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Unidade No 04-Teoria do Produtor

Introdução
A Teoria do produtor é a parte da microeconomia que se preocupa em estudar o comportamento
da firma. Esta teoria é parte da Economia que engloba a Teoria da Produção, Teoria dos Custos
de Produção e os Rendimentos da Firma. Nesta teoria a unidade económica em estudo é a firma
ou empresa que está por trás da curva de oferta do mercado. Assim esta teoria visa proporcionar
ao produtor a base racional necessárias para suas decisões, com relação à produção, que é pré
condição para se chegar a oferta.

Para produzir as firmas tem que fazer um número elevado de escolhas e decisões. Tem que
escolher o tipo de produtos que vão produzir, a localização do estabelecimento produtivo, a sua
dimensão e o tipo de equipamento a instalar, o número de pessoas a empregar, etc. Todas estas
escolhas têm impacto sobre a quantidade que as empresas podem produzir. Contudo, as diversas
escolhas são feitas em momentos diferentes e têm consequências sobre a actividade da empresa
em períodos distintos que podem ser menos ou mais longos.

O grande objectivo da firma que opera no sector privado é a maximização de lucros. Do ponto de
vista económico, o Lucro Total (LT) é a diferença entre a Receita Total (RT) e o Custo total
(CT). A receita total se define pelo produto entre o preço de venda (p) e a quantidade vendida
(RT = p*q). A teoria da firma divide-se em Teoria de Produção e Teoria de Custos. A teoria de
produção refere-se as relações tecnológicas, físicas, entre a quantidade produzida e as
quantidades de insumos usados na produção, enquanto que a teoria de custos de produção inclui
os preços dos insumos.

Conceitos

Podemos definir produção como processo pelo qual a empresa utiliza os recursos e converte ou
transforma em mercadoria ou serviço para venda.

Empresa pode ser entendida como uma instituição que contrata factores de produção e os
combina com o fim de produzir e vender bens e serviços.
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Produtor
Um produtor é simplesmente o vendedor do bem que produz e consumidor de factores
produtivos. Isto faz com que seu problema seja mais complexo que do consumidor, pois defronta
com os problemas: o que produzir? para quem produzir? Quanto produzir e como produzir?

O processo de produção pode ser mão-de-obra intensivo, ou capital-intensivo, ou terra-intensivo,


dependendo do factor de produção utilizado em maior quantidade, relativamente aos demais. A
escolha do processo de produção depende da sua eficiência. A eficiência pode ser avaliada pelo
ponto de vista tecnológico ou pelo ponto de vista económico.

 Eficiência técnica (tecnológica), entre dois ou mais processos de produção, é aquele


processo que permite produzir uma mesma quantidade de produto, utilizando menor
quantidade física de factores produtivos;
 Eficiência económica, entre dois ou mais processos de produção, é aquele processo que
permite produzir uma mesma quantidade de produto, com menor custo de produção.

Função de produção
A função de produção mostra a produção máxima que uma empresa pode obter para cada
combinação específica de insumos ou factores produtivos, Das Neves (2001). Função de
produção mostra a relação que existe entre a quantidade de produto (output) e as quantidades de
recursos (input) em determinado período de tempo. Algebricamente pode ser escrita como:

Q = f (L, K, M)
Onde: Q representa a quantidade de output
L representa o trabalho utilizado/t
K representa capital físico utilizado/t
M representa matéria-prima/t.
Sendo t a unidade de tempo.

Precisamente, a função de produção demonstra a quantidade máxima de produto ou output que


pode ser produzido dado quantidades de vários inputs.

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Exemplo: Se uma empresa fabríca mesa de madeira, a função produção vai consistir no máximo
de mesa que podem ser produzidas de determinadas quantidades de input ou recursos tais como
madeira, trabalho, hora-máquina.

