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SISTEMA DE CUSTOS de PRODUÇÃO

É o conjunto de procedimentos administrativos que registram, de forma


sistemática e continua efetiva remuneração dos fatores de produção empregados no
processo de produção.

OBJETIVOS:
- Permite ao administrador avaliar e comparar as atividades de menor custo, as
mais lucrativas, às operações de maior e menor custo e as vantagens de substituir
uma pela outra.
- Auxiliar o processo de planejamento, oferecendo base confiável e consistente
na hora de decidir o que, quando, quanto e como produzir.
- Permitir uma correta avaliação dos resultados obtidos em cada atividade.
►O sistema de custos deve integrar o sistema de informações gerenciais, ele
fixa padrões (ex: custo padrão por produto) e subsidia orçamentos. Ele consiste num
conjunto de informações que proporcionará ao administrador a tomada de decisão
mais correta, e que este aponte de forma sistemática e eficiente à existência de gastos
não necessários que estejam reduzindo a lucratividade da exploração.

»RELAÇÃO CUSTO / RECEITA / LUCRO


Para aumentarmos nosso lucro devemos trabalhar com essa relação:
CUSTO TOTAL = RECEITA TOTAL - LUCRO
CT= Custos fixos + Custos Variáveis
RT= Preço do produto vendido x Quantidade produto vendido
Como podemos aumentar nosso lucro:
a) Aumento do lucro em decorrência do aumento da receita total;
b) Aumento do lucro em decorrência da redução do custo total;
c) Aumento do lucro em decorrência da redução de custo total e aumento da receita total.
Em consequência, para aumentarmos a receita total temos dois caminhos:
a) Aumento da receita total através do aumento do valor do produto vendido, ou seja,
aumento do preço. (Fator externo);
b) Aumento da receita total através do aumento da quantidade do produto vendido, ou
seja, aumento da área ou da produtividade. (Fator interno).
CLASSIFICAÇÕES USADAS PARA OS CUSTOS:

☻Quanto ao direcionamento para uma ou mais atividades produtivas:


Diretos: É o montante de todos os gastos que recaem diretamente sobre
cada uma das atividades produtivas desenvolvidas na propriedade. Ex: Sementes,
fertilizantes, defensivos, vermífugos, carrapaticidas, etc.
Indiretos: São todos os gastos referentes às atividades desenvolvidas pela
empresa, cujo montante recai sobre mais de uma atividade, sendo necessário fazer
rateio deste entre as atividades atingidas. Ex: Manutenção e conservação,
administração, imposto, taxas, etc.
OBS: Determinados gastos, podem ser considerado como custos diretos ou
indiretos, dependendo da sua aplicação. Ex.: Óleo diesel (usado para uma ou mais
culturas).
RATEIO→ É a divisão do montante gasto entre duas ou mais atividades,
usando-se de alguns artifícios, os quais devem ser escolhidos de modo a se reduzir ao
máximo os erros. Para isso devemos escolher meios que mais se adaptem a natureza
dos gastos e que sejam de aplicação mais racional.
Formas de rateio mais utilizadas:
1- Rateio através da utilização da mão de obra;
2- Rateio através da utilização de hora máquina;
3- Rateio através da área em hectares utilizada para cada atividade;
4- Rateio através do número de unidades animais;
5- Rateio através da receita bruta de cada atividade;
6- Rateio através do número de funcionário;
7- Dentre outras que melhor se adéquam a realidade vivenciada.

☻Custos definidos em relação ao comportamento e para fins de cálculo,


subdividimos os custos em duas categorias principais:
Custos fixos (CF). São aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que
seja o volume de produção. É o caso, por exemplo, do arrendamento de terras. Este
será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível da produção, inclusive no
caso de não se produzir.
De outra forma, são aqueles que:
a- Tem duração superior ao curto prazo (mais de um ciclo produtivo);
b- Não se incorporam totalmente no produto no curto prazo, fazendo-o em tantos ciclos
quantos o permitirem sua vida útil;
c- Seu conjunto determina a capacidade de produção nas diferentes atividades (a escala
de produção), eles não se alteram facilmente no curto prazo.
Ex: Máquinas, equipamentos, benfeitorias, taxas fixas, impostos, animais
produtivos e de trabalho, calagem, mão de obra permanente, etc.
OBS: Ocorrem independentemente do seu uso ou não, ou pela área que se
está produzindo, seja grande ou pequena.

