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Critérios financeiros de avaliação

de projectos
Critérios financeiros de avaliação de
projectos
Os critérios de avaliação ou Indicadores de
rentabilidade de projectos tradicionais e mais
usados que serão objecto do nosso estudo são os
seguintes:
• VAL;
• TIR;
• Período Pay Back; e
• Índice de Rentabilidade
• Fora destes critérios, existem outros que
veremos mais adiante, sem muito
aprofundamento.
Valor Actual Liquido (VAL) (1)
• Para Oliveira (2008) O valor líquido actualizado de um
investimento é a diferença entre os valores dos fluxos
positivos e dos fluxos negativos que o caracterizam,
depois de actualizados a uma taxa de actualização
convenientemente escolhida.
• Oliveira (2008) diz ainda que, trata-se, de uma medida
absoluta de rendibilidade que traduz, numa
perspectiva de momento presente, o montante
residual dos fluxos positivos gerados durante o período
de vida útil do investimento depois de lhe ser deduzida
a remuneração do conjunto dos capitais nele
envolvidos a uma taxa de juro igual à de actualização
empregada nos cálculos.
Valor Actual Liquido (VAL) (2)
• Resulta da comparação através da diferença entre os
benefícios e os custos de um projecto. É pois o valor
adicional actualizado, resultante da implementação e
exploração de um projecto durante um determinado
período de tempo correspondente a sua vida útil
(Marques. 1998)
• O VAL constitui uma expectativa de ganho a obter do
investimento para além da recuperação mínima exigida
pelo investidor para o seu capital. Portanto, podemos
dizer que é a comparação do investimento com os
cash-flows gerados pelo investimento aplicados uma
taxa de actualização previamente aceite, para que o
período de comparação seja o mesmo.
Valor Actual Liquido (VAL) (3)
• No cálculo do VAL, porque os Cash flows, são
gerados em anos diferentes, estes devem ser
actualizados a uma taxa designada de custo de
capital. Esta operação de actualização tem a ver
com o facto de o dinheiro perder valor com o
tempo e ter uma aplicação alternativa – o custo
de oportunidade.
• O Cash Flowsn - representa o saldo dos fluxos de
caixa, ou seja a diferença os cash in e os cash
out. Ou seja a diferença entre as entradas de
caixa e as saídas de caixa, para um determinado
período de tempo, geralmente um ano.
Valor Actual Liquido (VAL) (4)
• Custo de capital – é a taxa de actualização que é usada
no cálculo do VAL, para actualizar os cash flows

Para o cálculo do VAL, utiliza-se a fórmula:


CFn
VAL = - I + ∑( ----------)
(1+ i)ⁿ

Onde:
I - investimento
i - é o custo do capital
CFn - são os cash flows anuais durante a vida útil do projecto
n - são os anos de vida útil do projecto.
Valor Actual Liquido (VAL) (5)
Como critério de avaliação de projecto, o VAL
conduz-nos a seguintes situações:
• VAL > 0 – O projecto é viável, pois recupera integralmente
os capitais a investir, cobre o risco associado ao projecto e
ainda cria excedentes monetários;
• VAL = 0 – O projecto continua interessante, mas apenas
recupera integralmente os capitais a investir, e cobre o
risco associado ao projecto. Nesta situação não se cria
excedentes monetários, e ao mais pequeno erro pode
revelar graves consequências.

• VAL < 0 – O projecto não é viável, pois nem consegue


recuperar a totalidade dos capitais a investir, por isso é
aconselhável abandoná-lo.
Vantagens do Valor Actual Liquido (VAL)

