Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
Fases de desenvolvimento dos projectos
de investimento
• FASE I: Investimento
Sucede à fase de pré-investimento, na qual se realizam os estudos
técnicos para implementação dos projectos em carteira
– Capital Fixo (Fixed Assets)
– Tangível (Corpóreo)
– Intangível (Incorpóreo)
– Custo de Oportunidade de Activos Reais
– Sunk Costs (Custos Irreversíveis)
– Fundo de Maneio Necessário (Working Capital)
– Activos Circulantes e Passivos Circulantes
– Óptica incremental => variações anuais
– Arranque da exploração
3
Fases de desenvolvimento dos projectos
de investimento
• FASE II: Exploração
• Duração da Exploração
• (eventuais) Investimentos de Substituição
• Apuramento dos fluxos de caixa
4
Estimação dos Cash Flows
• Cash Flow Operacional (CFO)
• EBITDA = Earnings Before Interest Taxes Depreciation and
Amortization
• Gastos de Amortizações e Depreciações (AMEX)
• EBIT = Earnings Before Interest and Taxes
• Efeitos Fiscais (tc)
ou seja:
CFO = EBIT × (1 – tc) + AMEX [1]
ou, em alternativa:
CFO = EBITDA × (1 – tc) + AMEX × tc [2]
nesta segunda expressão evidencia-se o cash flow gerado pelas
amortizações, ou seja, a economia fiscal que originam.
5
Estimação dos Cash Flows
• Notas ao Conceito de Cash Flow Operacional:
– Normalmente excluem-se as provisões (por simplificação
consideram-se nulas)
– ignorar os resultados eventuais não recorrentes ou
extraordinários (cuja natureza torna difícil a sua projecção)
Volume de Negócios
- Gastos Variáveis
= Margem Bruta ou Margem de Contribuição (MB)
- Outras Despesas Fixas
- Despesas com Pessoal
= EBITDA
- Gastos de Amortização e Depreciação (AMEX)
= EBIT
- Impostos sobre Lucros (IRC)
= NOPAT(*) (Net Operating Profit After Taxes)
+ Gastos de Amortização e Depreciação (AMEX)
= Cash Flow Operacional (CFO)
- Variação FMN (DFMN)
= Cash Flow de Exploração (CFE)
- Variação Capital Fixo (CAPEX)
= Cash Flow do Investimento (CFI)
9
Preços Constantes vs. Preços Correntes
10
Taxa de desconto
A taxa de desconto pode ser obtida via CAPM:
r rf U E rM rf
11
Critérios de Avaliação
12
Critérios de Avaliação
13
Critérios de Avaliação
• Decisão: Aceitar se VAL>0, visto que nesse caso:
• O projecto permite recuperar o capital nele investido
• O projecto permite remunerar o capital nele investido à
taxa r (usada como taxa de actualização no cálculo do
VAL)
• E ainda gera uma riqueza adicional (correspondente ao
valor do VAL) face a um projecto alternativo que se
limite apenas a proporcionar os dois pontos anteriores,
ou seja, o Valor do Projecto será então igual ao VAL
mais o Investimento Inicial
14
Critérios de Avaliação
• As limitações do VAL são:
• Não permitir analisar projectos em situações de
racionamento de capital (ou seja quando há
restrições orçamentais), caso em que se deve
usar critérios de avaliação relativos
• Não permite comparar projectos de vidas
diferentes (porquê?)
15
Critérios de Avaliação
CF1 CFn
- I0 + +...+ n =0
(1+TIR) (1 + TIR)
VAL1
TIR = i1+ (i 2 - i1 )
Por interpolação: VAL1 - VAL2
16
Critérios de Avaliação
• Decisão: Aceitar se TIR > r
• As limitações da TIR são:
– Assumir que os cash flows intermédios são
reinvestidos à própria TIR (porquê?)
– A possibilidade da existência de TIR múltiplas
(porquê?)
– Não permite seleccionar correctamente projectos
mutuamente exclusivos, pois beneficia projectos com
menor investimento e com mais rápida geração de
cash flows (porquê?)
