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Realizar Análise de Projecto de Investimento (CV5)

Elemento de Competência 2: Identificar as componentes da análise de um projecto


de investimento.

Critério de desempenho: Indica os principais indicadores de avaliação do interesse


e viabilidade do projecto de investimento tais como valor actualizado líquido, taxa
interna de rentabilidade, período de recuperação, benefício equivalente anual) e
descreve o respectivo contributo e limitações para a avaliação do projecto.

Os critérios de avaliação do projecto são medidas ou indicadores de rendibilidade dos


projectos de investimento que servem de suporte à tomada de decisão de implementar
ou não o projecto.

Numa óptica financeira, os critérios mais utilizados no processo de avaliação de um


projecto de investimento são:

Valor Actual Líquido (VAL)


Taxa Interna de Rentabilidade (TIR)
Período de Recuperação
Relação Custo Benefício

Vejamos cada um deles de forma separada:

Valor Actual Líquido (VAL)


O indicador mais difundido para a análise financeira de projectos é o Valor Actual
Líquido – VAL (em inglês Net Present Value – NPV).

O Valor Actual Líquido (VAL) de um investimento é a diferença entre os valores dos


fluxos positivos e negativos do projecto, depois de descontados a uma taxa de
actualização convenientemente escolhida (custo de capital).

Trata-se de uma medida absoluta de rendibilidade que traduz, numa perspectiva de


momento presente, o montante residual dos fluxos de Caixa gerados pelo projecto num
determinado período de análise (vida útil do projecto) depois de ser deduzida a
remuneração do conjunto de capitais nele envolvidos.

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EQUAÇÃO 1 – VALOR ACTUAL LÍQUIDO (1)

Legenda:

N – anos do projecto

TA – taxa de actualização que mede o retorno do capital investido exigido pelo


accionista.

CF - Fluxos de Caixa Operacionais.

Ou, quando valor dos Fluxos de Caixa são constantes ao longo do projecto:

EQUAÇÃO 2 – VALOR ACTUAL LIQUIDO (2)

Exemplo: cálculo do VAL


Considere que um projecto apresentava os seguintes elementos para a análise de
investimento:
Investimento Inicial: 20.000,00
Vida útil: 4 anos
Fluxos de Caixa Operacionais: Ano 1- 6.000; Ano 2 – 12.000; Ano 3 e 4 –
15.000
Custo de Oportunidade: 10%

O mapa de Fluxo de Caixa seria:

Descrição Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

Fluxos de Caixa -20 000,00 6 000,00 12 000,00 15 000,00 15 000,00

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−20 000 6 000 12000 15 000 15 000
VAL= + + + +
( 1+10 % ) 0 ( 1+10 % ) 1 (1+10 % ) 2 ( 1+10 % ) 3 ( 1+10 % ) 4

VAL = 16.886,82467
Significa que o projecto paga o investimento, remunera os financiadores à taxa exigida
(10%) e ainda liberta 16.886,82

Agora já entendemos o significado de VAL:


Valor Porque é uma valorização do projecto
Actual Porque se baseia em Fluxos de Caixa actualizados
Líquido Porque é líquido de todos os gastos: investimento, impostos, etc

ANÁLISE DO RESULTADO DO VAL


VAL > 0: Estamos perante um projecto economicamente viável, uma vez que o VAL
superior a 0 permite cobrir o investimento inicial, bem como a remuneração mínima
exigida pelo investidor (TA), e ainda gerar um excedente financeiro.

VAL = 0: O projecto é economicamente viável, uma vez que permite a completa


recuperação do investimento inicial, bem como a obtenção mínima exigida pelos
investidores (TA). Podemos concluir que um projecto com um VAL = 0 corre sérios
riscos de se tornar inviável.

VAL < 0: Estamos perante um projecto economicamente inviável.

Quanto maior for o VAL, maior será a probabilidade do projecto ser viável
economicamente, já que um VAL positivo significa que as receitas geradas são
superiores aos custos.

