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ESTRUTURA DA

CONTABILIDADE BRASILEIRA
AULA 3

Profª Edenise Aparecida dos Anjos


CONVERSA INICIAL
Na aula de hoje vamos tratar da estrutura da contabilidade sob um ponto
de vista teórico, aprofundando conceitos basilares, como postulados, princípios
e convenções. Para isso, é importante entender como as entidades se
relacionam com o ambiente em que estão inseridas, no sentido macro e
microeconômico.
Esse estudo é importante, pois permite que alguns questionamentos
sobre o estudo e aplicação da contabilidade sejam respondidos, por exemplo:
como é determinado o limite de atuação da contabilidade, uma vez que o
patrimônio também é objeto de estudos de outras ciências, como economia,
administração e jurídicas?
Espera-se que ainda, no decorrer desta aula você possa entender por que
que a contabilidade é uma ciência social aplicada.

TEMA 1 – CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS NA ELABORAÇÃO E


APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Em nossas primeiras aulas estudamos a contabilidade sob o enfoque da


Estrutura Conceitual da contabilidade sob a perspectiva do Pronunciamento
Técnico CPC 00 (CPC, 2019). Agora vamos estudar o arcabouço teórico da
contabilidade, ou seja, entender qual a razão da contabilidade existir, de onde
vêm os conceitos, definições e classificações, e ainda entender como a
contabilidade evoluiu para atender as entidades contemporâneas (negócios).
Para a aplicação da contabilidade é importante observar as entidades e
os diversos relacionamentos com o ambiente onde estão inseridas por meio dos
enfoques fiscal, legal, ético, econômico, comportamental e estrutural. A partir
desses enfoques, será mais fácil entender a relação da contabilidade com o
mundo dos negócios a partir do seu ambiente (interno e externo).

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1.1 Enfoques da teoria contábil e a divulgação dos relatórios financeiros

A contabilidade é realizada para as entidades diversas (públicas e


privadas). Cada entidade (comércio, indústria ou prestador de serviços), mesmo
que atue no mesmo ramo de atividade, possui personalidade própria, com
particularidades diferentes, em função do tipo de produtos ou serviços ofertados,
dos direcionamentos administrativos, considerando questões como porte
(tamanho) e recursos tecnológicos. Enfim, há uma infinidade de diferenças
observáveis, e a contabilidade tem capacidade de atender a cada uma dessas
entidades.
Por exemplo, um mercado de vila, bairro ou comunidade, pode ser
enquadrado quanto ao porte como microempresa e pagar seus impostos pelo
regime do Simples Nacional e não estar obrigado a publicar seus demonstrativos
contábeis. Por outro lado, a rede de supermercados, que atua na região central
da cidade e possui o mesmo ramo de atividade, no entanto pode ser enquadrada
como empresa de grande porte, submetida ao regime normal de tributação (lucro
real) e obrigada a elaborar e publicar o conjunto completo de demonstrações
contábeis.
Verifique que, embora as duas entidades atuem no mesmo ramo de
atividade, elas possuem enfoques e obrigações diferentes, pois o porte e o
enquadramento tributário se refletem na forma como pagam seus tributos e
principalmente no tipo de usuários interessados nas informações geradas pelos
demonstrativos contábeis financeiros. Esses são apenas alguns exemplos,
pois as diferenças, até mesmo em empresas do mesmo porte, são inúmeras.
Sob estes aspectos, Hendriksen e Breda (2014, p. 24), no Quadro 1,
determinam os enfoques da teoria contábil, relacionando-os a questionamentos
usuais.

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Quadro 1 – Enfoques teóricos

Fiscal
•Qual é a situação fiscal?

Legal
•O que é exigido por lei?
•Há uma regulamentaçaõ específica para este setor?

Ético
•O que é correto, essa é uma apresentação justa?

Econômico
•Que efeito este procedimento contábil exercerá sobre a economia?
•O procedimento permite a divulgação completa dos fatos?

Comportamental
•Quem são os usuários da informação contábil?

Estrutural
•Há uma regra específica relacionada a esta situação?
•Qual as definições dos elementos patrimoniais e de resultados
•Como esses elementos são mensurados?

Fonte: Hendriksen; Breda, 2014, p. 24-27.

O enfoque fiscal é um dos mais tratados na contabilidade, principalmente


no que se refere ao atendimento do fisco na apuração dos impostos.
Esclarece-se que embora o enfoque fiscal seja um dos aspectos
explorados na contabilidade, se a legislação exigir algo diferente do que
determina a normatização contábil (CPCs), o controle para ajuste fiscal deve
ser elaborado em controles paralelos.
Alguns métodos que devem ser observados na escrituração contábil para
fins fiscais são: (a) o método utilizado para apurar o custo dos estoques; (b) como
uma empresa reconhece a depreciação do imobilizado em função do desgaste
no processo produtivo; (c) o reconhecimento de despesas financeiras; (d) os
itens que podem ser deduzidos para fins de imposto de renda.
Assim, os efeitos fiscais na contabilidade influenciam a elaboração dos
relatórios contábeis, mas de maneira indireta, pois a escrituração contábil deve
seguir as normas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, entre
outras.