17
Critérios de Avaliação
18
Critérios de Avaliação
– Período de Recuperação do Investimento (PP =
payback period)
T
CFt
PP T quando
t 1 (1 r)
t
I0
pli_2010 19
Critérios de Avaliação
• Inconvenientes do Pay Back:
– Despreza os Cash Flows posteriores ao Pay Back,
portanto não considera toda a vida do projecto
– Na prática trata-se de um indicador de risco e
funciona como uma espécie de restrição, ou seja os
decisores costumam fixar valores máximos
admissíveis para o período de recuperação com base
na natureza da actividade do projecto
20
Limitações do PP
• Ignora os cash flows gerados após a recuperação do
investimento inicial.
• Assim, o PP não é um indicador da rendibilidade do
projecto, mas sim um indicador de risco.
• O risco será tanto maior quanto mais tarde o investidor
recuperar o investimento realizado
• O payback period não deve ser utilizado para escolha
quando existam projectos mutuamente exclusivos.
21
Critérios de Avaliação
– Índice de Rendibilidade (IR) (ou PI = Profitability Index)
n n
CFt I t It
IR t t
t 0 (1 r) t 0 (1 r)
22
Critérios de Avaliação
• Decisão: IR>1 => IVC > 0 => VAL>0 => Investir
23
Caso 1
A empresa FMS pretende dedicar-se à produção e comercialização de máquinas para a construção
civil. De acordo com o estudo de mercado elaborado para o efeito, estimaram-se as seguintes
quantidades de vendas anuais:
unidade: quantidades
Ano 1 Ano 2 Ano 3 e seg.
Vendas 60 300 400
O preço médio de cada máquina é de 3,000 EUR, sujeito a IVA à taxa de 17%, sendo a estrutura de
custos do projecto a seguinte:
unidade: Euros
Rubrica Dados IVA
Matérias-Primas 1,500/máquina 17%
F.S.E. 10% das vendas 17%
Custos com o Pessoal 100,000 (ano 1) e 160,000 (ano 2 e seg.)
Outros Custos 20,000 (ano 1) e 30,000 (ano 2 e seg.)
pli_2010 24
Caso 1
Os encargos com o pessoal estão sujeitos a Segurança Social por conta do trabalhador à taxa de
11% e por conta da empresa à taxa de 23.75% (já incluídos nos custos com o pessoal). A taxa
média de retenção na fonte de IRS é de 14%. Relativamente ao ciclo de exploração prevêem -se os
seguintes parâmetros:
pli_2010 25
Caso 1
O investimento em capital fixo será o seguinte:
unidade: Euros
Rubrica Valor Aquisição IVA Tx. Amort.
Edifício 100,000 17% 4%
Equipamento A 300,000 17% 20%
Equipamento B 90,000 17% 33.33%
Gastos de Instalação 15,000 17% 33.33%
As amortizações serão efectuadas pelo método das quotas constantes. Todos os imobilizados
terão um valor de venda igual ao seu valor líquido contabilístico. Todos os valores residuais
serão realizados apenas no último ano de vida do projecto.
Considere ainda que a taxa de juro das Obrigações do Tesouro é de 5%, a taxa de inflação anual esperada é de
3% e o prémio de risco de mercado esperado é de 4.5%. O sector de actividade tem um beta do capital
próprio de 1.75 e um rácio de autonomia financeira de 70%. A taxa de imposto sobre lucros é 40% (assume-
se que é pago no próprio ano a que diz respeito).
pli_2010 26
Caso 1
Pretende-se que:
b1) 0%;
b2) 3%.
