Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conforme já citado neste artigo, o acúmulo de produtos e O poder público vem ajudando bastante com politicas de
resíduos que não podem ser reaproveitados está aumentando retorno dos produtos de pós-consumo pela criação de leis com
nos últimos anos. Ficou impossível ignorar as consequências este tema, compartilhando o ônus com os seus fabricantes de
bens (LEITE, 2009). As maiorias das legislações sobre O conceito de imagem na literatura mercadológica surgiu em
logística reversa estão direcionadas aos fabricantes. Na 1955. Estava vinculado à constatação de que os consumidores
maioria dos países, existem ainda leis que são direcionadas compram os produtos não somente por seus atributos e
aos consumidores (PEREIRA et al, 2012). Conforme Leite funções físicas. Os significados que lhes são conferidos pela
(2003), pelo fato do meio ambiente natural não proporcionar marca são igualmente importantes. A imagem, nessa
meios para que seja praticada a cadeia reversa, é necessária a perspectiva, significa personalidade, e os produtos, como as
intervenção dos governantes para se criar leis que pessoas, tem personalidade.
responsabilizem os fabricantes pelo retorno ou descarte dos
produtos por eles fabricados. Para que se cumpram as A imagem de marca é uma das diversas faces que uma
legislações vigentes, é necessário que haja uma interação entre empresa possui. É formada na mente do consumidor que
o poder público, as organizações e a comunidade. A agrega valor ao produto. Especialmente quando os produtos
revalorização do produto ocorre por meio do cumprimento são muito parecidos, a imagem de marca é de suma
dessas leis, porque a responsabilidade pelo bem não acaba na importância para se alavancarem as vendas. Ela é uma das
venda. O fabricante é responsável pela reutilização e características únicas de diferenciação de marcas. Segundo
reciclagem desses produtos, e também pelo seu correto afirma Kotler, “uma marca existe primeiramente para
descarte no caso de não reaproveitamento (PEREIRA et al., alavancar um produto através da identificação junto ao
2012). Conforme afirma Leite (2009, p.138): consumidor por meio da diferenciação” (KOTLER apud
A revalorização legal dos bens de pós-consumo, OLIVEIRA, 2005, p.5). Do ponto de vista de Tavares (1998,
operacionalizada pela logística reversa, é entendida como o p.88):
equacionamento das condições dos canais reversos, de modo
que se garanta o retorno ao ciclo produtivo ou de negócios dos Cada marca ocupa uma posição única na mente do cliente em
bens em fim de vida e obedecendo às leis vigentes. perspectiva e desenvolve uma identidade própria. Fica difícil
deslocá-la dessa posição já estabelecida e consolidada,
colocando outra marca em seu lugar.
XIV - IMAGEM DA MARCA
As ligações feitas a uma marca pelo consumidor podem ser
Imagem é “a soma das crenças, atitudes e impressões que uma vistas ou invisíveis. Aquelas dizem respeito à funcionalidade,
pessoa ou grupo de pessoas têm de um objetivo. As preço, desempenho, garantia e tecnologia. Já as ligações
impressões podem ser verdadeiras ou falsas, reais ou invisíveis, também chamadas de emocionais, estão ligadas a
imaginárias” (BARICK; KOTLER apud TAVARES, 1998, atributos como entusiasmo, confiança, dentre outros. As
p.65). É um punhado de concepções que as pessoas associam ligações emocionais causam uma maior diferenciação entre as
ao nome de uma marca (PINHO, 1996). A respeito de marcas (PINHO, 1996). Kotler e Keller (1998) dizem que os
imagem, Perez (2004, p.147) diz: produtos apresentam benefícios funcionais e emocionais. Os
A imagem diz respeito a um conjunto de experiências, benefícios funcionais estão ligados aos produtos, a sua
impressões, posições e sentimentos que as pessoas apresentam funcionalidade e qualidade. Porém os benefícios emocionais,
em relação a uma empresa, produto, personalidade, etc. estão ligados a marca, existem na mente das pessoas e têm
Imagem é um conjunto de signos distribuídos em um espaço relação a como se sentem quando usam o produto. Ainda
concreto, virtual ou no pensamento. segundo Dias (2007), as marcas ecológicas, evidentemente, se
enquadram na categoria das associações tangíveis, porque,
Karsaklian (2004, p.197) afirma que a imagem é “o conjunto estão ligadas ao comportamento que associam à marca e
das percepções que um determinado consumidor tem de um possui valor agregado por não agredir a natureza e a garantia
certo produto uma empresa, uma pessoa ou uma ideia”. A de que estão relacionadas à consciência ambiental do
imagem de marca é uma parte de várias imagens que uma consumidor, que pode ser influenciado emocionalmente no ato
empresa tem. Fixada na mente do consumidor, através das da compra em razão do seu sentimento. E de proteção ao meio
atividades de marketing, é um dos componentes que o faz ambiente. Assim uma marca é forte dos consumidores que
convergir para a valorização da marca. Especialmente quando fazem uma série de associações à mesma. Essas ligações que
existem poucas formas para se diferenciar os produtos, a eles fazem podem ser funcionais – aquelas relacionadas ao
imagem de marca é de suma importância para o seu sucesso. preço, qualidade, desempenho, tecnologia – entusiasmo,
Ela é uma das características únicas em que se diferencia das confiança. E, conforme citado acima, uma marca
outras marcas (TAVARES, 1998). Ou seja, a imagem de ecologicamente correta, pode transmitir tanto associações
marca é a maneira das pessoas verem uma marca e o como emoções.
