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Logística Reversa: Redução de custos em função ao fator ecológico

Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e


de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações
relacionadas, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o propósito de
recuperação de valor ou descarte apropriado para coleta e tratamento de lixo. Sendo assim a
logística vem sofrendo constantes evoluções, uma das principais é a forma como é
desenvolvido o planejamento estratégico, onde a logística reversa pode ser usada como uma
das vantagens competitiva na empresa.

2  LOGÍSTICA REVERSA

Para se entender como funciona a logística reversa é necessário ligá-la com a logística
empresarial. A logística empresarial se tornou ao longo da história uma área estratégica no
atual cenário da economia mundial. Segundo Porter (1989), o conceito da logística empresarial
se divide em duas categorias, conforme segue: logística interna, que são as atividades
relacionadas ao recebimento, armazenagem e distribuição dos insumos no produto, como o
manuseio de material, armazenagem, controle de estoque, programação de frotas, veículos
para fornecedores; e logística externa, que são as atividades associadas à coleta, armazenagem
e distribuição física do produto para compradores, como armazenagem de produtos acabados,
manuseio de materiais, operação de veículos de entrega, processamento de pedidos e
programação.

Com novas tecnologias surgindo no mercado, as empresas estão produzindo com mais
facilidade, flexibilidade e velocidade, dobrando assim, os números de pedidos para atender a
demanda de seus clientes, consequentemente aumentando o faturamento das empresas. Em
contraposição muitos produtos estão entrando em obsolescência, ou seja, produtos que já não
possuem mais vendas no mercado que se encontra cada vez mais competitivo. A consequência
deste ciclo é o lixo tecnológico e os descartes incorretos de materiais que deveriam voltar para
as empresas.

A logística pode ser entendida como umas das mais antigas e inerentes atividades humanas na
medida em que sua principal missão é disponibilizar bens e serviços gerados por uma
sociedade, nos locais, no tempo, nas quantidades e na qualidade em que são necessários aos
utilizadores. Nesse cenário em que se disponibilizam todos esses bens e serviços, observa-se
um impacto ambiental provocado pela movimentação destes, sendo um grande desafio para
as empresas reciclarem produtos e materiais que por ela não foram aproveitados.

A logística reversa é definida por Lacerda (2002, p.2), como um planejamento, implementação
e controle do fluxo de matérias-primas, estoques em processos e acabados (e seu fluxo de
informação). Assim, seguido do ponto de consumo até o ponto de origem, possui a finalidade
de recapturar valor ou realizar um descarte adequado.

2.1 O objetivo da utilização da logística reversa no meio ambiente

Com o avanço tecnológico, acelerou-se a introdução de novos produtos no mercado,


tornando-os cada vez mais competitivos e obrigando as empresas a se inovarem
constantemente. Os consumidores percebendo este avanço nos produtos, fez com que se
aumentasse o consumo destes e assim sucessivamente ocasionando um índice maior de seus
descartes. Assim, pensando no maior acumulo de lixo no meio ambiente, as pessoas
começaram a dar uma maior importância no que os produtos poderiam causar tanto para
saúde (doenças), quanto ao meio ambiente.

Segundo Leite (2009, p.115), estas reações se manifestam pelo comportamento do


consumidor ou pela legislação restritivas, com o fim de minimizar os impactos nocivos de
processos ou de produtos industriais à sociedade ou ao meio ambiente, tornando a empresa
vitima de seu próprio êxito. No entanto para Ansoff (1993), não se observou o efeito destas
restrições no crescimento destas empresas, ou seja, com a chegada de leis, não houve meios
em que a barrasse o crescimento, se cumprissem o que foi acordado perante as leis, mas
exigem se delas constantes redefinições de seu papel em relação ao meio ambiente.

3  RECICLAGEM

Reciclar significa transformar objetos usados em novos produtos para consumo. Esta
necessidade foi despertada pelos seres humanos, a partir do momento em que se verificaram,
os benefícios que este procedimento trás para a terra. Num processo de reciclagem, que além
de preservar o meio ambiente, também gera riqueza, contribuindo para a diminuição
significativa para poluição do solo, da água e do ar. Muitas empresas estão reciclando os
materiais como forma de reduzir os seus custos de produção.

