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Capítulo 9 :
Análise de Equilíbrio – Análise de Sensibilidade –
Alavancagem Financeira
Introdução
Análise linear de equilíbrio
Ponto de equilíbrio entre receitas e despesas
Análise de equilíbrio com múltiplas alternativas
Análise não linear de equilíbrio
Capacidade de produção e ociosidade
Dumping
Análise de sensibilidade
Alavancagem financeira 2
Capítulo 9 – Análise de Equilíbrio – Análise de
Sensibilidade – Alavancagem Financeira
Introdução
A análise de equilíbrio permite compreender como o lucro pode
ser afetado pelas variações nas receitas de vendas e nos custos
totais. Tal ponto é chamado ponto de equilíbrio (breakeven
point).
Já a análise de sensibilidade tem por finalidade auxiliar a tomada
de decisão ao se examinar eventuais alterações de valores (ex.:
VPL, VFL, TMA, etc.) que irão influenciar nos demais
parâmetros do fluxo de caixa.
Alavancagem financeira consiste na capacidade da empresa em
trabalhar com recursos de terceiros (basicamente, empréstimos,
debêntures, ações preferenciais, entre outros) de modo a
maximizar os efeitos da variação do lucro operacional sobre os
lucros por ação dos proprietários da empresa.
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Análise de Equilíbrio
De modo genérico, um fluxo de caixa apresenta as
seguintes contribuições:
Valor Residual
Receitas Operacionais

0 1 2 3 4 ... n

Despesas Operacionais
Investimento
Inicial
Definições:
Custos (ou despesas) variáveis – são aqueles cujo valor
total aumenta ou diminui direta ou indiretamente com as
flutuações ocorridas na produção e vendas. Ex.: consumo
de matéria-prima, energia elétrica industrial, materiais de
embalagens, fretes, comissões de vendas, impostos e
comissões cobradas sobre o faturamento, etc.
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Definições (cont.)
Custos (ou despesas) fixos - são os que permanecem
constantes dentro de certo intervalo de tempo,
independentemente das variações ocorridas no volume de
produção e vendas durante esse período. Ex.: despesas
administrativas, impostos ou taxas fixas, aluguel, seguros,
despesas de propaganda, etc.
Margem de Contribuição – corresponde à parcela remanes-
cente das receitas de vendas após serem deduzidos os custos
variáveis totais. É o valor que cada unidade vendida efetiva-
mente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo
que de fato provocou e que lhe pode ser imputado sem erro.

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Ponto de Equilíbrio é o nível de atividade em que as
receitas totais e os custos e despesas totais se igualam, ou
seja, onde o lucro é igual à zero.
A análise de ponto de equilíbrio (análise de custo-
volume-lucro) é usada para:
determinar o nível de operações necessário para cobrir
todos os custos operacionais.
avaliar a lucratividade associada a diferentes níveis de
vendas.
avaliar mudanças, como a terceirização.

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Uma representação simplificada dos custos e receitas em
função da produção pode ser assim apresentada:

onde:
u – Número de unidades vendidas CT – Custo Total = CF + CV
CF – Custo Fixo R – Receita = u x p
CV – Custo Variável = u x v p – preço unitário de um produto
v – Custo unitário de um produto E – Ponto de equilíbrio 7
Tipos de Pontos de Equilíbrio
Pontos de
Equilíbrio

Contábil ou
Econômico Financeiro
Operacional

Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) - volume de venda


necessário para cobrir os custos variáveis (custos +
despesas) e custos fixos (custos + despesas), isto é , receita
total e igual ao custo total. Neste nível a empresa esta
operando com lucro igual a zero.


çã
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Exemplo 1: A empresa Equilibrada possui uma estrutura de
Custos e Despesas Fixas no valor de $ 30.000,00.
Seu produto possui custos e despesas variáveis no valor de
$ 8,00 por unidade. O preço de venda do produto é de $ 14,00.
Determine o PEC em quantidades e em valor monetário.
Solução:
Margem de contribuição unitária
MC unitária = PV – CV
MC unitária = 14,00 – 8,00 = $ 6,00
30.000,00
. 5000 .
6,00
! " 5000 14 $ 70.000,00
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Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) - volume de
venda suficiente para cobrir os custos variáveis (custos +
despesas) e custos fixos (custos + despesas) e a parcela de
retorno (lucro) desejado.
O lucro desejado poderá ser determinado pelos acionistas
através de:
a) Um percentual sobre o patrimônio líquido;
b) Um percentual sobre o valor do capital;
c) Um percentual sobre o valor do investimento;
d) Um valor fixo em Real;