• Este método é fácil de cálculo, conhecida a


taxa de actualização;
Desvantagens do Valor Actual Liquido
• É que é muito sensível a taxa de actualização, e a
determinação desta pode não ser a mais
apropriada;
• É indiferente quanto ao volume de investimento
e ao período de vida útil do projecto, por isso não
é bom indicador para comparar projectos ou com
vidas úteis diferentes ou com investimentos
diferentes;
• O VAL é insensível à duração do projecto; e
• Necessita de prévio conhecimento da taxa de
actualização.
Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) -1
• Por definição, a taxa interna de rendibilidade de um
investimento é a taxa de actualização para a qual se
anula o respectivo valor líquido actualizado (VAL = 0).
Por isso, a taxa interna de rendibilidade de um
investimento mede a taxa de juro anual efectivamente
proporcionada durante o seu período de vida útil pelo
conjunto dos capitais nele aplicados, ou, por outras
palavras, o rendimento anual produzido durante o
período de vida útil do investimento, depois de
recuperados os respectivos custos (de investimento e
de exploração) por unidade de capital nele aplicado.
• É uma medida de rendibilidade relativa e como tal
largamente utilizada também como critério de
comparação de investimentos.
Taxa Interna de Rentabilidade (TIR)- 2
Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) -
3
Para o cálculo da TIR, usam-se normalmente as
máquinas financeiras ou programas do
computador , onde são introduzidos os dados e
automaticamente a maquina fornecesse os
resultados. Mas para os casos em que não se tem
estas máquinas usa-se o método de
transportação. Este método consiste em procurar
um custo de capital, para o qual o VAL calculado
seja positivo e depois experimentar outro custo
de capital, com o qual o cálculo do VAL de um
resultado negativo e através da seguinte formula
calcular a TIR:
Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) -
4
VAL1
TIR = i1 + [(i2 - i1) x ( -------------------------- )]
VAL1 + │VAL2‌│
Onde:

i1 – é o custo de capital, para o qual foi calculado o VAL positivo (VAL 1)


i2 – é o custo de capital, para o qual foi calculado o VAL negativo (VAL 2)
VAL1 – VAL positivo
VAL2 – VAL negativo

• Nota: não interessa a ordem de calculo. O VAL 1 sempre deve ser o positive e o VAL 2
o VAL negativo.
Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) -
5
Como critério de avaliação de projecto, a TIR conduz-
nos a seguintes situações:
• TIR > i* - significa que o projecto é rentável, ou seja o
Investindo no projecto irá ter um retorno maior que
quando investir na alternativa;
• TIR = i* - significa que é indiferente pois, Investindo no
projecto dá o mesmo retorno que investir na
alternativa; e
• TIR < i* - significa que o projecto não é rentável, pois
Investindo no projecto irá ter menor retorno que
quando investir na alternativa
Nota: o i*- representa uma taxa de rentabilidade mínima que o
dono do projecto aceita
Vantagens da TIR
• Não exigir o conhecimento prévio do custo de
capital da empresa
• A capacidade de fornecer um valor relativo da
taxa que permite fazer um termo de
comparação com o custo de capital da
empresa, abaixo do qual se deverão rejeitar
os projectos.
Desvantagens da TIR
• Se estivermos perante projectos de investimento
não convencionais (alternância entre os cash
flows positivos e negativos), poderá levar à
obtenção de várias TIR, ou de nenhuma;
• Se existirem apenas cash flows positivos,
decorrentes do facto de a exploração se iniciar
no próprio período em que o investimento é
realizado e cobrir todos os resultados e despesas
deste, não encontraremos a TIR. Igualmente se
tivermos todos os cash flows negativos, também
não encontraremos a TIR, pois não há mudança
de VAL negativo para positivo.
Período Pay Back (1)
• O método do período Pay back tem em linha
de conta a duração da vida do projecto e dá-
nos o prazo durante o qual os capitais
investidos são recuperados ou seja, este
critério atende apenas ao período de tempo
que o projecto leva a recuperar o capital
investido
• Por definição o Pay Back representa o tempo
necessário para que o projecto recupere os
capitais investidos, ou seja o momento exacto
quando o VAL = 0
Período Pay Back (2)
Para o calculo do período Pay Back vamos utilizar a
seguinte formula:

Pay Back = n + [ (I + ΣCFn)/(ΣCFn + ΣCFn+1)]