De que notar que a função de produção da firma é determinada pelo estado da tecnologia.
Quando a tecnologia melhora, a função de produção muda resultando em um maior fluxo de
output dado os inputs. Em teoria económica estamos interessados em dois tipos de função
produção. A função produção no curto prazo assume por motivos de simplificação dois factores
de produção (trabalho e capital), e o factor trabalho como variável e o capital fixo. Logo a função
produção é representada de seguinte modo: Q = f (L, K) e está relacionada a lei dos rendimentos
ou retorno decrescentes. No longo prazo, onde a função assume que todos os factores são
variáveis (Q = f (L, K, M) e esta associada a lei de retornos de escala. Geralmente, o termo
constante e retornos crescente são usados com referência a retornos de escala constante ou
crescente.

Uma análise da produção no curto prazo

Conceitos de produto
Produto Total, é a quantidade total produzida por dado volume de factores de produção, a
medida que a quantidade de factores aumenta o produto total também aumenta até um certo
nível, este é o processo de produção que pode ser definido em outras palavras, como o processo
pelo qual uma firma transforma os factores de produção adquiridos em produtos ou serviços para
a venda no mercado. Pode ser visto da tabela abaixo que quando a quantidade de capital é
mantido fixo, quanto mais unidades de trabalho é empregue o produto total vai aumentando até
um certo nível, contudo após determinado número de trabalhador empregue (8 unidades) o
produto total começa a descrescer a medida que o factor trabalho é empregue. Porém a taxa de
crescimento no produto total varia a diferentes níveis a medida que o factor trabalho aumenta.
Graficamente o produto total é representado pela curva PT. Onde pode se ver que no inicio a
curva PT cresce a taxa crescente, depois de um certo ponto a curva PT começa a crescer a taxas
decrescente a medida que o factor variável (trabalho) cresce, isto é, o produto marginal começa a
decrescer, este efeito é conhecido como lei de retornos decrescente.

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Unidades de Unidades de Produto Total Produto Produto Médio
Capital (K) Trabalho (L) (PT) Marginal (PmeL)
(PmgL)
A B C D E
1 1 80 80 80
1 2 170 90 85
1 3 270 100 90
1 4 368 98 92
1 5 430 62 86
1 6 480 50 80
1 7 504 24 72
1 8 504 0 63
1 9 495 -9 55

A produtividade média, mostra a relação entre o nível de produto e a quantidade de factor de


produção num dado período de tempo. Ela mostra o nível do produto total produzido por cada

unidade de trabalho empregue. PmeL=

Podemos medir o produto médio do produto total dado na tabela acima. Exemplo quando quatro
unidades de trabalho são empregues o produto médio = 368/4 = 92. Similarmente quando 6
unidades de trabalho são empregues, o Pmel = 480/50. Geralmente quanto mais unidades de
trabalho é empregue para a produção do bem, o produto médio primeiro aumenta e depois cai.

O produto marginal, mostra variação do produto total dado a variação de uma unidade de factor
de produção num dado período de tempo. Representa a contribuição adicional de cada factor
produtivo no nível de produto total.

Ex: PmgL= o mesmo acontece para qualquer factor produtivo.

Pmgl = dQ/dL

O produto marginal do factor varia a diferentes níveis de emprego do factor. Nota-se que o
produto marginal do factor cresce no inicio e depois tende a decrescer a medida que mais factor
é usado, mantendo constante outros factores de produção. A relação entre como o produto médio

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e marginal estão ambos relacionados ao produto total é explicada na análise da lei de retornos
marginais decrescente.

Da definição do produto marginal decorre imediatamente que o produto total é máximo quando o
produto marginal é igual a zero. O máximo do produto médio ocorre quando a derivada do
produto médio em ordem ao trabalho é igual a zero.

dPmel = -Q + dQ/dL = 0
dL L2 L

Daqui resulta
Q = dQ
L dL

Por conseguinte, no ponto em que o produto médio atinge o seu máximo, o produto médio e o
produto marginal são idênticos.

lei de retornos marginais decrescente.

Esta lei examina a função produção com um factor variável, mantendo fixo as quantidades dos
remanescentes factores. Em outras palavras, ela refere-se a relação input-output, quando o output
é aumentado ao variar as quantidades de um factor. Esta lei é suportada por evidencias empíricas
no mundo real. Esta lei foi enunciada por vários economistas e uma delas é conforme segue:

“ Um aumento é um dos factores mantendo fixo outro factor irá, em um dado estado de
tecnologia, causar aumento no produto, mas depois de um certo ponto o produto (output) extra
resultante da adição de extra no factor ou input vai decrescer” (Paul Samuelson).

