do Lucro Operacional = 9,70 X 0,15 = 145,50%

• Opção 2: variação % das vendas: 15%


• Variação % do Lucro Operacional = 5,05 X 0,15 = 75,8%

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GAO: 15% de aumento no volume de vendas

Opção 1 Opção 2
DRE Em R$ Variação Em R$ Variação
Receita Total 46.000 15.00% 46.000 15.00%
(-) Custos Variáveis
Materiais 9.200 15.00% 28.060 15.00%
Comissões de Vendas 6.900 15.00%
Total 9.200 15.00% 34.960 15.00%
Margem de Contribuição 36.800 15.00% 11.040 15.00%
(-) Custos e Despesas Fixas 28.700 0.00% 7.700 0.00%
(=) lucro Operacional 8.100 145,5% 3.340 75,8%

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GAO: 15% de redução no volume de vendas

Opção 1 Opção 2
DRE Em R$ Variação Em R$ Variação
Receita Total 34.000 -15.00% 34.000 -15.00%
(-) Custos Variáveis
Materiais 6.800 -15.00% 20.740 -15.00%
Comissões de Vendas 5.100 -15.00%
Total 6.800 -15.00% 25.840 -15.00%
Margem de Contribuição 27.200 -15.00% 8.160 -15.00%
(-) Custos e Despesas Fixas 28.700 0.00% 7.700 0.00%
(=) lucro Operacional -1.500 -145,5% 460 -75,8%

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