Vantagens e limitações da utilização do VAL como critério de avaliação de


projectos:

Este indicador é considerado soberano como critério de avaliação de um projecto, pois


apresenta as seguintes vantagens:

Identifica se existe ou não aumento do valor da empresa;


Analisa todos os fluxos de caixa do projecto;

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Permite a adição de todos os fluxos de caixa no momento zero;
Considera o custo de capital;
Inclui o risco no custo de capital.

A principal dificuldade da utilização deste método consiste na definição da taxa de


atractividade do mercado - custo de oportunidade do capital, principalmente quando o
horizonte temporal do projecto é muito longo.

TAXA INTERNA DE RENTABILIDADE - TIR

Outro dos indicadores muito utilizados na análise financeira de projectos é a Taxa


Interna de Rentabilidade – TIR (em inglês Internal Rate of Return – IRR).

Por definição, a Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) de um investimento é a taxa de


actualização para a qual se anula o respectivo valor líquido actualizado (VAL=0).

Equação da TIR

Assim, a TIR, mede a taxa de juro que é efectivamente proporcionada durante o período
de vida útil pelo conjunto dos capitais nele aplicados, ou seja, o rendimento anual
produzido durante o período de vida útil do investimento, depois de recuperados os
respectivos custos (investimento e exploração) por unidade de capital nele investido.

A TIR pode ser calculada através do Método de Interpolação Linear. Este método
consiste em ensaiar vários valores de Custo Operacional "i". Começa-se por estimar
um valor que nos pareça próximo da solução final. Se o VAL resultar positivo, ensaia-se
um valor de Custo Operacional "i" superior.

Se o VAL resultar negativo, ensaia-se um valor de Custo Operacional "i" inferior.


Quando os dois pontos assim obtidos estiverem suficientemente próximos um do outro,
pode interpolar-se linearmente, obtendo-se CUSTO OPERACIONAL "i" = TIR
APROXIMADA correspondente ao VAL = 0.

A TIR REAL poder ser calculada utilizando uma máquina de calcular ou um


computador.

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Apesar de existir uma diferença entre a TIR REAL e a TIR APROXIMADA, a taxa
obtida pelo método de interpolação linear é bastante aceitável.

Exemplo – cálculo da TIR

Continuando com o exemplo anterior e utilizando a Método de Interpolação Linear,


teríamos:

Taxa VAL
39% 130,91
40% -220,74

Então a TIR está situada entre 39% e 40%, logo:


Variação Taxa Variação VAL
(40%-39%)=1% (-220,74 - 130,92)= - 351,66
Variação =? (0 - 130,92)= -130,92

Variação = (-130,92)x 1% / -351,66 = 0,37%


Então a TIR = 39% +0,37% = 39,37%

Quando procedermos à aplicação através do Excel vamos ver que a taxa real é de
37,37%.

Análise do resultado da TIR

TIR > Taxa de Actualização: Implica que o VAL > 0; o projecto consegue gerar uma
taxa de rendibilidade superior ao custo de oportunidade do capital, pelo que estamos
perante um projecto economicamente viável.

TIR < Taxa de Actualização: Implica que o VAL < 0; o projecto não consegue gerar
uma taxa de rendibilidade superior ao custo de oportunidade do capital, pelo que
estamos perante um projecto economicamente inviável.

Vantagens e limitações da utilização da TIR:


Trata-se, pois, de uma medida de rendibilidade relativa e como tal largamente utilizada
como critério de comparação de investimentos. As principais vantagens são:

É uma medida relativa e desta forma permite uma melhor comparação entre
alternativas de projectos;

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Não depende do custo de oportunidade.
As principais limitações são:
Se o investimento utilizar o recurso a capital alheio, o TIR funciona de maneira
inversa, ou seja, deve ser mais baixa do que o custo de oportunidade. O VAL
aumenta à medida que se eleva a taxa de actualização.
Quando há mais do que uma mudança de sinal nos fluxos, oscilando entre
negativo, positivo, negativo ou o inverso, existirão mais do que uma TIR ou não
haver nenhuma, tornando o critério invalido.
Perante projectos mutuamente exclusivos – existência de várias alternativas
onde só poderá existir uma – com diferentes escalas de investimento e/ou que
gerem diferentes padrões de fluxo ao longo do tempo poderá levar a escolhas
erradas.