' (%" * "+ ,


10
Exemplo 2: Seja uma empresa que tem as seguintes características:
Custos + Despesas Variáveis: $600/un.
Custos + Despesas Fixos: $4.000.000/ano
Preço de Venda: $800/un.
Supondo que essa empresa tenha tido um Patrimônio Líquido no
início do ano de $10.000.000,00 colocados para render um mínimo de
10% a.a. Determine o PEE (quant. e valor) da empresa.
Solução:
Lucro mínimo desejado anual = 10% x $ 10.000.000,00 = $ 1.000.000
' (%" * "+ ,
( .,
4.000.000 ' 1.000.000 5.000.000
25.000 .
800 600 200

(! " , 25.000 x 800 $ 20.000.000


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Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) - Pode ser visto
sob duas óticas :
a) Ponto de Equilíbrio Financeiro Parcial - volume de venda
suficiente para cobrir os custos variáveis (custos + despesas) e
custos fixos (custos + despesas) que representem desembolso.
Exemplo de custo e despesa não desembolsáveis: Depreciação,
amortização, provisão para devedores duvidosos.
(* 1 ã " á! ,
0
b) Ponto de Equilíbrio Financeiro Total - volume de venda
suficiente para cobrir os custos e despesas desembolsáveis mais
parcela da divida a ser paga no exercício em questão.

* 1 ã " á! ' + çã
3

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Exemplo 3: Dados da Empresa DELTA S.A.
. Custos e despesas variáveis................................................. $ 6.000/un
. Custos e despesas fixas... .............................................$ 4.000.000/ano
. Preço de vendas.....................................................................$ 8.000/un
.Valor da depreciação incluída nos custos fixos...............$ 800.000
Determine o PEFP (quant. e valor) da empresa.
Solução:
(* 1 ã " á! ,
0( .,
4.000.000 800.000
1600 .
8000 6000

0 (! " , 1600 x 8000 $ 12.800.000

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Exemplo 4: Uma empresa deseja comprar um equipamento para a
fase de acabamentos dos produtos produzidos. Existem duas opções
de compras. O equipamento K, mais sofisticado, tem um
investimento de $ 20.000.000, um valor residual de $ 3.000.000 e uma
vida útil real de 10 anos. O trabalho com esta máquina exigirá um
operador com custo de $ 10.000/hora, fornecendo uma produção de
dez toneladas por hora. Os custos anuais de manutenção e de
operação são iguais a $ 4.000.000. Por outro lado, um equipamento L,
menos sofisticado, poderia ser adquirido com custo inicial de
$ 8.000.000, sem valor residual e uma vida útil real de 5 anos. O
trabalho com esta máquina exigirá 3 operadores com custos de
$ 7.000/hora e um custo anual de manutenção e de operação igual a
$ 2.000.000, fornecendo uma produção de 7 toneladas/hora.
A taxa mínima de atratividade é de 10% a.a.
Pede-se: a) Qual a produção anual que resulta indiferente tanto
comprar K como L? b) Para uma produção anual de 2.000 unidades,
qual equipamento seria preferido? Resolver por CUL.
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Solução:
a) A representação gráfica do fluxo de caixa do equipamento K:
3.000.000

0 1 2 3 4 ... 10

4.000.000 + 1.000u

20.000.000

Custo por hora c/um operador = $ 10.000


Custo horário = $ 10.000/10 = $1000
Produção por hora = 10 ton
A representação gráfica do fluxo de caixa do equipamento L:

0 1 2 3 4 5

2.000.000 + 3.000u

8.000.000

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Calculando os custos uniformes líquidos (CUL) de cada
alternativa:
CULK= 20.000.000 (U/P, 10%, 10) + 4.000.000 + 1000u - 3.000.000 (U/F,
10%, 10)
CULK= 20.000.000 x 0,16275 + 4.000.000 + 1000u - 3.000.000 x 0,06275
CULK= 7.066.750 + 1000u

CULL= 8.000.000 (U/P, 10%, 5) + 2.000.000 + 3000u


CULL= 8.000.000 x 0,26380 + 2.000.000 + 1000u
CULL= 4.110.400 + 3000u
No ponto de equilíbrio, teremos:
7.066.750 + 1000u = 4.110.400 + 3000u
u = 1.478 ton/ano

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b) Para uma produção de 2.000 unidades, temos:
CULK= 7.066.750 + 1000u = 7.066.750 + 1000 x 2000 = 9.066.750
CULL= 4.110.400 + 3000u = 4.110.400 + 3000 x 2000 = 10.110.400
Portanto, como CULK < CULL concluímos que K é preferível.