Custos Variáveis (CV): São aqueles cujos valores se alteram em função do


volume de produção. Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo.
Os custos variáveis aumentam a medida que aumenta a produção.
São aqueles que:
a- Têm duração igual ou inferior ao curto prazo;
b- Incorporam-se totalmente ao produto no curto prazo;
c- Se alteram no curto prazo e isto provoca variações na quantidade e qualidade do
produto dentro do ciclo.
Ex: Insumos em geral (sementes, defensivos, medicamentos, etc.), serviços
terceirizados de máquinas e equipamentos, mão de obra eventual, etc.

Também neste critério, existem outras duas classificações possíveis:

Custos semi-variáveis: são custos que variam com o nível de produção


que, entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que nada seja produzido. É o caso, por
exemplo, da conta de energia elétrica, na qual a concessionária cobra uma taxa
mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor total da conta
dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produção da
empresa. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela
fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento
de uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá,
mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não
pode esfriar.

Custos semi-fixos ou custos por degraus: são os custos que são fixos
numa determinada faixa de produção, mas que variam se há uma mudança desta
faixa. Considere, por exemplo, a necessidade de tratadores em uma cabanha, a cada
15 animais tratados é necessário um tratador. Portanto, o custo será fixo neste
intervalo de 15 animais tratados, alterando-se somente quando necessário.
Alguns autores não fazem uso da nomenclatura de custos semi-variáveis e
custos semi-fixos, preferindo denominá-los de custos que possuem uma parcela fixa e
uma parcela variável ou de custos mistos.

☻Quanto à saída de dinheiro do caixa (desembolso).


Custos monetários – São aqueles custos que resultam num desembolso,
que necessariamente provocam uma saída de dinheiro do caixa.
Ex.: Combustível, manutenção, mão de obra, etc.

Custos não monetários – São custos que ocorrem, todavia, não geram
saída de dinheiro do caixa, pelo menos, não naquele momento.
Ex: Depreciação e custos de oportunidade.

☻Custos alternativos ou de oportunidade


Na maioria das vezes não é considerado como custo de produção,
dependendo do critério adotado.
É o valor que o capital empregado em uma atividade renderia se fosse utilizada
na melhor alternativa disponível fora da atividade.
A opção de investir na empresa e não de ganhar no mercado financeiro, por
exemplo, precisa ser recompensada pela atividade produtiva.
Da mesma forma o custo de oportunidade da terra é o valor que o proprietário
poderia dispor caso não estivesse produzindo nesta, através do seu arrendamento ou
rendimento no mercado financeiro.
A esse retorno ao investimento feito e ao possível arrendamento, dá-se o nome
de custo de oportunidade que cada atividade deverá cobrir pela utilização destes
recursos.

Custo da terra (monetário ou de oportunidade)


Quanto a terra em que se desenvolvem atividades de produção agropecuária
se tem duas situações mais comuns possíveis, a terra arrendada ou a terra própria,
somente em uma delas será necessário o cálculo do custo de oportunidade:
Terra arrendada: Neste caso o produtor está trabalhando em terras
arrendadas, sendo o custo igual ao valor pago pelo arrendamento, não configurando,
desta forma um custo de oportunidade. Pode, em caso de lavoura, ser fixado em
percentual da produção ou ainda em quilos de produto por unidade de área, e no caso
da pecuária em quilos de boi por unidade de área. É, portanto, um custo monetário.
Terra própria: é justamente neste caso que surge o “custo de oportunidade da
terra”, que geralmente não é levado em consideração pelos produtores, por não gerar
desembolso não sendo, desta forma, contado como custo de produção. Temos duas
formas básicas para calcular este custo:
- Rendimento no mercado financeiro: Neste caso calculamos os juros reais,
não levando em conta a correção monetária, que apenas repõe as perdas com
inflação.
Para este cálculo precisamos de alguns dados externos:
- Taxa de juros de mercado (a melhor que houver);
- Valor médio do hectare na região.
Também alguns dados internos:
- Área utilizada na atividade;
- Período de utilização ou duração da cultura.
Ex: Taxa de juros: 6% ao ano
Valor do hectare: R$ 20.000,00
Área da lavoura: 50 hectares
Período de utilização: 6 meses
- Capital = área x valor = 50 x 20.000,00 = 1.000.000,00
- Custo de Oportunidade = capital x juros = 1.000.000,00 x 3% = 30.000,00

