Você está na página 1de 21

CUSTO DE PRODUÇÃO EM

ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS
1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Investimentos
São gastos efetuados com o propósito de gerar produtos ou serviços num tempo futuro.
Segundo Santos e Marion (1996, p.36), quando há um gasto que deverá trazer benefícios
futuros para a empresa, denomina-se este gasto de investimento. Pelo fato desse gasto, na
contabilidade, ser classificado no ativo, pode-se chamá-lo em vez de investimento,
simplesmente de ativo.
O investimento pode ser materializado na forma da compra de um trator, de construções ou
benfeitorias, ou mesmo através da compra de ações de outra empresa. As decisões de
investimento são de efeito prolongado e tem implicações não apenas no período em que são
feitas, mas também sobre decisões futuras que poderão ficar condicionadas aos compromissos
assumidos (Noronha, 1987).
Segundo Antunes e Ries (1998, p. 69), o investimento compreende os gastos realizados que
resultarão em algo com valor agregado e que permitirão o desenvolvimento de atividades
produtivas, normalmente, por um longo período de tempo. Nesse sentido, o investimento difere
do custo, o qual compreende os gastos efetuados na realização do processo de produção
propriamente dito. Por exemplo, o gasto de aquisição de um trator é um investimento, mas sua
depreciação, o gasto com combustível e com salário do tratorista é custo.
Na realização dos investimentos a economia de escala e a intensidade de uso de um bem têm
grande importância, pois os investimentos em capital fixo vão gerar custos fixos que deverão
ser suportados pela produção, independentemente de seu volume.

1.2 Capital
É o conjunto de bens criados ou transformados pelo homem com o propósito de servir à
produção de outros bens. O capital compreende qualquer bem econômico suscetível de ser
aplicado na produção.
O capital divide-se em fixo e circulante.
Capital fixo: é aquele que presta serviço à produção por mais de um ciclo produtivo sem
alterar a sua estrutura.
Capital circulante: é aquele que ao ser empregado no processo produtivo altera a sua
estrutura e se incorpora totalmente ao bem produzido.
Como exemplo de capital fixo, pode-se citar: construções e benfeitorias, máquinas e
equipamentos, matrizes e reprodutores, animais de trabalho, pastagens e lavouras
permanentes. Como capital circulante, tem-se: sementes, adubos, agrotóxicos, rações,
medicamentos, combustíveis, lubrificantes, animais de recria e engorda e etc.

2 CUSTO DE PRODUÇÃO
Segundo Jank (1997), os negócios rurais diferem dos urbanos devido a duas peculiaridades: o
produtor está bem mais distante do consumidor na cadeia de produção e seu produto,
normalmente, é uma mercadoria também produzida por outros produtores. Isso faz com que as
atividades de comercialização sejam bastante simplificadas, tornando o negócio agropecuário
muito mais uma questão de otimização dos recursos e de gerenciamento das variáveis de
produção. Em virtude dessas características não há grande possibilidade de diferenciação de
produtos e de conseguir sobre-preços decorrentes da mesma e o controle de custos passa
então a ser a variável mais importante do processo administrativo. Segundo Antunes e Engel
(1999, p.55), é justamente nesta questão, que reside a maior importância da elaboração de
2

custos de produção no setor agropecuário, pois já que o produtor não pode aumentar os
preços, pode ao menos incrementar sua receita via redução de custos.
A análise de desempenho econômico de uma atividade ou exploração agropecuária pode ser
executada através do levantamento do custo de produção. O custo de produção é definido por
Reis e Guimarães (1986) como: a soma dos valores de todos os recursos e operações
(serviços), utilizados no processo produtivo de certa atividade agrícola. Ou seja, o custo pode
ser entendido como o dispêndio que o produtor realiza para pagar os recursos utilizados em
um processo produtivo.
O processo de produção compreende todas as atividades envolvidas na produção de certo
bem, dentro de um prazo que seja suficiente para que se obtenha o resultado em forma de
produto final. É preciso permitir um ciclo de produção, ou seja: que haja a entrada de recursos
e a saída de produto. (Reis e Guimarães, 1986).
Por sua vez, prazo é uma concepção de tempo com base no processo de produção. O curto
prazo é o tempo mínimo necessário para que um ciclo se complete, isto é, engloba o período
entre o emprego dos recursos e a resposta em forma de produto. O longo prazo envolve mais
de um ciclo produtivo.
Em contabilidade, faz-se a separação entre custos e despesas. No caso, todos os gastos
relativos ao processo de produção recebem a denominação de custo, que consiste na
apropriação de todos os gastos realizados na produção aos produtos produzidos. Os gastos
relacionados à administração, comercialização e aos financiamentos contratados são
apropriados como despesas, pois são gastos que não são incorporados ao ativo da empresa
(estoque de produtos acabados). (Figueiredo, 1997, p.373).

2.1 Classificação dos Custos

2.1.1 Custos Fixos


Custos fixos são aqueles que:
 Não variam com a quantidade produzida.
 Não se incorporam em sua totalidade ao produto produzido.
 Têm duração superior ao curto prazo.
 Não são alteráveis no curto prazo.
 O seu conjunto determina a capacidade de produção da atividade.
Em geral, se enquadram nessa categoria: depreciação de construções e benfeitorias, de
máquinas e equipamentos, de matrizes e reprodutores, de animais de trabalho, de lavouras
permanentes e de pastagens; remuneração dos itens do capital fixo; renda da terra, gastos
com mão-de-obra de caráter permanente e taxas e impostos fixos.
O uso de bens de capital fixo aquém de sua capacidade de prestar serviços, eleva o valor do
custo fixo médio ou unitário e, conseqüentemente, os custos de qualquer atividade. Por
exemplo, o custo unitário da depreciação de um trator que opera durante 500 horas anuais
será o dobro do custo de um trator que trabalha 1000 horas, conforme se encontra
discriminado na tabela 1.

