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Economia para Administração

Prof. Maíra Penna Franca

Lista 2 - Teoria da Firma

1) Qual o objetivo da firma e o que ela precisa fazer para alcançar esse objetivo?

O objetivo da firma é maximizar o lucro (𝜋), que é igual a receita total (RT) menos o
custo total (CT). Para isso, a firma terá que escolher a quantidade de insumos (capital,
trabalho, matérias primas) para produzir um determinado nível de produto (q).

𝜋 = 𝑅𝑇 − 𝐶𝑇

• Qual a diferença o lucro contábil e o lucro econômico?


• Lucro econômico leva em consideração o custo econômico, que inclui os
custos de oportunidade.
• Lucro contábil< lucro econômico

2) Qual a diferença entre curto e longo prazo no que diz respeito a uma firma?

No curto prazo, pelo menos um dos insumos é fixo. Se pressupõe que o fator capital
(K) é fixo.
K = bens de capital, máquinas e equipamentos, instalações. É o que determina o
tamanho da fábrica. A variação na quantidade produzida só é possível a partir de
variações nos fatores variáveis (trabalho, matéria prima).
O longo prazo é o período necessário para tornar todos os fatores de produção
variáveis. No longo prazo as empresas podem modificar a capacidade de suas
fábricas.

3) O que é uma função de produção? Em que uma função de produção a longo prazo
difere de uma função de produção a curto prazo?

A função de produção expressa a relação entre insumos e produto. Ou seja, descreve,


de forma matemática a quantidade de produto que pode ser obtido através da
combinação de diferentes quantidades de insumos para uma dada tecnologia.

q = F (K,L)

No curto prazo um dos insumos é fixo, e no longo prazo todos os insumos são
variáveis. Um aspecto importante é que a inexistência de insumos fixos de longo prazo
torna a função de produção no longo prazo mais flexível comparativamente à de curto
prazo.

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4) Por que o Produto Marginal de um fator de produção é decrescente?

O produto marginal pode ser definido como o produto extra produzido por uma
unidade a mais de insumo (por exemplo, a diferença na produção quando o trabalho
de uma empresa é ampliado de cinco para seis unidades).

∆𝑞
PmgL = ∆𝐿

O produto marginal de um fator é decrescente devido à lei dos rendimentos


marginais decrescentes: conforme aumenta o uso de um determinado fator de
produção, mantendo-se fixos os demais fatores, chega-se a um ponto em que a
produção adicional obtida decrescerá. Na teoria da firma, no curto prazo, como o fator
capital (K) é fixo, isso significa dizer que o tamanho da fábrica e a quantidade de
máquinas e equipamentos é fixa, variando apenas o fator trabalho. Para quantidades
iniciais de trabalho, o produto marginal aumenta à medida que empregamos mais do
insumo trabalho. A partir de um determinando nível, quanto mais unidades de
trabalho são utilizadas, menos resultado cada unidade desse insumo irá gerar no
resultado final da produção.

PRODUTO MARGINAL
45
40
PRODUTO MARGINAL

35
30
25
20
15
10
5
0
1 2 3 4 5 6 7
TRABALHADORES

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5) Represente graficamente as curvas de custo marginal e custo total médio de uma
empresa típica. Explique por que as curvas têm o formato apresentado e por que se
cruzam em determinado ponto.

O custo total consiste nos custos de todos os insumos necessários para produzir uma
determinada quantidade de produto. Inclui custos fixos e custos variáveis. O custo
total médio (CTMe) é o custo de uma unidade de produto e é igual ao custo total
dividido pela quantidade produzida. Já o custo marginal (CMg) é o custo de produzir
uma unidade adicional de produto, equivale à variação no custo total dividido pela
variação na quantidade.

𝐶𝑇
CTMe= 𝑞
∆𝐶𝑇
CMg= ∆𝑞

Sempre que o custo marginal for menor que o custo total médio, o CTMe irá diminuir
à medida que a produção aumenta (o custo acrescentado por uma unidade a mais
produzida é menor que a média). A partir do ponto em que o custo marginal passa a
ser maior que o custo total médio, o CTMe irá aumentar, conforme aumenta a
produção, isto é, o CTMe estará no segmento crescente da sua curva (cada unidade a
mais produzida tem um custo maior que a média).

CMg=CTMe — quando o custo marginal é igual ao custo total médio,


este estará em seu mínimo (menor custo médio por produto);

No ponto em que as curvas de custo marginal e custo total médio se cruzarem


teremos o nível de escala eficiente. Sendo que a escala eficiente é o nível de
produção em que temos o menor custo total médio; ou seja, o menor custo por
unidade padrão.