PERÍODO DE RECUPERAÇÃO (PAYBACK)


O tempo de recuperação de um investimento é dado pelo número de anos do seu
período de via útil, necessários para que os fluxos positivos igualem o montante total
investido. Trata-se pois de uma medida de rendibilidade assente fundamentalmente no
factor de tempo.
Para calcular o Período de Recuperação é necessário calcular os fluxos de caixa
acumulados. Quando o valor acumulado passa a positivo dá-se o momento em que os
fluxos de caixa recuperam o valor investido.
Vejamos um exemplo:
Cálculo do período de recuperação
Continuando com o exemplo anterior.

Anos Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa


Acumulado
0 - 20000 -20000
1 6000 - 14000
2 12000 - 2000 (muda de sinal)
3 15000 13000
4 15000 28000

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Os fluxos de Caixa acumulados mudam de sinal durante o 3º ano. No início do ano o
fluxo de caixa é de 2.000 negativo e no final desse ano já é positivo em 13.000. Assim o
período de recuperação será de 2 anos e alguns meses ou dias.
Para saber o momento com mais exactidão, considerando que o fluxo se mantém
uniforme ao longo do ano, faríamos:
1 ano gerou um fluxo de caixa de 15000
X anos necessários recuperar os 2.000 negativos
2000 x 1
Então: X = = 0,1333 anos
15000
X = 0,1333 x 12 meses = 1,6 meses
X = 1,6 -1 = 0,6 meses = 0,6 x 30 dias = 18 dias
O projecto é recuperado em 2 anos, 1 mês e 18 dias

Vantagens e limitações da utilização do Período de Recuperação:


A principal vantagem deste método é fácil identificação e interpretação. Apesar de
amplamente utilizado e preferido como critério pela maioria dos investidores, apresenta
duas grandes limitações:
Não tem em conta os fluxos positivos proporcionados depois do período de
recuperação e até ao fim da vida útil do projecto;
Nem o modo como evoluem, durante aquele período, os valores dos fluxos
positivos nele gerados;
Não tem em conta o valor temporal do dinheiro;
Este período de recuperação normalmente é definido de forma arbitrária pelo
administrador.

Dadas a limitações é imprudente considerar este método para auxiliar a tomada de


decisão sobre a implementação ou não do investimento.
Para resolver a limitação do período de recuperação não tendo em conta o valor
temporal do dinheiro muitas vezes utiliza-se o período de recuperação descontado. O
período de Recuperação Descontado, utiliza os fluxos de caixa actualizados. Retomando
o Exemplo:

Ano Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa actualizado


actualizado acumulado

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0 - 20000 - 20000 - 20000
1 6000 5454,55 - 14 545,45
2 12000 9917,36 - 4 628,10 (muda de sinal)
3 15000 11 269,72 6 641,62
4 15000 10 245,20 16 886,82
Repetindo os cálculos teríamos:
Nº anos = 4.628,10 /11 269,20= 0, 410667
Nº meses = 0,410 667 x 12 = 4,928 meses
Nº dias = 0,928 x 30 = 27,84 dias ≈ 28 dias
Ou seja o Investimento é recuperado em 2 anos e cerca de 5 meses.
RELAÇÃO BENEFÍCIO/CUSTO (RBC)
A relação benefício/custo é outro tipo de medida de rendibilidade de um investimento,
expressa pelo quociente entre os benefícios (fluxos de caixa positivos) e os custos
(fluxos de Caixa negativos) depois de actualizados a uma taxa conveniente escolhida.
É traduzido assim, no somatório dos valores presentes dos fluxos de caixa futuros,
dividido pelo investimento inicial.