Embora se tenha afirmado que os custos fixos totais não variam com a quantidade produzida,
isto é válido apenas para um determinado intervalo de produção, pois se num empreendimento
for aumentada a capacidade de operação, através de novos investimentos em bens de capital
fixo, os custos fixos sofrerão alteração.
3

2.1.2 Custos Variáveis


Custos variáveis são os custos que:
 Variam de acordo com o nível de produção.
 Incorporam-se totalmente aos produtos.
 Sua recomposição é feita a cada ciclo do processo produtivo.
 São alteráveis no curto prazo e estas alterações podem provocar variações na quantidade e
na qualidade do produto dentro do ciclo de produção.
Em geral, os custos variáveis são recursos que exigem gastos monetários diretos e no curto
prazo. Podemos tomar como exemplo destes custos, os insumos de modo geral, aluguel de
máquinas e equipamentos, combustíveis e lubrificantes, animais de criação e engorda, mão-
de-obra eventual e impostos e taxas variáveis.
Esse tipo de custo é o mais considerado pelo produtor rural, por se tratar de um custo que
necessita de desembolso imediato e que ocorre dentro do ciclo produtivo.
O custo variável não muda em relação a uma unidade de produto, mas o seu total varia na
proporção direta da variação do número de unidades produzidas. Já no caso dos custos fixos
ocorre o oposto, pois eles não variam em relação ao total de unidades produzidas num dado
período de tempo, porém, tornam-se progressivamente menores na medida em que aumenta o
número de unidades.

2.1.3 Custos Operacionais e Alternativos


Os custos também são divididos em operacionais e alternativos para diferenciar a remuneração
do capital, da terra e da administração (alternativos) dos demais custos de produção
(operacionais).
De acordo com Reis e Guimarães (1986) o custo operacional refere-se ao custo de todos os
recursos de produção que exigem desembolso por parte da empresa (unidade de produção)
para sua recomposição. Sua recomposição poderá ser imediata ou no longo prazo,
exemplificando: recomposição imediata é o caso de insumos e no longo prazo, depreciação de
máquinas e equipamentos.
O custo operacional compõe-se de todos os itens de custo variável, mais a parcela de custo
fixo correspondente à depreciação dos bens duráveis empregados no processo produtivo.
Além destes, também devem ser apropriados no custo operacional, as despesas decorrentes
do pagamento de impostos, taxas e juros de financiamentos (Matsunaga, 1976) e os custos
administrativos da empresa.
O custo alternativo ou de oportunidade é aquele estimado através da remuneração que os
fatores de produção (terra, capital e administração) obteriam se fossem empregados nas
melhores alternativas de mercado, compatíveis com a atividade analisada. Somente haverá
lucro econômico se a mercadoria produzida proporcionar um retorno que supere, além dos
custos operacionais, também os custos alternativos, ou seja: o juro do capital fixo, do capital
circulante, a renda da terra e a remuneração do empresário pela administração de seu negócio.
O custo alternativo ou de oportunidade corresponde àquilo que se deixa de ganhar dentro das
possibilidades de inversão dos recursos disponíveis. Assim, se os bancos estiverem pagando
uma taxa de juros para depósitos a prazo de 15% ao ano, o custo de oportunidade que se
perde investindo esse dinheiro em atividades agropecuárias é o correspondente ao valor dos
juros de 15% ao ano. Para que estas atividades sejam economicamente viáveis devem
proporcionar uma taxa de retorno que seja superior a do custo de oportunidade.
Portanto, o custo operacional total difere do custo total de produção por não incluir o custo
alternativo ou de oportunidade do capital, da terra e da administração (Hoffmann et al.1989). A
finalidade do uso deste custo é mostrar, caso a empresa não tenha remuneração igual ou
4

maior que o valor do custo alternativo, quanto ela obtém de resíduo que pode remunerar ao
menos parcialmente os fatores de produção referidos.
Para Antunes e Engel (1999, p.138), os custos de oportunidade são importantes para medir o
grau de eficiência das atividades produtivas, pois permite calcular, de forma adequada, a
remuneração dos recursos utilizados no seu processo de produção.

2.1.4 Custos Diretos e Indiretos


Custos diretos: são aqueles que podem ser apropriados diretamente a um objeto de custeio.
Custos indiretos: são aqueles custos que, embora relacionados a um objeto de custeio, não
podem ser alocados a este de forma direta, através de uma medida objetiva, necessitando,
portanto, de rateio. Estes custos referem-se a mais de um objeto de custeio e cada exploração,
atividade ou operação da qual participa deve receber apenas uma parcela dos mesmos.
Portanto, todos os itens de custos que são comuns a mais de uma atividade produtiva da
empresa devem ser rateados segundo um critério de proporcionalidade estabelecido.
Os custos indiretos estão relacionados ao objeto de custeio, porém não podem ser apropriados
de forma direta e objetiva, sendo, necessário, na maioria das vezes utilizar-se de métodos
subjetivos e arbitrários para fazer sua alocação.

