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LUCAS EMANOEL SALDANHA SANTOS

A LOGISTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO COMO


FORMA DE ECONOMIA SUSTENTÁVEL

tAUBATÉ
2018

TAUBATÉ
2018
LUCAS EMANOEL SALDANHA SANTOS

A LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO COMO


FORMA DE ECONOMIA SUSTENTÁVEL

Projeto apresentado ao Curso de engenharia de


produção mecânica (produção) da Instituição
Anhanguera Taubaté unidade II
Orientador(a): Joana Repinaldo

TAUBATÉ
2018
LUCAS EMANOEL SALDANHA SANTOS

A LOGISTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO COMO


FORMA DE ECONOMIA SUSTENTÁVEL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


faculdade Anhanguera de Taubaté como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado em
Engenharia de Produção.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

__________________________________
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

__________________________________
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Dedico este trabalho, a minha família e
aos amigos que estiveram sempre ao
meu lado.
SALDANHA SANTOS, Lucas Emanoel.
A LOGISTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO COMO FORMA DE ECONOMIA
SUSTENTÁVEL
2018.43. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de
Produção) – Anhanguera, Taubaté - SP, 2018.

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo geral verificar se a logística reversa de


pós-consumo é uma forma sustentável e se contribui positivamente para a
formação da imagem de marca. Verificou-se com este trabalho que as formas de
reutilização dos produtos que passam por processo de reaproveitamento é digno
de se valorizar, pois contribui positivamente. Para se compreender
bibliograficamente os avanços relacionados à logística, devem-se entender as
ações em logística reversa de pós-consumo e obter assim a imagem de marca –
usando o que é possível para entender se a empresa que pratica a logística
reversa de pós-consumo é bem vista pelo consumidor. Objetivando atingir os
objetivos foi realizada uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica foi
fundamentada em teoria de diversos autores e foi feita uma análise dessas obras
e sintetizadas neste artigo. Chegou-se à conclusão de que as industrias estão se
preocupando cada vez mais com a satisfação de seus clientes pelos seus
produtos e estão também preocupadas com a sua imagem perante a sociedade
com relação a reciclagem e reuso de seus produtos para que se tenha uma
sociedade ambientalmente correta.

Palavras-chaves: Logística, Avanços, Logística Reversa, Meio Ambiente.


SALDANHA SANTOS, Lucas Emanoel. REVERSAL LOGISTICS OF POST-
CONSUMPTION AS A FORM OF SUSTAINABLE ECONOMY
2018.43. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de
Produção) – Anhanguera, Taubaté - SP, 2018.

ABSTRACT

The present work has as general objective to verify if the post-consumer reverse
logistics is a sustainable form and if it contributes positively to the formation of the
brand image. It was verified with this work that the forms of reutilization of the
products that undergo reutilization process is worthy to be valued, since it
contributes positively. In order to understand the logistic advances, it is necessary
to understand the actions in post-consumer reverse logistics and thus obtain the
brand image - using the example of the brand - it is possible to understand if the
company that practices the reverse logistics of consumption is well regarded by
the consumer. In order to reach the objectives, a bibliographical research was
carried out. The bibliographic research was based on the theory of several authors
and an analysis of these works was made and synthesized in this article. It has
come to the conclusion that industries are increasingly concerned about their
customers' satisfaction with their products and are also concerned about their
image towards society regarding recycling and reuse of their products so that we
have an environmentally friendly society correct

Keywords: logistics, advances, reverse logistics, environment.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxo cadeia de suprimentos.................................................................15


Figura 2- Fluxo cadeia de suprimentos 2...............................................................16
Figura 3 - Representação Esquemática dos Processos Logísticos Diretos e
Reversos.................................................................................................................17
Figura 4 - Atividades Logísticas na Cadeia de Suprimentos..................................27
Figura 5 - Processos de logística............................................................................29
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


SCM - Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos)
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 11

2. LOGISTICA....................................................................................................................................... 14

2.1 SURGIMENTO..................................................................................................................................14
2.2 LOGISTICA EMPRESARIAL/CADEIA DE SUPRIMENTOS...........................................................................14
2.3 LOGISTICA REVERSA..............................................................................................................................16
2.3.1 DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA REVERSA.................................................................................................17

3. IMPORTÂNCIA DA LR...................................................................................................................... 21

3.1 FORMAS DE GESTÃO DA LR...................................................................................................................22


3.2 FATORES QUE MOTIVAM A IMPLANTAÇÃO DA LR.......................................................................................24
3.2.1 SENSIBILIDADE ECOLÓGICA..............................................................................................................24
3.2.2 COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL....................................................................................................25
3.2.3 DIFERENCIAÇÃO DA IMAGEM CORPORATIVA..................................................................................25

4. ATIVIDADES DA LOGÍSTICA REVERSA................................................................................................... 26

5. LOGISTICA E EFICIENCIA ECONOMICA................................................................................................. 26

5.1 LOGISTICA EMPRESARIAL.....................................................................................................................26


5.2 ECONOMIA SUSTENTAVEL...................................................................................................................27

6. LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO.............................................................................................. 28

7. DEFINIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE.................................................................................................... 30

8. IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA...............................................................................................30

8.1 LOGISTICA E MEIO AMBIENTE...............................................................................................................31

9. A LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO...........................................................................................32

10. CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE REUSO...................................................................................33

11. CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE RECICLAGEM.........................................................................33

12. REVALORIZAÇÃOLEGAL DOS BENS DE PÓS-CONSUMO.......................................................................33

13. IMAGEM DA MARCA......................................................................................................................... 34

14. IMAGEM DE MARCA E O CONSUMIDOR............................................................................................35

16. DISCUSSÃO...................................................................................................................................... 36

17. METODOLOGIA................................................................................................................................ 37
18. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................... 39
1. INTRODUÇÃO

A logística se caracteriza como processo extremamente importante


nas empresas e indústrias, no caso da logística reversa de pós-consumo o
ciclo de entrada, processamento até a chegada ao cliente final é feito de
forma inversa com o produto ou material retornando para a origem de
forma a ser reaproveitado ou recondicionado dependendo das condições.
No cenário social e econômico as organizações têm buscado cada vez mais se
aperfeiçoar e trabalhar para que as questões financeiras e socioambientais
caminhem juntas, diante disso o processo logístico através da logística reversa
pode ter grande participação para que se consiga atender essa necessidade de
ser economicamente sustentável.
A logística atua nas empresas e indústrias como um dos fatores mais importantes
para que se obtenha resultados positivos (ou não), diante dessa influência de
quais formas a logística reversa de pós-consumo pode impactar no setor
financeiro das organizações? O objetivo deste trabalho se resume a entender
como a logística reversa de pós-consumo pode agregar seus resultados dentro da
sustentabilidade econômica das organizações, abrangendo desde o seu
surgimento, a sua relevância, sua estruturação e seus benefícios.
Este trabalho tem como objetivo abordar o surgimento da logística reversa,
compreender a economia sustentável, entender logística reversa de pós
consumo. Os objetivos específicos foram compreender os benefícios da logística
reversa, dar início a análise dos processos logísticos gerais a sua evolução e
renovação ao longo do tempo diante das novas tecnologias, até o surgimento e
difusão da logística empresarial ilustrando os cenários que levaram o nascimento,
relevância, estruturação, benefícios e importância econômica do processo
logístico reverso.
Para o seguimento do trabalho foi necessário a identificação dos fatores que são
relevantes numa economia sustentável, economia esta que tem como meta o
equilíbrio perfeito -ou quase perfeito- entre a preservação do meio social e
ambiental paralelo ao desenvolvimento econômico. No desenvolvimento do
trabalho foi preciso abranger ainda mais afundo o método logístico de pós-
consumo, que apesar de uma lógica simples possui diversos fatores que agregam
12

