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Manual

Curso: CTeSP Cozinha e Produção Alimentar

Unidade curricular: Contabilidade Geral

Ano letivo: 2022/2023

Docente: Sandrina Rocha Coelho

Coordenador(a) da área disciplinar: Coordenador(a) da área disciplinar


Data: 2 de maio de 2023

MODELO EA.077.01
Índice
A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NUMA EMPRESA........................................................3
Princípios e Conceitos Fundamentais......................................................................................4
O que é a contabilidade.......................................................................................................4
Qual o papel da contabilidade?...........................................................................................4
Qual a importância da contabilidade para as empresas?...................................................5
Objetivos da Contabilidade.....................................................................................................5
Evolução do conceito de contabilidade...................................................................................6
Divisões da Contabilidade.......................................................................................................7
Fluxos na Empresa...................................................................................................................8
Convergência Contabilística..................................................................................................11
Código de Contas...................................................................................................................19
Meios Financeiros Líquidos...................................................................................................30
Inventários e Fornecedores...................................................................................................33
Operações com outros gastos e rendimentos.......................................................................39

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NUMA EMPRESA
A contabilidade é importante para o saudável desenvolvimento do negócio pois é a base que
oferece um grande apoio à gestão para o planeamento, controlo, e processo de tomada de
decisão. É com a ajuda fornecida pela informação da contabilidade que o desempenho de uma
unidade pode ser avaliado, enquanto os seus registos e gestões permitem que se livre das
fraudes, furtos ou incumprimentos involuntários.
No entanto, a informação produzida pela contabilidade não é relevante apenas internamente.
Uma empresa não existe isoladamente, está inserida num determinado sector e estabelece
relações a vários níveis com outros agentes económicos (clientes, fornecedores, bancos,
Estado, etc.). Também a essas entidades exteriores a contabilidade da empresa é essencial
pois permite-lhes saber se a empresa tem condições de cumprir as suas obrigações, sejam elas
de fornecer os seus serviços ou produtos a tempo e na melhor qualidade, seja pagar as suas
dívidas, cumprir com as suas obrigações fiscais, entre outras informações relevantes.
De um modo geral pode dividir-se a atividade da contabilidade e a sua importância em duas
vertentes – a financeira e a de gestão.
Na vertente financeira
Que é uma obrigação legal para as sociedades, por exemplo – o contabilista trata da
informação relevante acerca da empresa, disponibilizando-a aos proprietários do negócio e,
caso necessário, a entidades externas, como clientes, fornecedores ou o Estado. A sua
obrigatoriedade justifica-se por ser necessário tributar o lucro das empresas de forma
imparcial, funcionando ainda como uma forma de assegurar o correto tratamento dos factos
patrimoniais das empresas.
Na vertente da gestão
Processa-se a recolha e apresentação da informação financeira para que esta seja um
elemento a ter em conta pelos gestores nos processos de tomada de decisão.
Ao longo do tempo de vida de uma empresa a contabilidade permite-nos estabelecer padrões,
saber quais as variáveis com mais impacto no resultado, saber quais os aspetos que requerem
mais atenção. Podemos inclusivamente dizer que a contabilidade é o livro de uma empresa
onde tudo fica registado e a sua leitura permite tirar conclusões úteis, que se bem geridas
garantem a sua continuidade. Em suma, a contabilidade é um sistema de informação de gestão
que serve a própria entidade e a partes interessadas que com ela se relacionam.

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Longe de ser uma mera obrigação legal das sociedades, a contabilidade tem hoje um papel
muito importante na tomada de decisões.
E assim como escolher um bom contabilista para a minha empresa? Tenha sempre em mente
que uma boa assessoria em contabilidade é fundamental que seja sempre uma empresa que
assegure o melhor acompanhamento para a sua empresa.

Princípios e Conceitos Fundamentais


A palavra contabilidade provém etimologicamente de conta, originária do latim computum,
que significa cálculo, contagem.
A contabilidade nasceu de uma necessidade prática, a de registar, de maneira mais perdurável
do que a memória, certos factos da vida económica.

O que é a contabilidade

A definição mais comum para contabilidade é: a ciência que estuda a variação patrimonial
(quantitativo/qualitativo) de uma entidade (pessoa física/ pessoa jurídica).
O objetivo da contabilidade é registar, informar, analisar e interpretar as mudanças dos bens,
direitos e obrigações (património) da entidade.
É uma ciência. Ciência é um conjunto de conhecimentos baseados em métodos científicos,
conseguidos através de observação, identificação, pesquisa e explicação de fatos. Por ser uma
ciência, os fatos estudados pela Contabilidade devem ser racionais e explicáveis.
Como ciência, a Contabilidade faz o estudo e a análise de documentos financeiros e
económicos, tanto nos aspetos quantitativos como qualitativos, de uma entidade para poder
observar as movimentações patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e poder realizar os
registos corretamente, registando os fatos e atos de natureza económico-financeiro, podendo
prover alternativas práticas para os problemas. Podemos afirmar então que a Contabilidade é
uma ciência que mede a riqueza de uma entidade (Património) e sua evolução.
“É a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no património das
entidades, mediante o registo, a demonstração expositiva e a revelação desses factos, com o
fim de oferecer informações sobre a composição do património, suas variações e o resultado
econômico decorrente da gestão da riqueza económica” (Hilário Franco).

Qual o papel da contabilidade?

A contabilidade pode assumir vários papéis. O primeiro é fornecer informações económicas


para estado, fornecedores, bancos, investidores, funcionários e sindicatos. A partir destas
informações podemos avaliar a situação económico-financeira da empresa.

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Essas informações envolvem contas a pagar e a receber, património, etc. A partir disso, são
geradas as demonstrações contabilísticas, tais como Balanço, Demonstração do Resultado do
Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
A partir dessas informações relevantes (que podem parecer mera burocracia), a contabilidade
assume seu papel mais impactante, porém menos conhecido: a ciência da riqueza. Um bom
contabilista utiliza todos esses dados para analisá-los dentro de um contexto de gestão. Após a
sua análise a mesma é passada para os empresários de modo a tomarem as melhores decisões
para a empresa.
É neste ponto que a contabilidade assume o papel de instrumento necessário no processo de
tomada de decisões de pequenos e grandes negócios. Em suma, os dados económicos são
coletados, mensurados monetariamente, registados e organizados em formas de relatórios ou
para o empresário. Munido dessas informações, ele traça as melhores estratégias para o
negócio.
Podemos dizer, assim, que o papel da contabilidade é medir os resultados das empresas,
avaliando o desempenho dos negócios, e, a partir daí, dar diretrizes para as tomadas de
decisões.

Qual a importância da contabilidade para as empresas?

A contabilidade para empresas é um fator primordial para controlar o património, coletar


dados para serem transformados estrategicamente em procedimentos e ações que direcionam
a tomada de decisão do negócio, além de ser extremamente importante o fator de análise do
lucro e prejuízo da empresa.
A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na
verdade, ela coleta todos os dados económicos, mensurando-os monetariamente, registrando-
os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem
sobremaneira para a tomada de decisões.

Objetivos da Contabilidade
Surgiu então a necessidade, por parte do homem, de preencher as limitações da memória. Isso
levou a que se criasse um processo de classificação e registo, permitindo recordar facilmente
os movimentos de uma empresa e aceder a qualquer momento da sua extensão.
O Objeto da Contabilidade é o Património. O Património é o conjunto de bens, direitos e
obrigações pertencentes à uma pessoa ou empresa.
Com a movimentação patrimonial são geradas demonstrações económico-financeiras. Esses
documentos servem principalmente como base para definição de decisões a serem tomadas
pela administração da entidade.

MODELO EA.076.01
Todos os dias, as empresas realizam compras e vendas; pagamentos e recebimentos; além de
outras movimentações entre as contas do Património. Essas alterações patrimoniais são
contínuas e fazem parte do dia a dia da Contabilidade.
O principal objetivo da contabilidade é oferecer informações sólidas e confiáveis do quadro
financeiro da empresa através de relatórios contábeis, que são utilizados, por exemplo, para a
coinfecção dos balanços patrimoniais.