2.1.5 Custos Totais e Unitários


Custo total (CT) é a soma de todos os custos necessários para determinada atividade produzir
certa quantidade de bens ou serviços. É o resultado da soma do custo fixo total (CFT) com o
custo variável total (CVT), portanto:
CT = CFT + CVT
Pode-se também afirmar que o custo total é a soma do custo operacional total (CopT) com o
custo alternativo total (CalT).
CT = CopT + CalT
O custo operacional total é o resultado da soma do custo operacional fixo (CopF) com o custo
operacional variável (CopV) e o custo alternativo total: a soma do custo alternativo fixo (CalF)
com o custo alternativo variável (CalV).
CopT = CopF + CopV
CalT = CalF + CalV
Na análise de custos, pode-se também determinar o custo fixo unitário (CFu), o custo variável
unitário (CVu), o custo operacional total unitário (CopTu) e o custo alternativo total unitário
(CalTu). Assim como, também, se pode determinar o custo unitário para os demais itens que
compõem uma planilha de custo, da mesma forma que para a receita e para outras medidas de
resultado econômico (lucro e renda líquida). Em todos os casos, para se determinar o custo
unitário, divide-se o valor total pela quantidade produzida.

2.2 Custos Decorrentes da Disponibilidade de Recursos de Produção

2.2.1 Conservação ou manutenção


Conservação ou manutenção é o custo anual necessário para manter o bem de capital em
condições de uso. A conservação representa dispêndio de dinheiro durante o ciclo produtivo,
mesmo os objetos não utilizados podem ter necessidade de conservação (Hoffmann et
al.,1989).
Em grande parte, as despesas de conservação estão em relação direta com a intensidade de
uso do bem. Quanto maior for o uso dos bens utilizados na agricultura, tanto maior será o gasto
com conservação. Para máquinas e implementos agrícolas, pode-se considerar um custo anual
5

de conservação ou manutenção de 3 a 5% do valor do bem. No caso de construções e


benfeitorias este custo poderá variar de 1 a 3% do valor do bem.
No caso de despesas de manutenção de grande monta, como a troca ou retifica do motor de
um trator, cujo efeito perdura por mais de um ciclo de produção, não se deve apropriar este
custo apenas às atividades produtivas do ano em que a mesma foi realizada. O valor desse
gasto deve ser incorporado ao valor do bem e sua depreciação imputada anualmente ao custo
de produção. Nesse sentido, Antunes e Engel (1999, p.133) afirmam que sempre que uma
manutenção alterar de forma significativa a vida útil futura de um bem, o seu valor deve ser
imobilizado, isto é, deve ser associado ao inventário e depreciado.

2.2.2 Depreciação
Depreciação é o custo necessário para substituir os bens de capital quando tornados inúteis
pelo desgaste físico (deterioração) ou quando perdem valor com o decorrer dos anos devido às
inovações técnicas (obsolescência) (Hoffmann et al., 1989). Se uma maquina tiver uma
duração prevista de 10 anos, isto significa que ela perderá anualmente 10% de seu valor. Essa
perda de valor anual representa um custo para a empresa.
Para Guimarães e Thame (s.d.) a depreciação é a distribuição contábil do valor de um bem de
capital fixo dividido pelo número de anos que correspondem à sua vida útil, podendo, também
ser considerada como uma reserva de valor que a empresa faz durante o período de vida útil
do bem para sua posterior substituição.
Segundo, Santos e Marion (1996, p.81 e 86), em culturas permanentes que produzem frutos,
como café, laranja, etc., deve-se utilizar o termo depreciação. Neste caso, o custo de formação
da cultura é depreciado em tantos anos quanto forem os anos de produção de frutos. Portanto,
a depreciação deve incidir sobre a cultura formada, a partir da primeira colheita, inclusive.
Quando se trata de reflorestamento, cana de açúcar e pastagens, em que não se tem a
extração de frutos, mas o consumo da própria planta, deve-se usar o termo exaustão para
denominar a apropriação de seu custo de formação. O custo de formação será então exaurido
na mesma proporção do número de cortes das mesmas, exceto nas pastagens.
O valor da depreciação depende da intensidade de uso de um bem. Isto ocorre devido a
variação de sua vida útil, que pode ser maior ou menor em razão da intensidade de uso.
Existem diversos métodos de depreciação, entre os quais se destaca: o método linear e os
métodos de depreciação acelerada, este também denominado por alguns autores de método
dos números naturais.

Método Linear
O método linear é o mais utilizado. Considera a depreciação como a relação entre o valor atual
do bem e o seu período de vida útil provável, deduzindo-se, quando for o caso, um valor final
ou residual presumido. Este método considera constante o valor da depreciação para todos os
exercícios ou anos de vida útil do bem.
Na determinação da vida útil de um bem podem ser utilizadas tabelas publicadas por diversos
autores, fruto de pesquisas realizadas junto a produtores rurais, ou então, basear-se no
conhecimento próprio, ou de pessoas experientes no assunto.
Utiliza-se a seguinte fórmula para calcular a depreciação pelo método linear:
D = (Vi - Vr) / n onde: Vi = valor inicial do bem
Vr = valor residual
n = vida útil esperada
6

O valor residual para máquinas e equipamentos é dado pelo valor de mercado no final de sua
vida útil no estabelecimento agropecuário, que pode variar de 10 a 15% do seu valor inicial
(Hoffmann et al, 1989).
Para construções e benfeitorias não se considera o valor residual do bem no cálculo da
depreciação, pois, normalmente, não apresentam valor de mercado no final de sua vida útil. No
caso de animais considera-se como valor residual, o seu valor de mercado para abate. Em
rebanhos bovinos produtivos auto-renovados, não se determina sua depreciação em razão da
dificuldade em se estabelecer sua vida útil provável e também devido ao mesmo ser substituído
por animais oriundos do próprio rebanho.