- Valor do arrendamento: Neste caso toma-se como custo de oportunidade da


terra o valor que receberia caso fosse arrendar esta terra para terceiros. No caso de
usar este método lembre-se que o valor obtido não é igual ao custo de oportunidade
do capital investido na terra, mas sim a oportunidade de arrendar esta terra para
terceiros e receber o arrendamento sem trabalhar e correr riscos.
Ex.:
Cultura da soja.
Taxa de arrendamento: 8 sacas por ha
Valor da saca: R$160,00
Área: 50 ha

Valor do arrendamento= 8 X 160,00 X 50 = 64.000,00


Custo de Oportunidade do Capital Investido na Atividade:
Para este cálculo necessitamos das seguintes informações:
- Montante do capital investido;
- Tempo de duração da atividade até começar a gerar receita;
- Taxa de juros (sem correção monetária).
Como os gastos ocorrem durante todo o período, seria muito trabalhoso
calcular todos em separado, logo se sugere o seguinte:
1- Somar o total de despesas em toda a atividade;
2- Verificar os juros de mercado (reais);
3- Verificar a duração da atividade;
4- Calcular o C. Op. do Capital;
Ex:
Atividade: Soja
Duração: Seis meses
Juros: 0,5% ao mês = 3% em seis meses
Custo variável: 2300,00 X 50 = 115000,00
Logo:
C. Op. C. = 3% x 115000,00 = 3.450,00

Custo de oportunidade da mão de obra familiar: Equivale a quanto o


trabalho da família renderia se fosse utilizado em outra atividade fora da propriedade,
ou então, ao valor que se pagaria caso tivesse que ser contratada a mão de obra
necessária para realizar as tarefas desempenhadas pela mão de obra familiar.
Quando considerarmos como custo fixo o trabalho da administração (pro
labore) não se leva em conta este custo.
Ex.:
Cálculo do custo de um empregado rural
Salário Rural:
Fundo de garantia (8%):
Férias (1/3):
INSS (12% + 8%):
Escritório (15%):
Totalizações de custos:

Desembolso (D)
São compostos somente pelos custos monetários, custos estes que
necessariamente provocaram uma retirada de dinheiro do caixa. Portanto, não fazem
parte dele a depreciação e os custos de oportunidade.
D= CV + CF – Depreciação

Custo operacional
Refere-se ao custo dos recursos de produção que exigem desembolso por
parte da empresa (unidade de produção) para sua aquisição ou reposição. Inclui
praticamente todos os custos variáveis, e todos os fixos que exigem reposição sem,
desta forma, considerar os custos alternativos ou de oportunidade.
É o menor custo que a atividade deve remunerar para que o produtor continue
na atividade.
CO = CF + CV

Custo total (CT)


Custo total é a soma de todos os custos com recurso de produção para
determinada atividade produzir certa qualidade de bens, sejam eles monetários ou
calculados.
C T = C F + C V + C de Oportunidade

Custo médio (CM)


Representa o custo por unidade de produto obtido, é igual ao resultado da
divisão do custo total pela qualidade produzida.
Pode ser calculado, estabelecendo-se a relação entre qualquer um dos custos
e cada uma das unidades do produto produzidas na atividade em análise.
CM= CT
Produção
Resultados:

Receita Bruta
Representa o resultado das atividades em valores monetários, ou
simplesmente, é a multiplicação do preço pela quantidade de produto produzida.
Em propriedade com diversificação de produção a receita representa o valor do
produto principal, se houver, bem como, de todos os demais.