Fluxos de caixa actualizdos


RBC = ∑ ❑
Investimento
Equação Relação Benefício/Custo

5 454 , 55+9 917 ,36+ 11269 ,72+10 245 , 20 36.886 , 82


RBC = = = 1,8443
20 000 20 000

Análise do resultado da RBC


A interpretação deste critério deve ser feita da seguinte forma:
RBC > 1 Estamos perante um projecto economicamente viável pois os Fluxos de Caixa
do projecto são superiores ao investimento e ao retorno exigido.
RBC=1 O projecto é economicamente viável, uma vez que permite a completa
recuperação do investimento inicial, bem como a obtenção mínima exigida pelos
investidores (TA), pois os Fluxos de Caixa do projecto são iguais ao investimento e ao
retorno exigido. Podemos concluir que um projecto com um RBC=1 corre sérios riscos
de se tornar inviável.
RBC < 1 Estamos perante um projecto economicamente viável, pois os fluxos de caixa
libertados pelo projecto não cobrem o investimento.

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Vantagens e limitações da utilização da Relação Benefício/ Custo:
Este é o critério que mais se aproxima ao VAL, embora o VAL ainda seja um critério
mais seguro por possuir uma propriedade aditiva.
O indicador RBC é muito utilizado pois apresenta as seguintes vantagens:
Fácil interpretação em comparação a outros indicadores,
No entanto, apresenta diversas limitações, dentre as quais se destaca:
Insensibilidade à escala e à duração projecto, quando estamos perante a selecção
de alternativas de projectos mutuamente exclusivos.
O Benefício/Custo só se sobrepõe em termos de eficácia ao VAL nos casos de análise
de mais de um investimento em que houver, no período inicial, limitação de recursos
para aplicação em ambos os projectos.

TPC
A empresa AGROEMPRESA pretende estudar a viabilidade de adquirir uma nova linha
de produção para o processamento de fruta. Para o efeito sabe-se a seguinte informação:
Valor do Investimento: 120.000 mil meticais
Taxa de retorno exigida pelo investidor = 10%
Fluxos de Caixa Incrementais gerados pelo Projecto (meticais:
Ano 1 20 000
Ano 2 40 000
Ano 3 60 000
Ano 4 80 000
Com base na informação avalie a viabilidade do projecto tendo em conta os seguintes
critérios de avaliação, justificando a sua decisão.
a. Valor Actual Líquido
b. Taxa Interna de Rentabilidade com taxas de 16% e 17%
c. Período de Recuperação normal e descontado
d. Relação Benefício-Custo

RESPOSTA:
1. VAL
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Total
Fluxos de Caixa -120 000,00 20 000,00 40 000,00 60 000,00 80 000,00

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−120 000 20 000 40 000 60 000 80 000
VAL= + + + +
( 1+10 % ) 0 ( 1+10 % ) 1 (1+10 % ) 2 ( 1+10 % ) 3 ( 1+10 % ) 4

−120 000 20 000 40 000 60 000 80 000


VAL= + + + +
1,1 1 ,21 1,331 1,464

VAL= -120 000,00 + 18 181,82 + 33 057,85 + 45 078,89 + 54 641,08


VAL = 30 959,63 meticais.
Logo o projecto é viável pois recupera o montante do investimento, remunera os
investidores à taxa exigida (10%) e ainda gera um excedente financeiro de 30.5959,63
meticais.
2. TIR
Taxa VAL
16% 27,57
17% -182,20
Variação da Taxa Variação Fluxo de Caixa = 182,20 + 27,57
1% 209,77
X = 0,13% 27,57
TIR = 16%+0,13% = 16,13%
É de aceitar o projecto, pois a taxa de retorno do projecto (TIR) é superior à taxa exigida
pelos accionistas (TA=10%).

