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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL METALÚRGICA DE VOLTA REDONDA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Relatório – Fluxo de Caixa e Projetos

Anderson Neves Santos - 219046070


João Victor Ferreira da Silva - 119046028
Luiz Filipe Dos Santos Oliveira - 50223809861

Volta Redonda, RJ
02 de dezembro de 2023
1. FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa é uma ferramenta essencial na gestão financeira de uma empresa


usada para realizar análise econômica, sendo fundamental para o acompanhamento
e controle das entradas e saídas de recursos financeiros ao longo de um período
específico. Trata-se de um instrumento que fornece uma visão detalhada da
movimentação de dinheiro, permitindo que gestores e empreendedores
compreendam a liquidez e a saúde financeira do negócio.
Ao analisar o fluxo de caixa, é possível identificar padrões de receitas e
despesas, antecipar momentos de escassez ou excesso de recursos, e tomar
decisões estratégicas embasadas em informações concretas. Dessa forma, o fluxo de
caixa não apenas auxilia na administração do dia a dia, mas também contribui para o
planejamento a curto, médio e longo prazo, minimizando riscos financeiros e
aumentando a capacidade da empresa de enfrentar desafios econômicos. Em
resumo, é uma ferramenta vital para a sustentabilidade e prosperidade de qualquer
organização.
Em geral há 4 tipos de fluxo de caixa: fluxos de caixa do investimento, fluxos
de caixa operacionais, dispêndios de capital após o investimento inicial e valor
residual.

Fluxos de Caixa do Investimento (FCI):

• Os FCI refletem os fluxos de dinheiro associados a investimentos de capital.


Isso inclui a aquisição e a venda de ativos de longo prazo, como propriedades,
equipamentos e investimentos financeiros.
• Entradas de FCI podem ocorrer com a venda de ativos, enquanto saídas
podem ocorrer ao adquirir novos ativos.

Fluxos de Caixa Operacionais (FCO):

• Os FCO representam os movimentos de dinheiro relacionados às atividades


principais da empresa. Incluem receitas e despesas provenientes da produção
e venda de bens ou serviços.
• Exemplos de entradas de FCO incluem vendas de produtos, recebimentos de
contas a receber, enquanto as saídas envolvem pagamentos a fornecedores,
salários e despesas operacionais.

Dispêndios de Capital Após o Investimento Inicial:

• Este fluxo de caixa diz respeito a gastos contínuos necessários para manter e
operar os investimentos realizados anteriormente. Após o investimento inicial,
muitas vezes há custos regulares associados à manutenção e operação dos
ativos.

Valor Residual:

• O valor residual refere-se ao valor estimado de um ativo no final de sua vida


útil. Isso é especialmente relevante para ativos de longo prazo, como
equipamentos e propriedades.
• O cálculo do valor residual é importante para determinar o retorno total do
investimento ao longo do tempo, considerando não apenas os fluxos de caixa
durante a vida útil do ativo, mas também o valor que pode ser obtido ao final.

Ao considerar esses diferentes tipos de fluxo de caixa, os gestores podem ter


uma compreensão abrangente das operações financeiras, dos investimentos e dos
resultados a longo prazo de uma empresa, o que é crucial para o planejamento
estratégico e a tomada de decisões informadas.

Finalização do Fluxo de Caixa:

• Ao finalizar as etapas descritas anteriormente, partimos para o cálculo do Fluxo


de Caixa Livre.
• Pode ser calculado pela fórmula a seguir:

𝐹𝐶𝐿 = 𝐹𝐶𝑂 𝑎𝑝ó𝑠 𝐼𝑅 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 − 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑙ê𝑑𝑖𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑝. (±) 𝑀𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑝. 𝑑𝑒 𝑔𝑖𝑟𝑜
Algumas coisas são validas de ressaltar nesse caso:

• Após ser considerada a Depreciação, ela deverá ser somada novamente, por
se tratar do valor estimado de um ativo, e não de um desembolso de caixa.
• As mudanças no capital de giro se tratam de variações nos ativos e passivos
circulantes de uma empresa, contas a receber e contas a pagar, de maneira
resumida.
• Os encargos de financiamento não são incluídos no cálculo.

