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UNIVERSIDADE PÚNGUÉ – EXTENSÃO DE TETE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E CONTÁBEIS


CURSO DE LICENCIATURA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Resumo das Aulas de Contabilidade

Jordão Almeida Manuel Marcelo

Universidade Púngué
Tete, Abril de 2023
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Jordão Almeida Manuel Marcelo

Resumo das Aulas de Contabilidade

Trabalho de revisão bibliográfica a ser


apresentado na Disciplina de Noções de
Contabilidade, como Requisito parcial de
avaliação
O Docente:
Msc. Emílio Ernesto Sande

Universidade Púngué

Tete, Abril de 2023

Índice
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1. Conceito de Contabilidade.......................................................................................................3

1.1. A relação da Contabilidade com outras Ciências.................................................................3

1.1.6. As funções da contabilidade.............................................................................................5

2. Actos de comércio....................................................................................................................6

2.1. Atos de comércio objetivos..................................................................................................6

2.2. Atos de comércio subjetivos.................................................................................................7

3. Conceito de Património............................................................................................................8

3.1. Elementos patrimoniais........................................................................................................8

3.2. Património líquido................................................................................................................9

3.3. Receitas e despesas.............................................................................................................10

4. Bibliografia.............................................................................................................................12
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1. Conceito de Contabilidade
A Contabilidade surgiu, basicamente, da necessidade de organizar os dados patrimoniais,
econômicos e financeiros de uma determinada unidade econômica e administrativa, que pode ser
uma empresa, o governo ou uma pessoa física: enfim, uma entidade. Dentro desse enfoque,
vários são os conceitos de Contabilidade. A Contabilidade Teórica estabelece regras e princípios
a serem observados pelos contabilistas, com o objetivo de padronizar procedimentos. Nesse
sentido, atribui-se à mesma, invariavelmente, o condão de ciência. Todavia, não se trata de uma
ciência exata, como a Matemática, pois a Contabilidade está inserida no campo das ciências
sociais, e se serve da matemática apenas como ferramenta para mensurar o valor dos
componentes patrimoniais. A Contabilidade é uma Ciência Social com plena fundamentação
epistemológica. Por consequência, todas as demais classificações – método, conjunto de
procedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a simples
facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente concernentes à sua aplicação prática, na
solução de questões concretas.

Dentro desse contexto, Hilário Franco já a conceituava com os seguintes dizeres:

“Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades,


mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele
ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variação, bem
como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”.

1.1. A relação da Contabilidade com outras Ciências


A contabilidade está relacionada a outras ciências, como economia, matemática, estatística,
administração ou mesmo ciência da computação. A contabilidade é uma disciplina multifacetada
que pode identificar, medir e comunicar a saúde econômica de uma organização. É possível ter
uma melhor compreensão da contabilidade depois que você tiver uma compreensão conceitual
mais completa de suas outras disciplinas relacionadas.
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1.1.1. Relação entre contabilidade e economia

A principal relação entre essas duas disciplinas é que ambas se preocupam com o uso eficaz e
eficiente dos recursos. Tanto a contabilidade quanto a economia buscam maximizar a riqueza;
Economistas e contadores são consistentes com a importância de deixar o capital intacto ao
calcular a renda. A renda pode ser distribuída sem afetar o capital. Mais importante, quando há
necessidade de qualquer decisão econômica, há necessidade de contabilidade. Pode-se entender
que a contabilidade fornece as informações pelas quais os modelos econômicos são preparados.
A economia analisa como as pessoas ganham e gastam, como os compradores e vendedores se
comportam sob diferentes circunstâncias etc. Por outro lado, a contabilidade documenta
transações de receita e despesa mensuráveis em termos de dinheiro; Ele fornece informações
necessárias e relevantes para que compradores e vendedores possam tomar decisões.

1.1.2. Relação entre contabilidade e matemática

Contabilidade e matemática estão intimamente relacionadas: a contabilidade é a linguagem dos


negócios e a matemática é a linguagem da contabilidade. Em diferentes estágios da
contabilidade, adição, subtração, multiplicação e divisão aritmética são aplicadas. A
contabilidade expressa todas as suas transações e eventos de mudanças financeiras no idioma da
matemática. Em todas as etapas da contabilidade (extratos de contas, livros contábeis, balanços,
etc.), os princípios matemáticos se aplicam. Por esse motivo, o processo de manutenção de uma
boa contabilidade é fácil e rápido. A matemática é uma parte indispensável da contabilidade.