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O enfoque legal diz respeito à aplicação da lei no desenvolvimento das
atividades contábeis, o que acarreta a obrigatoriedade do contador em conhecer
todas as leis que norteiam a contabilidade brasileira. Por exemplo, é
responsabilidade do contador, no exercício da sua função, conhecer o Código
Civil, a Constituição Federal e as legislações que regem as entidades envolvidas,
além dos princípios e normas contábeis.
O enfoque ético é fortemente presente na contabilidade, ou seja, o
contador deve ser regido por princípios éticos, visando à integridade dos
procedimentos usados para determinar a representação justa (fidedigna) e a
confiabilidade da informação contábil.
O enfoque econômico demanda por parte dos contadores o
desenvolvimento de habilidades e competências para interpretar os conceitos
contábeis em função dos eventos econômicos. Em termos gerais, busca
identificar os efeitos dos procedimentos contábeis na divulgação das
informações financeiras. Este enfoque é associado com a relevância da
informação divulgada e seus valores preditivos e confirmatórios.

Quadro 2 – Enfoques econômicos

Indicadores e atividades
Macroeconômicos econômicas em nível geral,
segmento.
Efeitos dos Enfoques
Econômicos
Indicadores e atividade
Microeconômicos econômicas no nível da
empresa.

Fonte: Hendriksen; Breda, 2014.

Os efeitos macroeconômicos têm como objetivo a divulgação, análise de


rentabilidade, lucros, crescimento, rentabilidade para análise de crescimento de
um setor como um todo.
Os efeitos macroeconômicos podem ser observados, por exemplo,
quando a bolsa de valores divulga que determinada empresa obteve lucros de
20% e o setor cresceu 3% no mesmo período em comparação ao ano anterior.
De onde são extraídas essas informações?

• Em sua maioria, são extraídas dos relatórios financeiros divulgados pela


empresa no período vigente e nos anteriores.

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• Já para as informações acerca do setor, são analisados os
demonstrativos de todas as empresas do segmento. Somente assim o
analista pode inferir se houve crescimento ou não.
• Os efeitos microeconômicos têm relação com os procedimentos
contábeis que influenciam as atividades da empresa, com foco nas
políticas e procedimentos internos para a decisão de quais fatos devem
ser divulgados e como.

O enfoque comportamental é o que mais desperta atenção, pois a


contabilidade é feita de pessoas para pessoas (contadores e usuários da
informação contábil). A informação contábil pode ser influenciada pela
capacidade de julgamento do contador, na adoção dos métodos e bases de
mensuração utilizados para reconhecer os elementos dos demonstrativos
contábeis. Por parte dos usuários, pode se entender que o julgamento da
relevância de uma informação e sua influência na tomada de decisão, por vezes,
pode ser subjetiva, pois depende da percepção de utilidade do usuário.
O enfoque estrutural representa toda o arcabouço estrutural da Ciência
Contábil e suas mutações ao longo do tempo, como conceitos, classificações,
reconhecimento e mensuração de ativos e passivos, receitas e despesas, e as
características qualitativas da informação contábil.
Para finalizar os enfoques, sugiro que faça uma reflexão evolutiva dos
conteúdos que já estudou. Será possível observar que a contabilidade é um
conjunto coeso de terminologias, conceitos e definições. Estudar o patrimônio
das entidades sob todos os enfoques não se resume apenas aos registros das
transações econômicas e financeiras, mas em procedimentos que influenciam
resultados por meio da divulgação dos demonstrativos contábeis.
Em outras palavras, os enfoques determinam o objeto de estudo da
contabilidade, o patrimônio e suas mutações no seu ambiente de atuação,
delimitando a área de estudo da ciência contábil como ciência social aplicada.

TEMA 2 – POSTULADOS DA ENTIDADE E CONTINUIDADE

Todas as ciências precisam de uma base que possibilite o


desenvolvimento de princípios, normas e convenções que venham a direcionar
sua prática. Na contabilidade, essa base está ancorada sobre os postulados
contábeis.

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Iudícibus (2014, p. 39) define os postulados como: “premissas ou
constatações básicas, não sujeitas a verificação, que formam o arcabouço sobre
o qual repousa o desenvolvimento subsequente da teoria da Contabilidade”.
Neste sentido, os postulados são premissas ou observação da realidade,
relacionadas com aspectos ambientais e as condições de operação das
entidades delimitando a área de atuação da contabilidade.
Os postulados podem ser classificados como (a) descrições da realidade
observada e (b) ambientais, que delimitam a área de atuação da contabilidade
acerca do objeto de estudo, permitindo a construção de teorias (conceitos,
normas) e a aplicação prática da contabilidade.
Dos postulados, os ambientais são os mais importantes, pois fornecem as
bases de toda a estrutura da contabilidade, são eles:

Quadro 3 – Postulados

Postulados
Ambientais

Entidade Continuidade

O postulado da entidade reconhece o patrimônio como objeto da


contabilidade e autonomia patrimonial, separando o capital da empresa do
capital dos sócios. O postulado da continuidade prevê que essa entidade
continuará em operação no futuro, por período indeterminado.
A Estrutura Conceitual da contabilidade é estudada de forma hierárquica,
conforme o Quadro 4, postulados, princípios e convenções.