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Exemplo 5: Uma empresa está estudando produzir um novo
produto para o qual são considerados os seguintes elementos:
- Preço unitário de venda: $ 20.000
- Custo do equipamento: $ 15.000.000
- Custos indiretos anuais: $ 7.000.000
- Custos de operação/manutenção: $ 40.000/hora
- Tempo de produção/1000 unidades: 100 h
- Vida de serviço: 10 anos
- Taxa mínima de atratividade: 12% a.a.
- Valor residual dos equipamentos: nulo
Qual é a produção a partir da qual começa a haver lucro?

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Solução:
Tempo de produção de 1000 unid é de 100 horas 1 unid = 100/1000 = 0,1 h
Custo de operação/manutenção de 1 unid = 40.000 x 0,1 = $ 4.000/unid.
A representação gráfica do fluxo de caixa será:
20.000u

0 1 2 3 4 ... 10

7.000.000 + 4.000u
15.000.000

A produção, a partir da qual começa a haver lucro, é a correspondente ao


ponto de equilíbrio, onde VUL = 0:
VUL = -15.000.000 (U/P, 12%, 10) – 7.000.000 + (20.000 – 4.000) u = 0
-15.000.000 x 0,17698 – 7.000.000 + (20.000 – 4.000) u = 0
-9.654.700 + 16.000 u = 0
U = 603 unid.

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Exemplo 6: Uma empresa está analisando a construção de sua
fábrica e deve decidir se opta pelo pagamento em uma ou em duas
parcelas. São examinadas as seguintes considerações:
Opção 1: Custo de construção com um pagamento no ano zero:
$ 280 milhões;
Opção 2: Custo de construção em dois pagamentos, sendo o
primeiro no ano zero: $ 200 milhões e o segundo no ano 10: $ 240
milhões;
Opção 3: Idem à opção 2, sendo o segundo pagamento no ano 20: $
300 milhões.
a) A vida útil será de 40 anos com valor residual nulo.
b) Os custos de operação/manutenção são os mesmos, quer se
trate de uma ou de duas etapas;
c) A taxa mínima de atratividade é de 10% a.a.
Pergunta-se: 1) Qual a melhor opção?
2) Em que anos deveriam ser efetuados os segundos
pagamentos das opções 2 ou 3 para terem um custo
igual ao da opção 1?
20
Solução:
1) Calculemos os custos presentes líquidos nos 3 casos:
CPL1 = 280
CPL2 = 200 + 240 (P/F, 10%, 10) = 200 + 240 x 0,3855 = 292,52
CPL3 = 200 + 300 (P/F, 10%, 20) = 200 + 300 x 0,1486 = 244,58
Logo, a opção 3 é a melhor pois apresenta o menor custo.
2) Cálculo do ponto de opção equivalente
Por interpolação linear:
292,52 -------- 10
280,00 -------- n
244,58 -------- 20

292,52 244,58 10 20
⇒ 12,61
280 244,58 20
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Análise de Equilíbrio com Múltiplas Alternativas
Exemplo 7:
Uma empresa de arquitetura está estudando um projeto para um
cliente que deseja construir uma edificação para venda de
automóveis. Existem 3 tipos que estão cogitados:
a) Alvenaria estrutural e acabamento com tijolo à vista;
b) Concreto armado e acabamento de concreto aparente;
c) Aço com acabamento de alumínio e vidro.
Os preços da edificação são funções da área do projeto:
Tipo A: $ 21.000.000 para a área de 200 m² e aumentando o preço
na razão de 95.804X, onde X é a área que supera 200 m²;
Tipo B: $ 41.900.000 para a área de 200 m² e aumentando o preço
na razão de 22.727X; e
Tipo C: $ 53.000.000 para a área de 200 m² e aumentando o preço
na razão de 8.057X.
Analisar os preços resultantes e auxiliar na tomada de decisão.
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Solução:
Preços das edificações:
Tipo A: 21.000.000 + 95.804 X
Tipo B: 41.900.000 + 22.727X
Tipo C: 53.000.000 + 8.057X
u = 200 + X
1) Ponto de opção equivalente entre A e B:
21.000.000 + 95.804 x1 = 41.900.000 + 22.727 x1
41.900.000 21.000.000
6 286
95.804 22.727

u1 = 200 + 286 = 486 m²


Valor no ponto de opção equivalente:
V1 = 21.000.000 + 95.804x286 = $ 48.399.944
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2) Ponto de opção equivalente entre A e C:
21.000.000 + 95.804 x2 = 53.000.000 + 8.057 x2
53.000.000 21.000.000
7 365
95.804 8.057
u2 = 200 + 365 = 565 m²
Valor no ponto de opção equivalente:
V2 = 21.000.000 + 95.804x365 = $ 55.968.460