Pressupostos da lei:

1. O estado de tecnologia é dado e assume-se que não varia. Porque se ocorre melhoria da
tecnologia então o produto médio e marginal podem aumentar ao invés de decrescer.

2. Deve haver um factor ou input na qual a quantidade mantém-se fixa.

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Abaixo se segue a representação das curvas de produto total, produto médio e produto marginal.

A curva de produto total é similar a fronteira de possibilidade de produção. Ela separa os níveis
atingíveis de produção dos níveis inatingíveis. Pontos acima da curva PT são inatingíveis,
somente podem ser alcançados caso ocorre-se melhoria tecnológica. Os pontos abaixo da curva
são atingíveis mas ineficientes, pois utilizam mais trabalho do que o necessário para alcançar
determinada produção. Os pontos ao longo da curva de PT são tecnologicamente eficientes (e
podemos considerar de atingíveis)

Geralmente, a curva do produto marginal é negativamente inclinada, ou seja, acréscimos


sucessivos de um factor feitos sobre quantidades constantes dos outros factores levam a
acréscimos sucessivamente menores de produto – Lei dos rendimentos marginais decrescentes.

As curvas de Produto total e de produto marginal diferem de uma empresa para outra e de um
tipo de bem para o outro. Mas as curvas apresentam formas similares porque quase todo o
processo de produção exibe duas características:
 Rendimentos marginais crescentes, no inicio
 Rendimentos marginais decrescentes, a partir de certo ponto.

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Os rendimentos marginais crescentes ocorrem quando o produto marginal de um trabalhador
adicional excede o produto adicional do trabalhador anterior. Os rendimentos marginais
crescentes resultam de uma maior especialização e divisão de trabalho no processo de produção.

No entanto todos processos de produção mais cedo ou mais tarde atingem o ponto de
rendimentos marginais decrescentes, que ocorrem quando o produto marginal de um trabalhador
adicional é menor que o produto marginal do trabalhador anterior. E pode resultar pelo facto de
que cada vez mais trabalhadores estão utilizando o mesmo capital e trabalhando no mesmo
espaço. Á medida que são contratados mais trabalhadores, os adicionais produzem cada vez
menos que os anteriores. A contratação de mais trabalhadores garante ate certo ponto o aumento
da produção, mas em quantidades sucessivamente menores. Esse fenómeno é tão comum que
considerado como lei dos rendimentos decrescentes.

O produto médio atinge o máximo quando a curva de Pmg e Pme do factor variável são iguais.
Para o número de trabalhadores no qual o Pmgl excede o Pmel, o Pmel está aumentando.

1º Estágio: Retornos crescentes. Neste estágio o produto total cresce a taxas crescentes. A
curva de PT é côncava, o que significa que o produto marginal é crescente. O ponto em que o PT
para de crescer a taxa crescente é denominada como ponto de inflexão, é onde o produto
marginal atinge o seu ponto máximo. Partindo deste ponto em diante o PT começa a crescer a
taxas decrescentes. Neste estágio o Pmgl começa a decrescer mas é maior do que o produto
médio. Este estágio é conhecido como retorno crescente porque, o produto médio do factor
variável aumenta a taxas crescentes ao longo deste estágio. O primeiro estágio termina onde o
Produto médio (Pmel) atinge o seu máximo.

2º Estágio: estágio de retornos decrescentes. O PT continua a crescer a taxas decrescentes ate


atingir o seu máximo, e o produto marginal neste ponto é nulo, e é onde termina o segundo
estágio. Neste estágio, ambos, o Pme e Pmg do factor variável são decrescentes mas positivos.
Este estágio é bastante crucial e importante porque a firma vai procurar produzir neste estágio.