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Quadro 4 – Estrutura teórica da contabilidade

Entidade e Continuidade Postulados


ambientais

Estrutura Conceitual da
Contabilidade Princípios Convenções

Essa é a ordem que devemos observar para entender como a


contabilidade é estruturada.

2.1 Postulado da entidade

O postulado da entidade é um dos principais postulados ambientais, pois


sem a entidade, não há patrimônio para ser reconhecido, mensurado ou
evidenciado. Logo, não há motivos ou razão de ser da contabilidade. Assim, a
entidade contábil, de acordo com Iudícibus, pode ser conceituada como:

ente, juridicamente delimitado ou não, divisão ou grupo de entidades


ou empresas para os quais devemos realizar relatórios distintos de
receitas e despesas, de investimentos e retornos, de metas e
realizações, independentemente dos relatórios que fizermos para as
pessoas físicas ou jurídicas que têm interesse em cada uma das
entidades definidas em cada oportunidade. (2009, grifo nosso)

Logo, uma entidade pode ser um indivíduo (microempreendedor


individual, produtor rural), uma empresa, um grupo de empresas, um órgão
público, um clube de futebol, uma cooperativa, uma escola, uma organização
sem fins lucrativos etc., desde que desenvolvam atividades econômicas que
justifiquem a aplicação da contabilidade e a elaboração de relatórios
contábeis.
É preciso dar atenção especial para este postulado, pois ao delimitar o
objeto de estudo da contabilidade “o patrimônio” de uma entidade, busca-se
fazer a distinção do patrimônio do proprietário e sócios/acionistas. Assim, o
patrimônio da entidade não se confunde com o patrimônio dos sócios. Essa
medida visa proteger a entidade de entrar em situação de descontinuidade
(falência).

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Exemplo
A Maria trabalhou anos e guardou dinheiro para investir em seu próprio
negócio, o sonho de abrir uma padaria. Quando observou que já tinha o
suficiente procurou um contador para abrir seu negócio, legalizou seu
empreendimento e, em poucos dias, a “Padaria da Maria” se tornou realidade. A
Maria agora é sua própria patroa.
De quem é o dinheiro investido na Padaria da Maria?
O dinheiro agora pertence à Padaria da Maria, pois quando a Maria abriu
sua empresa, ela entregou seus recursos para criar uma entidade, dotada de
personalidade jurídica.
Observe que a Maria agora é uma empresária, e como tal tem
responsabilidade para gerir o seu negócio. Deve tomar alguns cuidados, pois a
padaria consome recursos para manter-se em funcionamento. Ela precisa pagar
as despesas de estrutura referente a energia, água, matéria prima, fornecedores,
salários de empregados, impostos, pró-labore (salários dos sócios ou
proprietários).
Como ela vai fazer isso? A Maria espera produzir seus produtos e
vender toda a sua produção. Somente assim a padaria poderá gerar receitas
por meio das vendas, pagar todos os custos de produção e despesas de
funcionamento, e apurar resultados (gerar caixa e lucros).
E as contas da Maria, como ela vai pagar? A Maria como proprietária
precisa estimar um salário mensal para que possa pagar suas contas pessoais,
denominado de pró-labore (remuneração do proprietário/sócios).
O contador tem a responsabilidade de orientar a Maria para não ferir o
princípio da entidade, explicando que o dinheiro das vendas de produtos da
Padaria da Maria é da padaria e não da Maria. Isso é importante, pois as vendas
diárias (caixa) são receitas e somente no fim do período se apura resultados
(lucros ou prejuízos).
Logo, se a Maria começar a misturar suas contas pessoais
(supermercado, lazer etc.) com as da sua empresa, pode correr o risco de entrar
em descontinuidade (não conseguir pagar os recursos necessários para
desenvolver sua atividade empresarial) e dessa forma perde também a principal
fonte de renda da pessoa física.
E se a Maria, levar para a contabilidade as notas e cupons fiscais das
suas despesas pessoais para o contador no fim do mês? A contabilidade

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somente vai registrar as despesas referentes à empresa (CNPJ). As despesas
da Maria não serão contabilizadas.
Em resumo, mesmo sendo proprietária, a Maria é pessoa física, isto é,
recebe salário (pró-labore) da Padaria da Maria, para poder saldar seus gastos
pessoais. A Padaria da Maria é pessoa jurídica (entidade contábil) e obtém
receitas pelas vendas de seus produtos, gerando caixa e apurando resultados
no fim do período. Aplica-se aqui o princípio da entidade, pelo qual o capital dos
sócios não se confunde com o da empresa.