alguma complexidade. A estruturação do processo em si, as leis que regem o


processo, os custos de uma implantação e por fim os benefícios econômicos do
processo e sua relevância.
As discussões acerca deste tema são essenciais pois a sua importância e
impacto na sociedade e no meio ambiente são iminentes, a redução de lixos que
agridem o meio ambiente, o reaproveitamento ou reciclagem de materiais são
fatos que agregam valor as organizações e as comunidades e regiões em que
atuam.
O trabalho desenvolvido visa obter conhecimento sobre todas as etapas e
condições favoráveis (ou não) que a logística reversa de pós-consumo faz parte
dentro de um processo através da procura pela eficiência e equilíbrio entre o lucro
e a preservação ambiental.
O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma revisão de literatura, no qual
foi realizada consulta a livros, dissertações e em artigos científicos selecionados
através de busca nas seguintes bases de dados (livros, sites de banco de dados,
etc.) LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e competitividade.
In: Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2009”, “GUARNIERI,
Patrícia. Logística reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental.
Patrícia Guarnieri, 2011. “e “NOVAES, Antônio”“. Logística e gerenciamento da
cadeia de distribuição. Elsevier Brasil, 2016, O período dos artigos pesquisados
foram os trabalhos publicados nos últimos 20 anos
As palavras-chave utilizadas na busca foram: logística reversa, logística de pós-
consumo, economia sustentável, desenvolvimento sustentável, logística cadeia de
suprimentos, impactos da logística no meio ambiente, benefícios econômicos.

Conforme Fuller et al. (1995), na maioria das vezes o lixo é tratado com toda
indiferença da época das cavernas, quando realmente ele não era problema
nenhum, ou seja, pela quantidade gerada não era nenhum problema pela maior
facilidade de reciclá-lo. Contudo, a quantidade de lixo gerado no mundo em que
se vive tem recebido um direcionamento impróprio, por isso provoca gastos
financeiros significativos, além de levar a grandes desastres ambientais, e
comprometer a saúde das pessoas. As iniciais indústrias que surgiram numa fase
em que não existia a preocupação com os problemas ambientais, e pela melhor
13

diminuta escala de produção, a fumaça era sinal de progresso e desenvolvimento


de um país, usando como propaganda de símbolo de desenvolvimento pelos
políticos (DONAIRE, 1999).
Ainda a Conferencia de Estocolmo em 1972, foi um marco inicial da atenção a
preservação e cuidado com o meio ambiente. O programa foi o primeiro encontro
de representantes de vários países, para debaterem os problemas ambientais que
estavam prestes a ocorrer.
Kraemer (2006) diz que a preocupação do mundo era em relação ao meio
ambiente e a sua tendência para um consenso em torno da adesão de uma nova
maneira de desenvolvimento que combina a eficiência econômica com a justiça
social e cuidada ecológico.
A LR é uma atividade que tem muita preocupação em reaproveitar, reciclar e
reutilizar ou dar destinação final própria aos materiais, componentes e resíduos
industriais, produzindo valor as diferentes naturezas.
O processo LR divide-se em duas seções: pós-venda e pós-consumo. São
chamadas de pós-venda, componentes com pouco uso e que retornam as
lojas/fábricas por diversos fatores como acordos comerciais estabelecidos
previamente entre as partes, para substituir componentes, entre outros. Está é um
setor da logística bem aplicada as empresas/lojas, no entanto, nem sempre são
denominadas com uma atividade LR.
São ditos como bens pós-consumo materiais em seu estado final de vida ou que
ainda mostram condições de serem usados novamente, resíduos industriais. Ele
são característicos por terem a possibilidade de originar novos produtos, ou pela
reciclagem ou pela reutilização das partes.
O processo de instituição do LR é estimulado por fatores que dão valor ao produto
retomado. Estes fatores orientam-se por questões ambientais, aumento de
competição empresarial, diminuição de custos, legislação, e outras.
As atividades da LR são incrementadas pela sociedade em geral e mostram que
cada vez mais estão preocupadas com os assuntos ecológicos e em consumir
produtos que não estão agredindo o meio ambiente em que vivem. Dessa forma,
os empresários e fabricantes procuram adequar-se as solicitações, adaptando o
processo de produção para obterem-se os produtos ecologicamente corretos.
14

Assim as empresas diminuem os riscos de multas ambientais, aumentando assim


a possibilidade de lucros, por estarem vendendo produtos de valor agregado.

2. LOGISTICA

2.1 SURGIMENTO

A logística está presente em diversas atividades no dia a dia das empresas no


mundo contemporâneo e é um processo cada vez mais relevante para o sucesso
das organizações. Porem a logística empresarial deriva da logística clássica
impulsionada pela necessidade de suprir eventuais necessidades nas grandes
guerras mundiais. Segundo Ching (2009), as tropas bélicas tinham que
assegurar de alguma forma o seu suprimento conforme progrediam nas batalhas,
competindo aos seus generais criar diferentes estratégias e táticas militares para
que o deslocamento de seus homens incidisse no andamento adequado, na hora
certa, levando assim seus armamentos e outros artefatos para a guerra. Essas
estratégias necessitavam ser feitas de maneira precisa para que houvesse o
sucesso, qualquer erro poderia decretar uma derrota.
O processo de evolução se deu através das batalhas armadas durante os séculos
XIX e XX, como cita Novaes (2001), a logística teve grande evolução ao longo
dos anos e tornou-se um processo extremamente importante como diferencial
competitivo das organizações. A logística é uma atividade primordial para uma
estratégia de negócio de sucesso, com objetivo de garantir a sustentabilidade das
empresas agregando a isso, a redução de custos, a rapidez e agilidade no
atendimento a compradores junto à competitividade são fatores que dão maior
importância à logística.