Evolução do conceito de contabilidade


Num sentido estrito, contabilidade é a técnica de registo e de representação de todas as
transformações sofridas pelo património de qualquer entidade económica durante o exercício
da sua atividade, de modo a saber em qualquer momento a sua composição e o seu valor.

Num sentido amplo, contabilidade é a ciência dos processos descritivo-quantitativos utilizados


na análise, registo, interpretação e controlo dos factos de gestão. Assim, visa quantificar tudo
o que ocorre numa unidade económica fornecendo, simultaneamente, dados para a tomada
de decisões de gestão.

Frei Luca Pacioli declara que o maior objetivo da contabilidade é fornecer ao dono informação
sobre os seus bens (ou seja o ativo) e as suas dívidas (ou seja o passivo), servindo assim de
base para a concessão de crédito

Com isto, a contabilidade tem vindo a modificar-se devido aos diferentes tipos de
organizações, ao âmbito geográfico das empresas, às necessidades de informação e aos meios
de processamento da mesma. Assim, a contabilidade tem de acompanhar o progresso social e,
em especial, o desenvolvimento económico e técnico. Passou, então, de uma atividade de
mero registo de transações para uma atividade que faculta informação sistematizada de modo
a suportar a tomada de decisões de gestão.

Como sistema de mensuração e comunicação, a contabilidade é utilizada para que numa


empresa se atinjam os seguintes objetivos:

1. Avaliar a sua posição financeira, a variação dos seus resultados e a dos fluxos de caixa;

2. Fornecer os elementos informativos ao controlo dos ativos, dos passivos e do capital


próprio;

3. Assegurar o controlo dos custos dos produtos, dos serviços e das funções;

4. Possibilitar o estabelecimentos e controlo da realização das políticas, dos planos, dos


programas e dos orçamentos;

MODELO EA.076.01
5. Fornecer às entidades fiscais as informações indispensáveis à tributação (relacionado com
taxas) da riqueza gerada na empresa;

6. Possibilitar às entidades estatísticas os elementos necessários à contabilidade nacional;

7. Apurar o cálculo do preço de custo e de venda.

A contabilidade serve de suporte a várias e distintas atividades:

• Relato financeiro;

• Determinação dos custos dos produtores e dos serviços;

• Sistemas de informação de gestão;

• Determinação dos impostos a pagar;

• Planeamento fiscal;

• Consultorias de gestão;

• Avaliação do desempenho dos sistemas de gestão ambiental e de qualidade;

• Auditoria;

• Contas públicas nacionais;

• Preparação de orçamentos.

Para que seja possível a tomada de decisão, a contabilidade valoriza:

• Recursos colocados à disposição da entidade;

• Obrigações contraídas;

• Meios utilizados na obtenção desses recursos;

• Direitos assumidos;

• Meios obtidos na transmissão dos bens e serviços produzidos.

Divisões da Contabilidade
Contabilidade Financeira (externa) – também denominada de contabilidade geral ou
contabilidade externa, visa o relato financeiro para o exterior da empresa por via das
demonstrações financeiras.

Contabilidade de Gestão (interna) – também denominada de contabilidade analítica de


exploração ou contabilidade interna, visa o custo dos produtos vendidos e dos serviços
prestados e o controlo dos resultados a nível mais elementar (negócios, mercados, áreas de
responsabilidade,).

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A contabilidade de gestão proporciona informação essencial para:

• Controlar as atividades correntes de uma organização;

• Planear estratégias futuras, táticas e operações;

• Otimizar o uso de recursos;

• Mensurar e avaliar o desempenho;

• Reduzir a subjetividade no processo da tomada de decisões;

• Melhorar as comunicações interna e externa.

Fluxos na Empresa
Uma empresa é qualquer entidade que exerça uma atividade económica que consista na
oferta de bens ou serviços num determinado mercado, independentemente do seu estatuto
jurídico e do modo de funcionamento.

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A ótica financeira consiste em:
• Operações realizadas pela empresa com entidades externas e que originam obrigações e
direitos de natureza financeira (obrigação de pagar/ direito a receber)

• Renumeração dos fatores e dos bens e serviços transacionados

• Despesas (que são as obrigações decorrentes de compra dos fatores

produtivos)

• Receitas (direitos provenientes das vendas efetuadas e/ou dos serviços prestados.

Ou seja,

Despesas  obrigações a pagar

Receitas  direitos a receber

A ótica monetária ou caixa consiste nas entradas e saídas de dinheiro


da empresa.
Ou seja,

Despesas obrigações da pagar

Receitas  direitos a receber

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A ótica económica ou produtiva:
• Transformação e incorporação dos diversos materiais, mão-de-obra, ect até se atingir o
produto (bem ou serviço) final

• Os valores incorporados e consumidos na produção designam-se gastos

• Por sua vez, os produtos acabados de fabricar ou realizar e aptos para a venda designam-se
rendimentos.

A empresa ao consumir bens e serviços incorre em gastos; ao produzi-los, gera rendimentos.

Despesa – é a expressão financeira do fluxo real de entrada relativo às operações ocorridas a


montante da entidade. Ou seja, a obrigação financeira resultante da aquisição de um bem ou
serviço.

Receita – é a expressão financeira do fluxo real de saída relativo às operações ocorridas a


jusante da entidade. Ou seja, o direito financeiro resultante da venda de um bem ou da
prestação de um serviço.

Dívida a pagar – é uma obrigação financeira proveniente do não pagamento da despesa.

Dívida a receber – é um direito financeiro proveniente do não recebimento da receita.

Pagamentos – fluxo de saída (exfluxos) de meios líquidos de pagamento.

Recebimentos – fluxo de entrada (influxos) de meios líquidos de pagamento.

Gastos e perdas – são diminuições nos benefícios económicos, decorrentes da utilização ou


consumo de bens ou serviços. Há gastos sempre que se consome ou utiliza um bem ou serviço.

Rendimentos e ganhos – São aumentos nos benefícios económicos decorrentes da produção


de bens ou de prestação de um serviço. Dizem respeito sempre a algo que foi produzido pela
entidade.

MODELO EA.076.01
Convergência Contabilística
Harmonização Contabilística
As informações prestadas pela contabilidade ultrapassam, em larga escala, o âmbito da
empresa. Contabilidade trata dos investidores, credores, financiadores, fisco, estatisticas
nacionais e sectoriais… A normalização representa os métodos e procedimentos comuns,
conhecidos e aceites e permite a interpretação e comparação com os de outras unidades.

Tem-se assistidos nos últimos anos a um crescente movimento de normalização contabilística.


Assim, esta pretende definir um conjunto de regras e princípios que visam:

• Elaboração de um quadro de contas que deve ser seguido pelas unidades económicas;

• Definição de regras de mensuração e de reconhecimento dos elementos das demonstrações


financeiras;

• Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas definidas no


quadro de contas;

• Conceção de mapas-modelo para as demonstrações financeiras das unidades económicas;

• Definição dos princípios contabilísticos que devem ser seguidos na contabilidade das diversas
entidades envolvidas;

• Concentração de atividades empresariais a nível nacional, europeu e mundial;

• Desenvolvimentos de grandes espaços económicos (união europeia, nafta, Mercosul, sudeste


asiático)

• Regionalização e globalização dos mercados financeiros e das bolsas de valores;

• Liberalização do comércio e globalização da economia;

• Internacionalização das empresas, criação de subsidiários, fusões, aquisições,


empreendimentos conjuntos e alianças estratégicas.

A normalização contabilística prossegue objetivos bem definidos assentes na definição de:

• Regras de Mensuração: formas de quantificar os elementos constantes nas demonstrações


financeiras

• Reconhecimento: determinação dos elementos que devem constar nas respetivas


demonstrações.