Em síntese, o patrimônio dos sócios não deve se misturar ou se confundir


com a contabilidade da entidade (empresa). Na contabilidade da entidade,
somente devem ser registrados os fatos que se refiram ao patrimônio da
empresa. As despesas particulares dos sócios não devem ser registradas como
despesa da entidade.
A entidade é uma premissa subjacente da contabilidade, sendo muito
mais do que uma diretriz, é importante ser observada para preservar a existência
da entidade contábil e sua essência econômico, resguardando o patrimônio por
meio da manutenção dos recursos necessários para o desenvolvimento da sua
atividade e reinvestindo para que a empresa possa estar em continuidade por
um período de tempo indeterminado.

2.2 Postulado da continuidade

O postulado ambiental da continuidade, ou going concern, se refere a algo


em constante movimento. Parte do pressuposto que as entidades contábeis
estarão em operação por um longo período, ou seja, não possuem intenção de
serem liquidadas (fechadas/extintas).
Mas como entender o princípio da continuidade como algo em
andamento? Observe o ciclo de transações operacionais de uma entidade fabril:

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Quadro 5 – Ciclo de transações operacionais

Compra
matéria-prima

Produção de
Paga os
produtos
fornecedores
acabados

Recebimentos
Venda de
das vendas de
produtos
produtos
acabados
acabados

Verifique que as transações operacionais são cíclicas, estão em constante


movimento. Para estar em continuidade, uma entidade em plenas condições de
operação compra, produz, vende, recebe e paga, sendo este um ciclo
operacional contínuo. Caso haja uma interrupção neste processo, a entidade
corre o risco de deixar de existir.
Deste modo, a característica fundamental para identificar uma entidade
geradora de riqueza é a sua capacidade de agregar valor e gerar riquezas
por meio das vendas de produtos ou serviços (receitas, lucros) e distribuir
riqueza, ao pagar impostos, salários (força de trabalho) e remunerar o capital
investido pelos sócios (distribuição de lucros), impactando o ambiente onde
está inserida.
Sob os aspectos normativos, o Pronunciamento Técnico CPC 00 (CPC,
2019) discorre sobre como as demonstrações contábeis são elaboradas com
base na suposição de que a entidade que reporta informação está em pleno
funcionamento e continuará assim no futuro previsível. Em termos gerais,
presume-se que a entidade que reporta a informação é capaz de gerar riquezas
e valores de forma contínua.
Presume-se, também, que uma entidade em continuidade não tem
intenção de liquidar ou deixar de negociar, pois, caso exista a intenção ou
necessidade de liquidação, devem ser elaborados demonstrativos especiais

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para aquele momento específico, para que a entidade possa ser avaliada de
acordo com as premissas contábeis de uma entidade em descontinuidade.

TEMA 3 – PRUDÊNCIA E PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA

Estudamos em aulas anteriores que as características qualitativas,


fundamentais e de melhoria permitem que os usuários classifiquem a informação
contábil como útil para o processo decisório. No entanto, caso haja dúvidas ou
incertezas no momento do reconhecimento, mensuração ou avaliação dos
elementos patrimoniais e de resultados, o contador deve levar em consideração
duas características, a prudência e a primazia da essência sobre a forma, para
aplicação da contabilidade.

3.1 Prudência

A prudência é um dos elementos contidos na característica fundamental


da Representação Fidedigna (completa, neutra e livre de erros), como estudado
na Aula 2. É um assunto que vem sendo discutido na contabilidade desde a
convergência das normas internacionais, pois em primeiro momento o Comitê
de Pronunciamentos Contábeis retirou esta característica do escopo do CPC 00
na revisão de 2011, alegando que entrava em conflito com a neutralidade da
informação, pois enviesava a tomada de decisão. Todavia, na última revisão do
CPC 00, R2 de 2019, foi adicionada novamente como uma das características
fundamentais da representação fidedigna, contida justamente no escopo da
informação neutra.
Por que é importante saber dessas discussões? Justamente porque o
aluno tem acesso a inúmeras fontes de informação na rede e saber das
discussões da nossa área de estudo é fundamental para construir conhecimento
em bases sólidas.
Para entender a prudência e essas discussões, precisamos explicar o que
seria essa representatividade da característica da prudência e como o contador
a utiliza na prática para avaliar os elementos patrimoniais (ativos e passivos) e
de resultados (receitas e despesas) para elaborar e divulgar seus
demonstrativos contábeis.
Vamos iniciar com a definição do CPC 00 (CPC, 2019): “A prudência é
entendida como um posicionamento conservador por parte do contador no

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momento de registrar os elementos patrimoniais de uma entidade”. Isso quer
dizer que a prudência, também conhecida como conservadorismo, se refere ao
cuidado que o contador precisa ter para reconhecer receitas, passivos, ativos e
despesas e principalmente no reporte dessas informações. Observe que, entre
duas ou mais situações relevantes, deve-se adotar sempre um
posicionamento pessimista.

Quadro 6 – Premissas da prudência

MENOR VALOR POSSÍVEL MAIOR VALOR POSSÍVEL


RECONHECIMENTO ATIVOS RECEITAS PASSIVOS DESPESAS
- Mais tarde - Mais cedo
Fonte: Hendriksen; Breda (2014).