2.2 LOGISTICA EMPRESARIAL/CADEIA DE SUPRIMENTOS

As atividades logísticas bem como o gerenciamento de cadeia de suprimentos


têm objetivamente como missão gerir todos os trabalhos que se referem à
logística interna-externa de uma empresa, além de agregar formas de controle,
15

gestão e colaboração entre todos os integrantes que compõe essas tarefas


(fornecedores, empresas prestadoras de serviço e consumidores finais.).
Segundo define Ballou (2006 p. 26) “a logística empresarial é um campo
relativamente novo do estudo da gestão integrada, das áreas tradicionais das
finanças, marketing e produção”. Doze anos após a publicação da definição acima
citada, os objetivos de cadeia integrada evoluíram e a proposta final foi mais bem
definida. A integração proposta pela logística empresarial visa uma maior
velocidade e precisão no fluxo de informações e produtos/serviços na figura 1 é
possível ver como funciona esse fluxo:

Figura 1 - Fluxo cadeia de suprimentos

Fonte: Portopédia (2018)

Percebe-se que o devido fluxo necessita de uma coordenação para sucesso do


processo de SCM como cita Novaes (2015 p. 10) “a logística tem um papel muito
importante no processo de disseminação da informação, podendo ajudar
positivamente caso seja bem equacionado, ou prejudicar seriamente os esforços
mercadológicos quando mal formulado.”
O fluxo apresentado acima necessita que a integração entre áreas esteja bem
elaborada e coesa, para tanto a cadeia logística tem a seguinte estrutura
visualizada na Figura 2:
16

Figura 2- Fluxo cadeia de suprimentos 2


Fonte: Guarnieri (2006)

De acordo com Guarnieri (2011, p.26):


Cada uma das áreas logísticas acima tem uma função especifica e
primordial na criação de valor para o cliente e buscam conjuntamente o
alinhamento dos processos de negócios. Inicialmente a logística direta é
a mais afeta pelo SCM, porem a logística reversa também necessita de
uma integração coesa para que se tenha resultados positivos atrelando
ainda a questão sustentável ao processo.

2.3 LOGISTICA REVERSA

Quando se fala em logística o pensamento como a gestão do fluxo de materiais


desde sua entrada passando pelos processos diversos até o seu ponto de
consumo. Porém, as empresas têm se atentado a um movimento em que esse
fluxo reverso também deve ser feito, isto é o material já consumido pelo cliente
final retornando a origem de forma a reduzir desperdícios e ao mesmo tempo
dando importância a sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
Segundo Guarnieri (2011), o ambiente empresarial é muito dinâmico e perante
isso é preciso ter constantemente evoluções em seus níveis de serviço logístico
de forma a atender as necessidades dos consumidores, não considerando
somente a visão interna da empresa de redução nos custos e o aumento nos
lucros.
17

O conceito de logística reversa está diretamente atrelado a premissa de que o


produto não tem sua vida acabada com a entrega ao consumidor final, isto é, a
obsolescência ou avaria dos mesmos deve se iniciar o ciclo reverso onde os
materiais reaproveitados voltam para o processo de logística.

2.3.1 DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA REVERSA

Segundo Stock (1998), a logística reversa refere-se ao papel da área no retorno


de produtos, e a redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de
materiais, colocação de resíduos, reforma, reparação e remanufatura A logística
reversa colocam-se em todas as operações ligadas ao reuso de produtos e
materiais. Esta ligada a todas as atividades de coleta, desmonte e processo de
produtos usados, parte de bens, e/ou materiais para se assegurar a recuperação
sustentável do meio ambiente (REVLOG, 2001). Leite (2003) afirma que a
logística reversa é uma forma de gestão eficiente e de pouco custo do fluxo de
materiais, estoques em processos, produtos terminados e informações ligadas ao
reaproveitamento, reciclagem, reutilização ou disposição, recuperação total em
partes do valor, reduzindo os impactos e os custos ambientais. Na figura 3 logo
abaixo, a representação esquemática dos processos logística Direta e Reversa.

Figura 3 - Representação Esquemática dos Processos Logísticos Diretos e


Reversos

Fonte: Lacerda (2018)


18

Na logística reversa há dois fatores diferenciais, são eles: logística reversa de


pós-consumo e de pós-venda. A logística reversa de pós-consumo vem sendo
tema de estudo e aperfeiçoamento ao longo do tempo, com os avanços das
tecnologias no mundo contemporâneo essas discussões se tornaram ainda mais
importantes, pois o processo de logística reversa faz parte do processo de
sustentabilidade empresarial que de acordo com Guarnieri (2011, p. 25) “a visão
sustentável no ambiente de negócios insere uma nova realidade, na qual é
necessário reconsiderar o uso dos recursos naturais” já de acordo com Lacerda
(2002, p.02) “ A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com
sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não
funcionam e deve retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente
descartados, reparados ou reaproveitados”. Com base na opinião dos autores
citados pode-se dizer que o reaproveitamento de recursos se torna não só uma
pratica, mas sim um objetivo nas empresas, a necessidade de integrar
sustentabilidade, economia e processo torna a logística reversa uma ferramenta
importante para a aplicação de conceitos economicamente sustentáveis.
Economia sustentável basicamente se faz a partir da ideia de se utilizar de
maneira mais eficiente possível os recursos financeiros disponíveis, pois a
escassez de recursos naturais vem ocorrendo gradativamente e a logística
reversa como ferramenta de gestão da produção tem um papel importante na
tentativa de amenizar este cenário. Pensando especificamente no papel da
logística reversa de acordo com Guarnieri (2011 p. 48):
O processo logístico reverso se utiliza das mesmas atividades do
processo logístico direto, a diferença básica é que ele inicia suas
atividades a partir do momento que a logística direta termina, entregando
o produto ao consumidor final que, por sua vez gera os resíduos de pós-
venda e pós-consumo, os quais através da logística reversa podem ser
reinseridos no processo produtivo e/ou de negócios, fechando o ciclo de
logística total.

O pós-consumo paralelamente atrelado ao conceito de economia sustentável se


dá a partir do objetivo de se agregar valor a produtos/materiais de pós-consumo,
isto é, reaproveitar de maneira assertiva esses produtos/materiais no fluxo de
produção, complementando isso segundo Leite (2009, p. 102) “O objetivo
econômico da implantação da logística reversa de pós-consumo é motivado pela
obtenção de resultados financeiros por meio de economias obtidas nas operações
19

industriais, pelo aproveitamento de componentes/matérias-primas secundarias


vindas dos canais reversos”.
Diante de tais fatores e da constante alta competitividade do mercado, a evolução
e modernização na logística reversa como estratégia empresarial faz-se
necessária como forma de diminuição de custos, aumento de lucros e vantagem
competitiva.
Além de toda relevância que este processo demonstrou o surgimento e mais do
que isso a ampliação da sua importância ao longo do tempo não só se resume as
vantagens econômicas bem como a importância na questão socioambiental, nem
todo item de pós-consumo pode ser remanejado ou reaproveitado novamente, o
descarte correto desses materiais agrega a organização uma imagem de
preocupação com a população e meio-ambiente. Inclui todos os exercícios físicos
e de gestão que fomentam a coleção destes produtos, transporte, produção,
ponto de venda ou consumo, ponto de recuperação ou de eliminação adequada.
A LR trilha o caminho inverso da logística e dos canais de distribuição, porque ao
invés de levar o produto da fábrica ao cliente, faz todo o processo inverso, traz de
volta o bem ou produto, do consumidor para a fábrica, ou seu lugar de eliminação
(ROGERS E TIBBE-LEMBKE, 1998). Entende-se por recuperação e reciclagem
de embalagens e resíduos, todo o retorno de excesso de estoque, estoques
obsoletos e produtos sazonais. E assim antecipa o fim da vida útil de tal produto,
para que a saída seja marcada com alta rotatividade (LEITE, 2003). Conforme
Leite (2003), o processo de Logística Reversa tem aumentado grandemente
desde a sua criação na década de 80. Apesar de começar inicialmente pela
procura das indústrias que experimentavam retornar à fábrica os elementos
defeituosos. O termo evoluiu ao passar dos anos que a consciência ambiental em
todo o mundo aumentou, e quando as empresas começaram a perceber os bens
que isso traria pela utilização deste tipo de processo, foi reforçada a pressão
exercida pela falta de alto custo de tais matérias-primas do processo estratégico
das empresas. Na maioria das vezes a LR é ligada apenas como uma nova
atividade e situa-se em questões do meio ambiente, pelo fato da reciclagem ser
um dos principais temas norteadores do processo.
A implementação do processo logístico reverso deve evitar ou até mesmo
amenizar os desastres ambientais. Preocupa-se com o consumo sustentável que
20