Com isto, a normalização contabilística consiste em criar uma metodologia comum a ser
seguida pelas unidades económicas visando a comparabilidade e universalidade dos dados
recolhidos e a sua compreensibilidade pelos diversos agentes económicos.

MODELO EA.076.01
Vantagens da normalização contabilística:

• A empresa passa a dispor de estatísticas de sector que mostrarão a sua posição relativa

• O contabilista certificado passa a dispor de um código de regras e procedimentos

• Obtêm-se dados mais exatos

• Dá um maior controlo e transparência dos elementos que servem de base à tributação das
empresas.

A harmonização surgiu devido à revolução industrial, expansão económica mundial,


surgimento de grupos de empresas e surgimento de sociedades de capitais e do recurso ao
crédito. Isto levou à necessidade de se estabelecer um conjunto de regras (em que cada país
tinha o seu): Princípios de Contabilidade Geralmente Aceites (PCGA).

Convergência Contabilística Internacional


O incremento das relações económicas e comerciais a nível internacional, e o consequente
estabelecimento de empresas oriundas de um país noutros países, conduziu à necessidade de
harmonização das normas contabilísticas entre países.

International Accounting Standards Board (IASB)

1966 – Acordo entre o Canadá, Reino Unido e Estados Unidos da América para constituir um
grupo de estudo com o objectivo de efectuar análises comparativas das tendências da
contabilidade nos três países;

1967 – Criação do Accountants International Study Group (AISG);

1973 – Criação do International Accounting Standards Committee (IASC), como consequência


do acordo entre órgãos reguladores da contabilidade na Austrália, Canadá, França, Alemanha,
Japão, México, Holanda, Reino Unido e EUA;

Os objetivos do IASC são:

- Formular e publicar, tendo em conta o interesse público, normas de contabilidade para


serem observadas na apresentação de demonstrações financeiras e promover a sua aceitação
e observância a nível mundial;

- Trabalhar para a melhoria e harmonização da regulação, normas de contabilidade e


procedimentos relativos à apresentação das demonstrações financeiras.

As normas emitidas pelo IASC denominavam-se International Accounting Standards (IAS). Em


Portugal eram normalmente designadas por NIC (Normas Internacionais de Contabilidade);

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1997 – Foi formado o Standing Interpretations Committee (SIC) com o objectivo de emitir
interpretações das normas. Essas interpretações eram denominadas SIC;

2001 – O IASC deu lugar ao International Accounting Standards Board (IASB);

As normas a serem emitidas passaram a denominar-se International Financial Reporting


Standards (IFRS);

A denominação IAS abrangia apenas a contabilidade, a denominação IFRS passa a abranger o


relato financeiro. Reforço da importância do relato financeiro;

As IAS emitidas continuam em vigor (a última foi a IAS 41), até que sejam revogadas,
coexistindo com as IFRS;

2001 – Alteração do SIC para International Financial Reporting Interpretations Committee


(IFRIC). As novas interpretações emitidas denominam-se IFRIC. As SIC emitidas permanecem
em vigor; Constituem funções do IFRIC:

- Interpretar a aplicação das IFRS e proporcionar orientação, em tempo oportuno, sobre


assuntos de relato financeiro não tratados directamente por qualquer IFRS, no contexto da
estrutura conceptual do IASB, e desenvolver outras tarefas a pedido do Board;

- Publicar minutas das interpretações para apreciação pública e levar em conta os


comentários efectuados num período razoável de tempo antes da finalização da interpretação;

- Reportar ao Board e obter a sua aprovação para emissão das Interpretações na sua
forma final.

As IAS/IFRS foram desenvolvidas para grandes empresas tendo em conta as necessidades dos
investidores em mercados de capitais; com o objetivo de estender a sua aplicação a entidades
de menor dimensão o IASB emitiu uma norma aplicável a entidades de pequena e média
dimensão.

União Europeia

1978 – Emissão pelo Conselho das Comunidades Europeias da Directiva 78/660/CEE

(4.a Directiva);

Constituem objectivos da 4.a Directiva:

- Coordenar as disposições nacionais dos Estados-membros respeitantes à estrutura e


conteúdo das contas anuais e do relatório de gestão, aos critérios de valorimetria, assim como
ao exame e divulgação desses documentos;

- Contribuir para a protecção dos interesses dos associados e de terceiros;

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- Assegurar a comparabilidade e equivalência da informação financeira divulgada.

1983 – Emissão da Directiva 83/349/CEE (7.a Directiva) que trata da divulgação de informação
sobre as contas consolidadas;

1986 – Emissão da Directiva 86/635/CEE que aborda questões específicas dos Bancos e outras
instituições financeiras;

Apesar da emissão destas Directivas:

- A UE tinha um papel pouco activo neste domínio;

- A 4.a Directiva era genérica e cada Estado-membro a aplicava à sua maneira;

- Não eram tratadas questões contabilísticas complexas;

- Havia um desfasamento face à realidade.

1995 – Apresentação pela União Europeia do documento “Harmonização Contabilística – uma


nova estratégia relativamente à harmonização internacional”;

2001 – Criação do European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG) : órgão de cariz
técnico que tem como objectivo assessorar a Comissão na apreciação das normas emitidas
pelo IASB antes de serem aceites / adaptadas pela UE;

2001 – Publicação da Directiva 2001/65/CE que altera a 4.a Directiva, a 7.a Directiva e a
Directiva 86/635/CE relativamente às regras de valorimetria aplicáveis às contas anuais e
consolidadas, acolhendo-se o conceito de justo valor;

2002 – Emissão do Regulamento (CE) n.o 1606/2002 que obriga os grupos de empresas
cotadas a apresentar as demonstrações financeiras de acordo com as IAS/IFRS, a partir de 1 de
Janeiro de 2005, deixando aos Estados- membros a decisão de permitir a adopção das IAS/IFRS
noutros casos.

Entidades responsáveis pela harmonização contabilística em Portugal: Banco de Portugal –


regula as instituições financeiras.

Instituto de Seguros de Portugal – regula as empresas seguradoras. Comissão de


Normalização Contabilística – regula as empresas comerciais e industriais e outras entidades.

Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública – regula as entidades do


sector público administrativo.

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários – pode estabelecer regras contabilísticas


específicas para as entidades com valores negociados em bolsa.

MODELO EA.076.01
IASC deu lugar ao (IASB) international accounting strandarts board. As normas emitidas pelo
IASB passaram a denominar-se (IFRS) financial reporting standards.

Até 2001 Após 2001


Normas IAS IFRS
Interpretações SIC IFRIC

Normalização contabilística nacional


A evolução do normativo português divide-se em três grandes momentos:

- Um primeiro momento, que abrange o período de 1974 até 1998, caracterizado, na sua
essência, pela criação de uma Comissão por parte do 1º Governo Provisório e, posteriormente
a Comissão de Normalização Contabilística (CNC) (criado em 1975 com o objetivo de emitir
normas e estabelecer procedimento contabilísticos harmonizados), bem como pela publicação
do primeiro Plano Oficial de Contabilidade para as empresas através do Decreto-Lei n.o 47/77,
de 7 de Fevereiro;

- Um segundo momento, que tem como referência temporal o período que medeia
entre 1989 e 2004, caracterizado pela convergência e ajustamento do normativo contabilístico
português com a quarta e a sétima Directivas do Conselho, assim como pela emissão de
Diretrizes Contabilísticas por parte da CNC;

- Um terceiro momento, que se caracteriza pela obrigatoriedade de aplicação das


normas do IASB a partir do exercício de 2005 na preparação e apresentação das
demonstrações financeiras consolidadas, pelas entidades cujos valores imobiliários se
encontrem admitidos à cotação num mercado regulado, ou pela possibilidade de aplicação das
mesmas a partir do exercício de 2005 por outras entidades, conforme expresso no Decreto-Lei
35/2005. A partir deste momento, o ajustamento do normativo português às normas do IASB
adotadas pela União Europeia é irreversível, culminando com a aprovação do SNC pelo
Decreto-Lei nº 158/2009, revogando o POC e a legislação complementar, com efeitos a partir
de 1 de Janeiro de 2010.