Os ativos devem ser reconhecidos pelo menor custo possível. Por


exemplo, no momento de avaliar o custo dos estoques da empresa, o contador
deve analisar dois critérios:

• Custo histórico: valor do registro inicial, aquele que vem informado na nota
fiscal de compra de cada produto, ou o custo de transformação
(produção).
• Custo de reposição: valor de mercado, ou seja, preços correntes (atuais),
quanto custaria para repor este produto no estoque.

De posse dessas informações, que devem ser igualmente relevantes, e


atendendo aos requisitos da representação fidedigna e da neutralidade, o
contador deve adotar aquela que apresenta o menor valor para o
reconhecimento e evidenciação dos estoques (custo ou mercado, o que for
menor). Para este ativo (estoques), normalmente o custo histórico costuma ser
o de menor valor. No entanto, diante dos avanços tecnológicos, pode acontecer
do valor de mercado ser o menor valor para reposição.
Os passivos devem ser reconhecidos, mensurados e evidenciados pelo
maior valor possível. Como os passivos representam saída de recursos da
entidade (saída de dinheiro do caixa), é recomendado que os valores estimados
e registrados sejam os maiores possíveis, como em situações que não se tem
os valores exatos para o reconhecimento, como nos casos de processos judiciais
ou trabalhistas.
As contas de resultados, como receitas e ganhos devem ser estimadas
pelo menor valor possível e ser reconhecidas mais tarde, e não mais cedo. Já

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as despesas e perdas devem ser reconhecidas mais cedo e não mais tarde, de
modo que o resultado (lucro) seja sempre o menor valor entre as várias
alternativas apresentadas (Hendriksen; Breda, 2014, p. 106).
Nesse sentido, o contador deve ter o cuidado para não superestimar
lucros, ainda não realizados, para conter o otimismo dos gestores e não induzir
a tomada de decisão, pois as consequências das perdas ou falências são muito
maiores do que a dos ganhos. Por fim, uma informação fidedigna precisa ser
completa e neutra, com observância da característica da prudência.

3.2 Primazia da essência sobre a forma

A característica da primazia da essência sobre a forma permite ao


contador julgar a essência econômica de uma transação, face à forma jurídica
ou legal. Como a essência econômica de uma transação ou evento deve
prevalecer sobre a forma jurídica, o que deve ser reconhecido é o que realmente
acontece na empresa, e não o que está juridicamente formalizado.
Mas o que isso realmente quer dizer? Que, ao efetuar uma venda, a
entidade obrigatoriamente precisa emitir uma “nota fiscal de venda” (exigência
legal) para transferir algo dos seus ativos (no caso, o estoque) para o comprador
(cliente).
Esse foi um exemplo de forma jurídica, ou legal, ou seja, a empresa
obrigatoriamente precisa emitir uma nota fiscal de venda para poder reconhecer
a Receita de Vendas e reconhecer (ativos) em forma de dinheiro no caixa ou
direitos (duplicatas de clientes a receber). Assim, podemos entender que a forma
jurídica ou legal é representada pela formalização de contratos e emissão de
notas fiscais de compras e vendas.
E a essência sobre a forma? Observe o exemplo do registro da transação
de duplicatas descontadas.
Duplicatas descontadas referem-se à transação na qual a entidade, de
posse de seus recebíveis (conta de clientes), solicita ao banco um adiantamento,
mediante o pagamento de juros e tarifas bancárias, dando como garantia as
duplicatas que os clientes ainda farão os pagamentos.
Se considerasse a natureza da conta de duplicatas a receber de clientes
(direito, classificada no ativo) e a forma jurídica, o registro se daria no ativo como
conta redutora, por exemplo: duplicatas a receber de clientes (-) duplicatas
descontadas.
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No entanto, para esse registro, deve observada a essência sobre a
forma, pois o desconto de duplicatas descontadas nada mais é do que uma
transação financeira, ou seja, um empréstimo com garantias. Isso quer dizer que
a entidade não transferiu os riscos de não receber do seu cliente para o banco.
Desse modo, as duplicatas a receber de clientes dadas como garantia,
continuarão registradas no ativo. Caso algum cliente deixe de pagar, o ônus
continua sendo da entidade que contratou o empréstimo. Já a transação de
duplicatas descontadas deverá ser registrada contabilmente no passivo.

Quadro 7 – Duplicatas descontadas

REGISTRO DAS DUPLICATAS DESCONTADAS


ATIVO
PASSIVO
(recebimento do dinheiro do
(empréstimo)
empréstimo)
Banco conta movimento - Empréstimos a pagar – duplicatas descontadas
- Juros e tarifas bancárias a transcorrer