1.1.3. Relação entre contabilidade e estatística

Essas duas disciplinas estão intimamente relacionadas. O principal objetivo dessas duas ciências
é desenvolver figuras aritméticas compreensíveis e lógicas, além de apresentá-las na forma de
declarações que podem ser usadas por gerentes de projeto, diretores etc. Eles facilitam os atos de
planejamento e tomada de decisão. A coleta, tabulação, análise e apresentação de dados são
funções primárias. Essas funções são usadas por contadores e estatísticos. O uso de estatísticas
na contabilidade pode ser bastante apreciado no contexto da natureza dos registros contábeis. A
principal função da estatística é coletar e analisar dados quantitativos de vários eventos, para que
possam ser apresentados aos indivíduos ou organizações envolvidas.
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1.1.4. Relação entre contabilidade e administração

Essas duas ciências costumam andar de mãos dadas, pois a administração depende inteiramente
das informações armazenadas pela contabilidade para poder tomar decisões em questões
financeiras. A administração é um campo ocupacional bastante amplo, que inclui muitas funções
e a aplicação de muitas disciplinas, incluindo estatística, matemática, economia, etc. Os
contadores estão localizados na administração e desempenham um papel importante em sua
gestão. A contabilidade fornece todos os tipos de informações financeiras no planejamento do
projeto e na implementação de algumas preocupações comerciais. A magnitude da administração
se estende da vida individual a vários campos da vida social. O desenvolvimento geral do
comércio, governo, órgãos autônomos, etc. Eles dependem de gerenciamento.

1.1.5. Relação entre contabilidade e ciência da computação

A palavra computador é derivada da palavra computação; Esta palavra significa contar. É


possível resolver problemas matemáticos que envolvem milhões e milhões de dados em apenas
alguns segundos, graças aos computadores. Também é possível armazenar esses dados neles. Na
contabilidade, as transações devem ser registradas e os resultados devem ser determinados.
Demora muito tempo e trabalho para garantir a precisão da contabilidade. Mas, graças aos
computadores, a maioria desses obstáculos foi removida. Isso é possível, pois muitos tipos de
informações relacionadas a transações podem ser feitas rapidamente em computadores; Isso
economiza trabalho e tempo. Além disso, com a ajuda do computador, a validade das
informações pode ser preservada e verificada. A aplicação de computadores está aumentando no
campo de problemas contábeis.

1.1.6. As funções da contabilidade


A Contabilidade tem funções de controlo (Contabilidade Financeira) e planejamento
(Contabilidade Gerencial). Através do controle do patrimônio (FUNÇÃO
ADMINISTRATIVA) e apuração do rédito (ou resultado, lucro ou prejuízo) das aziendas
(FUNÇÃO ECONÔMICA), a Contabilidade presta informações às pessoas (usuários) que
tenham interesse em avaliar a situação patrimonial e o desempenho destas entidades, permitindo
conhecer as fontes de financiamento e as aplicações de recursos existentes.
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O controle patrimonial (função administrativa) ocorre tanto no aspecto qualitativo (identificação


dos itens do patrimônio), quanto no aspecto quantitativo (valoração dos diversos componentes
do patrimônio em termos monetários). Muitas vezes a função econômica (apuração do crédito)
constitui-se no objetivo mais imediato das entidades comerciais, principalmente por parte de seus
diretores, sócios e acionistas, pois, em geral, estes não têm fôlego financeiro para suportar espera
de resultados, por longo prazo. Entretanto, modernamente, a contabilidade constitui ferramenta
indispensável no planejamento empresarial. Assim:

FUNÇÃO ADMINISTRATIVA Controle do património e planejamento empresarial

FUNÇÃO ECONÔMICA Apuração do resultado

2. Actos de comércio
Segundo o art. 1º, a lei comercial rege os atos de comércio.

O sistema do Código Comercial é o de regular factos jurídicos em sentido


lato – abrangendo contratos, negócios unilaterais, atos não negociais e factos
stricto sensu – e, ainda, diretamente, isto é, independentemente dos factos que os
originem – efeitos jurídicos. Tendo fixado este alcance amplo para “atos de
comércio”, Código passa a referenciá-los no seu art. 2º. Recorre aí a dois critérios
distintos:

a) Um critério objetivo – o tratar-se de atos especialmente regulados neste código. Este origina
atos objetivos.

b) Um critério subjetivo – o serem atos de comerciantes. Este origina atos subjetivos.

