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Matemática Financeira

Custo de Capital das Empresas


Valor Presente Líquido - VPL
 Para aplicar o método do VPL é necessário definir o
valor da taxa mínima requerida, conhecida como
custo do capital;

 Podemos entender que o valor da taxa mínima


requerida é o CUSTO DE OPORTUNIDADE que
depende do tipo de investimento;

 O método do VPL é o método de avaliação que


mostra a contribuição do projeto de investimento no
aumento do valor da empresa;
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Valor Presente Líquido - VPL
 O VPL é um valor extra gerado pelo projeto depois
de recuperar o investimento com a taxa de juro
requerida. “É o lucro extra gerado pelo projeto”.

FC1 FC2 FCn


VPL   I    ... 
(1  i ) (1  i ) 2
(1  i) n
n
FCt
VPL   I  
t 1 (1  i ) t

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Valor Presente Líquido - VPL

 Se VPL>0: a soma dos valores presentes dos


retornos será maior que o valor do investimento;

 Se VPL<0: a soma dos valores presentes dos


retornos será menor que o valor do investimento;

 Se VPL=0: a soma dos valores presentes será igual


ao valor do investimento.

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Critério para VPL
 Se VPL>0: aceitar o projeto;

 Se VPL<0: não aceitar o projeto;

 Se VPL=0: indiferente;

 Se VPL>0, podemos dizer que o investimento


será:
 1) Recuperado;

 2) Remunerado com a taxa mínima requerida i;

 3) O projeto gerará um lucro extra na data zero igual ao VPL.

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Exemplo:

 A empresa está interessada em investir $600.000 num


projeto cujo fluxo de caixa está registrado na tabela
seguinte. Aplicando o Método VPL, verificar se este
projeto deve ser aceito considerando a taxa mínima
requerida de 12% ao ano.
Anos Capitais Anos Capitais
0 ($600.000) 4 $ 220.000
1 $ 120.000 5 $ 150.000
2 $ 150.000 6 $ 180.000
3 $ 200.000 7 $ 80.000

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Exemplo:
120000 150000 200000
VPL  600000    
(1  0,12) (1  0,12) (1  0,12)
1 2 3

220000 150000 180000 80000


   
(1  0,12) (1  0,12) (1  0,12) (1  0,12)
4 5 6 7

VPL  R$121.387,53

Como o VPL do fluxo de caixa do projeto é maior que


zero, o investimento deve ser aceito;
O VPL= R$121.387,53 é um valor extra gerado pelo
projeto, depois de recuperar o investimento com a taxa
de juro 12% ao ano.

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Pontos Fortes do VPL
 Inclui todos os capitais do fluxo de caixa - considera
o risco das estimativas futuras do fluxo de caixa;

 Informa se o investimento aumentará o valor da


empresa (VPL>0).

Ponto Fraco do VPL


 Necessidade de conhecer a taxa mínima requerida,
ou custo de capital.

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Taxa Interna de Retorno - TIR
 A taxa interna de retorno é a taxa requerida que
leva o valor presente das entradas de caixa de um
projeto a se igualar ao valor presente das saídas de
caixa, ou seja, é a taxa que iguala o VPL a zero;

 A TIR é a taxa que zera o VPL:


n
FCt
0  I  
t 1 (1  TIR ) t

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Taxa Interna de Retorno - TIR
 O raciocínio básico por trás da TIR é o de que se
procura obter uma única cifra para sintetizar os
méritos de um projeto. Essa cifra não depende do
que ocorre no mercado de capitais. É por esse
motivo que é chamada taxa interna de retorno; a cifra
é interna intrínseca ao projeto e não depende de
mais nada, a não ser dos fluxos de caixa do projeto.

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Exemplo TIR - Projeto Simples
 Considere o projeto simples (-$100, $110); para uma
dada taxa requerida, o VPL pode ser descrito:

 VPL = -100 + 110/(1+i);

 Qual deve ser a taxa i, para o VPL = 0?

 10%

 VPL = -100 + (110/ 1+ 0,10)=0

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TIR
 A TIR auxilia no processo de decisão para investir, ou
seja, é um ponto de reversão da decisão de investir;

 Considere o projeto simples (-$100, $110):


 VPL = -100 + 110/(1+ 0,10)= 0 TIR = 10%

 VPL = -100 + 110/(1+ 0,20)= -8,33 TIR = 10%

 VPL = -100 + 110/(1+ 0,09)= 0,92 TIR = 10%

 Se a taxa requerida for menor que a 10%(TIR), o projeto


poderá ser aceito;

 Se a taxa requerida for maior que 10%(TIR), o projeto não


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deverá ser aceito.
Ponto Forte da TIR

 A maior vantagem é dar como resultado um


medida relativa: a taxa de juros. Assim, basta
compará-la com a taxa mínima de atratividade
para a tomada de decisão.

Ponto Fraco da TIR


 Não é aplicável quando o fluxo de caixa não for
do tipo simples ou convencional (- + + +) ou (- - +
+ +).

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Introdução
 Em análise de projetos de investimentos,
geralmente deve-se comparar a taxa de retorno do
projeto, obtida a partir da TIR, por exemplo, com
uma taxa de referência;
 Para projetos de investimento de empresas, essa
taxa será conhecida como a Taxa Mínima de
Atratividade;

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Introdução
• Essa Taxa Mínima de Atratividade será dada pelo
Custo de Capital da empresa;

• O custo de capital é calculado considerando o custo


das diversas fontes de financiamento, após o
imposto de renda;

• Esse custo do capital dependerá dos custos de


captação de recursos junto aos acionistas (Custo
do Capital Próprio) e junto a terceiros (Custo de
Capital de Terceiros).