está sendo influenciado por legislações ambientais cada vez mais pesadas, em
que os fabricantes são responsáveis por seus produtos durante sua vida útil, e
também pelos resíduos provenientes deles (DAHER; SILVA; FONSECA, 2006). A
carência de se manterem informados faz com haja muita dificuldade na
visualização dos custos. Portanto, economias parecem ser obtidas, som o uso e
utilização de embalagens retornáveis para o reaproveitamento dos materiais para
a produção (RODRIGUES et al., 2002).
Para que isso aconteça, é necessário entender que a vida útil de certo
produto é contada a partir de sua produção até ser comprado por alguma pessoa.
A vida útil também pode aumentada desde que haja a possibilidade de aumentar
a sua utilização através de uma nova inserção de cadeia de consumos (LEITE,
2003). Segundo este autor, os bens são classificados de acordo com a sua vida
útil como: Bens duráveis: são aqueles que têm vida útil que varia de alguns anos
e algumas décadas; Bens semiduráveis: produtos que possuem vida útil
intermediária, entre durável e descartável, sua vida se limita a meses, nunca
superior a dois anos; Bens descartáveis: são aqueles que têm vida útil de
descartes, de apenas algumas semanas, dificilmente passando de seis meses.
Conforme Stock (2001) para que uma empresa se destaque das demais, é
necessário que ela desenvolva na área de LR. Pelo fato de que a LR estar
diretamente ligada as questões ecológicas, legais e econômicas, e Pires (2007)
diz que é inadmissível o seu estudo no contexto organizacional.
A LR no Brasil pode ser entendida de dois ângulos diferentes: está defasada em
comparação aos países desenvolvidos, está mostrando mudanças positivas e
grandes expectativas (SINNECHER, 2007). Conforme Fleury et al. (2000) desde a
década de 90 a LR brasileira teve diversas mudanças, no entanto, o processo
inflacionário é tido como um dos maiores motivos para que o desenvolvimento do
processo se atrase.
As empresas que estão desenvolvendo a LR implantam por vários motivos, como
competitividade, responsabilidade social e empresarial, recuperação de valor
econômico, dentre outros motivos (ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, 1999).
21

3. IMPORTÂNCIA DA LR

É importante pelo fato de poder ser vista de dois âmbitos diferentes: o econômico
e o social. O econômico diz respeito aos gastos financeiros advindos das práticas
que envolvem a LR. O social diz respeito aos ganhos pela sociedade (CAMPOS,
2006).
Simões (2002) diz que com o aumento de práticas e atividades ambientais, pode
ser vista a importância da LR, a atividade passou a ser vista como uma maneira
de unir a cadeia de suprimentos.
O processo logístico reverso, segundo Guamieri et al. (2006), tornou-se um caso
de grande importância na atualidade, por vários motivos, como: diminuição do
ciclo de vida e obsolescência precoce dos produtos; criação de outras tecnologias
e de produtos constituintes de outros materiais, entre outras.
Para Biazzi (2002) algumas das razões que mostram a importância do processo
de logística reversa:
 Devolução sempre maior de produtos pelos clientes do varejo;
 Grande desenvolvimento tecnológico, o que causa uma grande
obsolescência e causa um aumento das empresas em evitar acúmulos de
produtos;
 Falta de recursos virgens/
 Dificuldade em acabar com os produtos e componentes que não podem
ser reaproveitados nas cidades, provocando grandes resíduos.
A LR afeta diferentes atividades, não somente o retorno de produtos ao
fabricante/processo produtivo. Para Campos (2006) a LR preocupam-se com
motivos de retorno de produtos pós-venda: inconformidade, defeito, não
satisfação dos clientes com o produto. E no pós-consumo: obsolescência ou final
da vida útil e depois a destinação correta dos resíduos dos produtos.
As empresas que adotarem o processo logístico reverso estão ganhando no
fortalecimento de sua imagem como instituição, o que resulta em uma nova gama
de possibilidades, a geração de empregos, de serviços e o desenrolar tecnológico
(FELIZARDO e HATAKEYAMA, 2002).
22

3.1 FORMAS DE GESTÃO DA LR

As maneiras de gestão da LR são vistas em suas principais áreas de descarte:


reutilização; desmanche; venda para o mercado secundário; remanufatura;
reciclagem e reaproveitamento final.
Reutilizar segundo Barbieri (2004) é utilizar os resíduos do mesmo modo que que
foram produzidos, como: retrabalhar peças; reaproveitamento de restos de
matérias-primas; aumento da vida útil de pallets; tambores e embalagens, entre
outras.
Esta é vista como afirma Leite (2003) como uma atividade de grande valor,
porque favorece a distribuição dos bens em subcanais reversos como: o
desmanche de bens, componentes ou sucatas para as fábricas responsáveis pela
transformação dos materiais.
O trabalho de desmanche de matérias objetiva de maneira fácil e rápida, as peças
e componentes, para que sejam reaproveitados, de forma ecologicamente
sustentável (MOURA, 2002).
Conforme Leite (2003) , o processo reverso de desmanche é uma maneira de
reaproveitar o produto pós-consumo. Conforme Leite (2003) o canal reverso de
desmanche é uma maneira de valorizar um produto durável pós-consumo.
Segundo ele explica é nesta etapa que o produto sofre um processo de
desmontagem, segundo o qual são tirados os componentes que mostram estar
em condições de serem usados e/o revalorizados.
Segundo ele é por meio do desmanche que é possível revalorizar os
componentes com finalidade de irem para o mercado ou remanufaturados para
entrarem no mercado novamente. Isso se dá devido aos materiais que não podem
ser reaproveitados e não podem ser comercializados em fábricas de reciclagem
industrial ou serão encaminhados à destinação final.
O mercado secundário pode ser visto como uma forma de revalorizar os produtos,
desde que os produtos estejam em condições adequadas e com interesse pelos
consumidores em reutilizá-los (HASS e MONTEIRO, 2008).
Segundo Leite (2003) o mercado secundário se mostra em uma parcela
importante na economia que é aceita pela sociedade em geral, contudo seus
valore se mostram pouco documentados.
23

O processo de remanufatura se baseia em uma atividade de desmontagem,


limpeza, conserto e substituição das peças danificadas, terminando com a
montagem do item. As peças remanufaturadas, devem ser colocadas no mesmo
ou em outro produto, fazendo sua função original ou uma nova função (Graedel e
Allenby apud Francisco Junior et al., 2003).
Segundo Costa Filho et al. (2006) a indústria de remanufatura está em constante
crescimento e surge como uma nova maneira para as empresas, porque é
estimulada a durabilidade dos seus produtos, diminuição dos preços e menos
impactos ambientais.
“Define-se reciclagem como o processo em que os produtos já usados
sofrem transformação de maneira que a matéria-prima neles contida seja
novamente reaproveitada à fabricação de outros produtos” (NOVAES,
2007).