Sistema de Normalização Contabilística


Sistema de Normalização Contabilística é um referencial contabilístico baseado em princípios e
não em regras.

Elementos fundamentais do SNC:

• Estrutura conceptual: conjunto de conceitos contabilísticos estruturantes que, não


constituindo uma norma propriamente dita, se assume como referencial que está na base de
todo o sistema.

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• Bases para a apresentação de demonstrações financeiras: estabelecem os requisitos
globais que permitem assegurar a comparabilidade quer com as demonstrações financeiras de
períodos anteriores da mesma entidade, quer com as demonstrações financeiras de outras
entidades. Enunciam as regras

sobre o que constitui e a que princípios essenciais deve obedecer um conjunto completo de
demonstrações financeiras

• Modelos de demonstrações financeiras: necessidade de existência

de formatos padronizados, mas flexíveis para as seguintes demonstrações financeiras:

o Balanço

o Demonstração de resultados

o Demonstração de alterações no capital próprio

o Demonstração dos fluxos de caixa

o Modelo orientador para o anexo

• Código de contas: estrutura codificada e uniforme de contas, que visa acautelar as


necessidades dos distintos utentes, privados e públicos, e alimentar o desenvolvimento de
plataformas e bases de dados particulares e oficiais

• Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF): núcleo central

do SNC, adaptadas a partir das normas internacionais de contabilidade adotadas pela EU


constituindo um instrumento de normalização. É onde, de modo desenvolvido, se prescrevem
os vários tratamentos técnicos a adotar em matéria de reconhecimento, de mensuração, de
apresentação e de divulgação das realidades económicas e financeiras das entidades.

• Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades

(NCRF-PE): contempla os tratamentos de reconhecimento, de mensuração e de divulgação


que, que conforme os que estão na NCRF, são considerados como pertinentes e mínimos a ser
adotados por entidades cuja dimensão não ultrapasse dois dos 3 limites; total do balanço 500
000€, total de vendas líquidas e outros rendimentos 1 000 000€ e nº de trabalhadores
empregador em média durante o exercício = 20.

Quatro níveis da estrutura normativa contabilística


• 1º nível - IAS/IFRS tal como adotadas na união europeia

o Aplicação obrigatória: contas consolidadas dos grupos com valores mobiliários


admitidos à negociação em mercado regulamentado

MODELO EA.076.01
o Aplicação facultativa: contas individuais da empresa-mãe de grupos cotados e das suas
subsidiárias e ainda grupos que não possuem valores mobiliários admitidos À negociação em
mercado regulamentado.

• 2º nível – NCRF (empresas dos setores não financeiros)

o Aplicação Obrigatória: entidades que não façam parte de grupos económicos, desde
que ultrapassam dois dos três limites seguintes: total dos rendimentos de 1 000 000€, total do
ativo de 500 000€ e número de trabalhadores empregados em média durante o exercício = 20.
Ou então, não ultrapassando, quando por razões leais ou estatuárias tenham as suas
demonstrações financeiras sujeitas a certificação legal de contas.

o Aplicação Facultativa

▪ Contas individuais da empresa-mãe e das subsidiárias de grupos económicos cotados.

▪ Contas consolidadas, individuais da empresa-mãe e individuais das entidades incluídas


na consolidação de grupos não cotados

▪ Entidades que não façam parte de grupos económicos e que não ultrapassem dois dos
três limites (total dos

rendimentos de 1 000 000€, total do ativo de 500 000€ e número de trabalhadores


empregados em média durante o exercício = 20 e não estejam sujeitas a certificação legal de
contas

• 3º nível – NCRF-PE (empresas dos setores não financeiros –

pequenas entidades):

o Aplicação facultativa: entidades que não façam parte de grupos económicos e que não
ultrapassem dois dos três limites: total de rendimentos de 1 000 000€, total do ativo de 500
000 e nº de trabalhadores empregados em média durante o exercício = 20.

• 4º nível – Microentidades

MODELO EA.076.01
o Aplicação facultativa: entidades que não façam parte de grupos económicos, não
ultrapassando 2 dos 3 limites: total dos rendimentos de 500 000€, total do ativo de 500 000€ e
nº de trabalhadores = 5

Dispensa de aplicação do SNC


• Artigo 10º DL 158/2009 – Dispensa de aplicação: ficam dispensadas as pessoas que,
exercendo a titulo individual qualquer atividade

comercial, industrial ou agrícola, não realizem na média dos últimos 3 anos um volume de
negócios superior a 150 000€.

• Artigo 11º DL 158/2009 – Demonstrações financeiras

o as entidades sujeitas ao SNC são obrigadas a apresentar as

seguintes demonstrações financeiras:

▪ Balanço;

▪ Demonstrações dos resultados por natureza;

▪ Demonstrações das alterações no capital próprio;

▪ Demonstrações dos fluxos de caixa pelo método direto;

▪ Anexo.

o As entidades a que se refere o artigo 9º. são dispensadas de apresentar a


demonstração das alterações no capital próprio e a demonstração dos fluxos de caixa,

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podendo apresentar modelos reduzidos relativamente às restantes demonstrações
financeiras.

o Adicionalmente, pode ser apresentada uma demonstração dos resultados por funções.

Obrigação e dispensa do inventário permanente


• Artigo 12º DL 158/2009 inventário permanente

o As entidades a que seja aplicável o SNC ficam obrigadas a adotar o sistema de


inventário permanente:

▪ Proceder às contagens físicas dos inventários com

referência ao final do exercício ou, ao longo do exercício, de forma rotativa, de modo a que
cada bem seja contado, pelo menos, uma vez em cada exercício;

▪ Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e

custos unitários e globais, por forma a permitir a verificação, a todo o momento, da


correspondência entre as contagens físicas e os respetivos registos contabilísticos.

o Dispensadas determinadas atividades agrícolas e agropecuárias

o Dispensadas as entidades cuja atividade predominante consista na prestação de


serviços (onde o custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas seja menor que
300 000€ e 20% dos respetivos custos operacionais sejam menores que 300 000€

Contra-Ordenações
• A entidade sujeita ao SNC que não aplique e distorça com tal prática as demonstrações
financeiras é punida com coima de 500€ a 15000€;

• A entidade sujeita ao SNC que efetue a supressão de lacunas de

modo diverso do previsto é punida com coima de 500€ a 15000€;

• Entidade sujeita ao SNC que não apresente qualquer das demonstrações financeiras
que seja, por lei, obrigada a apresentar, é punida com coima de 500€ a 15000€

• Na graduação da coima são tidos em conta os valores dos capitais próprios e do total
de rendimentos das entidades, os valores

associados à infração e a condição económica dos infratores;

• Decisão sobre a aplicação da coima é realizada pela Comissão de Normalização


Contabilística.

MODELO EA.076.01
Código de Contas
Objetivos das demonstrações financeiras
O principal objetivo é proporcionar informação acerca da posição financeira (balanço), do
desempenho económico (demonstração de resultados) e das alterações na posição financeira.
Informação essa que é útil aos utentes na tomada de decisões económicas. Assim, através das
demonstrações financeiras, torna-se possível perceber:

• Qual o efeito financeiro de acontecimentos passados para se avaliar a capacidade de


geração de cash flows no futuro (Se

formos traduzir à letra, o ‘cash flow ‘significa fluxo de caixa e, no fundo, reflete as entradas e
saídas de dinheiro da empresa, num determinado período. Através do ‘cash flow’, é possível
identificar até que ponto a estrutura da empresa tem disponibilidade financeira para assegurar
as suas responsabilidades, cumprir as suas obrigações mensais e manter-se em
funcionamento.)