Fluxo dos Acionistas (FDA):

• Esse fluxo permite estimar a lucratividade ou viabilidade de um projeto do ponto


de vista dos acionistas, do capital próprio que investe dinheiro no projeto.
• Sua fórmula é a seguinte:

𝐹𝐷𝐴 = 𝐹𝐶𝐿 + 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 − 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑛. +𝑏𝑒𝑛𝑒𝑓í𝑐𝑖𝑜 𝑓𝑖𝑠𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐹𝑖𝑛.

2. TOMADA DE DECISÃO EM PROJETOS

O processo descrito como uma tomada de decisão sobre o investimento em


projeto dentro de uma empresa, recebe o nome de orçamento de capital.

Possuem como objetivo gerar retorno econômico e de valor para a empresa,


levando em consideração os ganhos administrativos à longo prazo. Tipicamente,
costumamos dizer que uma rentabilidade maior implica em um risco maior, visto que
a recompensa também é maior. Do mesmo modo, quando se tem fundos limitados, as
oportunidades de investimento também são limitadas, portanto, muitas vezes, investir
em um projeto significa automaticamente rejeitar outros.

O valor de um projeto depende da sua capacidade de gerar fluxo de caixa


dentro de uma empresa, sua capacidade de gerar renda.
Portanto, as alternativas só podem ser comparadas levando em consideração
um ponto em comum no tempo. Os critérios de avaliação econômica também deverão
levar em consideração o espaçamento dos fluxos de caixa para as operações de
investimento e financiamento. Abaixo serão explicados alguns métodos para análise
de viabilidade econômica:

2.1 Método do Valor Presente Líquido (VPL):

O VPL, como o nome já diz, calcula o valor presente do fluxo de caixa gerado,
sendo capaz de definir o impacto de eventos futuros em determinada alternativa de
investimento:

𝑛
𝐹𝐶𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −𝐼 + ∑
(1 + 𝐾)𝑡
𝑡=1

Em que:

I = Investimento Inicial
K = Custo do capital
Σ = Soma da data t=1 até n, dos descontos de fluxo de caixa
FC = Fluxo de Caixa por ano
t = tempo em anos

O critério de avaliação do VPL é:

Caso VPL > 0 → Projeto Viável Economicamente.

É valido ressaltar que o VPL mede a viabilidade de um projeto no seu momento


presente, apenas. Pois como visto anteriormente Valor Presente ≠ Valor Futuro,
baseado no fato de que existem projetos que terão resultados apenas após algumas
aplicações. O cálculo do VPL reflete uma maneira de se consolar nos ganhos
presentes de um projeto, sem precisar se preocupar com a incerteza de Fluxos de
Caixas futuros.
As principais vantagens de se utilizar um VPL são:

➔ A utilização de fluxos de caixa, considerando de maneira verídica as


movimentações de caixa.
➔ Considerar todos os fluxos de caixa de um projeto, não deixando passar um
possível furo.
➔ Desconto correto de fluxos de caixa considerando o valor do dinheiro em
relação ao tempo passado.

2.2 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR):

Nesse método, não é avaliado a rentabilidade absoluta do projeto, o objetivo é


encontrar a taxa intrínseca de rendimento, descobrindo por sua vez, o retorno do
investimento. A regra utilizada é considerar um investimento que tenha VPL = 0.

𝑛
𝐹𝐶𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −𝐼 + ∑
(1 + 𝑖 ∗ )𝑡
𝑡=1

Em que:

I = Investimento Inicial
K = Custo do capital
Σ = Soma da data t=1 até n, dos descontos de fluxo de caixa
FC = Fluxo de Caixa por ano
t = tempo em anos
i* = Taxa intrínseca de rendimento

O critério de avaliação da TIR é:

Caso i* > K → Projeto Viável Economicamente.

A chamada, regra básica do TIR, diz que o projeto deve ser aceito caso a TIR
seja superior a taxa de desconto.
Um dos problemas do método TIR, é denominado de problema do
reinvestimento. Em um determinado exemplo, um projeto com menor retorno
financeiro, poderia ser escolhido por ter uma TIR maior, problema esse que pode ser
resolvido considerando o método da VPL em conjunto com o TIR, pois o método VPL
considera efetivamente a taxa incremental de Fisher.
Podemos definir então que, baseado nas suposições feitas sobre
reinvestimento, que o VPL é um método mais adequado que a TIR, pois utiliza melhor
as suposições de fluxo de caixa.