Valor Bruto de Produção (VBP): É o somatório de todas as vendas, incluindo-se


também o valor relativo à parte do produto destinado ao consumo ou a doações.

VBP = vendas + consumo + doações

Margem Bruta (MB): É a diferença entre o valor bruto de produção e os custos


desembolsados.

MB = VBP - D

Margem Líquida (ML): É a diferença entre o valor bruto de produção e o custo


operacional.

ML = R - C. Ope.

Lucro ou Prejuízo: É a diferença entre o valor bruto de produção e o custo total.

L ou P = R - CT
Plano de contas Gerencial
É uma estrutura que deve ser criada para cada estabelecimento, com o
objetivo de armazenar organizadamente os registros das movimentações financeiras
de receitas e despesas efetuadas em um estabelecimento.

Bancos Banrisul
Banco do Brasil
Sicredi
Cereais Arroz Indústria
Soja Semente
Milho
Despesas gerais Água e Energia Elétrica
Doações
Material de escritório
Telefone
Taxas Associações
Impostos
Insumos agrícolas Adubos Fosfatados Super simples
Super triplo
NPK 00-20-20
05-15-25
Nitrogenados
Combustíveis Diesel
Gasolina
Corretivos Calcário Calcítico
Dolomítico
Defensivos Herbicida
Inseticidas
Fungicidas
Sementes Arroz 417
422
Soja
Milho
Insumos pecuária Medicamentos Uso geral
Vacinas
Vermífugos
Suplementos Rações
Sal mineral e comum
Manutenção Açudes
Cercas
Construções
Máquinas
Mão de obra Fixa
Temporária
Peças Uso geral
Filtros
Correias
Pecuária Bovinos Cabanha
Gado geral
Ovinos
O plano de contas é porta de entrada para qualquer despesa ou receita
efetuada nas atividades desenvolvidas.

Critérios para elaboração de um plano de contas.


O plano de contas gerencial deve ser:
- O mais detalhado possível, possibilitando, desta forma, acesso a dados necessários e
controles que se deseje efetuar;
- O mais reduzido possível, sem prejudicar a qualidade dos controles buscados;
- É recomendado, em termos de subdivisão de contas, que não se ultrapasse quatro
níveis, pois corre o risco de gerar dificuldades de manipulação.

Centro de custos
São atividades desenvolvidas dentro de um estabelecimento ou empresa rural
as quais geram custos para serem exercidas.
Cada empresa terá os seus centros de custos, que serão peculiares as
atividades por ela desenvolvidas. Os centros de custo são os destinos de todas as
movimentações financeiras efetuadas que representarem receitas ou despesas.
Ex.: A atividade “lavoura de arroz” irá receber o custo da semente de arroz
comprada e a atividade “pecuária de corte” irá receber o custo das vacinas adquiridas.

Em uma empresa teremos dois tipos de centro de custos, a saber:

Centro de custos produtivos


São todas as atividades produtivas que geram receitas e despesas ao serem
exercidas.
A avaliação da viabilidade econômica destes centros de custos é o objetivo da
confecção dos centros de custos de produção.
Exemplo de centro de custo produtivo:

Agricultura Arroz Convencional


Direto
Pré-geminado
Soja Convencional
Direto
Milho
Pecuária Bovinos Cria
Recria
Terminação
Ovinos
Equinos

A subdivisão dos centros de custos possibilita a melhor avaliação das


atividades, viabilizando, por exemplo, verificar o desempenho conjunto das lavouras
de arroz, ou somente do arroz pré-geminado, ou ainda do talhão 1 do pré-geminado
quando este for separado em talhões.

Dois detalhes importantes:


- Lançamentos feitos em centros de custos “pais” deverão ser rateados entre os centros
de custos “filhos”, pelo critério mais justo.
- Relatórios de centros de custos “pais” deverão englobar receitas e despesas lançadas
diretamente em centros de custo “filhos”.