3º Estágio: estágio de retornos negativos. Com aumento no factor variável o produto total
declina. Como resultado o Pmgl é negativo. Aqui o factor variável se torna bastante excessivo em
relação ao factor fixo, o que resulta na obstrução um do outro levando a queda do produto total
ao invés de aumento no mesmo.
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Qual o estágio operacional para a firma? O produtor racional nunca vai escolher o estágio 3
onde o Pmg do factor fixo é negativo. O produtor racional vai produzir no estágio 2 e parar
quando o Pmgl do factor variável for zero pois o produtor estará a maximizar o produto total e
logo a fazer o máximo uso do factor variável.

O produtor racional também não vai escolher o 1 estágio porque não ira fazer o uso racional do
factor fixo, neste estágio o Pmgl do factor fixo é negativo com tendência a melhorar, e o pme
ainda continua a crescer.

Quando não se varia apenas um, mas todos os factores produtivos simultaneamente, ou seja,
quando o que varia é toda a escala de produção dá-se origem a rendimentos de escala, que podem
ser rendimentos de escala constantes, decrescentes ou crescentes consoante a quantidade
produzida varia proporcionalmente, menos ou mais que proporcionalmente. A diferença entre
rendimentos marginais e rendimentos de escala tem a ver com o tempo, em particular, com o
prazo de análise e de equilíbrio – momentâneo, curto-prazo e longo-prazo. Outro efeito que a
passagem do tempo tem sobre a produção é o aparecimento de novas formas de produção, que
competem com as antigas, vencendo as melhores. É o fenómeno do progresso tecnológico.
Quando as técnicas melhoram, as curvas do produto total e marginal sobem.

Como produzir?

Isoquantas – São “curvas de indiferença de produção”, curvas compostas por pontos que geram
a mesma produção. São negativamente inclinadas, devido à substituibilidade do produto e são
também convexas devido à taxa marginal decrescente de substituição técnica. Ou seja, à medida
que se use menos terra na produção, é preciso utilizar mais trabalho para substituir uma unidade
de terra e manter o produto.

Deste modo, é possível traçar um mapa de isoquantas que determina, para cada ponto (capital,
trabalho), qual o produto gerado por essa combinação de factores. Quanto mais afastado da
origem estiver a isoquanta, maior o nível de produção que lhe corresponde. Na verdade a
quantidade de produto que é registada em cada isoquanta é o máximo de quantidade que essas

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quantidades de factores conseguem produzir. E igual a curva de indiferença, as isoquantas não se
cruzam.

Curvas (mapa) de isoquanta

Fonte: Autor (2017)

A inclinação da isoquanta chama-se Taxa Marginal de Substituição Técnica. Esta taxa diz-nos
quantas unidades de trabalho têm de ser empregues para, substituir uma unidade capital,
mantendo constante o nível de produção. A TMST é igual ao quociente das produtividades
marginais dos dois factores.

K Pmg L
TMSTL , K  
L Pmg K

Combinação óptima dos factores


Um problema que as firmas enfrentam é decidir sobre combinação particular de factores que
deverão ser empregues durante o processo produção. Existem várias possibilidades técnicas na
qual as firmas devem escolher, isto é, existe várias combinações de factores que podem
determinar certo nível de output, e de entre os vários, o produtor deve escolher um para a
produção.

É assumido que as empresas procuram maximizar seu lucro. Deste fundamento para
maximização do lucro a firma deve procurar minimizar os custos de produzir um certo produto.
A escolha de combinação particular de factores pela firma dependem de: (a) possibilidade
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técnica de produção, que é representada pelo mapa de isoquanta. e (b) os preços dos factores
usados para produção de um dado produto.

Isocusto
Para além da isoquanta, podemos encontrar também, a recta de isocusto, definida pelo custo total
que a empresa está disposta a suportar pelos preços dos factores, i é., A linha de isocusto mostra
várias combinações de dois factores (é assumido Trabalho e capital por questões de
simplificação) que a firma pode adquirir com dado desembolso. Ela joga um papel fundamental
para determinação de combinação de factores que a firma vai escolher para produção. A linha de
isocusto é representada abaixo, onde no eixo de X, medimos as unidades de trabalho (L), e no
eixo de Y, as unidades de factor capital (K).