Métodos de Depreciação Acelerada


Consideram que a depreciação dos bens de capital fixo nunca é uniforme e constante, variando
de acordo com a natureza dos mesmos. Consistem em apropriar maiores valores de
depreciação de acordo com a época em que a mesma ocorre com maior intensidade.
As máquinas, equipamentos e veículos e outros bem dessa categoria, sofrem depreciação
mais acelerada nos primeiros anos, diminuindo, progressivamente, nos últimos anos de sua
vida útil. Já, as construções e instalações, as culturas permanentes e outros bens de capital
fixo, sofrem nos primeiros anos de sua vida útil uma depreciação menor, que vai se acelerando
com o decorrer do tempo.
Nesses métodos, a depreciação anual é uma fração da quantia a ser depreciada, na qual o
denominador é a soma dos dígitos dos anos de vida útil estimada do bem e o numerador é o
número de anos de vida útil futura do bem. Assim, no caso de um bem cuja vida útil é de 8
anos, podem ser adotados os seguintes procedimentos para o cálculo da depreciação
conforme o grau de aceleração.
No caso de depreciação mais acelerada nos primeiros anos:
8 + 7 + 6 + 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 36
Deprecia-se no primeiro ano 8/36 do total, no segundo ano 7/36 do total, no terceiro ano 6/36 e
etc.
No caso de depreciação mais acelerada nos últimos anos:
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 = 36
Deprecia-se no primeiro ano 1/36, no segundo ano 2/36, no terceiro ano 3/36 e assim por
diante.
Para o cálculo do denominador da fração que determina o valor a ser depreciado em cada
período, pode-se empregar a fórmula de cálculo do valor da soma dos termos de uma
progressão aritmética, que é a seguinte:
Sn = (1 + n) . (n/2),
Utilizando os dados do exemplo acima, tem-se:
Sn = (1 + 8) . (8 / 2) Sn = 9 . 4 Sn = 36

Esse método leva a resultados anuais diferentes, embora, no que se refere ao valor total, o
resultado seja idêntico. O método linear é o mais simples e o de mais fácil aplicação, porém
pode não refletir a perda real do valor de um bem ao longo dos anos de sua vida útil.

2.2.3 Remuneração do Capital


2.2.3.1 Capital Fixo
É obtida pela multiplicação do valor referente ao capital fixo (benfeitorias, máquinas e
equipamentos, animais de reprodução e de trabalho, etc.) por uma taxa de juros pré-
7

estabelecida. O valor de bens de capital fixo, que já se encontram prestando serviço à


produção, pode ser determinado através de seu valor de mercado e do método do valor atual.
Valor Atual: para efetuar este cálculo, considera-se o valor do bem quando novo (valor inicial)
e desconta-se o valor da depreciação referente ao período de vida útil passada.
Para o cálculo do valor atual utiliza-se a fórmula seguinte:
VA = (Vi /N) .n sendo: VA = Valor atual
Vi = Valor inicial do bem
N = Vida útil total
n = Vida útil esperada
Para se obter o valor da remuneração do capital, multiplica-se o valor atual por uma taxa de
juro pré-estipulada, conforme indica a fórmula abaixo:
RCF = VA. r
2.2.3.2 Capital Circulante
O custo alternativo variável é obtido através do valor correspondente à remuneração do capital
circulante. Este capital é formado por todos os itens do capital circulante que constituem os
custos operacionais variáveis realizados durante o ciclo de produção. Sobre o valor do capital
circulante aplica-se uma taxa de juro pré- estabelecida. O cálculo do juro pode ser simples ou
composto. No caso de juro composto, os juros são incorporados ao capital, passando também
a render juros.
Exemplo do procedimento de cálculo de juros compostos de valores liberados em diversos
períodos, a ser utilizado para o cálculo da remuneração do capital circulante.

2.2.4 Remuneração da Terra


No caso de terras próprias utilizadas para o desenvolvimento de atividades de produção
agropecuária, Pirtouscheg e Machado (1990) recomendam que a remuneração da terra seja
calculada tomando-se como base o valor corrente de arrendamento para terceiros em
atividades afins, como por exemplo o valor de arrendamento de terra para lavoura ou de
pastagens para a pecuária. Nesse caso, valoriza-se a remuneração que a terra obteria se fosse
arrendada e apropria-se este valor como o seu custo de oportunidade.
A remuneração da terra também pode ser calculada tomando-se como base o seu valor de
mercado convertido em unidades monetárias e multiplicado-o por uma taxa de juro pré-
estabelecida. Neste caso, determina-se o custo de oportunidade do capital que se encontra
imobilizado na terra utilizada por determinada atividade produtiva. Normalmente, em regiões
onde a terra é bastante valorizada, o cálculo de sua remuneração através deste procedimento
resulta em valores superiores aos de arrendamento, o que pode provocar uma super estimação
do custo de oportunidade da terra.

3 RECEITA
A receita (R) representa o resultado da atividade em valores monetários. As receitas
representam tudo o que é vendido, transferido ou consumido dentro de uma empresa agrícola.
Em sua expressão mais simples, é a multiplicação do preço unitário (Pu) pela quantidade
produzida (Q), portanto:
R = Pu.Q
Muitas vezes o processo de produção de determinada exploração agropecuária apresenta mais
de um produto final e com diferentes unidades de medida. Neste caso, a receita representa o
valor do produto principal e dos demais subprodutos também. Então, para determinar a
8

