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Teoria da Produção

A Teoria da Produção é um conceito central na economia que se concentra em


entender como as empresas e organizações transformam insumos ou recursos em bens e
serviços. Essa teoria é fundamental para analisar a eficiência da produção, a alocação de
recursos e a tomada de decisões de produção em um mercado.
Os principais elementos e conceitos relacionados à Teoria da Produção são:
Insumos e Fatores de Produção: Os insumos são os recursos utilizados no
processo produtivo, também conhecidos como fatores de produção. Tradicionalmente,
esses fatores são categorizados em quatro principais:
Trabalho: A mão de obra envolvida no processo, incluindo todos os
trabalhadores, desde operários até gerentes.
Capital: Os bens duráveis usados na produção, como máquinas, equipamentos,
edifícios e veículos.
Tecnologia: A combinação de conhecimento, métodos e processos que facilitam
a produção.
Recursos Naturais: Representa os recursos naturais utilizados na produção,
como terras agrícolas, recursos minerais e energia. A disponibilidade e qualidade desses
recursos afetam diretamente a capacidade de produção.
Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP): A FPP representa todas as
combinações possíveis de dois produtos que uma economia pode produzir, dado um
conjunto fixo de insumos e uma tecnologia específica. Isso ajuda a ilustrar o conceito de
escassez e a necessidade de tomar decisões sobre como alocar recursos limitados. Ela
pode ser definida usando uma função de produção.
Função de Produção: A função de produção representa a relação entre a
quantidade de insumos usados e a quantidade de produto gerada. Pode ser expressa
matematicamente como Q = f(L, K, T, R), onde Q é a quantidade produzida, L é a
quantidade de trabalho, K é a quantidade de capital, R é a quantidade de recursos
naturais e T é a tecnologia.
Como as empresas têm de considerar se os insumos podem ser substituídos uns
pelos outros, é importante distinguir entre curto e longo prazos quando analisamos a
produção. No curto prazo, alguns insumos podem ser fixos, enquanto no longo prazo,
todos os insumos são variáveis, permitindo uma maior flexibilidade na produção.
Contudo, não há um período específico, por exemplo, um ano, que separe o curto prazo
do longo prazo.
Portanto, a função de produção pode variar dependendo da tecnologia
disponível, dos recursos naturais e das habilidades dos trabalhadores. Sendo que o
objetivo das empresas é encontrar a combinação ideal desses fatores que maximize a
produção, dado um conjunto de restrições, como o orçamento disponível.
Uma isoquanta é uma curva que representa todas as possíveis combinações de
insumos que resultam no mesmo volume de produção. As isoquantas mostram a
flexibilidade que as empresas têm quando tomam decisões de produção. A inclinação de
cada isoquanta indica o volume de cada insumo que pode ser substituído por
determinada quantidade do outro, mantendo-se a produção constante.
E a Taxa marginal de substituição técnica (TMST) é a quantidade de um insumo
que pode ser reduzida quando uma unidade extra de outro insumo é utilizada,
mantendo-se o produto constante. Da mesma forma que a Taxa Marginal de
Substituição (TMS), a TMST é sempre medida como quantidade positiva: TMST = –
Variação do insumo capital/variação do insumo trabalho = –∆K/∆L (para um nível
constante de q). A TMST cai à medida que nos deslocamos para baixo ao longo de uma
isoquanta. A implicação matemática desse fato é que as isoquantas são convexas, assim
como as curvas de indiferença.
Para realizar o processo produtivo, as empresas precisam arcar com as despesas
de produção, despesas essas que são definidas em linguagem mais técnica, como custos
de produção. A firma quando da realização de seu processo produtivo sempre procura
otimizar seu comportamento, isto é, produzir sempre da melhor maneira possível. Ao
fazer isso, a empresa opera dentro da hipótese de racionalidade. Para obter o máximo
lucro, a empresa deve minimizar seus custos de produção. Os custos de produção são
divididos em várias categorias:
Custo Fixo: São os custos que permanecem constantes, independentemente do
nível de produção, como o aluguel de um edifício.
Custo Variável: São os custos que variam com a quantidade produzida, como a
matéria-prima e a mão de obra direta.
Custo Total: A soma dos custos fixos e variáveis.
Custo Médio: O custo total dividido pelo número de unidades produzidas (custo
médio total) ou pela quantidade de insumos utilizados (custo médio variável).
O formato em U das curvas de CTMe e CVMe a curto prazo se deve à lei dos