Leite (2003) contribui com o conceito acima apresentado, dizendo que a


reciclagem é uma atividade de revalorização que tira da industrialmente os
componentes dos produtos que foram descartados, e que são utilizados para a
fabricação de novos produtos.
A reciclagem pode ser vista como um avanço tecnológico, porque através desta
operação os produtos são reaproveitados e reprocessados. A técnica de
reciclagem em certos casos tem um custo elevado, contudo, contribui para a
preservação do meio ambiente, porque reduz o lixo (RIBEIRO, 2005).

Conforme Leite (2003), a técnica de incineração pode gerar valor econômico aos
resíduos, porque transforma o vapor em energia elétrica, contudo, essa atividade
provoca gases nocivos ao meio ambiente.
De acordo com Moura (2002) :
A incineração gera uma quantidade grande de cinzas, quantidade esta
que chega a ser bem maior que a queima de carvão, que por sorte gera
muito mais energia, o autor completa dizendo: “ é preciso tomar muito
cuidado com o manuseio dessas cinzas, pois podem ter elementos
carcinogênicos”.
Nesta etapa os produtos são descartados e não têm mais nenhuma utilidade no
processo industrial, há uma preocupação com a necessidade de se garantir um
24

final adequado para estes produtos, de maneira que fiquem dispostos evitando a
poluição e agressão ao meio ambiente. (NOVAES, 2007).
Leite (2003) explica que esta é a última fase, na qual os produtos que não têm
condições de serem revalorizados são destinados. Ele ainda afirma que o
comprometimento final não controlada, se dá com a destinação aos lixões,
córregos, rios e terrenos, causando assim, poluição ambiental.

3.2 Fatores que motivam a implantação da LR

Os fatores que fazem com que a implantação do processo logístico


reverso altera-se em função do tipo de produto e do retorno que acontece no
processo logístico reverso de pós-venda e pós-consumo.

3.2.1 SENSIBILIDADE ECOLÓGICA


Com o aumento da descartabilidade dos produtos depois do seu primeiro
uso vem causando um desiquilíbrio entre a quantidade descartada e a
reaproveitada, ocasionando um grande crescimento de produtos pós-consumo,
dificultando a disposição do lixo urbano (LEITE, 2003).
A LR dispõe de benefícios para a empresa que faz uso de técnicas de
reciclagem e para a sociedade já que por meio do gerenciamento do processo se
reduz os custos e diminui os impactos ambientais (BISPO, 2007).
A quantidade que ultrapassa os produtos que são descartados de forma
errada transformou-se em uma grande preocupação. Leite (2003) diz que a
Sensibilidade Ecológica causada pela preocupação com o meio ambiente, “tem se
tornado um importante argumento de incentivo à estruturação e à organização
dos canais de distribuição reverso”.
Cury; Petkow e Grande (2003) completa afirmando que a LR pode ser tida
como uma ferramenta de muito valor, para a proposta de produção e consumo
sustentável.
O autor diz que informando que a Sensibilidade Ecológica tem sido
acompanhada por uma inúmeras ações de empresas e governos, com a
finalidade de reduzir os efeitos claros dos diferentes tipos de desastres
ambientais, protegendo assim, a sociedade e seus interesses.
25

3.2.2 COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL

O nível de competitividade está aumentando, segundo o crescimento do total


de empresas que ofertam os mesmos produtos ou serviços, o que faz com que os
clientes exijam maior qualidade e maiores benefícios para compra-los.
Giacobo, Estrada e Ceretta (2003) afirmam que é de suma importância
implantar as atividades da LR de maneira clara e objetiva, assim todos os
envolvidos nos serviços consideram o processo como uma fonte de grande
vantagem competitiva, e não somente, um centro de custos para a empresa.
Segundo Resende (2004), a LR deve ser usada para manter a fidelidade dos
clientes com seu fornecedor. O autor afirma ainda que ao facilitar de maneira
rápida o retorno e a substituição de um bem com defeito, ele cativa, e dificulta o
afastamento do cliente.
Leite (2003) explica que os fornecedores líderes aplicam a LR por meio de
técnicas de consignação de mercadorias, liquidação ou limpeza de estoques nos
canais, recebimento e devoluções por motivos diversos, garantia de pós-venda ou
validação do produto, dentre outros motivos.
O gerenciamento do processo logístico reverso é demorado, contudo aumenta o
prestigio do fornecedor em relação à sociedade como um todo. Por isso, a LR
deve ser utilizada como uma forma de estratégia de marketing, transformando-se
num fator de competitividade empresarial.

3.2.3 DIFERENCIAÇÃO DA IMAGEM CORPORATIVA

A preocupação com a volta dos produtos, pós-venda e/ou pós-consumo


, ligada ao uso do marketing ambiental, faz com que a visualização de uma
fábrica ecologicamente correta, e agregando assim uma diferença da
imagem corporativa (BRAGA JUNIOR, 2007). Os fornecedores podem ser
ecologicamente corretos pelas suas políticas ambientais do seu dia-a-dia, e
participando de projetos sociais que tem por finalidade desenvolver a
comunidade de maneira ordenada, diminuindo assim os problemas sociais
da região (RODRIGUES et al., 2002).
26

4. ATIVIDADES DA LOGÍSTICA REVERSA

Segundo Leite (2003), os trabalhos da logística reversa devem ser divididos em


três cadeias independentes, assim: (i) Resíduos Industriais; (ii) Bens de pós-
venda e (iii) Bens de pós-consumo.
Os resíduos industriais são as sobras dos resultados dos processos industriais,
como exemplo, uma marcenaria onde a fabricação de Bens de pós-venda, Bens
de pós-consumo, conserto e reforma, estoque, validade de produtos, disposição
final, desmanche mercado de segunda mão, mercado secundário de bens,
mercado secundário de componentes, comércio indústria, fim de vida útil,
garantia/qualidade, comerciais. O reuso em ciclo secundário (utilização para outra
função), e/ou a reciclagem (venda para empresas especializadas) são medidas
mais viáveis nesta cadeia reversa. Por meio destas cadeias, podem-se destacar
alguns benefícios para a organização tais como: competitividade, mais retorno
financeiro e imagem corporativa.