quantidade total produzida, segundo Gomes (1986), pode-se usar o artifício de transformar as
receitas provenientes dos produtos secundários em unidades físicas do produto principal. Outro
procedimento que, também, pode ser adotado é o de transformar a receita dos produtos
secundários em valor unitário do produto principal. Para realizar estes cálculos pode-se adotar
os seguintes procedimentos:
 Quantidade equivalente: compreende a transformação da receita de produtos secundários
em quantidades equivalentes do produto principal. Para tal, divide-se a receita de produtos
secundários (RPs) pelo preço do produto principal (PPp). Para encontrar a quantidade total
(QT) soma-se o resultado encontrado (QPs) à quantidade do produto principal (QPp). Neste
caso o preço unitário do produto principal permanece fixo, variando apenas a quantidade
produzida.
QPs= RPs/PPp QT= QPp + QPs
 Receita equivalente: transformação da receita total de produtos secundários em unidades
monetárias equivalentes de preço do produto principal. Nesse caso, para se encontrar a
receita unitária dos produtos secundários, divide-se o valor da receita dos produtos
secundários (RPs) pela quantidade produzida do produto principal (QPp). Soma-se o
resultado encontrado (RuPs) ao preço do produto principal (PPp), obtendo-se, dessa forma,
a receita unitária total (RuT). Neste caso a quantidade produzida do produto principal
permanece fixa, variando tão somente o preço unitário.
RuPs= RPs/QPp RuT= PPp + RuPs
No caso da pecuária, além das receitas auferidas com a venda de animais deve também ser
considerada a variação do plantel existente na unidade de produção, que poderá agregar ou
não valor a suas atividades produtivas. Para tal deve-se avaliar a variação dos estoques de
animais existentes no plantel durante o período de análise econômica da atividade. Se o
resultado for positivo, deve ser somado à receita, representando um ganho econômico da
atividade, mas se for negativo deve ser subtraído da mesma, significando uma perda. Segundo
Antunes e Ries (1998, p.72), o cálculo da variação do estoque fornece subsídios à avaliação
econômica da atividade, porque na pecuária não é suficiente medir apenas as entradas e
saídas de dinheiro, uma vez que a variação do estoque de animais é um dado que também
deve ser mensurado.
Numa análise de desempenho econômico, quando ocorrem receitas indiretas que são comuns
a mais de uma atividade de produção e que, portanto, não podem ser apropriadas diretamente
a uma só atividade produtiva, elas devem ser rateadas entre as atividades responsáveis pela
geração das mesmas. Para tal dever-se-á utilizar um critério de rateio que permita alocar essas
receitas da melhor forma possível, de modo a diminuir a possibilidade de ocorrência de erro.
Como exemplo de receitas indiretas, pode-se citar as receitas financeiras e as provenientes de
arrendamento e da venda ou aluguel de máquinas.

4 ANÁLISE DE DESEMPENHO ECONÔMICO


A análise de desempenho econômico de uma exploração permite avaliar o estágio de
desenvolvimento técnico-econômico em que a mesma se encontra, diagnosticar os gargalos
existentes e oferecer subsídios para a recomendação de melhorias tecnológicas que
proporcionem maior lucratividade.
É realizada através do cálculo de custo de produção. Normalmente é feita para um período
correspondente a um ciclo de produção
É necessário que se faça o inventário do estabelecimento agropecuário no início e no final do
período analisado e que se tenha o registro dos coeficientes de produção1, ou seja, das

1
Segundo Shumpeter (1988), os coeficientes de produção ou de insumos representam a relação quantitativa
dos recursos de produção empregados numa unidade de produto.
9

quantidades de insumos consumidas, quantidade de mão de obra empregada, serviços


utilizados, impostos e taxas pagos, etc...
Os dados para a elaboração do custo podem ser coletados a partir dos registros físicos e
financeiros da empresa.
Como a grande maioria das empresas rurais, no Brasil, não possui contabilidade e sequer um
controle simplificado de receitas e de gastos, essas informações, então, podem ser obtidas
através de entrevista com o responsável pela atividade analisada.
Na ausência de dados, ou quando o entrevistado não detém conhecimento suficiente a respeito
do sistema de produção estudado, pode-se recorrer a coeficientes técnicos publicados na
literatura, que sejam compatíveis com o nível tecnológico adotado pela exploração ou atividade
analisadas.
Para realizar uma análise de desempenho econômico deve-se proceder a apropriação dos
custos referentes a todos os recursos e serviços utilizados no processo de produção objeto da
análise. A apropriação de custos compreende a coleta de dados, a sua classificação segundo
um critério pré-estabelecido e o cálculo para a determinação dos valores correspondentes.
(Alcântara, s.d. p.57).
Na apropriação de alguns tipos de custos (como por exemplo: mão de obra; manutenção ou
conservação) não existe rigidez quanto ao comportamento dos mesmos, pois numa situação
podem ser classificados como fixos, enquanto noutra podem ser distribuídos como variáveis.

4.1 Procedimentos Operacionais


Os procedimentos operacionais que devem ser adotados para a coleta e análise dos dados
necessários à elaboração de uma análise de desempenho econômico são os seguintes:
 Descrição do processo de produção;
 Inventário do estabelecimento;
 Levantamento das quantidades de insumos, mão de obra, serviços utilizados e impostos e
taxas pagas;
 Levantamento da produção;
 Levantamento dos preços atuais de mercado e
 Cálculo do custo de produção.

4.1.1 Descrição do Processo de Produção


Compreende a descrição de todas as fases que compõem o processo de produção da
atividade ou exploração que está sendo analisada. Nessa descrição deverão ser identificadas:
a tecnologia utilizada, as quantidades de insumos consumidos, a mão de obra empregada, a
forma de organização da produção, as rotinas adotadas e os coeficientes técnicos alcançados.