significado que tem essa marca para o consumidor.
XVI – RESULTADOS E DISCUSSÃO
XV - IMAGEM DE MARCA E O CONSUMIDOR São enormes as alterações que dizem respeito a
competitividade e exigência entre as organizações,
A imagem de marca estabelecida na mente do consumidor está ressaltando-se as legislações ambientais que estão cada vez
mais ligada a questões emocionais e aos valores que são mais rígidas, de maneira a ampliar a responsabilidade do
importantes para ele. Segundo Tavares (1998, p.64): fabricante com o produto, em que, além dos resíduos gerados
no trabalho produtivo, ou seja, até o final de sua vida útil. dos cliente com o meio ambiente, facilitando assim a
Assim, essa realidade nova está alterando uma prática usual, implantação do processo.
em que os produtores não se sintam responsáveis pelo produto
após o consumo; e que vem gerando um impacto ambiental REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
muito grande consequência das grandes quantidades de
descartes, lixos gerados pelos consumidores da sociedade. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de
Vários autores destacam a importância de se planejar, no Suprimentos/Logística Empresarial. Bookman,2006
projeto, a técnica reversa entre as partes e o ciclo do produto GUARNIERI, Patrícia. Logística Reversa: em busca do
final. Daher et al. (2006) enfatizam que para o efetivo equilíbrio econômico e ambiental. Patrícia Guarnieri, 2011.
desenvolvimento da cadeia reversa é preciso que esta seja GUARNIERE, Patrícia. Vantagens com a Implantação da
planejada em toda a cadeia de suprimentos, garantindo assim Logística Reversa. Disponível em:<
um ganho para os demais participantes. http://www.apoioambiental.com.br/noticia.aspx?id=MTEz>.
Giovanninni e Kruglianskas (2008) dizem que ainda há umas Acesso em: 23 abr. 2018.
inúmeras dificuldades para poder se estruturar um cadeia LACERDA, Leonardo. Logística reversa: uma visão sobre os
logística reversa, especialmente par materiais de pouco valor e conceitos básicos e as práticas operacionais. Rio de Janeiro:
vindos de pós-consumo. Contudo, alguma prática já vem COPPEAD/UFRJ, p. 6, 2002.
sendo usadas neste mundo pós-consumo ocasionando LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e
inúmeros benefícios na cadeia. Um exemplo que deu certo é a competitividade. In: Logística reversa: meio ambiente e
empresa Reciclanip – responsável pela coleta e reciclagem de competitividade. 2009.
pneus pós-consumo – que foi fundada em 2007, através dos NOVAES, Antônio. Logística e gerenciamento da cadeia de
fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear, Michelin, distribuição. Elsevier Brasil, 2016.
Pirelli e mais tarde pela Continental que em 2010 se uniu à SACHS, Jeffrey D. A Era do Desenvolvimento Sustentável,
entidade. Este programa é desenvolvido através de parcerias, Actual Diretora, 2017.
que em sua maioria dos casos com prefeituras, que cedem um PORTOPEDIA, O que é e Como Funciona Cadeia de
terreno para acomodar e guardar o material vindo de diversas Suprimento. Disponível em:<
origens, como borracharias, revendedoras e dos próprios https://portogente.com.br/portopedia/91207-o-que-e-a-gestao-
cidadãos (RECICLANIP, 2010). Essa é vista como uma das da-cadeia-de-suprimentos-e-como-funciona/> Acesso em: 14
grandes iniciativas da indústria brasileira no campo da Out 2018
responsabilidade pós-consumo. Mostra ser de LACERDA.LogísticaReversa.Disponívelem:<http://
responsabilidade da iniciativa privada beneficiando as www.paulorodrigues.pro.br/arquivos/
questões ambientais e com o estabelecimento de condições Logistica_Reversa_LGC.pdf/>. Acesso em: 18 mar.2017.