2.3 Período de Payback:

É o tempo necessário para que os fluxos de caixa positivos recuperem os fluxos


de caixa negativos. O critério do período de payback é uma das alternativas mais
populares ao VPL.

Utilizaremos um exemplo para entender esse método:

Nesse exemplo, o investimento inicial foi de R$ 25.000,00, e após os fluxos de


caixa positivos, o Fluxo Acumulado foi recuperado no 3⁰ ano, portanto, o Período de
Payback desse investimento é de 3 anos.

O método possui algumas vantagens e desvantagens, são elas:

Vantagens: Fácil compreensão, Leva em conta a incerteza de fluxos de caixa


e atua em favor da liquidez.
Desvantagens: Ignora o valor do dinheiro no tempo, exige um período de corte
no tempo, ignora fluxos de caixa fora dessa data de corte e atua em desvantagem em
relação a projetos de longo prazo, pois o período de payback é mais longo.

2.4 Payback Descontado:

O período de payback descontado é a quantidade de tempo que demora para


recuperar o fluxo de caixa inicial, levando em consideração, apenas fluxos de caixa
descontados. O método de payback descontado consiste em determinar o valor de
um t, na seguinte equação:

𝑛
𝐹𝐶𝑡
𝐼= ∑
(1 + 𝐾)𝑡
𝑡=1

O valor de t, será o período de payback descontado.

Esse método é muito utilizado em conjunto com VPL e TIR.

2.5 Método do Custo-Benefício:

O método do Custo-Benefício, visa determinar qual a relação de B/C


(Benefícios / Custos) de um projeto, utilizando uma variação da fórmula de VPL, em
que ao invés de utilizar o FC do proejto, utilizaremos primeiro os Benefícios e depois
os Custos. A fórmula é a seguinte:

𝑛 𝐵𝑡
𝐵 ∑𝑡=1 (1 + 𝐾)𝑡
=
𝐶 ∑𝑛 𝐶𝑡
𝑡=1 (1 + 𝐾)𝑡

Para que o resultado seja satisfatório, B/C deve ser > 1.

2.6 Método da Anuidade Uniforme Equivalente (AE):


Como mencionado anteriormente, para que os projetos sejam comparáveis,
eles devem ser observados dentro de um período de tempo. Relembrando o VPL,
apesar de ser um ótimo método, ele avalia apenas a característica presente do
investimento, não sendo capaz de avaliar com precisão projetos que tenham uma
duração diferente.

É nesse ponto que entra o AE, esse indicador, é capaz de distribuir o VPL ao
longo da vida útil do projeto, considerando o investimento ao longo prazo que o projeto
pode render. Sua fórmula é:

𝑉𝑃𝐿
𝐴𝐸 =
1 − (1 + 𝐾)−𝑛
[ ]
𝐾

Em que:

AE = Anuidade Equivalente
VPL = Valor Presente Líquido
K = Custo do Capital
n = Prazo da Alternativa

O cálculo retorna um valor de R$ / ano.

2.7 Método do Custo Anual Equivalente (CAE):

O CAE é um método de cálculo muito eficiente para comparação de custos de


investimento, oportunidade e operacionais, tudo isso levando em consideração o
custo por unidade de tempo (ano). Utiliza uma variação da fórmula do AE e é ótima
para comparar benefícios.

𝐶
𝐶𝐴𝐸 =
1 − (1 + 𝐾)𝑛
[ ]
𝐾
Para entender melhor a aplicação, vamos utilizar um exemplo de dois
equipamentos a serem comprados.
Equipamento 1: Custa R$ 26.000,00 e tem vida útil de 12 anos.
Equipamento 2: Custa R$ 22.000,00 e tem vida útil de 8 anos.

Temos que K = 4% a.a

Consideremos que o benefício do equipamento é o mesmo.

26.000
𝐶𝐴𝐸1 = = 𝑅$ 2.770,37 / 𝑎𝑛𝑜
1 − (1,04)−12
[ ]
0,04

22.000
𝐶𝐴𝐸2 = = 𝑅$ 3.267,97 / 𝑎𝑛𝑜
1 − (1,04)−8
[ ]
0,04

Nessa análise, como estamos determinando um custo, podemos dizer o


equipamento a ser escolhido é o equipamento 1, pois possui o menor custo anual.

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