• Qual a capacidade de geração de cash flows no futuro de

forma a tomar decisões económicas. Isto, pois a posição financeira de uma entidade é afetada
pelos recursos económicos que ela controla. Se houve capacidade de modificar estes recursos
no passado, pode indicar a mesma capacidade no futuro. Assim, as demonstrações financeiras
dão informação acerca de liquidez e capacidade da empresa satisfazer os seus compromissos
financeiros.

• Qual a capacidade de geração de cash flows no futuro e qual a

capacidade da utilização desses fluxos. Que pode ser compreendido através do balanço
(posição financeira) e da demonstração de resultados (desempenho).

Características das demonstrações financeiras


• Compreensibilidade (pois deve ser rapidamente compreensível pelos utentes)

• Relevância (deve ser relevante para a tomada de decisão e só é relevante quando


influencia as decisões económicas)

• Materialidade (a informação é material se a sua omissão ou inexatidão influenciarem


as decisões económicas dos utentes)

• Fiabilidade (tem de ser isenta de erros materiais e de preconceitos)

• Representação fidedigna (deve representar fidedignamente –

autenticamente - as transações e outros acontecimentos)

MODELO EA.076.01
• Substância sobre a forma (os acontecimentos devem ser contabilizados de acordo com
a sua substância e realidade

económica)

• Neutralidade (para ser fiável, a informação contida nas demonstrações financeiras tem
de ser neutra, ou livre de

preconceitos)

• Prudência (deve incluir um grau de precaução quando exerce uma estimativa em


condições de incerteza)

• Plenitude (completa)

• Comparabilidade (os utentes têm de ser capazes de comprar as

demonstrações financeiras de uma entidade ao longo do tempo

para puder identificar tendências na sua posição financeira e no seu desempenho. Os utentes
têm também de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de diferentes
entidades para avaliarem de forma relativa a sua posição financeira, o seu desempenho e as
alterações na posição financeira)

Utentes das demonstrações financeiras


São aqueles que utilizam as demonstrações financeiras para satisfazerem diferentes
necessidades de informação.

• Investidores: são fornecedores de capital. Requerem informação acerca do risco do


seu investimento e da capacidade de pagar dividendo.

• Empregados: as DF mostram a estabilidade de lucratividade

dos empregadores. Assim, os empregados pretendem avaliar a capacidade da entidade


proporcionar renumeração, benefícios de reforma, ...

• Mutuantes: pretendem determinar se os empréstimos e juros

serão liquidados.

• Fornecedores e credores comerciais: pretendem determinar se as quantias que lhes


são devidas serão pagas no vencimento.

• Clientes: informação acerca da continuidade da entidade

• Governo: utilizam as DF, pois estão interessados na aplicação

MODELO EA.076.01
de recursos, para obter informações a fim de regularem as entidades e para determinarem
políticas de tributação.

• Público

Ativo (tudo o que a empresa possui)


Um ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados
e do qual se espera que fluam, para a entidade, benefícios económicos futuros. Tem o
potencial de contribuir para um fluxo de caixa para a entidade ou reduzir exfluxos de caixa.
Geralmente é aplicado na produção de bens e serviços capazes de satisfazer necessidades de
clientes.

Os benefícios económicos futuros de um ativo são:

• O potencial de contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa da entidade;

• Pode ser usado isoladamente ou em combinação com outros ativos na produção de


bens ou serviços para serem vendidos pela entidade;

• Podem ser trocados por outros ativos;

• Podem ser usados para liquidar um passivo

• Pode ser distribuído aos proprietários da entidade.

Ativo Fixo Tangível: ativos palpáveis, que possuem materialidade como mobília,
equipamentos, prédios, ou seja tudo o que a empresa possui de propriedade física.

Ativo Fixo Intangível: engloba o que não é “palpável”, ou seja pode ser a marca de uma
empresa, direitos de patentes e nomes…

Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou de outros acontecimentos


passados. Normalmente são obtidos através da sua compra ou produção e podem estar
associados a direitos legais.

Passivos (tudo o que a empresa deve a terceiros)


É uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados. Quando se
dá a sua liquidação, espera-se que resulte num exfluxo de recursos da entidade, incorporando
benefícios económicos. Resumindo, é uma obrigação presente e um dever ou responsabilidade
de agir de certa maneira. Resultam de operações passadas como a aquisição de bens e serviços

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e o recebimento de um empréstimo bancário. Contudo, não quer dizer que seja um
compromisso futuro, pois pode ser liquidado. É apenas uma obrigação presente. As formas de
liquidar uma obrigação presente são:

• Pagamento a dinheiro;

• Transferência de outros ativos;

• Prestação de serviços;

• Substituição dessa por outra;

• Conversão da obrigação em capital próprio.

Capital Próprio
É o valor líquido do património de uma empresa, ou seja é a
diferença entre os ativos e passivos. Pode ser negativo no caso de os

passivos serem superiores aos ativos, ou nulo no caso em que se


igualam ou até positivo no caso dos ativos serem superiores aos
passivos.

Equação Fundamental da Contabilidade

Capital próprio = situação líquida

Rendimentos
Operações que resultam num aumentos dos benefícios económicos para a entidade. Podem
ser:

• Réditos: provêm do decurso das atividades correntes (vendas, honorários, juros,


dividendos, royalties, rendas)

• Ganhos: outros itens que satisfazem a definição de rendimentos (alienação de ativos,


revalorização de titulos negociáveis)

Gastos
Operações que resultam na diminuição dos benefícios económicos para a entidade. Podem
ser:

• Gastos: provêm do decurso das atividades correntes (custo das vendas, salários

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• Perdas: outros itens que satisfazem a definição de gastos (alienação de ativos,
incêndios)

Reconhecimento
Processo de incorporar no balanço e na demonstração de resultados um item que possa trazer
algum benefício económico e que tenha um custo ou valor que possa ser mensurado com
fiabilidade.

O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimentos para referir o grau de


incerteza em que os benefícios económicos futuros associados ao item fluirão para a entidade.

Ativo: um ativo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios económicos
futuros fluam para a entidade e quando o ativo tem um custo ou valor que possa ser
mensurado com fiabilidade.

Passivos: é reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de recursos resulte da
liquidação de uma obrigação presente e quando a liquidação da sua quantia possa ser
mensurada com fiabilidade.

Rendimentos: é reconhecido na demonstração de resultados quando tenha surgido um


aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um aumento num ativo ou uma
diminuição de um passivo e que possa ser quantificado com fiabilidade.

Venda ou prestação de serviços  aumento de caixa ou dividas de clientes Desconto financeiro


de fornecedor  diminuição de um passivo

Gastos: os gastos são reconhecidos na demonstração de resultados quando tenha surgido uma
diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuição num ativo ou
um aumento de um passivo e que possam ser mensurados com fiabilidade.

Consumo de matérias-primas  diminuição de um ativo Consumo de serviços terceiros 


aumento de um passivo

Mensuração
Processo de determinar as quantias monetárias pelos quais os elementos das demonstrações
financeiras devam ser reconhecidos e inscritos no balanço e da demonstração de resultados.
Critérios:

• Custo histórico

o Os ativos são registados pela quantia de caixa ou equivalentes de caixa paga ou pelo
justo valor da retribuição dada para os adquirir no momento da sua aquisição

o Os passivos são registados pela quantia dos ganhos recebidos em troca da obrigação

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• Custo corrente

o Os ativos são registados pela quantia de caixa ou equivalentes de caixa que teria de ser
paga

o Os passivos são registados pela quantia não descontada de caixa ou equivalentes de


caixa, que seria necessário para liquidar corretamente a obrigação.

• Valor realizável (de liquidação)

o Ativos: registados pela quantia de caixa ou equivalentes de caixa

o Passivos: são escriturados pelos seus valores de liquidação, isto é, as quantias não
descontadas de caixa ou equivalentes de caixa que se espera que sejam pagas para satisfazer
os passivos no decurso normal dos negócios.