2.1. Atos de comércio objetivos


São atos de comércio objetivos, nas palavras do art. 2º primeira parte, “(...) todos aqueles que se
acharem especialmente regulados neste Código”. Esta definição, contudo, coloca dois
problemas:

i. São comerciais todos os atos regulados no Código?


ii. São comerciais apenas os atos nele regulados?
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A resposta à primeira pergunta é negativa. A lei não diz “todos os atos regulados neste Código”,
mas todos os que sejam “especialmente”, isto é, com desvio em relação ao regime geral.

A segunda pergunta obtém igualmente uma resposta negativa. Haverá atos comerciais que não
estão regulados no Código Comercial. Assim:

 São comerciais os atos regidos por diplomas que vieram substituir normas do Código
Comercial, mantendo-se, todavia, como extravagantes (ex: Leis Uniformes ou o Código
das Sociedades Comerciais).
 São comerciais os tratados em normas extravagantes que se assumam comerciais (ex: o
arrendamento comercial, antes tratado no Código Civil e no RAU)

2.2. Atos de comércio subjetivos


A referência aos atos de comércio subjetivos encontra-se no art. 2º segunda parte. São atos
subjetivamente comerciais aqueles que são praticados por comerciantes. Este conceito vem
alargar o conceito de ato de comercial, para além da definição dada para atos objetivamente
comerciais.

Comerciantes: “Dos comerciantes” pode, sem dificuldade, ser reportado à definição de


comerciante que resullta do art. 13º. Segundo este artigo, são comerciantes:

a) “As pessoas que, tendo capacidade, praticam atos de comércio com caráter de
profissionalidade” – a capacidade vem definida no art. 7º (que remete para as regras de
capacidade do CC). Os atos de comércio referidos neste artigo são os atos de comércio em
sentido objetivo. Quanto à “profissionalidade”, há quatro critérios para determinar uma atividade
como profissional:

1) Prática habitual e reiterada;


2) Prática juridicamente autónoma – não depender de terceiros;
3) Atividade com prossecução do lucro;
4) Atividade exercida de forma tendencialmente exclusiva – este critério tem gerado
discussão doutrinária.
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Sendo comerciante, os seus atos serão comerciais em sentido subjetivo, independentemente de


serem comerciais do ponto de vista objetivo.

b) “Sociedades comerciais” – são aquelas que vêm definidas como tal no art. 980º do Código
Civil, vigorando um princípio de tipicidade.

3. Conceito de Património
Conforme já visto anteriormente, património é o conjunto de bens afectos a uma entidade, e
podem ser subdivididas em três grandes grupos:

 Bens;
 Direitos e
 Obrigações

Direitos é o conjunto de elementos patrimoniais que pertencem a entidade e no momento da sua


inventariação encontram-se em posse da outra entidade.

3.1. Elementos patrimoniais


Os elementos patrimoniais classificam-se em: Elementos do Activo (elementos positivos) e
Elementos dos passivos (elementos negativos). Os bens e direitos de uma entidade, que
correspondem à parte “positiva”, isto é, afectam positivamente o património entidade Já as
obrigações (dívidas) de uma entidade, que correspondem à parte “negativa”, isto é, afectam
negativamente o património de uma entidade Comprados os elementos de uma entidade
denomina-se PATRIMÓNIO LÍQUIDO

I – ACTIVO

Representa os direitos que a entidade possui junto a terceiros e os bens pertencentes a ela O
activo também pode ser denominado PATRIMÓNIO BRUTO e corresponde às APLICAÇÕES
DE RECURSOS de uma entidade. Activo é um recurso controlado pela entidade como resultado
de transações passadas ou eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios
econômicos para a entidade
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As entidades normalmente obtêm activos comprando-os ou produzindo-os, mas outras transações


ou eventos podem gerar activos. Por exemplo: um imóvel recebido do governo como parte de um
programa para fomentar o crescimento econômico da região onde se localiza a entidade ou a
descoberta de jazidas minerais Transações ou eventos previstos para ocorrer no futuro não
podem resultar, por si mesmos, no reconhecimento de activos

II – Passivo

Representa as obrigações (dívidas) da entidade para com terceiros As contas do passivo


representam recursos de terceiros em posse da entidade O passivo também pode ser denominado
PASSIVO EXIGÍVEL ou CAPITAL DE TERCEIROS e corresponde às ORIGENS DE
RECURSOS de uma entidade. Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de
eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a
entidade tenha uma obrigação presente. Assim, por exemplo, a aquisição a prazo de mercadorias
ou de serviços resulta em contas a pagar, e a obtenção de um empréstimo resulta na obrigação de
liquidá-lo.