C PL
inclinação =
PK PK

linha de Isocusto

C
L
PL

Fonte: Autor (2018)


A equação da linha de isocusto. O custo total incorrido nos factores de produção para produzir
certo bem, é igual ao somatório dos pagamentos feitos aos factores trabalho e capital. Pagamento
para uso de factor trabalho é igual ao salário (w=PL) multiplicado pela quantidade de trabalho (L)
usado. Logo PL.L representa ao pagamento total feito ao Trabalho. Similarmente, P K.K é o total
de pagamento feito para capital, onde (PK = r) é o preço por unidade de capital e K é a quantidade
de capital usado. A equação de custo total pode ser expressa conforme segue:

C = PL.L + PK.K

A inclinação da recta, é igual ao rácio dos preços dos factores, significa a taxa a que o mercado
está disposto a trocar um factor pelo outro. O produtor aqui pretende é maximizar a quantidade

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produzida para determinados custos. O ponto que fornece maior nível de produção é aquele que
toca a isoquanta mais acima.

Deslocamentos da Isocusto
A linha de isocusto ira deslocar se, a despesa total que a firma está disposta a gastar nos factores
altera. Suponha que a despesa total nos factores trabalho e capital (L; K) a ser efectuada pela
firma aumenta para 6000MT, mantendo constante o preço dos factores, então a linha de isocusto
vai deslocar de forma paralela de ISO1 para ISO2 conforme representado abaixo. A linha de
isocusto também ira mudar se preço de ambos os factores alterar, mantendo constante os níveis
de despesa sobre os mesmos.

Está claro que a linha de isocusto depende de duas coisas: (1) preço dos factores de produção, e
(2) total dispêndio que a firma tem que fazer sobre os factores de produção. A inclinação da linda
é dado pelo rácio do preço dos dois factores.

Preço de Trabalho = w
Preço de Capital r

K K

ISO2

ISO1 L L
Deslocamento resultante do aumento mudanças na isocusto como resultado na
do dispêndio ou custo total dos factores mudança no preço de um dos factores (L)
Equilíbrio do produtor

Ponto máximo (equilíbrio de produtor)

Isocusto isoquanta

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Neste ponto de tangência, em que a inclinação da isoquanta e da recta de custo são iguais a
TMST iguala o rácio de preços. O problema de como produzir pode ver-se de dois lados: qual o
máximo que e pode produzir com certos custos ou qual o mínimo de custo que se pode ter com
certa produção. Samuelson (2005)

PmgL = PmgK
PL PK
Mudança no preço de um dos factores levam a rotações da isocusto, mudança no custo
(desembolsos) para aquisição dos factores mantendo o preço dos factores contantes, e variações
no preço de ambos os factores levam ao deslocamento da isocusto.

Custo de produção
O custo de produção da firma muda com a variação do output. A seguir estudaremos a relação
entre custo e produto que denominamos de “função de custo”. A quantidade de produto ofertado
pela firma no mercado depende em grande do custo de produção por este enfrentado. Deve-se
referenciar que qualquer que seja o nível de produto produzido é alcançado com mínimo custo
possível.

Em teoria microeconómica, os economistas estão geralmente interessados em dois tipos de


função de custo: função de custo de curto prazo e longo prazo.

Conceitos de custo
Custo contabilístico leva em conta pagamentos feitos pelas empresas aos ofertantes dos vários
factores produtivos tais como salário, matéria-prima, energia, aluguer de infraestrutura,
pagamento dos juros pelo empréstimo recebido pelas firmas para fazer negócio.

Um economista tem uma visão diferente do custo, porque tem em conta vários factos empíricos
tais como valor monetário do empreendedor que usa para o negócio produtivo, o tempo por este
usado para gerir o próprio negócio poderia ser usado para vender a sua mão-de-obra em troca de
determinado valor monetário. Estes têm em conta os custos implícitos e explícitos.

Custo económico = Custo contabilístico + Custo implícito

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Num processo produtivo existem elementos que se podem mudar e ajustar (número de
trabalhadores, quantidade de matéria-prima) enquanto outros são muito mais rígidos (número de
máquinas ou dimensão de uma fabrica). A distinção entre custos fixos e custos variáveis tem, no
fundo, a ver com o tempo. No equilíbrio momentâneo não há elementos variáveis. Mas se o
horizonte se alarga e é possível prever a curto e a médio-prazo, então aí existem componentes
dos custos que são fixas e outras variáveis. No longo-prazo, todos os factores de produção são
variáveis.