3.1 Reciclagem em função da logística reversa

Na logística reversa, a reciclagem é definida por atividades, em parte, similares àquelas que
ocorrem no caso de devoluções internas de itens defeituosos devido a processos de produção
não confiáveis. PRM (Administração de recuperação de produtos) lida com uma serie de
problemas administrativo entre os quais se encontram a logística reversa. Sendo assim os
cincos principais áreas do PRM são:

a)Tecnologia: nesta área estão incluídos layout do produto, tecnologia utilizada para
recuperação e adaptações nos processos primários;

b)Marketing: estuda a viabilidade do mercado para verificar se é viável ou não a utilização do


processo reverso;

c)Informação: escolha do melhor sistema de informação (software) que a empresa deverá


utilizar;

d)Organização: responsável por distribuir as tarefas operacionais aos membros de acordo com
sua posição na cadeia de produção e estratégia na empresa;

e)Finanças: financiamento das atividades da cadeia e a avaliação dos fluxos de retorno que se
obtém com a logística reversa.
Portanto o PRM é a recuperação, tanto quanto possível de valor, econômico e ecológicos, dos
produtos, componentes e materiais.

LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-VENDAS

Torna-se cada dia mais exigente as empresas em relação ao padrão de qualidade exigido pelo
mercado consumidor. Produtos com defeitos podem gerar grandes problemas para as
empresas que os fabrica e também para as que o vendem. Para Leite (2009, P.187), o produto
logístico de pós-venda, de natureza durável, semidurável ou descartável, constitui-se de bens
comercializados por meio dos diversos canais de distribuição mercadológicos e que são
desenvolvidos sem uso ou com pouco uso, por diferentes motivos, pela própria cadeia de
distribuição direta ou pelo consumidor final.

Sendo assim, o tipo de devolução de mercadorias que não atenderam as necessidades do


cliente, origina um tipo de logística chamada de pós-venda. Essa logística pode ser ocasionada
por erros durante o processo de expedição, excesso de estoque que são dispostos no canal de
distribuição, produtos com defeitos ou que não estão no padrão de qualidade exigido pelo
cliente.

Algumas devoluções que as empresas recebem em seu estoque de produtos acabados, devido
aos padrões de qualidade que não atenderam as necessidades dos clientes, poderão ser
colocadas para concerto ou até mesmo para reforma que permitem voltar depois para o
mercado primário que é aquele onde um produto é colocado inicialmente para consumo. Caso
isso não seja possível, o produto é desmontado podendo ser colocado suas peças novamente
para fabricação de outros dependendo do seguimento de mercado (ex. produtos de
informática), e caso não seja possível, até mesmo sendo vendido para outras empresas.

LOGÍSTICA REVERSA EM FUNÇÃO AO ÍNDICE DE OBSOLESCÊNCIA

Obsolescência nada mais é do que, produtos que estão fechando o seu ciclo de vida por vários
motivos. Um deles é por possuírem uma tecnologia ultrapassada, enquanto já se possui outras
tecnologias superiores no mercado; e outra, por simplesmente estar velho, o produto já não
possui o mesmo desempenho que um novo, a consequência destes fatores são o
desaparecimento gradativo ou o seu desaparecimento final.

Dentro da Logística reversa, a obsolescência se caracteriza por produtos que já não são mais
uteis, que já possui vencimento na sua validade, com isso este produtos são considerados
como sucatas, que podem ser vendidas ou reciclados. Uma das maneiras mais tradicionais de
obtenção de bens de pós-consumo é a obsolescência do bem durável.

Em sua obra, Leite (2009, p.52) faz uma comparação da formação de sucatas entre países
desenvolvidos e, países em desenvolvimentos em relação ao um determinado bem que possui
a vida média de 27,5 anos. Em seu estudo ele aponta que nos desenvolvidos, a cada 100 Kg
disponíveis como sucatas, 90 Kg se reciclam, sendo assim a geração de sucatas nestes países é
de 52%, ou seja, haverá mais que 52 % da produção naquele ano disponível para ser reciclado.
Já nos países em desenvolvimento, o índice de reciclagem do bem nas mesmas condições é de
18% Esta diferença de níveis máximos de reciclagem de 52% e um país desenvolvido contra
18% em um desenvolvimento justifica os movimentos de trocas internacionais de materiais
secundários entre países. Com isso observa-se que ainda falta muito iniciativo por parte das
Organizações e do governo para aumentar este índice de reciclagem.

6 REDUÇÃO DE CUSTOS E VANTAGENS COMPETITIVAS NA LOSÍSTICA REVERSA

O mercado hoje exige mais do que diferenciais competitivos tradicionais como: valores da
marca, preço, tecnologia. Além de todos os investimentos nestes diferenciais, a empresa
moderna precisa investir em ações e que a torne o produto como um todo mais atraente ao
cliente, de forma que lhe permita atingir suas próprias metas. Diante deste cenário, a Logística
Reversa se destaca como sendo um diferencial.

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