5. LOGISTICA E EFICIENCIA ECONOMICA

5.1 LOGISTICA EMPRESARIAL


Conforme (J. BOERSOX, J.CLOSS, COOPER, 2007 P.23:
“Dentre as áreas mais importantes economicamente no ambiente
empresarial as operações logísticas são altamente relevantes quanto a
possíveis melhorias processo para obtenção de resultados econômicos
satisfatórios, a integração logística quando assertiva agrega valor à
cadeia de suprimentos, um exemplo disso é o gasto anual com logística
no ano de 2004 nos Estados Unidos representou 8,6% do PNB o que
representa $1.015 bilhão, desse valor 63% representa os gastos com
transporte”
A Logística empresarial pode ser definida como pilar para uma economia eficiente
no setor, se trata do gerenciamento correto de todo processo de gestão de
estoques, transporte, estratégias financeiras, armazenagem e compras além do
uso correto de informações de forma integrada (logística integrada).
27

A Figura 4, exibida a seguir, buscava informar sobre a atuação de uma logística


moderna onde a logística é compreendida como a integração tanto da gestão
de materiais, como da distribuição física.

Figura 4 - Atividades Logísticas na Cadeia de Suprimentos


Fonte: Ballou (2006)

A integração de todo processo e todos os envolvidos tanto na administração dos


materiais como na distribuição dos mesmos precisa ser equilibrada desde a
compra e suas variáveis até o processo reverso do produto (logística reversa).

5.2 ECONOMIA SUSTENTAVEL

Estabelecer uma forma de se ter uma margem boa de lucros aliado a garantia de
preservação do meio ambiente se tornou de fato relevantes nos últimos tempos.
O conceito de economia sustentável ou sustentabilidade econômica formou-se no
ano de 1972, em Estocolmo, na Suécia quando aconteceu a Primeira Conferência
das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento
28

6. LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO

Segundo Leite (2003), a Logística Reversa de pós-consumo é uma maneira


por meio da qual os bens duráveis, semiduráveis, descartáveis e os resíduos
industriais são eliminados ou distribuídos depois que extinto o seu uso original,
por meio de seus os proprietários ou consumidores. Dessa forma dá-se inicio ao
ciclo do canal de distribuição reverso, os materiais/ produtos recolhidos são
colocados novamente no ciclo produtivo como bens de valor agregado,
reutilização de peças ou componentes, e reciclagem, ocasionando novas
atividades comerciais e industriais. O ciclo reverso é de muita importância, uma
vez que era comum encontrar produtos que mostravam condições de reuso e
mesmo assim serem descartados, desperdiçando assim o valor agregado ao
mesmo.
Verifica-se uma enorme tendência do crescimento da Logística Reversa de pós-
consumo, pois se verifica um aumento muito grande no lançamento de outros
produtos, como também o uso de demais fontes de materiais constituintes dos
produtos. Assim, verifica-se a substituição de metais por plásticos, em que no
setor automobilístico e de tecnologia da informação, verifica-se um aumento
exagerado na produção de acessórios e periféricos para os mesmos (LEITE,
2003). Segundo Leite (2003), há diversas razões para que as empresas escolham
e pratiquem a Logística Reversa de pós-consumo, razões essas de ordem
econômica, ecológica, legal, tecnológica, entre outros, que são diferentes em
intensidade e sentido de fábrica para fábrica. O fluxograma da figura abaixo
demonstra várias alternativas de atividades dos canais de distribuição diretos e
como eles se tornam fontes de suprimento para a cadeia logística reversa de pós-
consumo. O recolhimento do lixo urbano, a coleta seletiva, o desmanche de bens
duráveis e os comércios de segunda mão são mais destacados fontes de
suprimento de produtos e materiais de pós-consumo (LEITE, 2003)
29

Figura 5 - Processos de logística


Fonte: Ballou (2006)

Leite (2003) admite que a aplicação da Logística Reversa de pós-consumo gera


vantagens econômicas, com vistas a utilização de matérias-primas secundárias
ou recicladas reintegradas ao ciclo produtivo, o que vai apresentar preços
menores em relação às matérias-primas virgens. Assim também gera uma
diminuição no consumo de insumos energéticos, como economia de energia
elétrica, energia térmica, dentre outras, lembrando que o fator sustentabilidade,
ou seja, menor preço produtivo com uma menor utilização de recursos naturais.
Assim, beneficia a empresa de maneira econômica, garantindo a preservação do
meio ambiente, com uma menor utilização de recursos naturais e gerando assim
uma melhor qualidade de vida para a sociedade.
30

7. DEFINIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE

Pedroso e Zwicker (2007, apud MAWHINNEY, 2000) definem sustentabilidade


como conceito relativamente novo que envolve diferentes interpretações e
contextos específicos, normalmente é incorporado às políticas governamentais, a
gestão pública regional, a de gestão das empresas e até mesmo do
comportamento humano, no que se refere a adotar ideias sustentáveis.

“Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a


continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais
da sociedade humana. Propõe-se a ser um meio de configurar a
civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus
membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades
e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo
preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e
agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses
ideais. A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a
vizinhança local até o planeta inteiro” (Portal da Sustentabilidade, 2011).

A sustentabilidade caminha na mesma velocidade que a Logística Reversa às


empresas, considerando os valores atribuídos pela crescente conscientização
ecológica dos consumidores e da sociedade em geral.

8. IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA REVERSA

Um dos fatores precisos para a organização da logística reversa é o fator


ecológico. Pressões causadas pelos consumidores e as legislações pertinentes
ao meio ambiente, Fábrica de Transporte Varejista, Desmanche e Reciclagem
descarte, Mercado secundário, produto de pós-consumo que retornam ao cliente
acabam reforçando a elaborar uma política de logística reversa com a intenção de
se obter uma boa imagem perante a sociedade (PEREIRA et al., 2002). Contudo,
na atualidade existe uma grande quantidade de lançamento de produtos. Os
consumidores acabam por buscar produtos mais modernos e, consequentemente,
possuem a necessidade de desfazer dos produtos velho (LEITE, 2009). Assim,
há um acumulo de produtos e seus componentes que precisam ser reutilizados ou
reciclados, de produtos com defeito e que precisam ser consertados e retornar ao
mercado de consumo, e ainda, existem aqueles que não possuem mais
31

condições de serem reaproveitados, devendo ser descartados de uma forma


adequada para não causarem danos ao meio ambiente. Além disso, o retorno
desses produtos causa reflexos na organização, que pode incidir em altos custos.
Conforme Pereira et al. (2012, p. 20):
“todo processo de logística reversa deverá adicionar valor para a
empresa, seja ele econômico, legal, mercadológico, ecológico ou
financeiro”.

Acima de tudo isso, a logística reversa também possui importância econômica,


porque a empresa que pratica logística reversa também reduza seus custos por
meio do reaproveitamento de resíduos e da reciclagem, transformando os
produtos e seus resíduos em produtos novos. Assim, observa-se que a
reciclagem e o reuso vem crescendo nos últimos anos. A legislação ambiental
está tomando medidas que tornem cada vez mais responsáveis pelo produto de
pós-consumo. (LACERDA, 2002). O poder público está venda a necessidade de
destinação dos produtos, componentes e embalagens com as organizações
responsáveis pela sua devolução. Dessa maneira, surgem os conceitos de:
Entended Product REsponsability – EPR ( Responsabilidade Estendida do
Produtor) e o Reverse Take Back (Cadeia Reversa de Retorno). O primeiro indica
que o produtor possui a responsabilidade pela extensão do ciclo de vida do
produto. A sua parte não encerra no momento da entrega do produto ao
consumidor, ou seja, é responsável pela trajetória do bem de pós-consumo. Agora
o segundo diz respeito a responsabilidade do fabricante pelo processo de
logística reversa, isto é, pelo retorno do produto na cadeia logística. Várias
empresas possuem um programa de take back, ou seja, coletam os bens pós-
consumo. Elas fazem o recolhimento sem nenhum custo ao consumidor. Já
algumas empresas fazem reciclagem ou possuem parceiras com empresas que a
realiza. Assim, a logística reversa vem se tornando cada vez mais importante
como parte inseparável da logística empresarial.

