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RESUMO
O objetivo deste texto é apresentar fundamentos da Teoria do Custo na perspectiva da Ciência
Econômica. Além disso, são abordados conteúdos como determinação do lucro, ponto de equilíbrio
e processo de maximização do lucro. Ao final da leitura deste texto você estará apto a: classificar os
custos de produção; explicar o comportamento dos custos da firma no curto e longo prazo;
determinar o lucro e o ponto de equilíbrio; explicar o processo de maximização do lucro; identificar
o ponto de fechamento da firma.
INTRODUÇÃO
1
Mestre em Geografia (UFS), Graduado em Ciências Econômicas (UFS). Professor de Economia da FANESE.
2
Graduada em Ciências Contábeis (Estácio de Sá/RJ) e em Ciências Econômicas (UFS).
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE - ARACAJU - SERGIPE
REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 6 – Nº 1 – Julho 2017
LUCRO ECONÔMICO E LUCRO CONTÁBIL
O lucro contábil é o resultado da receita de vendas menos os custos explícitos totais. É o
resultado específico da atividade econômica em análise, uma loja de sapatos, por exemplo. No
entanto, para termos uma avaliação econômica dessa atividade, temos que considerar também se os
recursos empregados para a abertura e manutenção da atividade foram bem empregados. Ou seja, se
o dinheiro, o imóvel e outros recursos de propriedade do investidor, que foram empregados no
negócio, têm melhor ou pior remuneração do que se estivessem alocados noutras aplicações.
Essa avaliação econômica é feita por meio do cálculo do lucro econômico que é a diferença
entre o lucro contábil e os custos de oportunidade.
Avaliações econômicas levam em conta os custos de oportunidade
O custo de oportunidade é uma variável utilizada como parâmetro de comparação entre
opções existentes de aplicação de recursos. Podemos conceituar custo de oportunidade como o
benefício proporcionado pela oportunidade de aplicação que estamos abrindo mão em detrimento de
outra. Considerando o tema que estamos abordando, o benefício mencionado no parágrafo acima
deve ser entendido como rendimento.
Por exemplo: supondo que você tenha o desejo de abrir um negócio e que
para tal fim será necessário investir R$ 1 milhão. Supondo ainda que você
tenha esse dinheiro alocado numa aplicação financeira que rende 10% por
ano e resolva empregá-lo no negócio. Caso isto ocorra, você estará abrindo
mão daquele rendimento de 10%. Este é o custo de oportunidade desta
decisão.
EXTERNALIDADES
São custos ou benefícios para a firma ou sociedade provenientes da ação de outras empresas
ou do governo, por exemplo.
Exemplo de externalidade negativa: bares, restaurantes, pousadas, cujo atrativo
são praias, lagos, paisagens naturais podem incorrer em custos decorrentes da
poluição provocada pela atividade econômica da indústria química, por exemplo.
Exemplo de externalidade positiva: a construção de estradas ou pontes, por
exemplo, pode atrair clientes potenciais para as empresas do lugar onde essas
infraestruturas foram implantadas.
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CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS NO CURTO PRAZO
Custos Fixos (CF): os custos fixos estão associados ao emprego dos fatores de produção
fixos. Mesmo que haja mudança na quantidade produzida estes custos não se alteram – aluguel,
parcelas de financiamentos e depreciação, por exemplo.
Custos Variáveis (CV): são custos relativos a utilização de fatores de produção variáveis.
Variam em função de alterações no volume produzido - matéria-prima, energia e mão-de-obra
operacional, por exemplo.
Custo Total (CT): é o custo de produção total associado a cada possível nível de produto.
CT=CF+CV. Se a produção for nula os custos da firma serão iguais aos custos fixos
Custo fixo médio (CFme): igual ao custo fixo dividido pela produção, ou seja, é o custo fixo
por unidade produzida. À medida que a produção é aumentada este custo diminui, já que estes são
divididos por quantidades cada vez maiores.
Custo variável médio (CVme): igual ao custo variável dividido pela produção, ou seja, é o
custo variável por unidade produzida. Varia em função de mudanças na produtividade média dos
recursos variáveis, como mão-de-obra, por exemplo.
Custo médio (Cme): é o custo total dividido pela produção. Este é o custo por unidade
produzida. Pode ser determinado, também, pela soma do custo fixo médio com o custo variável
médio. Como no caso do CVme, varia em função de mudanças na produtividade média dos recursos
variáveis.
Custo marginal (Cmg): é a variação do custo total em função de acréscimos em uma unidade na
produção. Mostra qual é o custo da unidade a mais que se deseja produzir. Varia em função de
mudanças na produtividade marginal dos recursos variáveis.
PRODUTIVIDADE E CUSTOS
O custo médio (Cme) de uma firma varia de acordo com as alterações da produtividade
média dos recursos produtivos no curto prazo.
Comportamento do Cme no curto prazo:
O Cme diminuirá quando a produtividade média dos recursos variáveis for crescente; e
O Cme aumentará quando a produtividade média dos recursos variáveis passar a ser
decrescente.
Outra forma de analisar o comportamento do Cme é a comparação entre este e o Cmg. Isto é
importante para o analista saber até que ponto o Cme será decrescente e a partir de qual ponto ele
passará a ser crescente. Nesse sentido, se o aumento da produção tiver como conseqüência um Cmg
menor que o Cme, este último diminuirá. Caso contrário, se o Cmg for maior que o Cme, este
último aumentará.
Outra informação está relacionada ao ritmo com que o Cmg cresce, ou seja, quanto maior
for o crescimento do Cmg, maior será o aumento do Cme, e vice-versa.