3) Ponto de opção equivalente entre B e C:


41.900.000 + 22.727 x3= 53.000.000 + 8.057 x3
53.000.000 41.900.000
8 757
22.727 8.057
u3 = 200 + 757 = 957 m²
Valor no ponto de opção equivalente:
V3 = 41.900.000 + 22.727x757 = $ 59.104.339
24
Representação gráfica dos pontos de equilíbrios:

Conclusão: Se o projeto tiver a área entre 200 m² até 486 m², leva
vantagem o projeto tipo A; de 486 m² a 957 m² leva vantagem o projeto
tipo B e acima de 957 m² leva vantagem o projeto tipo C.
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Capacidade de Produção e Ociosidade
Devido a inúmeras circunstâncias, a capacidade máxima
de produção não é sempre atingida, trabalhando as
empresas, nesse caso, com capacidade ociosa.
A preocupação fundamental da empresa é aumentar a
capacidade de produção, aumentando assim o domínio
do mercado e também o lucro.
Vamos tomar um caso específico em que a produção
máxima, equivalente a 100%, se dá a uma produção de
100.000 unidades.
Imaginemos que, em virtude das vendas, haja uma
produção normal de apenas 60% da produção máxima,
ou seja, 60.000 unidades.

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Seja a seguinte representação gráfica da análise de
equilíbrio:

Ociosidade

Concluímos que a uma produção real de 60.000 unid. há


uma custo fixo de $ 60 milhões, um custo total de $ 150
milhões e uma receita de $ 252 milhões.
O lucro Z será: Z=252.000.000 – 150.000.000 = 102.000.000
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Se não houvesse ociosidade, haveria uma produção de
100.000 unid., um custo fixo de $ 250 milhões e uma
receita de $ 420 milhões, embora o custo fixo
permanecesse o mesmo ($ 60 milhões).
Teríamos um lucro Z’ de:
Z’ = 420.000.000 – 250.000.000 = 170.000.000
Os custos totais, variáveis e as receitas por unidade em
60% da produção máxima será:
CT/u = 150.000.000/60.000 = 2.500
CV/u = (150.000.000 – 60.000.000)/60.000 = 1.500
R/u = 252.000.000/60.000 = 4.200
Concluímos que se a produção aumentasse de 60.000
unid. para 100.000 unid., o lucro aumentaria de $ 102
milhões para $ 170 milhões, mas esta não é uma
decisão que depende apenas da vontade da empresa. 28
Dumping
É uma prática que consiste na venda de parte da
produção por um preço reduzido em virtude da absorção
do custo fixo pela outra parte produzida.
Há inúmeras inconveniências na prática do dumping,
mas, quando funciona, o lucro é aumentado. Muitas
vezes, o dumping é praticado na exportação de produtos,
quando os produtos internos absorvem os custos fixos;
outras vezes, é praticado na venda de um mesmo produto
com nomes diferentes, sendo que um deles (o mais caro)
absorve os custos fixos.
Vamos resolver o problema anterior com a prática do
dumping, admitindo que 60.000 unidades serão
vendidas no mercado interno e o restante será exportada.
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Representação gráfica da análise de equilíbrio:

