Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Iraneide
Azevedo
UNIDADE 3
Vantagens do custeio
variável e o enfoque de
margem de contribuição
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As empresas se estruturam para atender clientes e produtos por intermé-
dio do consumo de recursos colocados à disposição. Assim, de acordo
com Souza e Diehl (2009), ao ignorar a relação de recursos (custos) fixos
com produtos, assume-se a concepção equivocada de que não existe
associação entre estes, podendo, inclusive, gerar excessos no dimensio-
namento de custos fixos. Embora seja questionável, segundo o ponto
de vista dos princípios e das normas contábeis, o custeio variável assume
grande importância na análise de decisões relativas a custos e preços.
No método do custeio variável, apenas gastos variáveis são considera-
dos no processo de formação de custos dos produtos individuais. Custos
ou despesas indiretas são lançados de forma global contra os resultados.
A margem de contribuição assumida no custeio variável revela também
sua necessidade, pois corresponde ao montante que sobra à empresa
para a cobertura dos custos e das despesas fixas e o lucro depois de
abatidos, das receitas, os custos e as despesas variáveis.
2 Vantagens do custeio variável e o enfoque de margem de contribuição
Método de custeio
É o método usado para a apropriação de custos.
O termo gastos variáveis designa os custos que, em valor absoluto, são propor-
cionais ao volume da produção, isto é, oscilam na razão direta dos aumentos
ou reduções das quantidades produzidas. Assim, teríamos:
R$ 100.000,00 para produzir 100 unidades, ou R$ 200.000,00 para produzir
200 unidades.
Quando convertido em custos por unidade de produto, o valor desses custos
torna-se estável ou fixo, pois redunda no mesmo custo unitário de R$ 1.000,00.
4 Vantagens do custeio variável e o enfoque de margem de contribuição
O termo gastos fixos designa os custos que, em valor absoluto, são estáveis,
isto é, não sofrem oscilações proporcionais ao volume da produção, dentro
de certos limites.
Quando convertido em custos por unidade de produto, o valor desses custos
torna-se variável, pois R$ 150.000,00 imputados a 100 unidades dão um
custo de R$ 1.500,00 por unidade, e imputados a 200 unidades dão um custo
unitário de R$ 750,00.
Os custos sofrem uma diluição maior quanto maior for a quantidade pro-
duzida (CREPALDI, 2011).
a) A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa
a sua subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do
período.
b) Na prática, a separação de custo fixos e variáveis não e tão clara como
parece, pois existem custos, semivariáveis e semifixos, podendo o
custeamento direto incorrer em problemas semelhantes de identificação
dos elementos de custeio.
c) O custeamento direto é um conceito de custeamento e análise de custos
para decisões de curto prazo, mas subestima os custos fixos, que são
ligados à capacidade de produção e de planejamento de longo prazo,
podendo trazer problemas de continuidade para a empresa.
Custos semivariáveis são custos que variam com o nível de produção, entretanto, têm
uma parcela fixa, mesmo que nada seja produzido. Exemplo: conta de energia elétrica
da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima, mesmo que nada seja
gasto no período.
Já os custos semifixos são custos que são fixos em uma determinada faixa de pro-
dução, mas que variam se houver uma mudança dessa faixa, como, por exemplo, a
necessidade de supervisores de produção de uma empresa.
Nesse caso, o custo unitário do produto vendido obtido pelo método do custeio
variável seria o apresentado no Quadro 2.
Vantagens do custeio variável e o enfoque de margem de contribuição 7
Total = R$ 7,325,00
Matéria-prima R$ 75,00
Total R$ 150,00
8 Vantagens do custeio variável e o enfoque de margem de contribuição
Depreciação 300,00
Total R$ 6.000,00
Lucro R$ 1.500,00
Margem de contribuição
É a diferença entre o preço de venda e o custo e as despesas variáveis de cada
produto ou serviço. A margem de contribuição é o valor que cada unidade con-
tribui para o pagamento de custos e despesas fixos e para a formação do lucro.
Suponha que a empresa Bastian compre bermudas por R$ 40,00 e revende a R$ 70,00,
pagando 10% de imposto e 3% de comissão para os vendedores, temos:
RBV = 70
CV = 40
DV = 0,10 (Imposto) x 70 (RBV) + 0,03 (Comissão) x 70 (RBV) = 7 + 2,10 = 9,10
MCU = RBV – (CV + DV),
MCU = 70 – (40 + 9,10) = 70 – 49,10 = 20,90
Isto quer dizer que cada bermuda tem uma margem de contribuição unitária de
R$ 20,90. Para saber o percentual da margem de contribuição, basta dividir o valor
calculado pelo preço de venda da bermuda e multiplicar por 100.
Caso essa empresa tenha apenas esse produto no catálogo, para que ela dê lucro,
seu custo fixo deverá ser menor do que R$ 2.520,00.
Sendo que:
MC = margem de contribuição
RBV = receita bruta de venda
CV = custo variável
DV = despesas variáveis
Ponto de equilíbrio é um índice percentual que marca o ponto em que as vendas criam
receitas que se igualam às despesas e aos custos de uma operação.
12 Vantagens do custeio variável e o enfoque de margem de contribuição
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços. São Paulo: Atlas, 2004.
CALESSO, D. B. Análise de custos com foco nos métodos ABC, variável e absorção. 2010.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis)-Faculdade de Ci-
ências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Dis-
ponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25797/000751256.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 22 abr. 2018.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE MARABÁ. Custos para a tomada de decisão. 2014.
Disponível em: <https://docgo.net/embed/4-custos-para-tomada-de-decisao-4-
-1-ma-pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.
CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C. Curso de contabilidade para não contadores. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
LEONE, G. Custos: um enfoque administrativo. 14. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001
LIMA, E. B. Contabilidade de custos.
MARQUES, W. L. Formação de preço de vendas para micro e pequena empresa, utilizando
análise de custos e método de tempos e movimentos. Cianorte, 2007.
MEGLIORINI, E. Análise crítica dos conceitos de mensuração utilizados por empresas
brasileiras produtoras de bens de capital sob encomenda. 2003. 213 f. Tese (Doutorado
em Ciências Contábeis) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação
contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
16 Vantagens do custeio variável e o enfoque de margem de contribuição
Leituras recomendadas
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
DUTRA, R. G. Custos: uma abordagem prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
FERREIRA, J. A. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
LEONE, G. S. G. Curso de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas,1997.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e margens analisados
sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos fácil. 6. ed. São Paulo: Saraiva: 1999.
DE SOUZA, M.A.; DIEHL, C.A. Gestão de custos: uma abordagem integrada entre con-
tabilidade, engenharia e administração. São Paulo: Atlas, 2009.
Conteúdo: