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Projecto de investimento

Alunos:
• Bruno Sousa Martins
• Filipe Vila Real
Data: 22 de Dezembro de 2000

Objectivo
Este trabalho tem por objectivo proceder a uma análise do projecto de investimento de uma
empresa.
Descrição
Entende-se por investimento como o conjunto de despesas feitas com a aquisição de activos
imobilizados bem como todos os encargos que a empresa irá suportar decorrentes dessa
decisão de aquisição.
Neste trabalho debruçar-nos-emos sobre um investimento de expansão onde se pretende
aumentar a capacidade produtiva da empresa.
De modo a permitir a formulação de uma decisão de investimento devidamente
fundamentada torna-se necessário desenvolver um estudo e recolher informação. Assim, para
avaliar um projecto de investimento há que proceder aos seguintes estudos prévios:
O Estudo de mercado (formulação de cenários);
O Estudo técnico;
O Quantificação do investimento
 Capital investido
 Receitas e despesas de exploração
 Período de vida útil
 Valor residual (valor que a empresa virá a receber no final do período de vida
 útil do projecto pela venda dos activos imobilizados adstritos ao projecto)
 Custo do capital

O Estudo financeiro

Principais critérios de análise de investimento

- Tempo de recuperação de capital (TRC) - Este critério dá-nos a informação sobre o período
necessário de funcionamento do projecto para que o total dos fluxos de receitas e despesas
iguale as despesas de investimento.

É melhor para a empresa aquele projecto que mais rapidamente lhe permite reembolsar-se das
despesas de investimento.

Não são admissíveis projectos em que, o TRC seja igual ou superior ao período de vida útil
do projecto.
A grande vantagem deste critério reside na sua simplicidade de cálculo e de análise,
assumindo uma enorme importância quando os riscos de mudança de mercado assumem
proporções elevadas. Porém este critério é demasiado simplista visto não entrar em linha de
conta com o custo de capital.

- Valor actual líquido (VAL) - O VAL corresponde ao valor calculado pelo somatório das
receitas, custo de exploração e investimento actualizados, ou descontados, para o momento
de arranque do projecto.

Torna-se portanto necessário calcular o valor actual, em termos financeiros, dos diversos
fluxos futuros, considerando para tal uma taxa de actualização (TA) correspondente a uma
estimativa do custo de capital.

Fórmula

It – Despesas de investimento no período t


Rt – Receitas de exploração no período t
Dt – Despesas de exploração no período t
Vr – Valor residual
n – Período de vida útil

Deve-se referir que (Rt-Dt) representam os meios libertos.

- Taxa interna de rentabilidade (TIR) - A taxa interna de rentabilidade representa a taxa de


actualização que torna nulo o seu VAL.

Em termos práticos procura-se o projecto com o maior valor para esta taxa, pois ela terá que
ser maior que o custo de capital (TA).
Este critério apresenta uma grande vantagem em relação ao VAL, visto não depender da
estimativa do custo de capital (TA), estimativa esta que se apresenta algo complexa e
subjectiva.

Taxa de actualização

Para a escolha da taxa de actualização considerámos uma taxa de remuneração desejada para
os capitais próprios de 6,5% e uma taxa de risco económico e financeiro do projecto de 5%
que são consideradas uniformes ao longo do período de análise. Também a taxa de inflação é
considerada para a obtenção da taxa de actualização, embora esta varie ao longo do tempo e
consoante o cenário considerado. Para a obtenção da taxa de actualização utilizou-se então a
seguinte fórmula:

Fórmula
Segue-se um gráfico onde se representa o VAL em ordem à taxa de actualização de modo a
dar a entender a relação directa existente entre o cálculo da VAL e do TIR.

Gráfico

Explicação do procedimento para o cálculo dos principais critérios de análise de


investimento

O cálculo do valor dos principais critérios de análise de investimento faz-se na sua grande
parte através da conjugação sucessiva de valores a partir de certos pressupostos, estes sim,
retirados directamente do estudo de mercado, estudo técnico, quantificação do investimento e
estudo financeiro. Nas folhas de cálculo em anexo representamos a azul estes valores que se
retiram directamente dos estudos pré-realizados e a negro os valores calculados através de
operações algébricas entre valores.