pli_2010 27
Caso 1 - solução
i) Determinação dos Cash Flows
Amortizações Anuais (quotas constantes) unidade: Eur
Valor
Amortiza- Amortiza-
Valor de Taxa de Vida Liquido
ções ções
Aquisição Amort. Útil Contabi-
Exercícioa Acumulb
listicoc
100,000 4,000 20,000 80,000
Edifício 4% 25
300,000 300,000 -
Equipamento A 20% 5 60,000
90,000 60,000 30,000
Equipamento B 33.33% 3 30,000
15,000 5,000 15,000 -
Gastos de Instalação 33.33% 3
505,000 110,000
Total 99,000
a) Amortizações do exercício serão 99,000 Eur nos anos 1, 2 e 3 e de 94,000 Eur nos anos 4 e 5
b) Amortizações acumuladas no final da vida útil do projecto
c) Valor líquido contabilístico no final da vida útil do projecto
pli_2010 28
Caso 1 - solução
Demonstração de Resultados Unidade: Euros
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Vendas 180,000 900,000 1,200,000 1,200,000 1,200,000
CMVMC 90,000 450,000 600,000 600,000 600,000
FSE 18,000 90,000 120,000 120,000 120,000
C. Pessoal 100,000 160,000 160,000 160,000 160,000
Outros C. Operacionais 20,000 30,000 30,000 30,000 30,000
EBITDA ( 48,000) 170,000 290,000 290,000 290,000
Amortizações Exercício 99,000 99,000 99,000 94,000 94,000
pli_2010 29
Caso 1 - solução
Compras de Matérias-Primas Unidade: Euros
pli_2010 30
Caso 1 - solução
Estado e Outros Entes Públicos (IVA) Unidade: Euros
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
IVA Liquidado 30,600 153,000 204,000 204,000 204,000
IVA Dedutível 19,635 96,900 124,525 122,400 122,400
IVA a pagar (receber) 10,965 56,100 79,475 81,600 81,600
Saldo em dívida 1,828 9,350 13,246 13,600 13,600
pli_2010 31
Caso 1 - solução
Fundo de Maneio Necessário Unidade: Euros
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Necessidades Financeiras
Clientes 35,100 175,500 234,000 234,000 234,000
Matérias-Primas 7,500 37,500 50,000 50,000 50,000
TOTAL 42,600 213,000 284,000 284,000 284,000
Recursos Financeiros
Fornecedores 16,892 83,363 107,128 105,300 105,300
EOEP 4,641 13,852 17,748 18,102 18,102
TOTAL 21,533 97,215 124,876 123,402 123,402
FMN 21,067 115,785 159,124 160,598 160,598
Investimento em FMN 21,067 94,719 43,339 1,474 0
pli_2010 32
Caso 1 - solução
Necessidades Financeiras
Investimento C. Fixo 505,000 90,000
Investimento FMN 21,067 94,719 43,339 1,474
TOTAL 505,000 21,067 94,719 133,339 1,474 0
pli_2010 33
Caso 1 - solução
• Cálculo do VAL
69,067 75,281 110,661 210,126 482,198
VAL 505,000 + + +
1.08 1.082 1.083 1.084 1.085
66,062
pli_2010 34
Caso 1 - solução
• Cálculo da TIR
O cálculo da TIR tem que ser efectuado com recurso a
um método numérico (calculadora financeira ou Excel
utilizando a função IRR).
- 69,067 75,281 110,661
505,000 +
1 TIR 1 TIR 2 1 TIR 3
210,126 482,198
+ + TIR 10.97%
1 TIR 1 TIR
4 5
pli_2010 36
Caso 1 - solução
• Cálculo do IR
Cash Flow
Cash Flow Inv. Capital
+ Inv. Investimento
Tempo + Inv. Fixo
Capital Fixo Capital Fixo
Capital Fixo Actualizado
Actualizado
0 0 0 505,000 505,000
1 (69,067) (63,951) 0 0
2 75,281 64,542 0 0
3 200,661 159,292 90,000 71,445
4 210,126 154,449 0 0
5 482,198 328,176 0 0
Total - 642,507 - 576,445
pli_2010 37
Valor de Continuidade
• Em alternativa ao valor residual podemos considerar a
continuidade do projecto
• Calculamos o valor de continuidade (VC) como sendo uma
perpetuidade com base no CF do último ano e uma taxa de
crescimento (g) constante.