4.1.2 Inventário do Estabelecimento


O inventário compreende o levantamento de todos os bens da unidade de produção que são
empregados na exploração ou atividade agropecuária analisada. O inventário numa análise de
desempenho econômico deve englobar os seguintes itens:
 Uso atual e valor da terra;
 Construções e Instalações;
 Máquinas, equipamentos e veículos;
 Animais de produção e de trabalho existentes;
 Movimentação do rebanho no período em análise.
As tabelas a seguir, fornecem um roteiro para o levantamento de informações referentes ao
inventário e cálculo do custo de produção referente aos itens componentes do capital fixo (Py,
1995).
10

Tabela 1 - Uso atual e valor das terras


Uso Atual Área (ha) Valor (R$)
Próprias Arrendadas Outras Total Próprias Arrendamento
1 2 3 4 5 6

Total
Remuneração da
Terra
Instruções de preenchimento:
Coluna 1: especificação dos diversos tipos de uso do solo da fazenda;
Coluna 2: áreas próprias por tipo de uso;
Coluna 3: áreas arrendadas por tipo de uso;
Coluna 4: áreas cedidas ou em parceria por tipo de uso;
Coluna 5: valor da terra própria para cada tipo de uso;
Coluna 6: valor pago pelo arrendamento;
Remuneração da terra: valor da remuneração das terras próprias.

Tabela 2 - Construções e instalações


Especificação Nº/ Ano Vida Valor de Valor Depreciação Rateio
Dimensão Construção Útil Reposição Atual Anual Depreciação
1 2 3 4 5 6 7 8

Total
Remuneração
do Capital
Rateio da
Remuneração

Instruções de Preenchimento:
Coluna 1: especificar o tipo de construção ou benfeitoria;
Coluna 2: especificar o número de unidades ou a área, de acordo com a natureza da construção;
Coluna 3: indicar o ano de construção (pode ser utilizado um ano médio, quando houver mais de um item);
Coluna 4: especificar, conforme o tipo de construção ou benfeitoria, a vida útil futura;
Coluna 5: especificar, se for o caso, o valor de uma construção ou benfeitoria similar nova;
Coluna 6: atribuir o valor atual para cada construção ou benfeitoria;
Coluna 7: calcular o valor de depreciação, através da divisão do valor de reposição pela vida útil total (vida
útil passada + vida útil futura) ou do valor atual pela vida útil futura. Para os bens que já superaram o valor
de vida útil futura, não existe mais valor de depreciação a calcular;
Coluna 8: especificar o valor da depreciação atribuída à atividade;
Remuneração do capital: valor da remuneração do capital em construções e benfeitorias;
Rateio da remuneração: especificar o valor da remuneração atribuída à atividade em análise.
11

Tabela 3 - Máquinas, implementos, equipamentos e veículos


Especificação NºHP Quant Ano Vida Valor Valor Depreciação Rateio
Fabric. Útil Reposição Atual Anual Depreciação
1 2 3 4 5 6 7 8 9

Total
Remuneração
do Capital
Rateio da
Remuneração

Instruções de preenchimento:
Coluna 1: especificar o tipo de máquina, equipamento ou veículo;
Coluna 2: especificar, no caso de máquinas e veículos, o número de HP do motor;
Coluna 3: especificar o número de unidades de cada tipo;
Coluna 4: indicar o ano de fabricação de cada item. No caso do item ser composto por unidades do mesmo tipo,
porém com anos de fabricação diferentes, pode ser indicado um ano médio;
Coluna 5: indicar a vida útil futura;
Coluna 6: especificar o valor de reposição por um bem similar novo;
Coluna 7: atribuir o valor atual do bem;
Coluna 8: lançar o valor da depreciação do bem;
Coluna 9: especificar o valor da depreciação atribuída à atividade;
Remuneração do capital: valor da remuneração do capital em máquinas, equipamentos e veículos;
Rateio da remuneração: especificar o valor da remuneração atribuída à atividade.

Tabela 4 - Animais
Espécie Categoria Nº UA Valor Valor Depreciação
Cabeças Médio Total

Total
Remuneração do
Capital
12

Tabela 5 - Movimentação do rebanho


Categoria Estoque Entradas Saídas Mudanças Estoque
Inicial de Final
1 2 3 4 Categoria 5 6
Cab U A Valor Nasci- Com- Trans- Mortes Vendas Consu- Trans- Saída Entra- Cab UA Valor
mento pras ferên. mo ferên. da

Total

Instruções de preenchimento:
Coluna 1: identificação das categorias por espécie animal;
Coluna 2: registro do nº de cabeças, unidades animais e valor dos animais de cada categoria no início do período;
Coluna 3: registro da movimentação do plantel no período;
Coluna 4: registro da movimentação do plantel no período;
Coluna 5: registro das mudanças de categoria ocorridas no período;
Coluna 6: registro do nº de cabeças, unidades animais e valor dos animais por categoria no final do período.

Diferença de Inventário
Com base nas informações da movimentação do rebanho (número e valor de cabeças) pode-
se calcular a diferença de inventário. A diferença de inventário retrata valores provenientes da
movimentação dos animais do rebanho (mudança de categoria, nascimentos, mortes,
aquisições e etc.), ocorridos num determinado período de tempo. No cálculo da diferença de
inventário são incorporados os valores referentes ao crescimento e mudança de categoria dos
animais. Em síntese, a diferença de inventário é um balanço financeiro que retrata as
“entradas” e “saídas” de animais de um rebanho num determinado período.
Segundo Antunes e Ries (1998, p.71), as variações nos estoques de animais podem ser
divididas em dois tipos:
Superveniências: representam qualquer ocorrência que gere aumento nos estoques, como por
exemplo: nascimentos, ganhos de peso e mudanças de categorias (positivas)
Insubsistências: representam qualquer ocorrência que gere diminuições nos estoques, como
por exemplo: mortes, abates, perdas de peso e mudanças de categoria (negativas).
Segundo Reis (1986), na elaboração da diferença de inventário devem ser tomados alguns
cuidados:
 Os valores dos animais mortos, nascidos, doados ou consumidos devem ser os mesmos
valores do início do período de análise, dentro de suas respectivas categorias.
 Os animais que subirem de categoria dentro do período de análise devem receber os
valores da categoria que passam a integrar.
 Os valores de animais adultos não devem ser corrigidos, ou seja um animal adulto que
recebeu um determinado valor no início do período deverá permanecer com o mesmo valor
no final do período.
 Os animais adquiridos permanecem com o seu valor de compra.
 O resultado da diferença de inventário pode ser positivo ou negativo.
Os dados da diferença de inventário são de grande importância, pois fornecem subsídios para
a avaliação da atividade econômica desenvolvida. Na produção animal, não é suficiente medir
13

apenas a entrada e saída de dinheiro (receitas e despesas), mas a variação do estoque é um


dado fundamental que também deve ser considerado em sua avaliação (Antunes e Ries, 1998,
p.72).

