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RESUMO
Diante do cenário atual das empresas e visando transparência contábil, este artigo tem como
objetivo principal demonstrar a importância da contabilidade no processo de gestão empresarial
ajudando no combate à fraude e à corrupção. Com isso, procurou caracterizar as principais
funções da gestão contábil; discutir a evolução de práticas da contabilidade que conduzem a um
perfil mais estratégico; observar funções de controle usados na contabilidade que subsidiam à
tomada de decisões. Assim sendo, a partir de pesquisa bibliográfica, procurou priorizar autores
especialistas na matéria, pesquisando em livros, artigos, teses e dissertações. Com o resultado
da pesquisa foi possível concluir que através da avaliação de riscos e monitoramento de dados
contábeis é possível inibir ações que possam conduzir a erros e fraudes. Portanto, torna-se
importante que a área e suas funções passem a ser vistas como estratégicas. A exigência da
participação da área contábil e de controle interno na averiguação de erros e fraudes deve
compor responsabilidade primária e estruturação básica.
Palavras-chave: fraude; corrupção; contabilidade.
1. INTRODUÇÃO
questões críticas que necessitam de gestão que assegure licitude. As operações, nesses casos,
necessitam ser o mais transparente possível, para garantir posturas éticas.
Mas, por vezes, com justificativas infundadas, processos empresariais podem se deparar
com fraudes e decisões não transparentes que maculam a imagem da instituição e exigem
reposicionamento e correção imediata às propostas coerentes de avanço e desenvolvimento
legais e sustentáveis. A ideia passa a ser, portanto, crescer, mas mantendo seu posicionamento
compatível com a legalidade.
Nesse estudo, a ideia é abordar a questão sendo seu tema: como a contabilidade pode
ajudar no combate à fraude e à corrupção. Logo, para seu desenvolvimento a problematização
de estudo está pautada exatamente na indagação formulada pelo tema, qual seja: como a
contabilidade pode ajudar no combate à fraude e à corrupção?
É válido lembrar que a justificativa para seleção deste tema pauta-se, principalmente,
em sua pertinência atual. Na realidade, importam aos executivos e profissionais deste contexto
empresarial, bem como aos estudantes de administração, contabilidade e demais carreiras
abrangentes de gestão, a reflexão sobre estratégias relacionadas ao ambiente de negócios do dia
de hoje, que a cada momento revela-se inovador e competitivo. Portanto, conhecer as maneiras
e facilidades de lidar com a contabilidade, não apenas sob o enfoque contábil, mas sob o prisma
de gestão de negócios apresenta-se como mais uma oportunidade de aprofundamento do
assunto.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Mas ainda no século XX, um novo cenário é desenhado para uma contabilidade focada
em resultados, mas que permeie as áreas, operações, processos e até mesmo o cotidiano das
organizações. Nessa linha, enquadra-se a contabilidade com gestão, que pode ser entendida
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como uma vertente especializada com várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos,
mas com o propósito de gestão na construção e avaliação de análises financeiras sob o ângulo
gerencial (CREPALDI, 2017).
Assim, hoje em dia, sob a visão estratégica, por custo se entende o valor dos bens e
trabalhos consumidos na produção de outros bens ou serviços. Parece fácil a função de apurar
um custo, pois se trata, apenas, da verificação de todos os recursos consumidos pela empresa e
sua distribuição pelos produtos ou serviços oferecidos. Ao se considerar, porém, a
complexidade dos métodos de trabalho das empresas, a existência de gastos indiretos para
ajudar a produção, entre outros, percebe-se que essa ação não é de fácil resolução.
Desse modo, verifica-se que a contabilidade, que pretendia apenas a avaliação por
números relacionados a um determinado prazo referentes a resultados, evoluiu conduzindo a
novas práticas em que se associam vertentes estratégicas. Tal processo se une às propostas de
gestão empresarial. A ideia deixa de ser somente registro, mas sim antecipar e prever, de modo
que haja o acompanhamento de dados (CREPALDI, 2017; VICENCONTI, 2017).
Além de tais princípios, há diretrizes básicas para que a contabilidade seja direcionada
como alicerce aos processos decisórios:
Nessa linha, há de ser considerar ainda a gestão de tributos como parte do planejamento
contábil com adequação de eventos e recolhimentos, cabendo funções essenciais para
estruturação deste contexto. Nesse caso, a contabilidade atua juntamente à interpretação fiscal
dos encargos, cabendo confrontação e verificação de transparência e correção nas opções
realizadas. Outras medidas exclusivamente administrativas podem ser levadas em conta, isto é,
com base nos dispositivos legais enquadra-se em situações de maior interesse para a empresa.