8.1 LOGISTICA E MEIO AMBIENTE


A logística refere-se a todo o trajeto feito pelo produto – inclusive quando este
ainda é matéria-prima – até ser entregue ao consumidor. Contudo, para que o
processo logístico alcance seus objetivos, são utilizados recursos que o mínimo
possível e reutilizando esses recursos com a finalidade de degradar o mínimo
32

possível o meio ambiente. Conforme Dias (2007), para que isso aconteça
algumas ações podem ser tomadas:
Redução dos impactos ambientais causados pelo armazenamento: como por
exemplo, o local de armazenamento deve ter pouco consumo de energia;
Escolha de transporte: assim deve ser levando em conta a escolha do transporte,
o impacto que o mesmo gera ao meio ambiente quanto a emissão de gases
poluentes;
O uso de embalagens com certificações ecológicas e que podem ser reutilizados
ou reciclados.

9. A LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO

Conforme já citado neste artigo, o acúmulo de produtos e resíduos que não


podem ser reaproveitados está aumentando nos últimos anos. Ficou impossível
ignorar as consequências do retorno das quantidades de produtos pós-consumo
nas operações da empresa. É preciso que esse retorno seja criterioso, para que
não cause maiores impactos ao meio ambiente e baixa rentabilidade às
organizações (LEITE, 2009). Assim, somando ao aumento da consciência
ambiental das pessoas, e também com a preocupação com o correto descarte de
produtos e seus resíduos após o consumo, fez com que surgisse uma grande
preocupação com a logística reversa de pós-consumo. O canal de distribuição
reverso de pós-consuma aglomera não somente os bens que se movimentam
pelo canal de distribuição, mas também suas peças, partes, materiais
constituintes e resíduos que deverão retornar ao ciclo produtivo da reciclagem
através dos seguintes processos: desmanche, reuso e reciclagem (PEREIRA et
al., 2012). Os materiais devem ser divididos em dois grupos: produtos e
embalagens. Os produtos poderão retornar ao ciclo produtivo para reciclagem,
desmanche ou reuso. Agora as embalagens retornam ao ciclo de reutilização,
reciclagem ou pro causa da legislação que proíbem o seu descarte no meio
ambiente (LACERDA, 2002). Os bens de consumos são classificados segundo a
duração de sua vida útil. Aqui se entende por útil o tempo que um produto é
utilizado desde a sua fabricação até o seu desuso pelo primeiro consumidor. Em
logística reversa existem três categorias de bens produzidos:
33

10. CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE REUSO

O canal de reuso é a reutilização do produto para a sua finalidade original, aquela


em que o produto foi feito para operar, caso ainda exista condições e interesse na
sua utilização. Ele deverá ser encaminhado ao mercado secundário, de maneira a
ser reaproveitado. (LEITE, 2009). Esses bens devem ser adquiridos por
comerciantes estabelecidos e por empresários de remanufatura (LEITE, 2009).
Essa maneira de revalorização é muito utilizada para automóveis, computadores
e máquinas.

11. CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE RECICLAGEM

O processo de reciclagem se dá quando o produto já não tem mais condições de


ser utilizado (PEREIRA et al, 2012). Trata-se do reaproveitamento do produto ou
partes dele, transformando-o em matérias-primas para a fabricação de um novo
produto. Segundo Leite (2009) existe dois ciclos reversos para o canal da
reciclagem: o ciclo reverso aberto e ciclo reverso fechado. Ciclo reverso aberto: é
o reaproveitamento de materiais constituintes dos bens para elaborar um produto
diferente do original. Eles substituem matérias-primas novas na concepção de
novos produtos. Exemplos: metais, plásticos, vidros, papéis, dentre outros.

12. REVALORIZAÇÃOLEGAL DOS BENS DE PÓS-CONSUMO

O poder público vem ajudando com politicas de retorno dos produtos de pós-
consumo pela criação de leis com este tema, compartilhando o ônus com os seus
fabricantes de bens (LEITE, 2009). As maiorias das legislações sobre logística
reversa estão direcionadas aos fabricantes. Na maioria dos países, existem ainda
leis que são direcionadas aos consumidores (PEREIRA et al, 2012). Conforme
Leite (2003), pelo fato do meio ambiente natural não proporcionar meios para que
seja praticada a cadeia reversa, é necessária a intervenção dos governantes para
se criar leis que responsabilizem os fabricantes pelo retorno ou descarte dos
34

produtos por eles fabricados. Para que se cumpram as legislações vigentes, é


necessário que haja uma interação entre o poder público, as organizações e a
comunidade. A revalorização do produto ocorre por meio do cumprimento dessas
leis, porque a responsabilidade pelo bem não acaba na venda. O fabricante é
responsável pela reutilização e reciclagem desses produtos, e também pelo seu
correto descarte no caso de não reaproveitamento (PEREIRA et al., 2012).
Conforme afirma Leite (2009, p.138):
A revalorização legal dos bens de pós-consumo, operacionalizada pela logística
reversa, é entendida como o equacionamento das condições dos canais reversos,
de modo que se garanta o retorno ao ciclo produtivo ou de negócios dos bens em
fim de vida e obedecendo às leis vigentes.

13. IMAGEM DA MARCA

Imagem é “a soma das crenças, atitudes e impressões que uma pessoa ou grupo
de pessoas têm de um objetivo. As impressões podem ser verdadeiras ou falsas,
reais ou imaginárias” (BARICK; KOTLER apud TAVARES, 1998, p.65). É um
punhado de concepções que as pessoas associam ao nome de uma marca
(PINHO, 1996). A respeito de imagem, Perez (2004, p.147) diz:
A imagem diz respeito a um conjunto de experiências, impressões, posições e
sentimentos que as pessoas apresentam em relação a uma empresa, produto,
personalidade, etc. Imagem é um conjunto de signos distribuídos em um espaço
concreto, virtual ou no pensamento.
Karsaklian (2004, p.197) afirma que a imagem é “o conjunto das percepções que
um determinado consumidor tem de certo produto uma empresa, uma pessoa ou
uma ideia”. A imagem de marca é uma parte de várias imagens que uma empresa
tem. Fixada na mente do consumidor, através das atividades de marketing, é um
dos componentes que o faz convergir para a valorização da marca.
Especialmente quando existem poucas formas para se diferenciar os produtos, a
imagem de marca é de suma importância para o seu sucesso. Ela é uma das
características únicas em que se diferencia das outras marcas (TAVARES, 1998).
Ou seja, a imagem de marca é a maneira das pessoas verem uma marca e o
significado que tem essa marca para o consumidor.
35