4.1.3 Levantamento das Quantidades de Insumos, Mão-de-Obra, Serviços Utilizados e


Impostos e Taxas Pagas

Tabela 6 - Registro de insumos consumidos


Tipo de Insumo Unidade Quantidade Valor Destino

Tabela 7 - Registro de pagamentos a trabalhadores permanentes e temporários


Cargo/Tarefa Número de Dias Salário Encargos Total
Trabalhadores Trabalhados
1 2 3 4 5
Permanentes

Sub-total
Temporários

Sub-total
Total

Instruções de preenchimento:
Coluna 1: especificar cargo ou função para trabalhadores permanentes e tipo de tarefa executada por
trabalhadores temporários;
Coluna 2: especificar o número de trabalhadores permanentes por cargo/função ou de temporários por tarefas
executadas;
Coluna 3: especificar o número de trabalhadores vezes o número de dias trabalhados no período de análise
Coluna 4: valor dos salários pagos;
Coluna 5: valor dos encargos sociais pagos pelo empregador
14

Tabela 8 - Registro de serviços contratados


Tipo Homens/ Dias Valor Pago INSS Total
dia Trabalhados

Total

Tabela 9 - Registro de impostos, taxas e outros


Mês ITR ICMS Contribuição ISS Taxas Outros Total
Social

Total

4.1.4 Levantamento da Produção

Tabela 10 - Registro da produção


Produto Unidade Produção Produção Preço Valor
Total Vendida Unitário Total

Total
Contribuição
Social

Preços de Mercado
Na presença de inflação os cálculos precisam ser feitos de modo que os custos e receitas
sejam medidos a preços reais e não a preços nominais. Não se pode comparar o custo
calculado em um período com as receitas obtidas em um período seguinte, a menos que a
variação do nível geral de preços seja levada em consideração.
Para se evitar a inclusão da taxa de inflação nos cálculos, deve-se transformar valores
nominais em valores reais, ou então, usar o artifício de realizar o levantamento dos preços de
mercado de todos os itens de receitas e custos na mesma época. Para tal, realiza-se o registro
das quantidades físicas durante o período em análise e se faz a sua precificação no final do
mesmo.
Cálculo de Valores Reais ou Deflacionados
15

Segundo Hoffmann et al. (1987, p.288), devido à desvalorização da moeda, é necessário


deflacionar os preços em relação a um dado período, determinando os seus valores reais ou
em moeda de valor constante. Isso se faz deflacionando os valores da produção a preços
correntes, por meio de um índice geral de preços.
No Brasil, o deflator mais utilizado é o índice geral de preços (índice 2) calculado pela
Fundação Getúlio Vargas, que é publicado mensalmente na revista Conjuntura Econômica. A
fórmula básica de cálculo é a seguinte:

Vd = (Vc / In) . 100 Vd = valor deflacionado


Vc = valor corrente
In = deflator
100 = valor do deflator para o ano base de
cálculo do índice
16

4.1.5 Cálculo do Custo de Produção

Tabela 11 – Renda bruta, custos, renda líquida e lucro totais e unitários


Especificação Valor Total Valor Unitário % Custo % Receita
1. RENDA BRUTA

Total
2. CUSTO DE PRODUÇÃO
2.1. CUSTO VARIÁVEL
2.1.1. Custo Operacional Variável

Sub-Total
2.1.2. Custo Alternativo Variável

Sub-Total
Total (2.1.1+2.1.2)
2.2. CUSTO FIXO
2.2.1. Custo Operacional Fixo

Sub-total
2.2.2. Custo Alternativo Fixo

Sub-total
Total (2.2.1 + 2.2.2)
CUSTO TOTAL DE PRODUÇÃO (2.1 +
2.2)
CUSTO OPERACIONAL TOTAL (2.1.1 +
2.2.1)
CUSTO ALTERNATIVO TOTAL (2.1.2 +
2.2.2)
RENDA LÍQUIDA (Renda Bruta - Custo
Operacional Total)
LUCRO (Renda Bruta - Custo Total)
17

5 MODELOS DE PLANILHAS PARA CÁLCULO DO CUSTO DE MÁQUINAS,


EQUIPAMENTOS E VEÍCULOS

Tabela 12 - Custo do trator


Especificação

Tipo: Vida Útil:


Valor: Horas Uso Anual:
Custo Total Hora

Custo Fixo
Depreciação do trator
Seguro
Pneus e Câmaras
Operador
Remuneração do Capital

Subtotal

Custo Variável
Combustível
Lubrificantes
Manutenção

Subtotal

Custo Operacional

Custo alternativo

Custo Total

Fórmulas para o cálculo dos itens componentes do custo do trator:


Depreciação do Trator = (Valor atual ou Valor inicial - Valor residual) / Vida útil esperada.
Seguro = (Taxa de seguro (0,75% a 1,0%) x Valor atual) / Nº horas de uso anual.
Operador = (Salários + Encargos sociais + Outras despesas) / Nº horas de uso anual.
Pneus e câmaras = Preço do jogo de pneus e câmaras / 2500 horas.
Remuneração do Capital = (Valor médio ou Valor atual x Taxa de juros anual) / Nº de horas de uso
anual.
Combustível = Consumo por hora x R$/L ou (Nº HP do trator x 0,22L/HP x 0,5) x R$/L.
Lubrificantes = 20% do valor do combustível.
Manutenção = (0,03 x Valor atual) / Nº de horas de uso anual
18