3. Período de Recuperação Normal e Descontado


Ano Fluxo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa actualizado
Caixa actualizado acumulado
0 - 120 000 - 120 000 - 120 000
1 20 000 18 181,82 - 101 181,18
2 40 000 33 057,85 - 68 760,33
3 60 000 45 078,89 -23 681,44 (mudar o sinal)
4 80 000 54 641,08 30 959,63

Nº de Anos Fluxo de Caixa


1 54 641,08
X 23 681,44
X= 23 681,44/ 54 641,08
X = 0,4334
Nº meses = 0,4334 x 12 meses = 5,2008 meses

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0
E 6 dias (5,200- 5) x 30 dias)
O projecto é recuperado em 3 anos, 5 meses e 6 dias.

4. Relação Benefício/Custo
150 959 ,63
RBC = = 1,257996949
120 000
O projecto é viável pois os benefícios gerados pelos Fluxo de Caixa do projecto são
superiores em cerca de 26% em relação ao custo do Investimento.

Critério de Desempenho II: Ilustra correctamente o conceito de análise de


sensibilidade e a sua importância para a análise do investimento

As decisões de investimento são tomadas sobre situações que se verificarão no futuro.


Relativamente às situações futuras ninguém pode ter a pretensão de possuir a certeza
que determinado acontecimento se verificará.
Os valores assumidos pelos diferentes elementos do Fluxo de Caixa, que servem de base
ao cálculo dos critérios de rendibilidade, são estabelecidos com base em previsões
quanto ao seu comportamento futuro ao longo da vida útil do projecto de investimento
em análise.
Por esse motivo, existem sempre situações de incerteza quanto aos valores a atribuir aos
diferentes elementos do fluxo de caixa, uma vez que é previsível a existência de
variações mais ou menos significativas em torno dos respectivos valores médios
esperados.

A análise de Sensibilidade da rendibilidade de um dado investimento tem por


objectivo verificar até que ponto é que os resultados obtidos no contexto dos diferentes
critérios de avaliação adoptados são sensíveis a eventuais variações no valor dos
diferentes elementos base utilizados na elaboração do Fluxo de Caixa.
Assim sendo, a análise de sensibilidade da rendibilidade de um dado investimento
implica uma comparação entre os resultados obtidos para o VAL, a TIR, o RBC e o
Tempo de Recuperação, para diferentes variações no valor da produção (VP), custo de
investimento (I) e encargos de exploração (EE) anuais do projecto em causa.

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Para realização da Análise de Sensibilidade da Rendibilidade dos Investimentos são
utilizados geralmente 2 tipos de métodos:
Identificação das variáveis Criticas do Projecto
Limiares de Rendibilidade

Identificação das variáveis críticas do projecto


Este procedimento, é geralmente o mais utilizado e baseia-se na determinação dos
resultados de cada um dos critérios de avaliação para diferentes variações percentuais
(positivas e negativas) nos valores de cada um dos elementos base dos fluxos de caixa.
Os diversos para a sua realização são:
Cálculo do resultado de cada critério a partir dos valores de base do Fluxo de
Caixa;
Escolha de variáveis significativas do empreendimento;
Estabelecimento de um leque de variações percentuais (positivas e negativas) no
valor de base de cada uma das variáveis do Fluxo de Caixa cuja sensibilidade se
pretende analisar, mantendo as restantes constantes;
Cálculo dos resultados de cada critério face aos valores correspondentes às
diferentes variações percentuais (positivas e negativas) dos elementos de base do
Fluxo de Caixa em causa.

Esta análise pressupõe:


i. Receitas: é importante identificar factores que influenciam neste resultado como
a participação no mercado, tamanho do mercado e preço do produto ou serviço.
ii. Custos Variáveis: estes custos oscilam conforme a variação da quantidade
produzida, sendo comum supor que são proporcionais a este volume.
iii. Custos Fixo: independentes do volume de produção ou serviço prestado, sendo
fixos apenas por um período predeterminado.
iv. Investimento: o volume de recursos a ser aplicado no projecto.
v. Custo de Capital: o custo de oportunidade do investimento.