14. IMAGEM DE MARCA E O CONSUMIDOR

A imagem de marca estabelecida na mente do consumidor está mais ligada a


questões emocionais e aos valores que são importantes para ele. Segundo
Tavares (1998, p.64):
O conceito de imagem na literatura mercadológica surgiu em 1955. Estava
vinculado à constatação de que os consumidores compram os produtos não
somente por seus atributos e funções físicas. Os significados que lhes são
conferidos pela marca são igualmente importantes. A imagem, nessa perspectiva,
significa personalidade, e os produtos, como as pessoas, tem personalidade.
A imagem de marca é uma das diversas faces que uma empresa possui. É
formada na mente do consumidor que agrega valor ao produto. Especialmente
quando os produtos são muito parecidos, a imagem de marca é de suma
importância para se alavancarem as vendas. Ela é uma das características únicas
de diferenciação de marcas. Segundo afirma Kotler, “uma marca existe
primeiramente para alavancar um produto através da identificação junto ao
consumidor por meio da diferenciação” (KOTLER apud OLIVEIRA, 2005, p.5). Do
ponto de vista de Tavares (1998, p.88):

“Cada marca ocupa uma posição única na mente do cliente em


perspectiva e desenvolve uma identidade própria. Fica difícil deslocá-la
dessa posição já estabelecida e consolidada, colocando outra marca em
seu lugar.”

As ligações feitas a uma marca pelo consumidor podem ser vistas ou invisíveis.
Aquelas dizem respeito à funcionalidade, preço, desempenho, garantia e
tecnologia. Já as ligações invisíveis, também chamadas de emocionais, estão
ligadas a atributos como entusiasmo, confiança, dentre outros. As ligações
emocionais causam uma maior diferenciação entre as marcas (PINHO, 1996).
Kotler e Keller (1998) dizem que os produtos apresentam benefícios funcionais e
emocionais. Os benefícios funcionais estão ligados aos produtos, a sua
funcionalidade e qualidade. Porém os benefícios emocionais estão ligados as
marcas existem na mente das pessoas e têm relação a como se sentem quando
usam o produto. Ainda segundo Dias (2007), as marcas ecológicas,
36

evidentemente, se enquadram na categoria das associações tangíveis, porque,


estão ligadas ao comportamento que associam à marca e possui valor agregado
por não agredir a natureza e a garantia de que estão relacionadas à consciência
ambiental do consumidor, que pode ser influenciado emocionalmente no ato da
compra em razão do seu sentimento de proteção ao meio ambiente. Assim uma
marca é forte dos consumidores que fazem uma série de associações à mesma.
Essas ligações que eles fazem podem ser funcionais – aquelas relacionadas ao
preço, qualidade, desempenho, tecnologia – entusiasmo, confiança. E, conforme
citado acima, uma marca ecologicamente correta, pode transmitir tanto
associações como emoções.

16. DISCUSSÃO
São enormes as alterações que dizem respeito a competitividade e
exigência entre as organizações, ressaltando-se as legislações ambientais que
estão cada vez mais rígidas, de maneira a ampliar a responsabilidade do
fabricante com o produto, em que, além dos resíduos gerados no trabalho
produtivo, ou seja, até o final de sua vida útil. Assim, essa realidade nova está
alterando uma prática usual, em que os produtores não se sintam responsáveis
pelo produto após o consumo; e que vem gerando um impacto ambiental muito
grande consequência das grandes quantidades de descartes, lixos gerados pelos
consumidores da sociedade. Vários autores destacam a importância de se
planejar, no projeto, a técnica reversa entre as partes e o ciclo do produto final.
Daher et al. (2006) enfatizam que para o efetivo desenvolvimento da cadeia
reversa é preciso que esta seja planejada em toda a cadeia de suprimentos,
garantindo assim um ganho para os demais participantes.
Giovanninni e Kruglianskas (2008) dizem que ainda há umas inúmeras
dificuldades para poder se estruturar um cadeia logística reversa, especialmente
par materiais de pouco valor e vindos de pós-consumo. Contudo, alguma prática
já vem sendo usadas neste mundo pós-consumo ocasionando inúmeros
benefícios na cadeia. Um exemplo que deu certo é a empresa Reciclanip –
responsável pela coleta e reciclagem de pneus pós-consumo – que foi fundada
37

em 2007, através dos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear,


Michelin, Pirelli e mais tarde pela Continental que em 2010 se uniu à entidade.
Este programa é desenvolvido através de parcerias, que em sua maioria dos
casos com prefeituras, que cedem um terreno para acomodar e guardar o
material vindo de diversas origens, como borracharias, revendedoras e dos
próprios cidadãos (RECICLANIP, 2010). Essa é vista como uma das grandes
iniciativas da indústria brasileira no campo da responsabilidade pós-consumo.
Mostra ser de responsabilidade da iniciativa privada beneficiando as questões
ambientais e com o estabelecimento de condições que favoreçam o
desenvolvimento sustentável do país, dando valor sobretudo a preservação da
natureza bem como a qualidade de vida das pessoas (RECICLANIP, 2010). A
borracha oriunda dos pneus inservíveis, reprocessados, origina diversos artefatos,
como tapetes para automóveis, pisos industriais, pisos para quadras
poliesportivas e artigos para jardinagem (RECICLANIP, 2010).

17. METODOLOGIA

Este trabalho é do tipo exploratório e descritivo, do olhar de seus objetivos,


através do método indutivo. É considerada uma pesquisa exploratória pelo fato de
promover maior conhecimento do tema proposto, através de pesquisas
bibliográficas e estudo de caso (GIL, 1996).
Além disso, é uma pesquisa descritiva, pelo fato de apresentar
características de um ambiente produtivo através do qual o modelo é comparado.
Uma pesquisa descritiva possui objetivo de descrever características da
população ou de algum fenômeno ou estabelecer relações entre as variáveis. E
essa pesquisa envolve o uso de técnicas de coletas de dados (GIL apud SILVA e
MENEZES, 2001).
38

18. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho apresentou uma estrutura conceitual das atividades da LR,


procurando explicitar o que é essa atividade, quais são as formas de gestão e os
fatores que levaram a essa implementação e o monitoramento da atividade, ao
qual se procura novas formas de agregar valor às diferentes naturezas aos
produtos retornados. Foram analisados os benefícios da logística reversa de pós-
consumo e verificou-se que são inúmeros, principalmente no que tange ao
reaproveitamento de produtos que ao invés de serem destinados aos lixões e
aterros sanitários, são totalmente ou parcialmente reaproveitados, assim o meio
ambiente agradece. Outro beneficio é a logística reversa de pós-consumo gera
novos postos de trabalho, gerando assim receitas.
Chega-se a conclusão que a LR está constantemente relacionada a questões
ecológicas e ambientais, pelo fato de estarem diretamente ligadas as atividades
de reciclagem e reutilização. Contudo, seu principal objetivo é aliar ao
desenvolvimento sustentável, o grande diferencial competitivo e razões
financeiras de uma empresa.
A reciclagem, o retrabalho e a reutilização de produtos estão ocasionando um
diferente tipo de competição entre as empresas que aderem a estas atividades.
Assim, o fator ocorrido, devido ao aumento da preocupação e da exigência dos
clientes com o meio ambiente, facilitando assim a implantação do processo.
39

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