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ANÁLISE ECONÓMICA

Gestão Financeira e Orçamental

Turmas: G31 e A31


Em qualquer sistema económico, a empresa
constitui-se para a prossecução de determinados
fins, tendo sempre em conta a necessidade da
eficácia económica. Assim, o objectivo fundamental
a atingir por toda empresa constituída com fins
lucrativos é a maximização da rendibilidade dos
capitais próprios investidos, pelo que será
necessário examinar os factores que influenciam a
formação dos resultados líquidos e a evolução dos
capitais próprios.
Rendibilidade
• Por rendibilidade entende-se a taxa com que a empresa
remunera os capitais postos à sua disposição. Ela exprime
um valor relativo, seja qual for o indicador utilizado para a
sua quantificação, como resultado de duas grandezas.

• Os rácios de rendibilidade permitem avaliar a gestão da


empresa, através do lucro obtido com o capital
efectivamente realizado.
Rendibilidade
• Por rendibilidade dos próprios
dos capitais Capitais Própriosentende-se
ou financeira ou Financeira
a taxa percentual
da remuneração dos mesmos, tendo a seguinte expressão matemática:
Rcp = RL/CP * 100
• Interessa apenas, na determinação do rácio, considerar os capitais próprios
responsáveis pelo resultado do exercício obtido, deduzido dos impostos sobre
lucros, ou provisão criada para o efeito (lucro liquido).
• Este rácio mede a eficácia com que a empresa utiliza os capitais dos sócios (ou
accionistas). Assim, os sócios, para avaliar a aplicação dos capitais terão que levar
em conta esta taxa de remuneração. Quanto maior for o valor deste rácio mais
atraente é a empresa para novos investidores e melhor é a capacidade de
autofinanciamento.
Conclusões a reter:
• Para uma dada relação investimento total/ capitais próprios, a rendibilidade dos
capitais próprios aumentará se aumentar o ROI;
• A rendibilidade financeira aumenta se diminuir a relação capitais próprios/capitais
alheios:
• A rendibilidade dos capitais próprios aumenta se, apesar de ter diminuído o ROI, a
relação capitais próprios/capitais alheios diminuir em maior proporção.
Efeito Alavanca ou Efeito de Levier
• O Efeito de Levier é responsável pelo facto da taxa de
rendibilidade dos capitais próprios aumentar, como
consequência da influência conjunta da estrutura dos
capitais e do custo médio dos capitais alheios.
• A empresa, segundo uma análise económica do problema,
deve conseguir meios financeiros alheios menos, de modo
que o lucro obtido vá aumentar essa rendibilidade e no
caso de apresentar valores superiores à taxa de juro do
financiamento alheio.
• O estudo da alavanca financeira faz-se a partir da DR, pelo
que teremos a seguinte Expressão Analítica
RL = RAJI – J – PISL
Efeito Alavanca ou Efeito de Levier

RL = RAJI – J – PISL

RL = (RAJI/AT * AT – PT*i) * (1-t)

RL = (Re*AT – PT*i) * (1-t)

RL = [Re*(CP+PT) – PT*i)] * (1-t)

RL = (Re*CP + Re*PT – PT*i) * (1-t)

RL = [Re* CP + (Re-i)*PT] * (1-t)


1.1. O Custo dos Capitais Alheios
O custo dos capitais alheios que importa considerar é o
custo nominal total corrigido dos efeitos fiscais (Ka ou ie),
já estudado em capítulos anteriores.
Ka =KNT x (1-t) ou ie= i x (1-t)
Onde,
• KNT – custo nominal total
• KNT = KN + KX +KI
• KN – custo nominal
• KX – custo explicito (spreads, comissões, etc.)
• KI – custo implícito (perda de descontos financeiros ou
outros custos de oportunidades)
• t – taxa de imposto sobre rendimentos
Efeito Alavanca ou Efeito de Levier
Dividindo ambos os membros por CP teremos:
Rcp = [Re + (Re-i)PT/CP] * (1-t)

Seja:  = PT/CP

Finalmente, teremos a seguinte fórmula de


rendibilidade financeira:
Rcp = [Re + (Re-i)* ] * (1-t)
Onde:
• i – taxa de juros