Ex:
- Um topógrafo que faz o levantamento das lavouras terá sua despesa dividida entre
os centros de custos filhos, que são cada uma das lavouras.
- Custo de irrigação com pivô central utilizado na lavoura de milho deverá lançado
diretamente neste centro de custos.
- Ração para o gado em confinamento é próprio do centro de custo confinamento e
nele diretamente lançado e somado ao seu centro de custo “pai”.

Resumindo:
Para sabermos o custo de um centro de custo “pai” soma-se os seus
lançamentos diretos e mais tudo o que foi lançado em seus filhos, e os que lhe
couberam por rateio de seus pais.
Para sabermos o custo de um centro de custo “filhos”, somam todos os seus
lançamentos diretos mais os que lhe cabem pelo rateio dos lançamentos feitos nos
centros de custos “pais”.
Centros de custos intermediários
São atividades da empresa que dão suporte as atividades produtivas, ou seja,
mantém estas funcionando.
Estão ligadas a várias atividades produtivas ao mesmo tempo.
Ex: Estrutura administrativa, cozinha, oficina, sistema de irrigação, equinos, etc.

OBS: O lançamento feito nos centros de custos intermediários ainda não


percorreu todo o seu caminho, pois todas as despesas deverão ser rateadas entre as
atividades produtivas atendidas por eles.

Indexação de valores

Significa converter um valor qualquer em um determinado indicador, a fim de que


se possa utilizar este valor para comparações e relatórios futuros.

Devem-se seguir algumas regras básicas na indexação:


1- Utilizar no mínimo dois indexadores;
2- Utilizar um indexador inflacionário (ex. UFIR) e o produto da atividade como segundo
indexador;
3- Nunca usar somente o produto como indexador.
4- No caso de um terceiro indexador usar uma moeda estável (ex.: dólar ou euro).
Demonstrativo de resultado do exercício
O demonstrativo de resultado do exercício é uma peça contábil que
procura mostrar o resultado das operações sociais, ou seja, o resultado da
empresa (lucro ou prejuízo) no ano de análise.
Dentro desse objetivo básico procura-se evidenciar:
a- Resultado operacional do períodoQue é o fruto das operações da empresa
provocado pela movimentação dos valores aplicados no ativo.
b- Lucro líquido do exercício Que é a parcela dos resultados que efetivamente
ficou a disposição do proprietário para ser retirada ou reinvestida.

Além disto, o presente demonstrativo procura mostrar, em seqüência


lógica, todos os fatores que influenciam, para mais ou para menos, o resultado
do período, tornando-se assim um valioso instrumento para análise econômico
financeira, bem como, preciosa fonte de informações para a tomada de decisão
administrativa.

Estrutura:
Adotando-se o sistema de demonstração vertical, parte-se da receita
operacional bruta (valor total das vendas) e, por meio de adições e subtrações
sucessivas, chega-se ao resultado líquido do exercício.
Assim sendo, temos:
A- Receita operacional bruta (R O B) 
É o somatório de todas as vendas, de todos os produtos e/ou serviços
produzidos na empresa, realizados durante o ano de análise.

B- Receita operacional líquida (R O L) 


É o resultado da subtração de algumas deduções sobre a R O B.
R O L = R O B – Deduções
Deduções:
- Devoluções de mercadorias por vendas canceladas;
- Impostos faturados (ICMS, FUNRURAL, etc.)
- Abatimentos: Concedidos por defeitos ou avarias nas mercadorias vendidas
(não se trata de desconto para venda).
C- Lucro operacional bruto (L O B) 
É o resultado da dedução do custo de produção da R O L .
LOB=ROL–CP
Custo de produção:
- Custo de aquisição de insumos usados no processo produtivo;
- Custo de aquisição de animais;
- Custo de mão de obra;
- Custo de manutenção, reparos e depreciação de bens utilizados na produção;
- Custo de transporte e seguros.