• Valor presente

o Ativos: são escriturados pelo valor presente descontando dos futuros influxos líquidos
de caixa que se espera que o item gere no decurso normal dos negócios.

o Passivos: são escriturados pelo valor presente descontando dos futuros influxos
líquidos de caixa que se espera que sejam necessários para liquidar os passivos no decurso
normal dos negócios.

• Justo valor: quantia pela qual um ativo poderia ser trocado ou um

passivo liquidado, entre partes conhecedores e dispostas a isso, numa transação em que não
exista relacionamento entre elas.

Noção de Conta
O património de uma empresa é constituído por um grande e complexo número de elementos
de natureza diferente. Esses elementos podem ser mensuráveis, ou seja, traduzidos numa
unidade de valor comum. Por exemplo, um televisor e um livro apresentam características
diferentes, mas graças à sua quantificação (tradução na mesma unidade) é possível
estabelecer uma relação e classifica-los.

Assim, conta é um conjunto de elementos patrimoniais expressos em unidades de valor, em


que cada unidade de valor está inserida numa classe de valores ou elementos patrimoniais
com características comuns. Possui uma disposição que permite registar todas as variações
sofridas por esses elementos.

Partes constitutivas
• Título (denominação própria): deve ser escolhido de tal forma que revele
imediatamente a natureza dos elementos que a compõem; nos dê a conhecer o conteúdo.

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Tem como finalidade identificar a conta e distingui-la de todas as outras, pelo que será fixo e
imutável.

• Valor: a quantia expressa em unidades monetárias contida na conta

em dado momento.

Requisitos

• Homogeneidade: uma conta só deve conter elementos que obedeçam à característica


comum que ela define

• Integralidade: a conta deve incluir todos os elementos que gozam da característica


comum por ela definida.

Classificação e Caracterização das Contas


• Contas do ativo: compreende todos os elementos patrimoniais ativos – bens e direitos
do titular do património;

• Contas do passivo: compreende todos os elementos patrimoniais passivo que o titular


do património terá de satisfazer;

• Contas de capital próprio: engloba os valores patrimoniais que se traduz na diferença


entre o Ativo e o Passivo;

• Contas de gastos: compreendem as diminuições nos benefícios económicos durante o


período contabilísticos;

• Contas de rendimentos: compreendem os aumentos nos benefícios económicos


durante o período contabilístico.

Contas simples ou elementares agrupam elementos com características muito comuns. As


contas complexas,

coletivas ou gerais agrupam contas simples ou podem se subdividir em contas simples. As


contas que são subdivisões de outras são chamadas de subcontas ou contas divisionárias. As
contas coletivas são contas de 1º
grau, logo as suas divisões imediatas
serão contas de 2º, 3º,… grau.

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Regras de Movimentação de Contas
Representação gráfica:

Método diagráfico ou das partidas dobradas: todo o dédito numa conta origina o crédito
noutra ou noutras e vice-versa. Cada facto patrimonial determina um registo em duas ou mais
contas, por forma a que o valor dos débitos seja sempre igual ao valor dos créditos.

Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do débito. Os valores
registados no débito denominam-se débitos.
Creditar uma conta é efetuar o registo dum valor no lado do crédito. Os valores registado no
crédito denominam-se créditos.
A diferença entre o débito e o crédito de uma conta chama-se de saldo dessa conta. Se:
• Débito > Crédito  saldo devedor
• Débito = Crédito  saldo nulo
• Débito < Crédito  saldo credor
Uma conta sem saldo diz saldada.

Lançamento

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Registo (reconhecimento) de qualquer facto patrimonial na contabilidade. Compõe-se dos
seguintes elementos:
• Data
• Título ou cabeçalho: indicação das contas a debitar e a creditar;
• Descrição ou histórico: explicação sucinta do facto patrimonial que dá origem ao
lançamento;
• Valor: montante correspondente às variações provocadas nas contas.
Espécies de lançamentos: classificação segundo o nº de contas movimentadas
1. ª fórmula: um débito = um crédito
2. ª fórmula: um débito = vários créditos
3. ª fórmula: vários débitos = um crédito
4. ª fórmula: vários débitos = vários créditos

• lançamentos de abertura: registo dos valores iniciais de uma entidade no início da sua
atividade.
• Lançamentos correntes: registo das operações realizadas e dos acontecimentos
ocorridos durante cada exercício económico.
• Lançamentos de estorno: têm por finalidade retificar as omissões, duplicações e erros
cometidos.
• Lançamentos de regularização: visam retificar o saldo das contas que não
correspondem à realidade.
• Lançamentos de apuramento de resultados: têm por finalidade transferir os saldos das
contas de gastos e de rendimentos para as contas de resultados, permitindo a determinação
dos resultados da empresa.
• Lançamento de encerramento ou de fecho: são efetuados depois do
apuramento de resultados e da elaboração do balanço e permitem fechar as contas que
tiverem saldo.
• Lançamentos de reabertura: registam, no início de cada exercício, os
valores iniciais das contas (saldos finais das contas no exercício anterior).

Documentos de suporte ao registo


Os documentos são a base de todo o registo contabilístico, sem os quais o mesmo não se
poderá processar. Assim, os principais documentos contabilísticos são:
• Fatura: documento base de compra e venda de bens e serviços. Emitida pelo
vendedor, contém todos os elementos ligados à transação efetuada. Existe a obrigação de
emissão de fatura para todas as transmissões de bens ou prestação de serviços, incluindo
pagamentos antecipados.
• Nota de débito / Nota de crédito: quando o valor tributável de
uma operação ou o respetivo imposto sejam alterados, por qualquer motivo, incluindo
inexatidão, deve ser emitido o documentos retificativo da fatura (nota de débito ou de crédito)
• Recibo: documento comprovativo do pagamento de faturas ou
do recebimento
• Documentos de uso interno (ex: nota de lançamento): documentos elaborados no seio
da empresa e que se destinam exclusivamente ao uso interno.
Outros documentos de suporte ao registo:
• Livros obrigatórios: são os que a lei enumera como indispensáveis a qualquer
comerciante:
o Inventário e balanços;
o Diário;
o Razão;
o Copiador;
o Atas.

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• Livros facultativos: são os que se utilizam normalmente como auxiliares do registo
efetuado nos livros obrigatórios; também são usualmente denominados de livros auxiliares.
• Diário: servirá para escriturar, dia a dia, por ordem cronológica, em
assento separado, cada um dos aros que modifiquem ou possam vir a modificar a composição
ou o valor do património.
• Razão: servirá para transcrever o movimento de todas as operações
do Diário, ordenadas a débito e crédito, em relação a cada uma das respetivas contas, para se
conhecer o estado e a situação de qualquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame de
todos os lançamentos feitos no diário.
• Balancete: servirá para resumir os movimentos evidenciados no Razão, que por sua vez
espelham os registos originariamente efetuados no Diário.

Código de contas do SNC

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Meios Financeiros Líquidos
Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem, quer o dinheiro e
depósitos bancários quer todos os ativos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor,
cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração dos resultados.
Características: caracteriza-se como contas com a finalidade de expressar o dinheiro que a
entidade possui num determinado momento e como se encontra ligado. Abrange dinheiro
propriamente dito (notas e moedas nacionais e notas ou moedas estrangeiras) e dinheiro que
se encontra depositado em bancos (contas à ordem e contas a prazo). Inclui também, o
dinheiro aplicado nos investimentos financeiros de curto prazo, de elevada liquidez e sujeitos a
um risco insignificante em termos de alteração de valor (ações, obrigações, outras aplicações
financeiras, derivados financeiros).
Os meios líquidos e financeiros encontra-se na Classe 1 do Código de Contas.

Conta 11 – Caixa
Engloba os meios de pagamentos (notas e moedas metálicas de curso legal, cheques e vales
postais recebidos de terceiros, moeda estrangeira). O saldo desta conta é sempre devedor ou
nulo, nunca credor. O saldo é integrado no ativo corrente no item “Caixa e depósitos
bancários”.