Observação: lembre-se de que quanto maior for o Cme em comparação a um dado preço,
menor será o lucro por unidade produzida: Lucro unitário = Preço – Cme.
ECONOMIAS DE ESCALA
Ao estudar as economias de escala, o analista tem como questão central a definição do
tamanho ideal para a firma no mercado em que atua, ou seja, sua escala de produção. A escala de
produção ideal é aquela que proporciona a maior produção possível ao custo médio mais baixo.
Neste caso, a análise considera o custo médio de longo prazo (Cme LP), que diferencia-se do Cme de
curto prazo (Cme) pelo fato de que, num horizonte de tempo maior, todos os recursos são variáveis.
Ou seja, no longo prazo são planejadas alterações daqueles recursos que no curto prazo não seriam
possíveis, a exemplo da estrutura física, terrenos, máquinas de grande porte, etc.
Para definir a escala ideal, o analista considerará os resultados de aumentos na escala de
produção. Estes podem resultar em três de tipos de retorno econômico:
Retorno crescente de escala (ou Economia de Escala) - ocorre quando o
aumento da escala de produção resulta redução do CmeLP;
Retorno constante de escala - ocorre quando o aumento da escala de produção
não altera o CmeLP; ou
Retorno decrescente de escala (ou Deseconomia de Escala) - ocorre quando o
aumento da escala de produção resulta em aumentos do CmeLP.
O gráfico a seguir ilustra os três tipos de retorno de escala:
Curva de lucro
3
Quantidade produzida.
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Determinação do ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio é determinado pela razão entre o CF e a margem de contribuição
unitária (diferença entre o P e o CVme). Essa informação é grande valia para o tomador de
decisão empresarial. Ela indica qual é a quantidade mínima de produtos que a firma terá que vender
para não incorrer em prejuízo (RT = CT). Além disso, saberá que a partir desse ponto, unidades de
produto adicionais produzirão lucros múltiplos da margem de contribuição. Vejamos um exemplo:
O gerente de uma pizzaria informa que seus custos fixos somam R$ 4.000,00 por mês, que o
custo variável médio (custo de cada pizza sem considerar o custo fixo) é de R$ 10,00 e vende
cada pizza por R$ 30,00. Informa ainda que só vende um tipo de pizza. Assim sendo,
a) Determine o ponto de equilíbrio da pizzaria.
b) Supondo que a margem de contribuição (P – Cvme) seja a mesma, então, se forem vendidas
300 pizzas por mês a pizzaria terá lucro ou prejuízo? De quanto?
c) Quantas pizzas devem ser vendidas por mês para que o lucro seja de R$ 5.000,00 mensais?
Respostas:
a) O ponto de equilíbrio é de 200 unidades, ou seja, R$ 4.000,00 / (R$ 30,00 – R$ 10,00).
b) Mantendo-se a margem de contribuição de R$ 20,00 (R$ 30,00 – R$ 10,00), com a
venda de 300 unidades a pizzaria teria lucro de R$ 2.000,00 (100 unidades x R$ 20,00).
As 100 unidades são o saldo da diferença entre 300 e 200 unidades. Lembre-se que o
ponto de equilíbrio é alcançado com 200 unidades, e que cada unidade vendida a mais
acrescentará R$ 20,00 ao lucro da pizzaria.
CONCLUSÃO
Neste texto você leu um resumo que introduz os fundamentos da Teoria do Custo sob a
perspectiva da Teoria Econômica. Foram abordados conceitos e técnicas de análise de custos,
considerando, o curto e longo prazos, referindo-se a realidade atual e o planejamento da escala de
produção, respectivamente. Além disso, foram abordados conteúdos como determinação do lucro,
ponto de equilíbrio, processo de maximização do lucro e ponto de fechamento da firma.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: Micro e macro. Brasília: ATLAS,
2008.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. Brasília: ATLAS, 2006.
APÊNDICE
Para a fixação deste conteúdo, sugere-se os seguintes exercícios de revisão:
Questão 4 - O empresário que tem como objetivo a maximização do lucro aceitará aumentar a
produção de sua empresa quando a receita marginal (Rmg) resultante desse aumento for maior que
o custo marginal (Cmg). Essa afirmativa é verdadeira? Por que?
Questão 5 - Considere os dados a seguir referentes a uma fábrica de barcos e apresente um parecer
econômico quanto a possibilidade de aumento da produção de cada um dos três modelos de barco.
O aumento projetado é de apenas um barco de cada modelo e o objetivo dos sócios da empresa é
maximizar o lucro.
Questão 6 – Uma empresa conhecida no ramo de embarcações está planejando aumentar a sua
produção de 10 para 11 embarcações anuais. Esse aumento da produção deverá elevar a receita da
empresa de R$ 1.000.000,00 para R$ 1.100.000,00 por ano. Partindo-se da lógica de que a empresa
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deseja maximizar seus lucros, esta deverá aumentar sua produção, sabendo-se que seu custo total
anual passará de R$ 650.000,00 para R$ 770.000,00? Por que?
Questão 7 - Um fabricante de automóveis especiais para colecionadores está planejando aumentar
sua produção mensal em uma unidade, mas, para saber se essa decisão é vantajosa
economicamente, pede seu conselho de especialista. O fabricante informa que a receita total atual é
de $7 milhões e o custo total de $6,3 milhões. Com o aumento da produção a receita total deverá ser
de $7,8 milhões e o custo total de $7 milhões. Sabendo-se que o empresário deseja maximizar seus
lucros, você aconselharia o aumento da produção? Por que?