Curto prazo e longo Prazo


Existem alguns inputs ou factores que podem ser rapidamente ajustados com mudanças no nível
de produção. Logo, a firma pode rapidamente empregar mais trabalhadores, se tem que aumentar
o nível de produção. Da mesma forma que pode usar mais matéria-prima, mais químicos sem
muita demora no caso de expandir a produção. Logo, trabalho, matéria-prima, químicos etc.,
são factores que podem rapidamente variar com alterações na produção no curto prazo são
conhecidos como factores variáveis. Por outro lado, existem factores tais como equipamento de
capital, edifícios, que não podem variar rapidamente, e requerem um tempo relativamente maior
para variarem são chamados de factores fixos.

Custos no Curto prazo:

A questão central situa-se no horizonte de análise, que determina qual a parte dos custos que
varia com a quantidade (Custo Variável, função da quantidade Q) e qual a parte fixa, que deve
ser suportada qualquer que seja a quantidade produzida (Custo Fixo).

Após visto a diferença entre factores fixos e variáveis, estamos em posição de distinguir entre
custo fixo e variável, que quando adicionados perfazem o custo total do negócio.

Custo fixo (CF) são aqueles incorridos ao contratar ou manter factores fixos cujo quantidade
não pode ser alterado no curto prazo. É um custo incorrido pela firma independentemente a
quantidade de produção ser alta ou baixa. Mesmo que a firma feche as portas por algum tempo
mas mantém no negócio, estes custos terão que ser suportados pela firma. Também conhecidos
como custos de sobrecarga incluem contratos de renda, taxa de seguro, juros de capital
investido, custo de manutenção etc.

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Custo variável (CV), por outro lado, são aqueles incorridos para empregar factores variáveis de
produção, que alteram no curto prazo. Estes custos alteram a medida que a produção varia. O
CV inclui pagamento com salários, preços de matéria-prima, combustível e energia usado,
despesas com transporte etc. Se a firma fechar as portas por algum tempo no curto prazo, então
não vai incorrer no custo variável, pois este ocorre somente se alguma quantidade de output é
produzida. É um custo também conhecido como custo directo. O custo total do negócio é dado:

Custo Total (CT)= Custo Fixo (CF) + Custo Variável (CV)

Fonte: Samuelson &Nordhaus (2005)


Um outro elemento importante da análise do custo de uma empresa é o chamado Custo Médio,
ou custo por unidade. Trata-se do custo que, em média, se pode atribuir a cada unidade
produzida, e é definido pela média dos custos totais.

Cme=CT/Q

De forma semelhante importa é a medição do Custo marginal, o custo da última unidade


produzida, o custo da unidade marginal.

Cmg = variação de CT / Variação de Q

Geralmente, pode-se encontrar uma curva dos custos médios (CM) em forma de U, o que resulta
do comportamento dos rendimentos marginais. Inicialmente, a curva tem uma zona decrescente,
que corresponde a uma fase de rendimentos marginais crescentes. Quando a produção é muito
baixa, um aumento dessa produção pode fazer descer significativamente o custo atribuído a cada
unidade. Mas, a partir de certa altura, produzir mais começa a ser cada vez mais caro e a curva
cresce. Passou-se à fase dos rendimentos marginais decrescentes que, ao fim de certo tempo, faz

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subir custo médio. Deste modo a curva dos custos médios apresenta um padrão geral em U. A
curva dos custos marginais (Cmg), fortemente ligada à dos custos médios, tem também um
padrão em U, mas mais vincado, e começando a crescer antes de custo médio. A curva Cmg
corta CM no mínimo desta, ou seja, o custo médio é decrescente enquanto o custo marginal
estiver abaixo do custo médio e vice-versa. Observa o gráfico abaixo.

Cmg/Cme

Cmg

Cme

Produção

Fonte: Autor (2017)

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