Pagamento de despesas:

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Transferência entre caixas:

Diferenças de câmbio:

Conta 12 – Depósitos à Ordem


O depositante tem o direito de exigir em qualquer momento o reembolso das importâncias
entregues ao banco. Os depósitos à ordem são suscetiveis de serem convertidos de imediato
em numerário sem qualquer restrição ou encargo. A sua movimentação pode ser através de
cheque ou ordem de transferência. Existe a possibilidade de saldo credo, mas para efeitos de
relato deve ser reclassificado como financiamentos obtidos.

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Pagamento de despesas:

Pagamentos a fornecedores e recebimentos de clientes

Recebimento e pagamento de juros

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Conta 13 – outros depósitos bancários
Depósitos exigíveis depois de prevenido o depositário com a antecipação fixada. Apenas
podem ser movimentadas, sem penalização de juro, após a data acordada entre as partes.

Conta 14 – Outros instrumentos financeiros


141 – Derivados: um instrumento financeiro, transacionável, cujo preço ou valor depende
de um ativo que lhe está subjacente, de natureza real ou teórica (contrato forward, contrato
futuro, contrato de opções).
142 – instrumentos financeiros detidos para negociação: ativos financeiros que se
destinam a ser vendidos num prazo que não exceda os 12 meses, incluindo os derivados que
não sejam de cobertura e cujas alterações de justo valor devam ser reconhecidas na
demonstração de resultados.
143 – outros ativos e passivos financeiros: inclui os instrumentos financeiros que, não
sendo detidos para negociação, nem derivados (para cobertura de risco ou para negociação)
sejam designados ao justo valor através da demonstração dos resultado no momento do
reconhecimento inicial.

Inventários e Fornecedores
Inventários
Todos os bens armazenáveis adquiridos ou produzidos pela empresa e que se destinam à
venda ou a serem incorporados na produção. Segundo o NCRF 18, consideram-se como
inventários, os ativos que:
• Sejam detidos para a venda no decurso ordinário da atividade empresarial;
• Estejam no processo de produção para tal venda ou que possam vir a ser aplicados no
processo de produção ou na prestação de serviços.
Segundo as notas à classe 3 do SNC inclui também ativos biológicos (animais e plantas vivas),
no âmbito da atividade agrícola, como também produtos agrícolas colhidos. Assim, o
inventário inclui: matérias primas, matérias subsidiárias, produtos em curso, subprodutos e
resíduos, produtos acabados e mercadorias.
Preço de custo e valor realizável líquido
Valorização dos inventários – preço de custo: os inventários devem ser valorizados pelo preço
de custo, consistindo este em todos os encargos (transformação, colocação, etc) deduzidos
dos descontos comerciais.

Valorização dos inventários – valor realizável líquido: corresponde ao preço de venda


estimado no decurso normal da transação comercial, deduzido dos custos estimados
necessários para que a venda possa ser efetiva.

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Valor líquido Realizável = Preço de venda normal – custos
necessários para efetivar a venda
Os ativos não devem ser escriturados por uma valor superior ao valor realizável líquido. O
custo dos inventários pode não ser recuperável se os inventários estiverem danificados, se se
tornarem total ou parcialmente ultrapassados ou se os seus preços de venda tiverem
diminuído. Reduzir o custo dos inventários para o valor realizável líquido tem o nome de “write
down”.
Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos 2 o mais
baixo.
Critérios Valorimétricos
Valorização à saída (aquando da venda):
• Custo específico: os produtos são avaliados pelo seu preço real ou efetivo. Inclui todos
os encargos de compra que lhe sejam diretamente imputáveis (ourivesarias, comércio de
automóveis, máquinas industriais)
• Custo cronológico direto (FIFO): valorizados pelos preços mais
antigos (first in first out). origina margens mais elevadas em períodos inflacionistas.
• Custo cronológico inverso (LIFO): valorizados pelos preços mais
recentes (last in first out). origina margens mais reduzidas em períodos inflacionistas. Deixou
de ser permitido pelas NIC em 1994.
• Custo médio ponderado: média ponderada do preço de compra e
do valor dos stocks em armazém. Critério mais utilizado na prática.
• Outros critérios de valorização: preço de reposição ou NIFO (next in first out), custo
padrão, custo orçamento, preço de venda, preço de venda deduzido duma margem, valor
realizável líquido.

Inventários e ativos biológicos

Conta 31 – compras
Lança-se nesta conta o custo das aquisições de matérias-primas e de bens aprovisionáveis
destinados a consumo ou venda. Deve incluir as despesas adicionais de compra a ser
imputadas às contas de inventário. A conta compras não é de balanço pelo que no final do
período o saldo desta conta deve ser transferido para inventários.

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Conta 32 – Mercadorias

Inventário periódico e permanente


A movimentação das contas de inventários deve ser efetuada tendo em atenção dois
objetivos:
• Conhecimento em qualquer momento, da quantidade e valor dos “stocks” de que a
empresa é proprietária, ou detém;
• Apuramento dos custo dos produtos vendidos e consumidos e, consequentemente, do
resultado apurado nas vendas ou na produção.
Assim, um inventário pode ser permanente ou então intermitente ou periódico.

Sistema de inventário permanente


Através deste sistema é possível determinar, em qualquer momento o valor dos stocks em
armazém e apurar os resultados obtidos nas vendas/ produção. Assim, sabemos a qualquer
momento o valor dos inventários e o custo das vendas.
RBV = saldo conta 71 – saldo conta 61

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Sistema de inventário Intermitente

Conta 3x9 – Perdas por imparidade

Fornecedores
São todos os vendedores de bens ou de serviços
adquiridos pela empresa/ entidade. Esses bens e
serviços são detidos para a venda no decurso
ordinário da atividade empresarial, como podem ser
utilizados no processo de produção ou podem ser
matérias ou consumíveis a serem a aplicados no
processo de produção. Mensurado ao justo valor,
será o preço de transação.

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Conta 22 – Fornecedores

Conta 222 – Fornecedores – Títulos a


pagar
Inclui as dívidas a fornecedores que estejam representadas por titulos ainda não vencidos.
• 221  a dívida ao fornecedor suportada na relação contratual entre o comprador e o
vendedor
• 222  a dívida ao fornecedor está suportada num titulo (ex: letra a pagar)

Imposto sobre o Valor Acrescentado


É um imposto indireto e não incide sobre o valor acrescentado das entidades. É suportado pelo
consumidor final.
IVA – imposto geral sobre os produtos e serviços que assegura uma igualdade de tributação ao
nível do consumidor final entre os produtos criados no país e os importador, e isto
independentemente da extensão dos circuitos de produção e de distribuição ou da natureza
dos meios intervenientes.

IVA incide sobre as transmissões de bens e as prestações de serviços efetuadas no território

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nacional, por um sujeito passivo. Incide também sobre as importações de bens e as operações
intracomunitárias efetuadas no território nacional conforme definido no RITI.
Na realidade, todas as atividades económicas estão sujeitas a IVA estando definidas apenas
algumas exceções.
Nas transações intercomunitárias, para o vendedor a transmissão intercomunitária de bens
está isenta de imposto. Para o adquirente, torna- se tributável no estado membro de destino e
será simultaneamente deduzido conforme as regras gerais da CIVA e RITI.

Conta 2432 – IVA Dedutivel

Conta 2431 – IVA Suportado

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Conta 2434 – IVA Regularizações

Operações com outros gastos e rendimentos


Fornecimentos e serviços externos
Gama diversificada de operações relativas à aquisição de bens de consumo imediato (não
armazenáveis) e serviços prestados por terceiros.

621 – subcontratos: trabalhos efetuados por terceiros no âmbito do objeto da entidade.