• Assim, o valor de continuidade (descontado para o final do
ano n à taxa de desconto r) é igual a:
𝐶𝐹 𝑁 +1
𝑉𝐶 𝑁 =
𝑟−𝑔
38
Valor de Continuidade
• Caso particular: taxa de crescimento nula (g=0):
• VCN = EBITN(1-t)/r
• Recorde-se que em termos gerais: CF = EBIT (1-t) +
Depreciações e Amortizações – ΔFMN – Capex
• Como não há crescimento a variação do FMN é nula e as
Depreciações e Amortizações do Ano são iguais ao Capex (que
se limita então aos investimentos de substituição/reposição),
pelo que então o Cash Flow confunde-se com o resultado, ou
seja
• CFN+1 = EBITN (1-t) + Depreciações e AmortizaçõesN+1 – 0 –
Depreciações e AmortizaçõesN+1
• Se g=0% então CFN+1 = EBITN(1-t) 39
Valor de Continuidade
• Admitindo uma taxa de crescimento positiva: g>0
40
Caso 1
b) Calcule o VAL, TIR e Payback Period admitindo que a
empresa continua a gerar cash flows perpetuamente após o
ano 5 com uma taxa de crescimento de:
b1) 0%;
b2) 3%.
pli_2010 41
Avaliação de Projectos: CF Incrementais
Caso 2: Avaliação de projecto com CF incrementais (caso 1.2
do manual)
A empresa AMC está a estudar a viabilidade económica de um projecto
de substituição de uma linha de produção por outra com idêntica
capacidade. Para o efeito, considere os seguintes elementos:
• Custo de aquisição da nova linha: 300,000 Euros;
• Vida útil: 3 anos;
• Valor Residual do WC e Capital Fixo: Final do ano 3;
• Reduções de custos associados à substituição:
- Matérias-primas: 15% do preço de venda (taxa de IVA 0%);
- Fornecimentos e serviços externos: 10% do preço de venda
(taxa de IVA 0%);
- Custos com o pessoal: 60,000 Euros.
O produto a fabricar tem um preço de venda unitário de 5 Euros e não há
lugar à constituição de stocks de produtos acabados.
42
Avaliação de Projectos: CF Incrementais
Caso 2 (cont):
A linha de produção antiga teve um custo de aquisição de 150,000 Euros
e uma vida útil de 5 anos, faltando 3 anos para estar totalmente
amortizada e o seu valor actual de mercado é de 100,000 Euros. A
capacidade de produção normal é de 100,000 unidades/ano.
Os parâmetros de exploração irão manter-se inalterados:
• Prazo médio de recebimentos: 2 meses;
• Duração média de matérias-primas: 1 mês;
• Prazo médio de pagamentos: 1.5 meses (matérias-primas e FSE).
• Informações adicionais:
Ano 1 Ano 2 e seguintes
Taxa de juro das OT 5% 4.5%
Taxa de IRC 40% 40%
Prémio de risco do mercado 5% 6%
Taxa de inflação 2.5% 2%
Beta acções 1.14 1.14
Autonomia Financeira 40% 40%
43
Apuramento de Cash Flows Incrementais
VAL 172,820Euros
TIR 46.6%
Payback 1.62Anos
Conclusão:
O projecto é economicamente viável, pois permite cobrir o
investimento feito, assegurar a remuneração mínima exigida e ainda
liberta um excedente financeiro líquido actualizado de 172,820 Euros.
Assim, a empresa deve investir na substituição da linha de produção.
Avaliação de Projectos
Caso 3:
Uma empresa está a estudar a viabilidade de um projecto de expansão
com vendas estimadas de 1,000,000 Euros e margem do EBITDA sobre
as vendas de 45%. O investimento inicial em capital fixo ascende a
1,500,000 Euros (vida útil de 5 anos) e o working capital de 10% sobre as
vendas. Estima-se uma taxa de crescimento perpétua (g) igual a zero. A
taxa de imposto sobre lucros é de 30%.