rendimentos decrescentes, ou nesse caso, lei dos custos crescentes. Inicialmente, os
custos médios são declinantes, pois tem-se pouca mão-de-obra para um relativamente
grande capital. Até certo ponto, é vantajoso absorver mais trabalhadores e aumentar a
produção, pois o custo médio cai. No entanto, chega-se à certo ponto em que satura a
utilização de capital (que está fixado) e a admissão de mais trabalhadores não trará
aumentos proporcionais de produção, ou seja, os custos médios ou unitários começam a
elevar-se.
Embora, as curvas de custo médio de longo e de curto prazo tenham o mesmo
formato em U, elas diferem no sentido de que o formato a curto prazo se deve a Lei dos
Rendimentos Decrescentes que afirma que, mantendo um insumo constante e variando
os outros, a produtividade marginal desse insumo diminui à medida que sua quantidade
aumenta, enquanto o formato da curva de longo prazo deve-se aos rendimentos de
escala, que explica o comportamento da taxa de aumento na produção em relação ao
aumento associado nos insumos ou fatores de produção. Existem três tipos possíveis de
retornos de escala: retornos crescentes de escala, retornos constantes de escala e
retornos decrescentes de escala. Se a produção aumenta pela mesma mudança
proporcional que todos os insumos mudam, então há retornos constantes de escala. Se a
produção aumentar em menos que a mudança proporcional em todos os insumos, haverá
retornos decrescentes de escala. Se a produção aumentar em mais do que a mudança
proporcional em todos os insumos, haverá retornos crescentes de escala.
Custo Marginal: O custo adicional de produzir uma unidade adicional de
produto.
Para tomar decisões racionais sobre a alocação de recursos, as empresas usam
análises de isocustos e curvas de isoquanta. Isocustos mostram todas as combinações de
fatores de produção que custam o mesmo. Para cada nível diferente de custo total, há
uma linha de isocusto diferente. Quando cresce o gasto com todos os insumos, a
inclinação da linha de isocusto não sofre modificação, pois não ocorreu alteração dos
preços dos insumos, mas o intercepto se desloca.
Quando uma empresa opera no curto prazo, o custo de produção pode não ser
minimizado por causa da inflexibilidade na utilização de alguns insumos. No longo
prazo, a capacidade de variar a quantidade desses insumos permite que a empresa
reduza seus custos.
Maximização de Lucros e Produção Eficiente:
O objetivo final da teoria da produção é a maximização dos lucros, definida pela
seguinte fórmula:
LT= RT – CT
Onde: LT= Lucro total; RT= Receito total de venda; CT= Custo total de
produção.
A empresa pra obter lucro máximo deverá escolher o nível de produção para
qual a diferença entre RT e CT seja a maior possível. Ou seja, as empresas buscam
produzir a quantidade certa de bens ou serviços que maximizará seus ganhos,
considerando os custos e a demanda do mercado. Isso envolve encontrar a combinação
ideal de fatores de produção que equilibre custos e benefícios.
A maximização do lucro ocorre, em um nível de produção tal que a receita
marginal da última unidade produzida seja igual ao custo marginal desta última unidade
produzida.
RMg = CMg
Onde: RMg é a Receita marginal que é o acréscimo da receita total pela venda
de uma unidade adicional do produto e (CMg) é o Custo Marginal que é o acréscimo do
custo total pela produção de uma unidade adicional do produto.
Em que se RMg > CMg: há interesse de aumentar a produção, pois cada unidade
adicional fabricada aumenta o lucro; Se RMg < CMg: há interesse de diminuir a
produção, pois cada unidade adicional que deixa de ser fabricada aumenta o lucro. E se
RMg = CMg: há a maximização do lucro, sendo CMg crescente.
Portanto, a produção eficiente é alcançada quando a empresa opera na fronteira
de possibilidades de produção, onde não é possível aumentar a produção de um bem
sem reduzir a produção de outro. Isso significa que os recursos estão sendo utilizados da
forma mais eficiente possível. Sendo que existem dois tipos principais de eficiência:
Eficiência técnica: Isso ocorre quando a produção é realizada usando a menor
quantidade possível de insumos para produzir uma determinada quantidade de produtos
ou serviços. Ou seja, é a capacidade de produzir mais com menos recursos.
Eficiência econômica: Vai além da eficiência técnica e envolve a maximização
dos lucros. Isso significa que uma empresa está produzindo na quantidade em que os
custos marginais igualam a receita marginal. A eficiência econômica garante que a
empresa está obtendo o máximo retorno sobre seus recursos.

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