Calculámos assim os meios libertos, o fundo de maneio, o investimento e o total do activo


líquido das amortizações. A obtenção destes valores permitiu um posterior cálculo dos
desejados VAL, TIR e TRC.

Para a análise dos cenários A e B tornou-se ainda necessário entrar em conta com o
crescimento das vendas e dos custos, que inclui os custos de matérias-primas, fornecimentos
e serviços e despesas com pessoal, para além da alteração da taxa de inflação, que influencia
directamente a taxa de actualização.

Resultados

Apresentamos de seguida os resultados obtidos considerando os diversos cenários de


evolução económica e financeira da empresa:
VAL TIR TRC
Previsional
91879 100.7 % 2.28 anos
Cenário A
65145 69.0 % 2.83 anos
Cenário B
74638 77.7 % 2.65 anos

Avaliação da viabilidade do projecto de investimento:

Para se avaliar a viabilidade de um projecto de investimento impõe-se algumas restrições aos


principais critérios de análise de investimento.

 Serão inaceitáveis aqueles projectos em que o tempo de recuperação do capital é igual


ou superior ao período de vida útil do projecto definido pela empresa.
 A regra de decisão será a de aceitar apenas os projectos com VAL maior que zero
situação esta onde haverá integral recuperação e adequada remuneração dos capitais
investidos para além de uma cobertura dos riscos assumidos com excedentes de
tesouraria.
 A TIR deve ser, no mínimo, igual à remuneração real desejada para os capitais
próprios, ao prémio de risco e à taxa de inflação considerada, isto é, à taxa de
actualização.

Análise comparativa dos cenários considerados:

Da análise directa do quadro apresentado verifica-se que o cenário previsional é aquele onde
se prevê maior VAL e TIR e o menor TRC. Tal só abona em favor a este cenário de evolução
pois:

 O VAL representa a diferença entre o investimento (custos) e os meios libertos e valor


residual (proveitos). Portanto, quanto maior for o VAL maiores serão os ‘proveitos’
em relação aos ‘custos’.
 O TIR pode ser visto como a taxa máxima de remuneração dos capitais investidos e,
assim, quanto maior for o seu valor mais rentável será o investimento.
 Sendo o TRC o período de reembolso das despesas de investimento pretende-se, tal
como já foi referido, que ele seja tanto menor quanto o possível.

Assim, este cenário representa a situação futura que traduziria uma melhor evolução da
empresa.

Dos cenários restantes (A e B) depressa se constata que aquele que representa uma situação
futura mais favorável será o cenário B. Tal podia ter sido concluído pela simples comparação
das taxas de crescimento das vendas/custos constituintes do estudo de mercado realizado
onde este cenário apresenta maiores taxas de crescimento de vendas e menores taxas de
crescimentos de custos. Pela análise dos resultados representados na tabela este facto também
se apresenta óbvio visto se verificar um maior VAL e TIR no cenário B em relação ao A, tal
como um menor TRC.

Deve-se referir que todos os cenários considerados (previsional, A e B) representam


realidades alternativas do mercado que a empresa pode vir a encontrar, isto é, não será uma
situação futura à nossa escolha mas sim uma possível situação futura com que a empresa se
poderá deparar.

.
.
Conclusão

Após a análise do projecto de investimento confirma-se a viabilidade do projecto. Tal deve-se


fundamentalmente ao facto de o projecto de investimento apresentar valores para os critérios
de análise de investimento acima dos mínimos referidos. O VAL correspondente aos diversos
cenários considerados é maior do que zero (bastante maior, para sermos mais exactos), o TIR
(100.7%, 69.0%, 77.7%) apresenta valores bem superiores aos da taxa de actualização
utilizada (na ordem dos 17%) e o TRC refere-se a um período inferior ao período de vida útil
do projecto, que é de 5 anos (1995-1999).

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