Efeito Alavanca ou Efeito de Levier
• Após o pagamento dos custos financeiros de
financiamento (CFF), o diferencial entre o
rendimento total (Re) e o custo do capital alheio
(i), de (Re-i)*CA*(1-t), passa a pertencer a
empresa e, portanto, aos detentores dos capitais
próprios que assim vêm aumentar os seus lucros
para [(Re-i)*CA*(1-t)] + [Re*CP*(1-t)].
• Assim, a taxa de rendibilidade financeira sobe,
por força da estrutura dos capitais e do custo
médio dos capitais alheios (i), de Re*(1-t) para
Rcp.
Efeito Alavanca ou Efeito de Levier
Exemplo: A empresa X registou durante o exercício de
1999, entre outros, os seguintes valores (valores em
contos):
• Investimento total…………………... 30.000
• Capitais Alheios…………………….... 22.500
• Lucro líquido do exercício………… 1.425
• Encargos financeiros……………….. 1.575
• Imposto sobre Lucros……………….. 1.500
Efeito Alavanca ou Efeito de Levier
A influência do efeito da alavanca será:
– Taxa de Re = 4.500/30.000 * 100 = 15%
Os capitais aplicados da empresa foram remunerados à taxa de
15%, isto é, o somatório dos capitais, alheios e próprios, renderam
15%.
No entanto, os capitais alheios custaram à empresa:
– i = 1.575/22.500 * 100 = 7% e,
– t = 1.500/2.925 * 100 = 51,28%
O que significa que deram um rendimento superior ao seu custo
efectivo.
Após o pagamento dos encargos financeiros e, ainda, tendo em
conta o imposto sobre lucro (51,28%), a diferença entre o
rendimento (15%) e o custo (7%) dos capitais alheios:
Efeito Alavanca ou Efeito de Levier
(15%*22.500 – 7%*22.500) * (1-0,5128) = 876,9 contos
passa a pertencer aos sócios da empresa, que assim verão aumentar
os seus lucros:
– Rend. dos capitais próprios (7.500*15%)*(1-0,5128)... 548,1 contos
– Dif. entre o rendimento e o encargo financeiro……. … 876,9 contos
– Total….......……………………………… 1.425 contos
Portanto, dos 1.425 contos de lucro liquido, 876,9 contos
correspondem a diferença entre o rendimento e o custo financeiro
de financiamento, deduzido do imposto sobre rendimento e, assim, a
taxa de rendibilidade dos capitais próprios sobe, por influencia da
estrutura de capitais e do custo médio dos capitais alheios, de 7,3%
para 19%.
A estrutura dos capitais funcionou como alavanca do rendimento,
aumentando a taxa de rendibilidade dos capitais próprios para um
valor superior a do investimento total.
Rendibilidade Económica
Equação Fundamental da Rendibilidade
Equação Fundamental da Rendibilidade
A combinação destes dois rácios permite tomar medidas que
provoquem alterações na rendibilidade dos capitais. A sua
alteração pode dever-se à variação quer da rendibilidade das
vendas quer da rotação do activo ou ainda à variação de
ambos os rácios.
•A rendibilidade económica aumenta se:
•A empresa vende mais mantendo a margem de lucro;
•Vender mais embora a margem de lucro baixe mas numa
proporção inferior ao aumento das vendas;
•A empresa vender a mesma quantidade a uma margem de
lucro superior;
•Vender menos com uma margem de lucro superior cujo
acréscimo é mais alto que a diminuição das vendas.
Rendibilidade de Vendas
Rendibilidade de Vendas
Assim, podemos aumentar a rendibilidade de vendas:
– Diminuindo os custos, para o mesmo nível de
vendas;
– Aumentando as vendas a taxas mais elevadas do
que as do acréscimo de custos, designadamente
através de:
• aumento do preço de venda;
• aumento das quantidades vendidas;
• aumento de ambos.
Rotação do Activo Total
Rotação do Activo Total
• Procurar aumentar o valor da RAT é estar a melhorar a
rendibilidade da empresa, isto é, a empresa irá obter, para
uma dada margem unitária de lucro, maior taxa de
rendibilidade para o investimento total.
• A melhoria do valor da rotação do activo pode ser devida:
– ao aumento das vendas sem aumento do activo;
– ao aumento das vendas em maior proporção ao aumento do
activo;
– ao aumento das vendas e à redução do activo;
– à redução do activo mantendo as vendas constantes.
– É, no entanto, necessário e oportuno determinar separadamente
a influência que têm os dois blocos do activo total – activo
circulante e activo fixo – na rotação do investimento total.
Rotação do Activo Fixo
Rotação do Activo Circulante
Rotação de Mercadoria
Rotação de Clientes
Prazo Médio de Recebimentos
Prazo Médio de Pagamentos
Ponto Limiar da Rentabilidade
• Este ponto corresponde a um determinado volume
de actividade em que a empresa não tem lucro nem
prejuízo, isto é, aquele ponto a partir do qual os
custos fixos igualam a margem sobre os custos
variáveis.
• O cálculo do montante mínimo de vendas líquidas
para se atingir o ponto morto de vendas é
importante para o estudo da rendibilidade da
empresa. Este ponto costuma-se designar também
por limiar da rendibilidade. A partir desse ponto a
empresa é rentável.
Ponto Limiar da Rentabilidade
O resultado é obtido através da seguinte formula:
R = Pv x Q – Cvu x Q – CF
E na situação de equilíbrio:
R=0 ou Pv x Q – Cvu x Q – CF = 0
e, Q x (Pv-CVu) = CF
Em termos quantitativos (Qo)
Qo = CF/ (Pv-Cvu)
Se m = Pv – Cvu Será Qo = CF/m
Em termos monetários (Vo)
Vo = Pv x Qo ou Vo = CF/[(Pv-Cvu)/Pv]
Sabendo que
M = Q x m Teremos: M = CF
Ponto Limiar da Rentabilidade
Análise do Ponto Crítico
Da análise do ponto morto económico chegar-se-á as
conclusões seguintes:
•Cada quantidade vendida produz uma margem
unitária igual à diferença entre o preço de venda e o
preço de custo.
•A cobertura dos custos fixos pelas margens unitárias
é sempre crescente.
•No ponto crítico a margem cobre integralmente os
custos fixos.Após o ponto crítico toda a margem é
lucro.
Ponto Limiar da Rentabilidade
Lucro Líquido Esperado
• Determinado o ponto crítico, podemos calcular o lucro
esperado. Este é igual à margem bruta comercial
proporcionada pelas quantidades vendidas para além do
ponto de equilíbrio. Ou seja:
Le = Q (Pv-Cvu) – Qo (Pv-Cvu) Le = (Q-Qo) (Pv-Cvu)
• Finalmente teremos: Le = (Q-Qo) * m
• De onde se conclui o seguinte:
–O acréscimo de resultado depende do nível do ponto crítico e da
margem comercial bruta unitária;
–Esta análise de sensibilidade dos resultados à variação do volume
de actividade está relacionada com o cálculo da margem de
segurança.

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