Considere que o target debt-to-equity da empresa promotora do projecto
é de 1.2, o beta das acções é de 1.35 e o custo da dívida é de 7.5% (a
dívida tem risco, dado o elevado nível de endividamento da empresa).
Actualmente, a yield das obrigações do Tesouro é de 5% e o prémio de
risco de mercado estima-se em 4%.
a) Pretende-se que calcule o VAL do projecto.
b) Qual a taxa máxima de desconto que torna o VAL nulo?
48
Investimentos Reais com Vidas
Diferentes
• Os critérios de avaliação anteriormente apresentados
não podem ser utilizadas quando se pretende avaliar
projectos mutuamente exclusivos com vidas diferentes.
• O critério geral de avaliação consiste em calcular o VAL
considerando replicação infinita do projecto,
VAL VAL
VAL(n, ) VAL n
2n
...
(1 r ) (1 r )
(1 r ) n 1
VAL n
VAL
(1 r ) 1 1 (1 r ) n
49
Investimentos Reais com Vidas
Diferentes
• Cash Flow Anual Equivalente (CFAE)
• Aplicado a projectos com vidas diferentes e idêntico
nível de risco
• Multiplicando a expressão anterior por r, obtemos
1
r VAL(n, ) VAL r
1 (1 r ) n
VAL
CFAE
a n| r
• O produto de r pelo VAL com replicação infinita é igual
ao CFAE
50
Avaliação de Projectos com vidas Úteis
Diferentes
Caso 4:
Qual a taxa de desconto máxima para que o projecto A com vida útil de 1 ano,
investimento inicial de 150 e cash flow de 200 seja preferível ao projecto B,
perpétuo, com VAL de 100?
Caso 5:
Uma empresa vai efectuar um investimento de 5 milhões de Euros dispondo para
o efeito de dois projectos de investimento alternativos. O projecto A gera um
cash flow anual perpétuo de 800 mil Euros e a taxa de desconto é de 10%. O
projecto B tem uma vida útil de 3 anos, cash flow anual de 2.5 milhões de Euros
e uma taxa de desconto de 12%. A taxa de impostos sobre lucros é de 30%.
a) Calcule a TIR do projecto A
b) Calcule o VAL com replicação infinita do projecto B e tome uma decisão de
investimento face ao projecto A alternativo?
51
Avaliação de Projectos
Caso 6:
Uma empresa está a estudar a viabilidade de um projecto de expansão com
as seguintes características:
• Investimento inicial de 500,000 Euros;
• EBIT perpétuo de 200,000 Euros/ano a partir do ano 1 (preços do ano 0);
• Fundo de Maneio Necessário igual a zero;
• Investimento de reposição anual igual às amortizações;
• Taxa de imposto sobre os lucros de 30%.
Sabe-se ainda que: (i) O Beta das acções da empresa é de 1.64; (ii) O rácio
Debt/Equity é actualmente de 1.5; (iii) A yield das obrigações do tesouro a
longo prazo é de 6%; (iv) A rendibilidade esperada para o mercado accionista
é de 12%; (v) A taxa anual de inflação esperada é de 1.65%.
a) Calcule o VAL do projecto a preços constantes. Admita um bD=0.
b) Sabendo que a empresa dispõe de um projecto alternativo de idêntico
risco e com a mesma despesa inicial, um cash flow anual constante
durante 3 anos e uma TIR real de 25%. Qual a alternativa a seleccionar?
52
Opções reais
• O critério tradicional do VAL admite as seguintes
hipóteses básicas:
– não existe incerteza.
– o investimento é irreversível.
– decisão do tipo "hoje ou nunca".
53
Tipo de opções reais
• Um projecto de investimento pode e deve ser
gerido de uma forma activa.
• Ao longo da vida do projecto, o investidor pode
ir tomando diferentes opções, designadas por
opções reais:
– opção de venda.
– opção de abandono.
– opção de expansão.