D- Lucro operacional líquido 


Do L O B são deduzidas as despesas indiretas, que compreendem todas as
despesas não enquadradas nas deduções da R O B ou no custo de produção,
mas que são igualmente necessárias à manutenção das atividades da
empresa. Como não estão diretamente vinculadas ao processo produtivo, são
chamadas de despesas indiretas.
L O L = L O B – Despesas indiretas
Despesas indiretas:
- Despesas administrativas;
- Despesas comerciais ou com vendas.

E- Lucro final antes do imposto de renda (L F A I R)


LFAIR=LOL+RNO–DNO
Receitas não operacionais (R N O):
- Receitas financeiras;
- Rendimentos derivados de investimentos;
- Rendimentos derivados de imóveis locados.
Despesas não operacionais (D N O):
- Despesas financeiras (ex.: juros cheque especial);
- Prejuízos de investimentos.
F- Lucro final depois do imposto de renda (L F D I R)
LFDIR=LFAIR–IR

G- Lucro líquido do exercício (L L E)


L L E = L F D I R – Participações
Participações:
- Participação da administração;
- Participação de empregados;
- Participação de sócios.

Demonstrativo de resultado do exercício (modelo)


A Receita Operacional Bruta R$ 298.893,00

(-) Deduções

Imposto faturados (2,3% da ROB)

Receita Operacional Líquida R$ 298.893,00

B (-) custo de produção R$ 128.770,16

Custo de aquisição de insumos e animais R$ 55.036,95

Custo de mão de obra R$ 21.653,00

Depreciação, reparo e manutenção R$ 43.333,11

Custo de fretes -

Outras despesas R$ 8.747,10

C Lucro Operacional Bruto R$ 170.122,84

(-) Despesas Operacionais R$ 24.927,00

Despesas administrativas R$ 6.427,00

Comissões de vendas R$ 500,00

Pro labore R$ 18.000,00

D Lucro Operacional Líquido R$ 168.980,84

(+) Receitas Não Operacionais R$ 1.308,00

Rendimentos de poupanças B. Brasil R$ 765,00

Rendimentos de poupanças BANRISUL R$ 543,00

(-) Despesas Não Operacionais R$ 2.450,00

Despesas financeiras R$ 2.450,00

E Lucro Final Antes do Imposto de Renda R$ 167.838,84

(-) Imposto de Renda (20%) R$ 33.567,77

F Lucro Final Depois do Imposto de Renda R$ 134.271,07

(-) Participações R$ 2.014,07

Participações da Administração (0,5%) R$ 671,36

Participações de Empregados (1%) R$ 1.342,71

G Lucro Líquido do Exercício R$ 132.257,01


 Índices de resultado a sua análise 
Introdução:
Os índices de rentabilidade se destinam a medir a capacidade de
produzir lucros dos capitais investidos no negócio, enquanto os de
remuneração medem o ganho, ou como o próprio nome o diz, a remuneração
dos capitais próprios.
Evidentemente, não é só o capital próprio que produz lucro, todos os
capitais aplicados (próprios e alheios) o produzem, assim quando falarmos em
rentabilidade apura-se a rentabilidade de todos os capitais investidos.

Índices de rentabilidade:
- Margem de lucro  Resulta da comparação entre o Lucro
Operacional Bruto e o montante das vendas do exercício (ROL). Indica qual a
proporção de lucro em cada real do produto vendido, e por complemento
aritmético o respectivo custo.
ML = L O B x 100
ROL
O resultado das operações corresponde a ________ % do faturamento,
ou seja, em cada real de vedas a empresa obteve R$ ___________ de lucro e
um custo de R$ ____________.

- Rentabilidade do investimento global  A comparação do Lucro


Operacional Líquido com o montante do ativo revela a capacidade de produzir
lucro do total dos capitais aplicados pela empresa.
RIG = L O L x 100
A T
Esse resultado indica que para cada real aplicado na empresa produziu-
se R$ __________ de lucro.

- Retorno sobre o investimento  Se dividir 100 pela RIG, tem-se o


número de anos que decorrerão até que o lucro gerado possa cobrir o atual
capital investido.

R S I = 100 / R I G
Esse resultado indica que mantido este índice de rentabilidade serão
necessários _______ anos para receber de volta o valor do investimento total.

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