30
Vendas internas: 60.000 unidades
Receita: 60.000 x $ 4200 = $ 252.000.000
Custo fixo: 60.000 x $ 1000 = $ 60.000.000
Custo variável: 60.000 x $ 1500 = $ 90.000.000
Custo total: $ 60.000.000 + $ 90.000.000 = $ 150.000.000
Lucro: Z = 252.000.000 – 150.000.000 = $ 102.000.000
Exportação: 40.000 unidades
Receita: 40.000 x $ 3500 = $ 140.000.000
Custo variável: 40.000 x $ 1500 = $ 60.000.000
Lucro: Z’ = 140.000.000 – 60.000.000 = $ 80.000.000
Lucro total: 102.000.000 + 80.000.000= $ 182.000.000
Conclusão: Apesar de ter-se exportado a um preço unitário inferior
($ 3.500/unid. em relação a $ 4.200/unid.), o lucro total acabou
sendo superior, ou seja, $ 182 milhões em lugar de $ 170 milhões,
valor obtido se fossem vendidas as 100.000 unid. sem o dumping.
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Análise de Sensibilidade
A análise de sensibilidade tem por finalidade auxiliar a
tomada de decisão, ao se examinarem eventuais
alterações de valores, como do valor presente líquido, do
valor uniforme líquido, do valor futuro líquido ou de
qualquer outro valor representativo de um fluxo de
caixa, produzidas por variações nos valores dos
parâmetros componentes.
Quando uma pequena variação do valor de um
parâmetro qualquer produz grande alteração no valor
representativo do respectivo fluxo de caixa, dizemos que
a decisão a ser tomada é sensível à variação do parâmetro
considerado. Caso contrário, dizemos que a decisão é
insensível à variação do parâmetro.
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Exemplo 8:
Uma alternativa apresenta a seguinte representação gráfica:
80.000
60.000

0 1 2 3 4 ... 10

5.000
200.000

1) Determinar o valor uniforme líquido considerando ser de


15% a taxa mínima de atratividade.
2) Determinar os valores uniformes líquidos resultantes das
variações dos diversos parâmetros (receitas, custos
operacionais, vida de serviço, valor residual e TMA) em
proporções de ± 10%, ± 20% e ± 50%.
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Solução:
1) Cálculo do valor uniforme líquido:
VUL = -200.000 (U/P, 15%, 10) + (60.000 – 5.000) + 80.000 (U/F,
15%, 10)
VUL = -200.000x0,19925 + 55.000 + 80.000x0,04925 = 19.090
2) Cálculos de Sensibilidade dos Parâmetros no VUL
Receitas anuais: $ 60.000 (± 10%, ± 20% e ± 50%)
VUL+10%= -200.000x0,19925+(66.000–5.000)+80.000x0,04925= 25.084
VUL+20%= -200.000x0,19925+(72.000–5.000)+80.000x0,04925= 31.084
VUL+50%= -200.000x0,19925+(90.000–5.000)+80.000x0,04925= 49.084
VUL-10%= -200.000x0,19925+(54.000–5.000)+80.000x0,04925= 13.084
VUL-20%= -200.000x0,19925+(48.000–5.000)+80.000x0,04925= 7.084
VUL-50%= -200.000x0,19925+(30.000–5.000)+80.000x0,04925=-10.016

34
Custos operacionais: $ 5.000 (± 10%, ± 20% e ± 50%)
VUL+10%= -200.000x0,19925+(60.000–5.500)+80.000x0,04925= 18.584
VUL+20%= -200.000x0,19925+(60.000–6.000)+80.000x0,04925= 18.084
VUL+50%= -200.000x0,19925+(60.000–7.500)+80.000x0,04925= 16.584
VUL-10%= -200.000x0,19925+(60.000–4.500)+80.000x0,04925= 19.584
VUL-20%= -200.000x0,19925+(60.000–4.000)+80.000x0,04925= 20.084
VUL-50%= -200.000x0,19925+(60.000–2.500)+80.000x0,04925= 21.584

Vida de serviço: 10 anos (± 10%, ± 20% e ± 50%)


VUL+10%= -200.000x(U/P,15%,11)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,15%,11)= 20.051
VUL+20%= -200.000x(U/P,15%,12)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,15%,12)= 20.862
VUL+50%= -200.000x(U/P,15%,15)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,15%,15)= 22.477
VUL-10%= -200.000x(U/P,15%,9)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,15%,9)= 17.851
VUL-20%= -200.000x(U/P,15%,8)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,15%,8)= 16.258
VUL-50%= -200.000x(U/P,15%,5)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,15%,5)= 7.201

35
Valor residual: $ 80.000 (± 10%, ± 20% e ± 50%)
VUL+10%= -200.000x0,19925+(60.000–5.000)+88.000x0,04925= 19.478
VUL+20%= -200.000x0,19925+(60.000–5.000)+96.000x0,04925= 19.872
VUL+50%= -200.000x0,19925+(60.000–5.000)+120.000x0,04925= 21.056
VUL-10%= -200.000x0,19925+(60.000–5.000)+72.000x0,04925= 18.689
VUL-20%= -200.000x0,19925+(60.000–5.000)+64.000x0,04925= 18.295
VUL-50%= -200.000x0,19925+(60.000–5.000)+40.000x0,04925= 17.112