Onde:
I – investimento
ΣCFn – somatório dos Cash Flows actualizados ate ao momento n
ΣCFn+1 – somatório dos Cash Flows actualizados ate ao momento n +1
n – último ano de VAL negativo
n+1 - primeiro ano de VAL positivo
Período Pay Back (3)
Como critério de avaliação de projecto, o Pay Back
conduz-nos a seguintes situações:
• Pay back > n* - significa que o projecto não é rentável,
ou seja o Investindo no projecto irá ter um retorno num
período maior que o fixado;
• Pay Back = n* - significa que é indiferente pois,
Investindo no projecto irá ter um retorno num período
igual ao fixado; e
• Pay Back < n* - significa que o projecto é rentável, pois
Investindo no projecto irá ter um retorno num período
menor que o fixado
Nota: o n*- representa um período previamente fixado pelo
dono do projecto para a recuperação do seu Investimento
Vantagens do Pay Back
• Fácil de calcular e a partida pode eliminar os
projectos que não satisfaçam os objectivos, de
acordo com os montantes disponíveis a
investir.
• Adequado à avaliação de projectos em
contexto de risco elevado; e
• Adequado à avaliação de projectos com vida
limitada
Desvantagens do Pay Back
• Não tem em conta o que se passa depois de
atingir o período;
• Não tem em conta o escalonamento dos cash
flows, apenas privilegia as disponibilidades
financeiras em detrimento da rentabilidade
económica do projecto
Índice de Rentabilidade ou Relação
Benefício - Custo (RBC) - 1
• Segundo Oliveira (2008), a razão benefício -
custo é outro dos tipos de medidas de
rendibilidade de um investimento, expressa
neste caso pelo quociente entre os seus
benefícios (fluxos positivos) e custos (fluxos
negativos) depois de actualizados a uma taxa
convenientemente escolhida, usualmente a
considerada como adequada para a
determinação do valor líquido actualizado.
Índice de Rentabilidade ou Relação
Benefício - Custo (RBC) - 2
• Na verdade, a relação Custo Beneficio, ou
índice de rentabilidade é um índice que nos dá
a rentabilidade efectiva por unidade de capital
investido. O seu cálculo pode se fazer também
através da razão (divisão) entre o valor actual
dos cash flows de exploração e o valor do
investimento.
• Também, podemos associar o IR ao VAL.
Quando o IR = 1, o respectivo VAL =0.
Índice de Rentabilidade - 3
A formula do Índice de Rentabilidade (IR) é:
∑CF
IR = ----------------
I

Onde:
∑CF – Somatório dos Cash Flows actualizados do projecto
I - Investimento
Índice de Rentabilidade - 4
Este critério, conduz-nos a três situações, a
saber:
IR > 1 - significa que o projecto é rentável, ou
seja o VAL é maior que zero;
IR = 1 - significa que é indiferente pois o VAL é
igual a zero, ou seja o somatório dos cash flows
actualizados é igual ao investimento realizado; e
IR < 1 - significa que o projecto não é rentável,
pois VAL menor que zero
Vantagens do Índice de
Rentabilidade
• Este método tem como vantagem tomar em
consideração a dimensão do investimento;
Desvantagens do Índice de Rentabilidade
• O método tem com desvantagem o facto de
exigir uma perfeita e total distinção entre as
despesas de exploração e de investimento.
Outros Critérios
Estes critérios que vimos, atrás, cada um têm as
suas vantagens e inconvenientes, por isso, é
aconselhável utilizá-los em simultâneo pois se
complementam entre eles.
Fora destes critérios existem outros que não
mereceram nossa atenção, mas que podem ser
usados de forma complementar:
• Rentabilidade dos Capitais Próprios (RCP),
• Rentabilidade das Vendas;
• Rotação do Capital Próprio;
• Rentabilidade Média do Investimento; etc..
Rentabilidade dos capitais próprios
A rentabilidade de capitais próprios (RCP)
indica o resultado liquido do período por cada
unidade monetária investida pelos accionistas.
Permite, desta forma, conhecer a capacidade
que as empresas tem de remunerar os
capitais investidos pelos seus accionistas.

RCP = RPL/CP
Onde :
RLP - resultado Liquido do Período;
CP - representa o Capital Próprio;
Rentabilidade das Vendas
A rendibilidade das vendas (RV) é um
indicador da margem obtida pelas empresas,
quantificando a capacidade das empresas
transformarem os seus rendimentos (na sua
maioria provenientes do volume de negócios)
em resultados líquidos, depois de deduzidos os
gastos relacionados com a sua actividade.
RV = RLP/ VN
Onde:
RPL - resultado liquido do período; e
VN - volume de negocio.
Rotação do Capital Próprio
A Rotação de Capital Próprio (RCP) representa
o numero de unidades monetárias vendidas
por cada unidade monetária investida na
empresa pelos sócios ou accionistas, isto é,
mede o nível de vendas gerado pelo
investimento realizado na empresa pelos seus
sócios ou accionistas
RCP =VM/CPM
Onde:
VN - volume de negócio; e
CPM - capital próprio médio
Bibliografia
BARROS, Hélio (1998) Analise de Projectos de
Investimentos. Edições Silabo Lda. Lisboa
MARQUES; Albertino (1998) Concepção e
Analise de Projectos de Investimentos.
Edições Silabo Lda. Lisboa
MITHÁ; Omar (2004) Analise de projectos de
Investimentos. Imprensa Universitária da
UEM. Maputo

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