Limiares de rendibilidade
Os limiares de rendibilidade correspondem aos valores de cada elemento do Fluxo de
Caixa, cuja sensibilidade se pretende analisar, que serão necessários para que cada

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critério atinja o respectivo break-even point, ou seja, para que o VAL se anule, a TIR
iguale o custo de oportunidade do capital, o RCB seja igual à unidade.

Critério de Desempenho: Indica as principais componentes de um relatório de


análise de um investimento simples

Não existe nenhuma estrutura padrão para o relatório de avaliação do projecto de


investimento. Existem, no entanto, aspectos relevantes para o financiador (banco)
decidir financiar o projecto de investimento ou para o investidor tomar a sua decisão.

A Elaboração de um relatório de Projecto de Investimento deve ter em vista três


objectivos:
i. Caracterização do Investimento;
ii. Demonstrar a sua valia económica; e
iii. Demonstrar a sua viabilidade financeira.
Genericamente, um relatório de apresentação do projecto apresenta a seguinte estrutura:
enquadramento, pressupostos, mapa de fluxos de caixa operacionais, mapa de
fluxos de caixa de investimento, mapa de fluxos de caixa de financiamento,
indicadores de avaliação, análise de sensibilidade, conclusão sobre a viabilidade do
investimento.

Todavia, Amaral (2019), defende que o relatório do projecto é composto por


apresentação da empresa, características do projecto, avaliação económica e financeira e
anexos.

Relatório do projecto
Parte I - Apresentação da empresa/empresário
Nesta primeira parte do relatório pretende-se, para alem da própria identificação do
promotor, evidenciar o nível de adequação do empreendedor ao projecto a desenvolver.
Assim, deverão ser salientados aspectos que sejam relevantes para o empreendimento,
como sejam, o know how adquirido, a experiência na área de negócios, etc. desta feita, a
primeira parte do relatório obedece a seguinte composição:
i. Identificação da empresa/empresário
ii. Identificação dos responsáveis funcionais

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iii. Identificação das actividades
iv. Quota de mercado
v. Identificação histórica da empresa:
Produtos fabricados
Tecnologia adoptada
Capacidade técnica instalada
Evolução dos Indicadores Económicos Financeiros (últimos 3 anos).

Parte II - Caracterização do projecto


Esta fase deverá caracterizar o investimento a realizar, a sua necessidade e apresentar as
vantagens esperadas da sua execução e a sua caracterização técnica:
i. Apresentação do Investimento;
ii. Caracterização da Envolvente;
iii. Análise de Mercado (Produto/Serviço, Procura, Concorrentes);
iv. Localização;
v. Organização;
vi. Planeamento de Implementação.

Parte III – Avaliação económica e financeira


Esta parte do relatório tem como objectivo apresentar os indicadores económicos de
rentabilidade do investimento, os elementos de estudo da sua viabilidade financeira, e os
pressupostos subjacentes.
Um estudo económico-financeiro baseia-se na projecção de fluxos financeiros com base
em pressupostos assumidos tendo em conta os elementos de estudo referidos nas partes
anteriores do relatório. Assim, a terceira parte tem a seguinte composição:
i. Plano de Investimento em activo fixo;
ii. Pressupostos;
iii. Plano Global de Investimento (Activo fixo + Imobilizado Incorpóreo + Fundo de
Maneio)
iv. Mapa dos Fluxos de Caixa de Exploração
v. Balanço e Demonstração de Resultados Previdenciais
vi. Indicadores de Desempenho (VAL, TIR e RCB, Período de Recuperação)
vii. Conclusão do Estudo

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Anexos
i. Demonstrações Financeiras dos últimos 3 anos;
ii. Projecções Financeiras: Orçamento de Vendas, Orçamento Custo Mercadorias,
Orçamento de Outros Custos Operacionais, Mapa de Amortizações, Mapa das
necessidades de Fundo de Maneio;
iii. Plano de Financiamento do Projecto;
iv. Demonstração de Resultados Previsional; e
v. Balanço Previsional.

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