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6) Complete as frases abaixo com o tipo de custo mais adequado a cada uma delas:

a. Aquilo de que você desiste para obter alguma coisa chama-se


custo de oportunidade.

b. O custo total médio diminui quando o custo marginal é menor do que ele, mas
aumenta quando o custo marginal é maior.

c. Um custo que não depende da quantidade produzida é um custo fixo.

d. Na indústria de sorvetes, no curto prazo, o custo variável inclui o custo do creme


e do açúcar, mas não o custo da fábrica.

e. O lucro é igual à receita total menos o custo total.

f. O custo de produzir uma unidade adicional é o custo marginal.

7) Sua tia está pensando em abrir uma pequena loja de roupas. Ela estima que lhe
custaria R$ 500 mil por ano para alugar um imóvel e comprar o estoque. Além disso,
ela teria de abrir mão de seu emprego como contadora, em que ganha R$ 50 mil por
ano.

a. Defina o custo de oportunidade.

O custo de oportunidade é aquilo de que você abre mão ao fazer uma escolha entre
duas alternativas conflitantes.

b. Qual o custo de oportunidade de sua tia de operar uma loja de roupas por
um ano? Se ela achar que pode vender $ 510 mil em mercadorias por ano,
deve abrir a loja? Explique.

O custo de oportunidade de administrar a loja de roupas é de R$ 550.000, consistindo


em R$ 500.000 para alugar a loja e comprar o estoque e um custo implícito de R$
50.000, porque sua tia deixaria o emprego como contadora para administrar a loja.
Como o custo de oportunidade total de $ 550.000 excede a receita projetada de R$
510.000, sua tia não deve abrir a loja, pois seu lucro econômico seria negativo.
Nesse exemplo, o lucro contábil é positivo, e o lucro econômico é negativo.

Lucro contábil diferente do Lucro econômico


Lucro contábil = R$ 510.000 – R$ 500.000 = R$ 10.000
Lucro Econômico = R$ 510.000 – R$ 500.000 – R$ 50.000 = R$ - 40.000
➔ Prejuízo

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8) A Nimbus, Inc. fabrica vassouras e as vende de porta em porta. Eis a relação entre o
número de trabalhadores e a produção da Nimbus em um determinado dia:

a. Preencha a coluna do produto marginal. Que padrão pode ser identificado?


Como você pode explicá-lo?

∆𝑞
PmgL = ∆𝐿

∆𝑞 20−0
Na primeira unidade de trabalho: = = 20
∆𝐿 1−0
∆𝑞 50−20
Na segunda unidade de trabalho: ∆𝐿 = = 30
2−1
∆𝑞 90−50
Na terceira unidade de trabalho: ∆𝐿 = = 40
3−2
E assim por diante:

Produto
Trabalhadores Produção
Marginal

0 0 -
1 20 20
2 50 30
3 90 40
4 120 30
5 140 20
6 150 10
7 155 5

a. O produto marginal aumenta no início, com emprego dos três primeiros


trabalhadores. A partir do 4º trabalhador o produto marginal diminui devido à lei dos
rendimentos marginais decrescentes.

P RO D U TO
M A RG I NAL
50
PRODUTO MARGINAL

40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7
TRABALHADORES

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b. Um trabalhador custa $ 100 por dia e a empresa tem custo fixo de $ 200. Use
essa informação para preencher a coluna do custo total.

CT = CF + CV
CV = Número de trabalhadores*Salário

Custo
Custo Custo Custo Custo
Trabalhadores Produção total
Fixo Variável total marginal
médio
0 0 200 - 200 - -
1 20 200 100 300 15.00 5.00
2 50 200 200 400 8.00 3.33
3 90 200 300 500 5.56 2.50
4 120 200 400 600 5.00 3.33
5 140 200 500 700 5.00 5.00
6 150 200 600 800 5.33 10.00
7 155 200 700 900 5.81 20.00

c. Preencha a coluna do custo total médio. (Lembre-se de que o CTM = CT/Q.)


Que padrão pode ser identificado?

𝐶𝑇
CTMe= 𝑞
300
Na primeira unidade de trabalho, CT = = 15
20
400
Na segunda unidade de trabalho, CT = =8
50
500
Na terceira unidade de trabalho, CT = = 5,56
90
E assim por diante.

O custo total médio decresce até o nível de produção = 140. A partir desse ponto, o
custo total médio se torna crescente .

d. Agora preencha a coluna do custo marginal. (Lembre-se de que o CMg =


∆CT/∆Q.) Que padrão pode ser identificado?

∆𝐶𝑇
CMg= ∆𝑞

300−200 100
Na primeira unidade de trabalho, CMg = = =5
20−0 20
400−300 100
Na segunda unidade de trabalho, CMg = = = 3,33
50−20 30
500−400 100
Na terceira unidade de trabalho, CMg = = = 2,5
90−50 40

6
600−500 100
Na quarta unidade de trabalho, CMg = = = 3,33
120−90 30
E assim por diante.