O arrendamento mercantil (leasing financeiro) também é um exemplo


clássico, no qual a essência implícita é a de que o arrendatário adquira os
benefícios econômicos do uso do ativo arrendado (imobilizado), em
contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por esse direito, acrescido do
respectivo encargo financeiro (Adriano, 2018, p. 52). A forma jurídica do leasing
é de um contrato de aluguel. No entanto, na essência implícita é de uma compra
financiada, que satisfaz à definição de ativo e de passivo e, portanto, deve ser
reconhecido no balanço patrimonial do arrendatário.
Outra transação é a contabilização de uma operação de venda com
compromisso de recompra como se fosse um empréstimo obtido pelo vendedor.
Neste caso, o bem objeto da transação é uma espécie de garantia da operação,
que configura uma aplicação do princípio da essência econômica sobre a forma
jurídica, como é o caso do arrendamento mercantil de leasing (Adriano, 2018).
Em suma, quando a essência econômica e sua forma legal, não forem as
mesmas, considerar somente a forma legal não representaria fidedignamente o
fenômeno econômico (CPC 00, R2, 2019). No entanto, essência sobre a forma
não significa arbitrariedade, ou seja, para aplicar este conceito, o profissional
deve possuir conhecimentos do negócio da empresa (aspectos econômicos e de
direito) e das transações praticadas por esta entidade. Pois, a aplicação do
conceito vai muito além de achismos, ou seja, daquilo que o profissional acha
que deve ser feito, é importante conhecer a natureza econômica da transação e
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agir com cautela e bom senso, no momento do reconhecimento como prevê a
norma contábil (Gelbcke, et al. 2018), de modo que represente fidedignamente
o fenômeno econômico da transação nas demonstrações contábeis.

TEMA 4 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS


Toda área do conhecimento, para ser chamada de ciência, deve ter
pressupostos básicos, princípios que a sustentem. Com a contabilidade não é
diferente. Ela é sustentada por um arcabouço teórico que parte dos postulados,
e da elaboração de princípios e convenções que formam todo o seu corpo de
estudo como ciência social aplicada aos negócios.

4.1 Princípios fundamentais da contabilidade (revogados)

Os princípios fundamentais da contabilidade apresentam seu arcabouço


teórico, delimitam o objeto de estudos, os procedimentos geralmente aceitos,
descrições e orientações de como reconhecer e avaliar os elementos das
demonstrações contábeis.
É importante saber que os princípios fundamentais da contabilidade,
promulgados pela Resolução CFC n. 750 de 29 de dezembro de 1993, alterada
pela Resolução CFC n. 1.282 de 28 de maio de 2010, foram revogados a partir
de 1º de janeiro 2017 pelas Normas Brasileiras de Contabilidade Estrutura
Conceitual (CFC, 2016).
Explica-se. A contabilidade brasileira passou por algumas mudanças no
em 2007/2008, quando surgiram as normas internacionais de contabilidade.
Nesse processo, houve a necessidade da revisão e elaboração de novas
terminologias mais adequadas aos negócios contemporâneos, para a adequada
aplicação dos aspectos conceituais e da prática contábil. Tecnicamente e
conceitualmente, os princípios não foram extintos. Eles correspondem à base
conceitual da contabilidade. No entanto:

• Os princípios, tal qual estão dispostos nas Resoluções CFC n. 750/1993


e n. 1.282/2010, já não existem. Isso não significa que foram descartados,
pois se isso ocorresse, a ciência contábil não teria uma base para se
estruturar.
• Na leitura dos pronunciamentos técnicos (CPC 00 2019) – principalmente
na Estrutura Conceitual –, não encontrarão os termos: princípios ou

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postulados. Todavia, eles estão inseridos ou incorporados em todo o
pronunciamento. Por exemplo, o pressuposto da entidade e continuidade,
que são os postulados ambientais, são mencionados exaustiva e
repetidamente no pronunciamento. O princípio da competência, que rege
a mensuração econômica das transações contábeis, é retratado fielmente
de forma didática.

Os demais princípios podem ser visualizados nas características


qualitativas fundamentais e de melhoria.
Não vamos explorar nesta aula a definição dos princípios, pois já foram
revogados, mas vamos apresentar uma síntese para que se possa correlacioná-
los na Estrutura Conceitual.
Tomando como base as aulas anteriores, nas quais abordamos as
características qualitativas da informação contábil e os pressupostos básicos
(postulados), podemos observar no Quadro 8 a correlação, princípios e Estrutura
Conceitual da contabilidade CPC 00 (CPC, 2019).

Quadro 8 – Correlação entre princípios fundamentais da contabilidade e CPC 00


(CPC, 2019)

PRINCÍPIO DESCRIÇÃO CPC 00 (CPC, 2019)


Entidade Reconhece o patrimônio como objeto da Incutida em toda a Estrutura
contabilidade e afirma a autonomia Conceitual.
patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um patrimônio EC.3.10. Entidade que reporta, é
particular no universo dos patrimônios obrigada a, ou decide elaborar
existentes, independentemente de demonstrações contábeis para
pertencer a uma pessoa, um conjunto de fins gerais.
pessoas, uma sociedade ou instituição
de qualquer natureza ou finalidade, com
ou sem fins lucrativos.
Continuidade A entidade continuará em operação no Incutida em toda a Estrutura
futuro e, portanto, a mensuração e a Conceitual.
apresentação dos componentes do
patrimônio levam em conta essa EC. 3.9: Premissa de continuidade
circunstância. operacional.
Oportunidade Refere-se ao processo de mensuração e Características qualitativas
apresentação dos componentes fundamentais
patrimoniais para produzir informações Relevância e representação
íntegras e tempestivas. fidedigna.
A falta de integridade e tempestividade Características qualitativas de
na produção e na divulgação da melhoria
informação contábil pode ocasionar a 2.23 – 2.38: Comparabilidade,
perda de sua relevância, por isso é Verificabilidade, Tempestividade e
necessário ponderar a relação entre a Compreensibilidade.
oportunidade e a confiabilidade da
informação.