TMA: 15% a.a. (± 10%, ± 20% e ± 50%)


VUL+10%= -200.000x(U/P,16,5%,10)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,16,5%,10)= 16.468
VUL+20%= -200.000x(U/P,18%,10)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,18%,10)= 13.864
VUL+50%= -200.000x(U/P,22,5%,10)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,22,5%,10)= 5.868
VUL-10%= -200.000x(U/P,13,5%,10)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,13,5%,10)= 21.616
VUL-20%= -200.000x(U/P,12%,10)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,12%,10)= 24.160
VUL-50%= -200.000x(U/P,7,5%,10)+(60.000–5.000)+80.000x(U/F,7,5%,10)= 31.516

36
Gráfico de Sensibilidade

Conclusão: Variações de até 50% nos parâmetros vida de serviço, custos


operacionais e valor residual não afetam o valor uniforme líquido de forma
significativa, pelo que se pode dizer que tal valor é insensível a estes
parâmetros. Já com relação à TMA e as receitas anuais tais alterações provocam
grandes mudanças nos valores uniformes líquido, pelo que se pode dizer que tal
valor é sensível a alterações destes dois últimos parâmetros. 37
Alavancagem Financeira
Alavancagem significa a capacidade de uma empresa
utilizar ativos ou fundos a um custo fixo de forma a
maximizar o retorno de seus proprietários. Como existe
uma relação direta entre risco e rentabilidade, onde
quanto maior o risco, maior o retorno e vice versa,
alavancagens crescentes significam um grau maior de
incerteza quanto a rentabilidade projetada e por
extensão, um retorno esperado maior.
Existem dois tipos de Alavancagem:
Operacional
Financeira

38
Alavancagem operacional ocorre quando um
crescimento de x% nas vendas provoca um crescimento
de n vezes x% no lucro bruto. O efeito de alavancagem
ocorre pelo fato de que os custos fixos são distribuídos
por um volume maior de produção, fazendo com que o
custo unitário da mercadoria seja reduzido.
Alavancagem financeira é como a empresa utiliza
encargos financeiros fixos a fim de maximizar os efeitos
de variações no lucro antes dos juros e impostos (LAJIR)
sobre os lucros por ação (LPA) da empresa.
Grau de alavancagem é a valorização de uma unidade
monetária de ação ordinária resultante da alavancagem.
Quando o grau de alavancagem > 1 maior ganho para
o acionista em cada ação ordinária, em relação à situação
se não houvesse a alavancagem. 39
Exemplo 9:
Para proporcionar a atual estrutura operacional, a empresa
ABC necessita de recursos que somam R$ 100.000,00. Duas
são as possibilidades:
1. Utilizar 100% de capital próprio.
2. Tomar 30% do capital necessário junto a terceiros, ao custo
médio de 15%.
Supondo uma alíquota de 35% de imposto de renda e que o
nível de produção seja de 25.000 unidades, definir qual das
opções é mais vantajosa.

40
Solução:
Supondo que para n = 25.000 unidades o LAJIR (lucro antes
dos juros e imposto de renda) é de R$ 37.500,00.
O valor pago, a título de juros, quando a empresa trabalha
com 70% de capital próprio, é R$ 4.500,00, ou seja, 15% de
R$ 30.000,00, montante tomado de terceiros.

A análise superficial dos números conduz a uma resposta que


a situação inicial - 100% de capital próprio - é preferível à
segunda, uma vez que o lucro líquido é superior.
41
O lucro líquido em valores absolutos não expressa uma medida de
grande relevância; após analisar, de forma mais minuciosa, verifica-
se:
1. Na situação inicial, 100% de capital próprio, o lucro líquido foi de R$
24.375,00, porém o investimento do acionista foi R$ 100.000,00. Resulta
em um LPA (lucro por ação) de R$ 0,24 ou 24,37%;
2. Na situação proposta, apenas 70% de capital próprio, o lucro líquido foi de
R$ 21.450,00, contudo o investimento do acionista foi de R$ 70.000,00. De
maneira análoga à anterior, o LPA será de R$ 0,30 ou 30,24%.
O grau de alavancagem financeira (GAF) é definido como sendo a
razão entre o LPA com alavancagem pelo LPA sem alavancagem, ou
seja,
; : */: 0,3024
9: 1,2571
; : /: 0,2473
Conclusão: a rentabilidade do acionista sobe, aproximadamente,
25% quando se opta pela segunda situação em detrimento da
primeira, maximizando sua riqueza. 42
43

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