622 – serviços especializados:
• 6221 – trabalhos especializados: serviços prestados por terceiros que não estão
relacionados com a atividade principal da entidade.
• 6222 – publicidade e propaganda: gastos com publicidade e propaganda (anúncios nos
media, campanhas publicitárias, produção de folhetos, catálogos, calendários, agendas,
brindes, amostras, etc)
• 6223 – vigilância e segurança: gastos com compras de material de
vigilância e segurança e os serviços de vigilância e segurança prestados por terceiros.
• 6224 – honorários: compreende as renumerações atribuídas aos
trabalhadores independentes (advogados, médicos, revisores oficiais de contas, engenheiros,
contabilistas, etc)
• 6225 – comissões: gastos com comissões pagas a terceiros. As
comissões pagas a pessoal da entidade devem ser contabilizadas na conta 632, criando-se uma
subconta específica.
• 6226 – conservação e reparação: materiais de conservação e

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reparação adquiridos, bem como os serviços de conservação e reparação prestados por
terceiros.
• 6228 – outros: reconhecimento de gastos com serviços
especializados que não se encontrem previstos nas contas anteriores.
623 – Materiais:
• 6231 – ferramentas e utensílios de desgaste rápido: ferramentas e utensílios que cujos
custos unitários não ultrapassem 1000€
• 6232 – livros e documentação técnica: livros e documentação técnica a ser utilizada na
entidade
• 6233 – material de escritório: encargos com a compra de material de escritório de
consumo imediato (papel, lápis, canetas, faturas, pastas de arquivo, CD’s e outros)
• 6234 – artigos para oferta: aquisições de bens que se destinam a ser oferecidos a
terceiros
624 – energia e fluidos
• 6241 – eletricidade: encargos com o consumo de energia elétrica
• 6242 – combustiveis: encargos com combustiveis consumidos pela empresa (líquidos,
sólidos ou gasoso), mas não armazenável.
• 6243 – água: consumo de água pelas diversas secções da entidade
625 – deslocações, estadas e transportes
• 6251 – deslocações e estadas: transportes de pessoal, assim como as despesas com
refeições e alojamento que não estejam cobertas por ajudas de custo, quando o pessoal tenha
de prestar serviços fora do local de trabalho.
• 6252 – transportes de pessoal: despesas de carácter permanentes
com transportes, tais como contratos com empresas transportadoras, aluguer de transportes,
compra de passes sociais para trabalhadores, compra de senhas de transportes públicos.
• 6253 – transportes de mercadorias: gastos com transportes de
mercadorias vendidas quando estes são por conta do vendedor, assim como os transportes de
compras de bens armazenáveis, quando já não possam ser imputador ao seu preço de custo.
Pode ser também gasto com transportes de inventários entre armazéns da entidade.
626 – serviços diversos
• 6261 – rendas e alugueres: gastos com locações operacionais. Essas podem incluir
terrenos, edifícios ou parte deles, equipamentos (de escritório, fabris, de venda, etc)
• 6262 – comunicação: gastos de comunicação da entidade como telefones, telemóveis,
internet, faxes, correios, etc.
• 6263 – seguros: gastos com seguros que não sejam relativos a pessoal, compra de
inventários ou compra de investimentos. Incluem, normalmente, seguro de incêndio das
instalações e inventários, seguros contra roubos, seguro automóvel, etc.
• 6264 – Royalties: gastos com royalties devidos a terceiros por
licenças, marcas, patentes, processos de fabrico, etc.
• 6265 – contencioso e notariado: encargos com tribunais, notários, conservatórios, etc.

• 6266 – despesas de representação: gastos suportados com receções, refeições, viagens


passeios e espetáculos oferecidos no país ou no estrangeiro a clientes ou a fornecedores ou
ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades.
• 6267 – limpeza, higiene e conforto: gatos com prestações de
serviços de limpeza, higiene e
conforto ou as compras de artigos
de limpeza, higiene e conforto.

MODELO EA.076.01
Gastos com o pessoal
Todas as renumerações de carácter fixo e periódico atribuídas aos recursos humanos da
empresa (dirigentes e trabalhadores), como também os encargos sociais da conta da entidade
(parte patronal) e os gastos de carácter social, obrigatórios ou facultativos. Engloba também os
seguros relativos ao pessoal, nomeadamente os seguros do ramo vida, acidentes de trabalho e
doenças profissionais e seguros que garantam o benefício de reforma, invalidez ou
sobrevivência.

Reconhecimento e mensuração de um gasto pessoal:


• Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de benefícios de
empregador a serem pagos no futuro;
• Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico proveniente do serviço
proporcionado por um empregado em troca dos benefícios do empregado.
Fases do processamento dos ordenados:
1. ª fase: processamento dos ordenados, salários e outras renumerações. Devem ser
debitadas as respetivas subcontas 63 – gastos com pessoal, por crédito da 231, pelos valores
líquidos apurados no processamento e normalmente das contas 24 – Estado e outros entes
públicos (nas respetivas subcontas), 232 – Adiamentos e 278 – Outros devedores e credores,
relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras dos descontos efetuados (parte
do pessoal).
2. ª fase: processamento dos encargos sobre renumerações (parte patronal). Débito da
respetiva rubrica em 635 – Gastos com o pessoal – Encargos sobre renumerações, por crédito
das subcontas de 24 – Estado e outros entes públicos a que respeitem as contribuições
patronais.
3. ª fase: pagamentos ao pessoal e às outras entidades. Debitam-se as contas 321, 24 e
278, por contrapartida das contas da classe 1.

MODELO EA.076.01
Conta 631 – renumerações dos órgãos sociais: renumerações dos órgãos sociais da entidade
(mesa da assembleia-geral, conselho de administração, conselho fiscal, conselho geral,
direção,…).
Conta 632 – renumerações do pessoal: os ordenados e salários líquidos do pessoal, bem como
as renumerações adicionais. Subdividida por tipo de renumeração (ordenados e salários, horas
extraordinárias, subsídio de Natal, subsídio de férias, vencimento de férias, comissões,
prémios,…).
Conta 633 – benefícios pós-emprego:
• 6331 – prémios para pensões: prémios destinados a entidades externas a fim de que
estas venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões ao
pessoal.
• 6332 – outros benefícios pós-emprego: gastos com benefícios pós-
emprego que não sejam pensões e cuidados médicos pós-emprego e seguros de vida pós-
emprego.
Conta 634 – indeminizações: gastos com indeminizações ao pessoal e aos órgãos sociais, por
exemplo, cessação de contrato de trabalho.
Conta 635 – encargos sobre renumerações: gastos relativos às contribuições da entidade para
a Segurança Social, incidente sobre renumerações pagas aos órgãos sociais e ao pessoal, como
também, taxas de contribuição no regime geral (órgãos sociais: 20,30%, pessoal: 23,75%).
Conta 636 – seguros de acidentes de trabalho e doenças profissionais: gastos com prémios de
seguros de acidentes de trabalho e doenças profissionais.
conta 637 – gastos de ação social: gastos da entidade com ação social, nomeadamente
cantinas e refeitórios, creches, assistência e medicamentos, complementos de subsídios de
doença, gastos com atividades desportivas culturais.
Conta 638 – outros gastos com o pessoal: gastos como pessoal não previstos nas anteriores
contas como formação do pessoal, cursos e seminários, gastos com recrutamento de pessoa,
fardamentos,…

MODELO EA.076.01
Conta 2421 – retenções de impostos sobre rendimentos – trabalho dependente:
reconhecimento do imposto retido na fonte relativamente a rendimentos pagos.
Conta 245 – contribuições para a segurança social: dívidas à segurança social decorrentes das
contribuições da entidade patronal e das deduções efetuadas ao pessoal e aos órgãos sociais
(entidade patronal: 20,30% ou 23,75%; pessoal: 11%)
Conta 273: benefícios pós-emprego: registas as responsabilidades da entidade perante os seus
trabalhadores ou perante a sociedade gestora de um fundo autónomo.

MODELO EA.076.01

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