– opção de adiamento
54
Avaliação de Opções Reais
• Como podemos avaliar estas opções?
• Estas opções introduzem flexibilidade no
projecto, alterando o seu valor:
Valor da Opção
= Valor do Projecto com a Opção
- Valor do Projecto sem a Opção
• Árvores de decisão:
Método de representação e análise das decisões
alternativas e dos resultados possíveis
55
Árvores de decisão:
metodologia de análise
1. Separar as decisões em fases distintas.
2. Enumerar os resultados possíveis associados a cada
fase.
3. Especificar as probabilidades associadas a cada
alternativa.
4. Especificar o efeito de cada resultado nos cash flows
esperados.
5. Avaliar a decisão óptima a tomar em cada fase.
(Regra: analisam-se primeiro as decisões mais
afastadas no tempo).
6. Escolher a acção óptima a iniciar na primeira fase.
56
Avaliação de Projectos: Opções Reais
Caso 7:
A empresa TELEX pretende introduzir um novo tipo de telefone no
mercado que pretende comercializar no prazo de um ano. A empresa
hesita em realizar um teste de mercado que lhe permitiria conhecer a
receptividade ao produto. O custo do teste é 4,000 Euros.
O valor do investimento é de 50,000 Euros e considera-se que existem à
partida 50% de probabilidade de boa aceitação do produto.
No caso de sucesso (teste com sucesso é garante de boa aceitação)
estimam-se cash flows anuais no valor de 20,000 Euros/ano.
No caso de insucesso, estes valores passarão para 10,000 Euros/ano. A
duração do projecto é de 5 anos e a taxa de desconto de 8%.
a) Qual deverá ser a estratégia da empresa e qual o VAL do projecto?
57
Solução a)
Cash Flow anual VAL
Investir
20,000 -50,000 + 20,000 x a 5|8% = 29,854
(50,000)
Sucesso
29,854
Não investir
50% 0 0
0
Realizar o teste
10,927
(4,000) Investir
10,000 -50,000 + 10,000 x a 5|8% = -10,073
Insucesso (50,000)
0
50% Não investir
0 0
0
10,927
E (VAL)= -4,000 + 50% x 29,854 + 50% x 0 = 10,927
Sucesso
20,000 20,000 x a 5|8% = 79,854
50%
Não realizar o teste
e investir
9,891
(50,000)
Insucesso
10,000 10,000 x a 5|8% = 39,927
50%
Conclusão : A empresa deve realizar o teste e investir apenas se este revelar boa aceitação do produto.
Avaliação de Projectos: Opções Reais
Considere agora que a empresa tem a possibilidade de reformular o
produto caso os testes revelem insucesso.
O custo das modificações serão de 15,000 Euros e a empresa poderá
iniciar a sua exploração um ano depois(1).
A probabilidade de sucesso passará para 80% e os cash flows serão
de 25,000 Euros neste caso
No caso de insucesso, probabilidade de 20%, os cash flows serão de
10,000 Euros .
b1) Calcule o VAL considerando estas alterações.
b2) Qual o valor que estaria disposto a pagar pela oportunidade de
poder adiar a realização do projecto por um ano?
As modificações atrasam o projecto um ano. O custo de 15,000 Euros está valorizado para o final do primeiro ano.
(1)
Não realizar o teste -65,000 + 80% x 25,000 x a5|8% + 20% x 10,000 x a5|8%
e investir E (VAL)=
E (VAL)= 9,891 (1+8%)
= 21,148
Em conclusão, a empresa deve realizar o teste e investir apenas se este revelar uma boa aceitação
do produto.
Solução b2)
• Valor da opção de adiar a realização do projecto por um ano
= Valor do projecto com a opção de adiamento
(VAL = 21,501)
− Valor do projecto sem a opção de adiamento
(VAL = 10,927)
= 10,574
• Valor da opção de realizer o teste:
= VAL com realização – VAL sem realização
= 10,927 – 9,891 = 1,036
Valor das duas opções = 10,574 + 1,036 = 11,610 = 21,501 – 9,891