Tabela 13 - Custo de implementos ou equipamentos

Especificação

Tipo: Vida Útil:


Valor: Horas Uso Anual:

Custo Total Hora

Custo Fixo
Depreciação
Operador
Remuneração do Capital

Subtotal

Custo Variável
Manutenção

Subtotal

Custo Operacional

Custo Total

Fórmulas para o cálculo dos itens componentes do custo de implementos agrícolas:


Depreciação = (Valor atual ou Valor inicial - Valor residual) / Vida útil esperada
Operador = (Salários + Encargos sociais + Outras despesas) / Nº horas de uso anual.
Remuneração = (Valor médio ou Valor atual x Taxa de juros anual) / Nº horas de uso anual.
Manutenção e reparos = (0,02 a 0,05 x Valor atual) / Nº horas de uso anual.
19

Tabela 14 - Custo de veículo

Especificação

Tipo: Vida Útil:


Valor: Quilometragem Anual:

Custo Total Quilômetro

Custo Fixo
Depreciação Veículo
Depreciação Instalações
Seguro
Impostos e Taxas
Motorista
Remuneração do Capital

Subtotal

Custo Variável
Combustível
Lubrificantes
Manutenção
Lavagem
Pneus e Câmaras

Subtotal

Custo Operacional

Custo Total

Fórmulas para o cálculo dos itens de custo do veículo:


Depreciação = (Valor atual ou Valor médio - Valor residual) / Vida útil esperada
Depreciação de Instalações = (Valor atual / Vida útil esperada x Taxa de rateio) ou (0,75% a 1,0% do
Valor atual do veículo / Quilometragem anual).
Impostos e Taxas = Valor dos impostos e taxas / Quilometragem anual
Motorista = (Salário anual + Encargos sociais + Outras despesas) / Quilometragem anual
Remuneração do Capital = (Valor atual do veículo x Taxa anual de juro) / Quilometragem anual
Combustível = Consumo por quilometro x R$/L.
Lubrificantes = 20% do valor do combustível
Manutenção Mecânica = 15% do Valor atual do veículo
Lavagem = (Nº de Lavagens Anuais x Preço unitário) / Quilometragem Anual.
Pneus e Câmaras = Preço do jogo de pneus e câmaras / Vida útil esperada
20

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCÂNTARA, H. Apropriação de custos. Rio de Janeiro: Confederação Nacional da Indústria, s.d.


(Manuais CNI - 2)

ANTUNES, L. M. ; ENGEL, A. Manual de administração rural: custos de produção. 3ª ed. Guaíba:


Agropecuária, 1999.

ANTUNES, L. M. ; RIES, L. R. Gerência agropecuária: análise de resultados. Guaíba: Agropecuária,


1998.

BURLAMAQUI, L. Capitalismo organizado no Japão: uma interpretação a partir de Shumpeter, Keynes e


Polanyi. Tese de Doutoramento, IEI/UFRJ, 1995.

EMBRATER. Administração rural: um enfoque para extensionistas. Brasília: Embrater,1982.

FIGUEIREDO, R. S. Sistemas de apuração de custos. In: BATALHA, O. M. (Coord.) Gestão


Agroindustrial. V. 1. São Paulo: Atlas, 1997.

GOMES, S. T. Algumas questões metodológicas sobre o custo de produção de leite. Informe


Agropecuário. Belo Horizonte, v.12, nº 143, p.37-38, nov. 1986.

HOFFMANN, R. ; SERRANO, O. ; NEVES, E. M. et al. Administração da empresa agrícola. 6ª ed. São


Paulo: Pioneira,1989.

HOLANDA, N. Elaboração e avaliação de projetos. Rio de Janeiro: APEC, 1968.

JANK, F. S. Importância da administração profissional da produção agropecuária. Preços Agrícolas.


Piracicaba, nov., 1997.

MATSUNAGA, M. ; BEMELMANS, P. F. ; TOLEDO, P. E. N. de et al. Metodologia de custo de produção


utilizada pelo IEA. Agricultura em São Paulo. São Paulo, ano XXIII, tomo 12, 1976.

NORONHA, J. F. Projetos agropecuários: administração financeira, orçamento e viabilidade econômica.


2. ed. São Paulo: Atlas, 1987.

PENROSE, E. T. Teoria del crecimiento de la empresa. Trad. Felix V. Parache. Madrid: Aguilar, 1962.

PIRTOUSCHEG, A. ; MACHADO, T. M. M. Análise econômica da produção de leite de cabra.


Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 1990.

PY, C. F. R. Pecuária de corte: projetos de desenvolvimento. Guaíba: Agropecuária, 1995.

REIS, A. J. ; GUIMARÃES, J. M. P. Custo de produção na agricultura. Informe Agropecuário. Belo


Horizonte, v.12, nº 143, p.15-22, nov. 1986.

REIS, D. L. dos. Avaliação de projetos agropecuários. NUACR/EMATER-MG, s.d.

REIS, D. L. dos. Estudo técnico econômico da propriedade rural. Informe Agropecuário. Belo Horizonte,
v.12, nº143, p. 23-36, nov. 1986.

SANTOS, G. J. ; MARION, J. C. Administração de custos na agropecuária. 2ª ed. São Paulo: Atlas,


1996.

SOUZA, R. ; GUIMARÃES, J. M. P. ; VIEIRA, G. et al. A administração da fazenda. São Paulo: Globo,


1990.

Você também pode gostar