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Custo Total de Capital
• O custo total de capital da empresa é tradicionalmente
obtido mediante o cálculo da média dos custos de
captação, ponderada pela participação de cada fonte de
fundos na estrutura de capital a longo prazo  Custo
Médio Ponderado de Capital (CMPC);

• Ou seja, o custo de capital será, na verdade, uma média


ponderada das diferentes fontes de financiamento da
empresa. A ponderação será dada pelo volume de
recursos captados de cada fonte em relação ao total;

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Custo Médio Ponderado de Capital
• CMPC - Custo Médio Ponderado de Capital: é a
média ponderada de todas as fontes possíveis
de capital da empresa:
• Capital Próprio;

• Dívida.

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CMPC: Componentes
•Custo da Dívida, kd (1 – T)

-Para estimar o custo da dívida, é necessário estimar a


taxa de retorno requerida pelos credores, kd.

-Dado que os pagamentos de juros são dedutíveis, o


retorno requerido pelos credores não é igual ao custo
da dívida da empresa. Como resultado, o custo da
dívida após impostos, kd (1 – T), é usado para calcular
o CMPC. Assim,
Custo da dívida após impostos = taxa de juros – imposto abatido
Custo da dívida após impostos = kd – kdT = kd (1 – 0,40) =
11%(0,6) = 6,6%
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CMPC: Componentes
• Custo do capital próprio, ko
Principal método de determinação: Modelo CAPM –
Capital Asset Pricing Model

• O CAPM estabelece uma relação linear entre o retorno de


um ativo e o retorno do mercado. Os resultados do modelo
apresentam uma forte sensibilidade com a taxa requerida
de retorno (custo do capital), a qual deve comportar-se de
forma condizente com o risco. Quanto mais elevado o risco
da decisão, maior o retorno exigido pelos proprietários de
capital.

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CMPC: Componentes
• Custo do capital próprio, ko
Principal método de determinação: Modelo CAPM

ko = kRF + (km – kRF)i

•kRF : ativo livre de risco, ou a taxa de juros sem risco da


economia (poupança ou CDI, por exemplo);
•km : Média do retorno de uma carteira de Mercado (Ex:
Ibovespa);
•O risco é mensurado pelo coeficiente beta (),
determinado pela inclinação da reta de regressão linear
entre o retorno do ativo e a taxa de retorno da carteira de
mercado.
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CMPC: Componentes
• Custo do capital próprio, ko
•Coeficiente beta () < 1
•Ações “defensivas”, cujo risco é menor que o risco de
mercado, uma vez que seu retorno frente a um choque
oscilará menos que o retorno do portfólio de mercado.

•Coeficiente beta () > 1


•Ações “agressivas”, terá risco maior que a carteira de
mercado. Assim, choques no mercado implicarão em uma
maior variação nos retornos dessa ação que nos retorno do
portfólio de mercado.

• OBS: Como calcular o beta? Pelo MRL, em que o Y é o retorno


da ação e o X é o retorno de mercado (IBOVESPA, por
exemplo).
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CMPC: Componentes
• Custo do capital próprio, ko
Principal método de determinação: Modelo CAPM

-Estimar a taxa livre de risco, kRF (poupança ou CDI);


-Estimar o coeficiente beta, bi, e usá-lo como indicador de risco
da ação;
- Estimar a taxa de retorno corrente esperada sobre o mercado,
kM (média histórica de longo prazo do IBOVESPA);
-Substituir os valores na equação do CAPM para estimar a taxa
de retorno requerida sobre a ação em questão:
- ko = kRF + i(km – kRF).

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CMPC: Componentes
• Custo do capital próprio, ko
Principal método de determinação: Modelo CAPM

-ko = kRF + i(km – kRF).

Como exemplo, considere kRF = 8%, km = 14%,  i = 1,1


Então, ko = 8% + (6%)(1,1) = 14,6%

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CMPC
É a média ponderada de todas as fontes possíveis de
capital da empresa: capital próprio e dívida.

Representa a taxa de atratividade da empresa,


indicando a remuneração mínima que deve ser exigida
na alocação de capital, de forma a maximizar seu valor
de mercado.

CMPC =  Wj x Kj
Wj = participação relativa de cada fonte de capital no
financiamento total
Kj = custo de cada fonte de capital no financiamento total.

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CMPC
Supondo que a estrutura de capital da empresa X seja:
30% de dívida e 70% de capital próprio. Como calculado
anteriormente:
kd = 6,6% e ko = 14,6%
Então:
CMPC = (0,3 * 6,6%) + (0,7 * 14,6%) = 12,20%

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Alguns fatores que afetam CMPC
1) Nível das taxas de juros: Se as taxas de juros da
economia aumentam, o custo da dívida aumenta, pois
as empresas terão que pagar aos detentores dos títulos
de dívida uma taxa de juros mais alta para obter capital
de terceiros

2) Alíquotas de Impostos: As alíquotas de impostos são


usadas no cálculo da dívida, e tem efeito importante
sobre o custo de capital.

3) Política de estrutura de capital: Pesos para cálculo do


CMPC são baseados na estrutura-alvo da empresa.

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Referências

BRIGHAM, Eugene F.; CAPENSKI, Louis C.; EHRHARDT,


Michael C. Administração Financeira: Teoria e Prática.
São Paulo: Atlas, 2001. (Capítulo 10 – Custo de
Capital).

LEMES JÚNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa;


CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Administração
Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras.
3ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. (Capítulo 7 – Custo de
Capital e Estrutura de Capital).

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