que favoreçam o desenvolvimento sustentável do país, dando
valor sobretudo a preservação da natureza bem como a RIBEIRO, Darcy. O Brasil como problema. Global
qualidade de vida das pessoas (RECICLANIP, 2010). A Editora e Distribuidora Ltda, 2016.
borracha oriunda dos pneus inservíveis, reprocessados, origina GRANT, Robert M .; BADEN-FULLER, Charles. Uma
diversos artefatos, como tapetes para automóveis, pisos teoria baseada no conhecimento da colaboração entre
industriais, pisos para quadras poliesportivas e artigos para empresas. Em: Academy of management
jardinagem (RECICLANIP, 2010). proceedings . Briarcliff Manor, NY 10510: Academia de
Administração, 1995. p. 17-21.
CARDOSO SIQUEIRA, Aline; KRAEMER BETTS,
Mariana; DALBOSCO DELL-AGLIO, Débora. Rede de
XVII - CONSIDERAÇÕES FINAIS apoio social e afetivo de adolescentes
institucionalizados no sul do Brasil. Revista
Interamericana de Psicologia , v. 40, n. 2, 2006.
O presente trabalho apresenta uma estrutura conceitual das
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat.
atividades da LR, procura explicitar o que é essa atividade,
Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação.
quais são as formas de gestão e os fatores que levaram a essa
2001.
implementação e o monitoramento da atividade, ao qual se
HEINTZMAN, Nathaniel D. et al. As modificações das
procura novas formas de agregar valor às diferentes naturezas
histonas em intensificadores humanos refletem a
aos produtos retornados.
expressão gênica global específica do tipo
Chega-se a conclusão que a LR está constantemente
celular. Nature , v. 459, n. 7243, p. 108, 2009.
relacionada a questões ecológicas e ambientais, pelo fato de
NOVAES, Jefferson. Estética: o corpo na academia.
estarem diretamente ligadas as atividades de reciclagem e
Shape, 2001.
reutilização. Contudo, seu principal objetivo é aliar ao
BALLOU, Byron et al. Imagem de linfonodo sentinela
desenvolvimento sustentável, o grande diferencial competitivo
usando pontos quânticos em modelos de tumor de
e razões financeiras de uma empresa.
camundongos. Química de bioconjugados , v. 18, n. 2,
A reciclagem, o retrabalho e a reutilização de produtos estão
p. 389-396, 2007.
ocasionando um diferente tipo de competição entre as
empresas que aderem a estas atividades. Assim, o fator
ocorrido, devido ao aumento da preocupação e da exigência
GUARNIERI, Patricia. Logística Reversa: em busca
do equilíbrio econômico e ambiental . Patricia
Guarnieri, 2011.
STOCK, James H .; WATSON, Mark W. Índices de
difusão . Agência Nacional de Pesquisa Econômica,
1998.
MARQUES, Claudia Scoton Antonio; DE AGUIAR,
Edson Martins. A importância da logística reversa no
gerenciamento de resíduos sólidos.
LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa. Pearson. São
Paulo, 2003.
DE ANDRADE, Fábio Santos; GUARNIERI, Ivanor Luiz.
Na trilha de Marechal Rondon: origens históricas de
Vilhena. 2012.
LACERDA, Kamile Miranda; FERNANDES, Rita de
Cássia Pereira; DA COSTA NOBRE, Leticia Coelho.
Acidentes de trabalho fatais em Salvador, BA:
descrevendo o evento subnotificado e sua relação com
a violência urbana. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, v. 39, n. 129, p. 63-74, 2018.
DAHER, Cecílio Elias; SILVA, Edwin Pinto de la Sota;
FONSECA, Adelaida Pallavicini. Logística reversa:
oportunidade para redução de custos através do
gerenciamento da cadeia integrada de valor. BBR-
Brazilian Business Review, v. 3, n. 1, 2006.
SINNECHER, César Alberto. estudo sobre a
importância da logística reversa em quatro grandes
empresas da Região metropolitana de curitiba. 2007.
139 f. 2007. Tese de Doutorado. Dissertação (Mestre
em Engenharia de Produção e Sistemas)–Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção e
Sistemas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
Curitiba.
ROGERS, Dale S. et al. Going backwards: reverse
logistics trends and practices. Pittsburgh, PA:
Reverse Logistics Executive Council, 1999.
CAMPOS, João Carlos Chagas; LEITE, Helio
Garcia. Mensuração florestal: perguntas e respostas.
UFV, 2006.