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Registro pelo Os componentes do patrimônio devem EC. Capítulo 6 - mensuração
valor original ser registrados pelos valores originais
das transações com o mundo exterior, 6.4 – 6.22 Bases de mensuração
expressos a valor presente na moeda do
país, que serão mantidos na avaliação EC. 6.4 – 6.9. Custo histórico
das variações patrimoniais posteriores, EC. 6.10 – 6.22. Valor Atual
inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no
interior da entidade.
Competência As receitas e as despesas devem ser Informações sobre o uso de
incluídas na apuração do resultado do recursos econômicos da
período em que ocorrerem, sempre entidade
simultaneamente quando se
correlacionarem, independentemente de EC. 1.17 – 1.19 Desempenho
recebimento ou pagamento. financeiro refletido pela
contabilização pelo regime de
competência.
Prudência Determina a adoção do menor valor para Característica Qualitativa
os componentes do ativo e do maior para Fundamental: Representação
os do passivo, sempre que se fidedigna, característica da
apresentem alternativas igualmente informação neutra.
válidas para a quantificação das EC. 2.16. – 2.17 Prudência
mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido.
Fonte: Resoluções CFC n. 750/1993 e n. 1.282/2010; CPC 00 (CPC, 2019)

Na leitura do Quadro 8, verifica-se que os princípios entidade e


continuidade são denominadas como premissas subjacentes (pois são os
postulados ambientais), ou seja, correspondem a estrutura basilar, os pilares da
contabilidade.
O princípio da competência está relacionado ao desempenho das
entidades e os efeitos das transações operacionais na contabilização em
determinado período. Na prática, as receitas e custos dos produtos e serviços
negociados a prazo, por exemplo, devem ser reconhecidos na contabilidade no
momento do fato gerador, isto é, a emissão da nota de venda e não seu
recebimento.
O princípio da oportunidade se correlaciona com a tempestividade da
informação, ou seja, deve estar disponível no tempo correto para os tomadores
de decisão. Desse modo, entende-se que informação é relevante na medida que
possua o poder de influenciar a tomada de decisão. O princípio da prudência, já
estudado, nesta aula, compõe o escopo das características qualitativas
fundamentais, relevância e representação fidedigna.
O princípio do registro pelo valor original é contemplado no capítulo 6 da
Estrutura Conceitual, bases de mensuração, destacando que todos os
elementos reconhecidos nas demonstrações contábeis devem ser quantificados
em termos monetários. São exemplos de bases de mensuração: custo histórico,

18
valor justo ou valor de cumprimento de item sendo mensurado. Estes assuntos
serão abordados futuramente.
Em síntese, os princípios da contabilidade são observáveis em toda a
Estrutura Conceitual, refutando-se assim a ideia de que foram extintos da
contabilidade.

TEMA 5 – CONVENÇÕES (NORMAS E RESTRIÇÕES)

As práticas contábeis são definidas atualmente pelo julgamento da


utilidade da informação contábil. Essa evolução é creditada ao processo de
convergência às normas internacionais da contabilidade, pelas quais o contador
passou a obter graus de liberdade para o reconhecimento dos elementos das
demonstrações contábeis, podendo analisar, por exemplo, a primazia da
essência econômica de uma transação sobre a sua forma jurídica.
É importante ressaltar que os princípios representam a essência da
contabilidade, a base conceitual. Já as convenções representam a essência
econômica da aplicação contábil.
As convenções são definidas por Iudícibus (2014) como o condimento dos
princípios contábeis, talvez mais bem expressos como restrições do usuário e
de mensuração da própria contabilidade. Em suma, as convenções são as
características qualitativas que devem ser observadas para a elaboração dos
demonstrativos contábeis.
As convenções são classificadas em objetividade, materialidade,
conservadorismo e consistência. Assim como os princípios na nova Estrutura
Conceitual da Contabilidade, foram absorvidas e ajustadas às características
qualitativas fundamentais e de melhorias da informação contábil.

Quadro 9 – Comparação Convenções e Estrutura Conceitual CPC 00 R2

Convenções Descrição CPC 00 (CPC, 2019)


Objetividade Se refere à relevância dos A Estrutura Conceitual considera
procedimentos adotados para o esta característica como
reconhecimento e mensuração dos fundamental, ao destacar as
elementos contábeis, características relevantes da
considerando três aspectos: informação contábil por meio dos
1. Documentação formal ou tipo de valores preditivos e confirmatórios,
evidência que suporte o registro e considerando ainda a objetividade
sua avaliação; por meio da representação
2. Tangibilidade do objeto passível fidedigna.
de mensuração;
3. Posição de neutralidade que a
contabilidade deveria manter.