O custo marginal é decrescente nas três primeiras unidades de trabalho, a partir do


4º trabalhador o custo marginal é crescente, devido à diminuição do produto
marginal.

e. Compare a coluna de produto marginal e a coluna de custo marginal.


Explique a relação entre elas.

As duas curvas possuem uma relação inversa. Quando o produto marginal está
aumentando, o custo marginal está caindo e vice-versa.

PRODUTO CUSTO MARGINAL


MARGINAL 25
CUSTO MARGINAL

50 20
PRODUTO MARGINAL

40
15
30
20 10
10 5
0 0
1 2 3 4 5 6 7 0 20 40 60 80 100120140160180
TRABALHADORES QUANTIDADE

f. Compare a coluna de custo total médio e a coluna de custo marginal.


Explique a relação entre elas.

Quando o custo marginal é menor que o custo total médio, o custo total médio está
caindo pois o custo da última unidade produzida puxa a média para baixo. Quando o
custo marginal é maior que o custo total médio, o custo total médio está aumentando;
o custo da última unidade produzida empurra a média para cima.

Custos
25

20

15
Custo

10

0
20 50 90 120 140 150 155
Quantidade

Custo total médio Custo marginal

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9) Um pescador profissional observa a seguinte relação entre o número de horas
que passa pescando e a quantidade de peixes que consegue pescar:

a. Qual é o produto marginal de cada hora gasta pescando?

∆𝑞
PmgL = ∆𝐿
∆𝑞 10−0
Na primeira hora de pesca, ∆𝐿 = = 10
1−0
∆𝑞 18−10
Na segunda hora de pesca, ∆𝐿 = =8
2−1
∆𝑞 24−18
Na terceira hora de pesca, ∆𝐿 = =6
3−2

E assim por diante. O Produto marginal é decrescente desde o início.

Peixe Produto
Horas
(Kg) Marginal

0 0 -
1 10 10
2 18 8
3 24 6
4 28 4
5 30 2

b. Use esses dados para representar graficamente a função de produção do


pescador. Explique seu formato.

O gráfico representa a função de produção do pescador. A função de produção


torna-se mais plana à medida que o número de horas gastas na pesca aumenta,
ilustrando a redução do produto marginal.

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q = f(L)

c. O pescador tem custo fixo de $ 10 (sua vara de pescar). O custo de oportunidade


de seu tempo é de $ 5 por hora. Represente graficamente a curva de custo total
do pescador. Explique seu formato.

CT = CF + CV

O gráfico mostra a curva de custo total do pescador. A curva tem uma inclinação
ascendente porque a captura de peixes adicionais leva mais tempo. Cada hora
adicional gasta pescando produz quantidades menores de peixes, com isso o custo
total aumenta com maior intensidade para níveis de produção mais elevados.

Peixe Produto Custo Custo Custo


Horas
(Kg) Marginal Fixo Variável total

0 0 - 10 0 10
1 10 10 10 5 15
2 18 8 10 10 20
3 24 6 10 15 25
4 28 4 10 20 30
5 30 2 10 25 35

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Custo total
Custo total (R$) 40
30
20
10
0
0 4 8 12 16 20 24 28 32
Quantidade de peixe (kg)

Função de produção
Quantidade de peixes (kg)

40
30
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6
Horas pescando

10) A função de custo total a curto prazo de uma empresa é expressa pela equação
CT = 190 + 53Q, em que CT é o custo total e Q é a quantidade total produzida.

a. Qual é o custo fixo da empresa?

O custo fixo é aquele que não depende da quantidade a ser produzida, ou seja,
que não tem o fator Q.
CF = 190

b. Caso a empresa produzisse 10 unidades de produto, qual seria seu custo


variável médio?

Custo variável é aquele que se altera conforme a quantidade produzida, ou seja, é


o que acompanha o fator de produção Q.
CV = 53.Q
CV (10) = 53.10=530

CVMe (10) = (53 x 10) / 10


CVme = 53

c. Qual é seu custo fixo médio?

10
CF = 190
CFMe (10) = 190 / 10
CFMe = 19

Leitura: índice Frangão

https://odia.ig.com.br/economia/2022/05/6398944-prefeitura-do-rio-cria-
frangao-carioca-que-analisa-o-preco-do-frango-assado-em-toda-a-
cidade.html

https://s3.glbimg.com/v1/AUTH_8b29beb0cbe247a296f902be2fe084b6/202
2/INDICE-FRANGAO-CARIOCA-VERSAO-FINAL.pdf

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