3.2. Património líquido


Conforme dito anteriormente, PATRIMÓNIO LÍQUIDO (PL) é a diferença entre o ACTIVO e o
PASSIVO de uma entidade, ou seja, é o valor residual dos activos da entidade depois de
deduzidos todos os seus passivos O património líquidos podem também ser denominado
RIQUEZA LÍQUIDA, CAPITAL PRÓPRIO, PASSIVO NÃO EXIGÍVEL, SITUAÇÃO
LÍQUIDA Também corresponde, juntamente com o passivo, às ORIGENS DE RECURSOS

No património líquido são registados os recursos aportados pelos sócios, o resultado do exercício
(lucro ou prejuízo), as reservas resultantes de apropriações de lucros (Reservas de lucros) e as
reservas para manutenção do capital (Reservas de capital) As contas que compõem o património
líquido serão apresentadas de forma detalhada em capítulo específico
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3.3. Receitas e despesas


As receitas e as despesas são conhecidas como variações patrimoniais e não são contas
patrimoniais, ou seja, não são contas do activo, do passivo e do património líquido. Quando
somadas as receitas e despesas de uma entidade, chega-se ao resultado em determinado período
Se as receitas foram superiores às despesas, a entidade apurou LUCRO LÍQUIDO Se as despesas
foram superiores às receitas, a entidade apurou PREJUÍZO Esse resultado, lucro líquido ou
prejuízo, é registado no património líquido Daí, conclui-se que receitas têm efeito positivo no
PL, e as despesas têm efeito negactivo no PL.

RECEITAS: Correspondem às variações patrimoniais que aumentam o património líquido de


uma entidade em determinado período, seja por um evento que provocou um aumento do activo
sem o correspondente aumento do passivo, seja pelo evento que provocou uma redução do
passivo sem o correspondente decréscimo do activo.

São exemplos de receita: Rendimentos de aplicações financeiras, pagamento de uma dívida com
desconto, recebimento de um direito com juros, recebimento de uma doação etc.

As receitas: “são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contabilístico sob a
forma de entrada de recursos ou aumento de activos ou diminuição de passivos, que resultam em
aumentos do património líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da
entidade”.

DESPESAS: Correspondem às variações patrimoniais que reduzem o património líquido de uma


entidade em determinado período, seja por um evento que provocou uma redução do activo sem
a correspondente diminuição do passivo, seja pelo evento que provocou um aumento do passivo
sem o correspondente incremento do activo São exemplos de despesa: baixa de um activo por
perda ou perecimento, pagamento de uma dívida com juros, recebimento de um direito com
desconto, registo de uma dívida sem registo de um activo correspondente etc.

Despesas: “são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contabilístico sob a
forma de saída de recursos ou redução de activos ou incrementos em passivos, que resultam em
decréscimo do património líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários
da entidade”.
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Origens e Aplicações de Recursos:

Uma entidade pode obter recursos de terceiros (aumento do passivo), dos sócios (aumento do
património líquido) ou de suas atividades (venda (redução) de activos ou por meio de receitas)
Esses recursos são aplicados na aquisição de novos activos (aumento do activo), no pagamento
de dívidas junto a terceiros (redução de passivo), no pagamento de despesas ou destinados aos
sócios (redução do património líquido).

Exemplo: Uma empresa adquiriu uma máquina para o seu activo imobilizado mediante a
obtenção de um empréstimo bancário.

 Origem dos recursos: empréstimo bancário (aumento do passivo)


 Aplicação dos recursos: máquina no activo imobilizado (aumento do activo)
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4. Bibliografia
ALMEIDA, M.C. Curso básico de contabilidade: introdução à metodologia da
contabilidade. São Paulo: Atlas, 1996.

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico - financeiro. São


Paulo: Atlas, 1993.

ÁVILA, Carlos Alberto de. Gestão Contábil para contadores e não contadores. Curitiba:
IBPEX, 2006.

BOSCHILIA, Luiz. Gestão de Custos: Uma análise do sistema de custeio ABC. 2006. 111p.
Dissertação (Mestrado em Administração). Universidad Internacional Três Fronteras. Ciudad
Del Este, Py.

IUDICIBUS, S. & MARION, J.C. Curso de contabilidade para não contadores. São Paulo:
Atlas, 1997.

LITERATURA. In: Portal da Contabilidade. 2010.

OLIVO, Ana Maria. Processo de Avaliação de uma Instituição de Ensino Superior Privado
com ênfase nos Ativos Intangíveis. 2006. 106p. Dissertação (Mestrado em Administração).
Universidad Internacional Três Fronteras. Ciudad Del Este, Py.

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