19
Materialidade Materialidade pode ser enfocada A materialidade é enfocada sobre
sob dois ângulos distintos: (a) o da os aspectos da informação
escrita contábil e auditores, (b) o do relevante e custo benefício para
usuário da informação contábil. gerar a informação.
Conservadorismo Conservadorismo e prudência são O conservadorismo é verificado na
correlatos. Se referem ao cuidado característica de representação
que o contador precisa ter para não fidedigna, que contém em seu
superestimar ativos e receitas, e escopo a característica de
subestimar despesas e passivo. neutralidade, que prevê o
- Visa conter o otimismo dos comportamento conservador ou
gestores. prudente por parte do contador no
momento de avaliar ativos,
passivos, receitas e despesas.
Consistência Se refere aos usos de Essa característica é contemplada
procedimentos contábeis por uma nos valores confirmatórios da
dada empresa ou entidade contábil informação relevante. Assim como
de um período para outro para nas características de melhorias, é
mensuração e elaboração dos a capacidade da informação ser
demonstrativos contábeis. comparada, verificada e
compreensível.
Fonte: Iudícibus, 2014; CPC 00 (CPC, 2019).

Assim, as convenções são observáveis em toda a plenitude da aplicação


contábil, por meio da adequação às normas, legislações e pronunciamentos,
sem ferir os princípios da contabilidade. Resumindo, a contabilidade das
entidades tem como propósito gerar informações úteis aos usuários.

TROCANDO IDEIAS

Nesta aula estudamos a evolução dos aspectos conceituais aplicados na


contabilidade e apresentamos a primazia da essência sobre a forma. Assim,
convido-os a conversar com o contador da empresa em que já desenvolve
atividades profissionais ou de empresas que conhece, investigando as seguintes
questões:

• Como o registro contábil é realizado? O ativo é reconhecido ou lançado


direto na despesa?
• O que se considera no registro contábil? A análise do tempo de vida útil
do bem ou o período de concessão do leasing?

De posse dessas informações, entre no fórum e discuta com os demais


colegas, troquem experiências.

NA PRÁTICA

A partir do conteúdo estudado sobre a Estrutura Conceitual para a


elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, essência da primazia

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sobre a forma e postulados ambientais, analise as seguintes sentenças,
atribuindo V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) As demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base na premissa
de que a entidade estará em continuidade por tempo indeterminado.
( ) A primazia da essência sobre a forma pode ser aplicada na contabilização de
uma operação de venda com compromisso de recompra como se fosse um
empréstimo obtido pelo vendedor.
( ) Como os princípios contábeis foram revogados, o contador não precisa
observá-los nos procedimentos de contabilização.
Agora, assinale a opção que apresenta a sequência correta:
a) V, F, V
b) F, F, V
c) V, V, F
d) V, V, V
e) F, F, F

FINALIZANDO

O objetivo desta aula foi apresentar a evolução da estrutura da


contabilidade, seus enfoques, os postulados, princípios, convenções e a
correlação com a Estrutura Conceitual vigente (CPC 00).
É importante destacar que a ciência contábil está em constante evolução
na busca de acompanhar seu objeto de estudo (o patrimônio das entidades).
Diante disso, o contador deve estar sempre atento à temporalidade, pois um
conceito utilizado hoje pode ser revogado a qualquer momento. Por isso é
importante estar sempre atualizado.

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REFERÊNCIAS

ADRIANO, S. Manual dos Pronúncias Contábeis Comentados. Minha


Biblioteca. São Paulo: Editora Gen, 2018.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁVEIS - CPC. Pronunciamento


Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Ata da
155ª Reunião Ordinária do CPC, 10 dez. 2019. Disponível em:
<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf>. Acesso em:
30 abr. 2020.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC. Resolução n. 750, de 29


de dezembro de 1993. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 1993.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC. Resolução n. 1.282, de 28


maio 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 jun. 2010.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC. Norma Brasileira de


Contabilidade, NBC TSP Estrutura Conceitual, de 23 de setembro de 2016.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 out. 2016.

HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. van. Teoria da Contabilidade. São Paulo:


Atlas, 2014.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009

IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Gen, 2014.

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GABARITO

A partir do conteúdo estudado sobre a Estrutura Conceitual para a


elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, essência da primazia
sobre a forma e postulados ambientais, analise as seguintes sentenças,
atribuindo V para as verdadeiras e F para as falsas.
(V) As demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base na premissa
de que a entidade estará em continuidade por tempo indeterminado.
(V) A primazia da essência sobre a forma pode ser aplicada na contabilização
de uma operação de venda com compromisso de recompra como se fosse um
empréstimo obtido pelo vendedor.
(F) Como os princípios contábeis foram revogados, o contador não precisa
observá-los nos procedimentos de contabilização.
Agora, assinale a opção que apresenta a sequência correta:
a) V, F, V
b) F, F, V
c) V, V, F
d) V, V, V
e) F, F, F

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