Também medidas de caráter judicial podem ser tomadas com vistas à minimização e
enquadramento de faixas para tributação (CALIJURI; LOPES, 2011; SANTOS; WINDSOR,
2016).
Nakamura (2017) esclarece que para o auxílio aos planos de melhorias de desempenhos,
no ambiente de moderna gestão, evolui-se para a avaliação em que são identificados fatores
causadores de problemas, embargos, obstáculos, dificuldades, para então se assumir uma
postura de correção. Logo, o sistema de informação gerencial da contabilidade deve gerar
adequados padrões de avaliação.
A gestão das empresas, até bem pouco tempo, valia-se, essencialmente, de relatórios
estatísticos, sem abordar a questão integrada; mas, no novo ambiente de excelência
administrativa, faz-se necessários relatórios adicionais, com enfoques diferenciados. A
implantação desta filosofia acarretou importantes mudanças no comportamento gerencial, ao
exigir o envolvimento e o comprometimento de todos. O acompanhamento e avaliação de
resultados de uma organização não podem levar em conta somente um ou alguns setores e
fluxos de trabalho, mas sim a instituição como um todo, seu funcionamento, gastos,
investimentos e processos operacionais, de controle e gerenciais (CHIAVENATO, 2014;
ROCHA, 2017).
A auditoria, segundo Almeida (2010), pode ser compreendida como exame analítico e
pericial de operações e procedimentos. A auditoria contábil é a mais conhecida e está voltada
aos processos da contabilidade envolvendo registros e balanço. A evolução dos cenários de
negócios trouxe um novo papel para a auditoria, que, de acordo com Alves et al (2017), passou
a ser considerada estratégica, podendo ser vista como ferramenta na gestão dos negócios, com
vistas à prevenção de problemas ou correção imediata dos mesmos.
Almeida (2010) informa que podem ser considerados dois tipos de auditoria, a frequente
ou periódica e a casual ou eventual. Na primeira, observa-se a auditoria de praxe, estabelecida
nas agendas da empresa. Geralmente, tem por objetivos a verificação dos procedimentos em
comparação à produtividade e custos. Já no segundo caso, embora semelhante ao primeiro em
relação à execução, é deflagrada a partir da identificação ou suspeição de problemas.
Araújo; Sanches (2016) também classificam a auditoria em dois tipos distintos, sendo a
interna e externa. Na primeira encontra-se a proposta de acompanhamento da rotina funcional
da empresa, enquanto a segunda, habitualmente, atende à legislação vigente, no que diz
respeito, por exemplo, a práticas financeiras, para publicação de balanços.
A auditoria contábil deve estar baseada em padrões e a avaliação é realizada por meio
da comparação do desempenho com os resultados daquilo que se pretende controlar. As fontes
para a auditoria são os próprios processos e operações existentes na organização. Lizote et al
(2017) consideram que mesmo a essência da auditoria residindo em uma técnica contábil sua
abrangência passa a ser entendida como estratégia de gestão.
Desse modo, Almeida (2010) lembra que a auditoria deve ser vista como ferramenta
importante de controle interno, incluindo modelos padronizados que englobam as auditorias
operacionais, de balanço, de processamento eletrônico de dados e contábil.
Crepaldi (2010) explica que na auditoria operacional a base dos levantamentos consiste
nos registros contábeis onde são praticamente analisadas as operações de cada área ou órgão de
uma empresa ou organização. A auditoria de balanço reflete a análise, julgamento e opinião em
relação aos resultados e demonstrações financeiras de um determinado período. Em relação à
auditoria de sistemas de informática, tem seu foco em controles processados eletronicamente,
com a atuação conjunta de auditor especialista contábil e outro profissional qualificado em
informática, de modo que ambos possam desenvolver a análise crítica do programa usado e
seus resultados. A auditoria contábil é deflagrada tanto com foco preventivo como corretivo,
podendo partir de controvérsias, dúvidas e discordâncias.
O controle interno deve fazer parte das rotinas inerentes ao fluxo de caixa como
instrumento de trabalho, segundo Silveira et al (2018). Os autores, inclusive, informam que as
funções inerentes ao controle interno começaram sendo delineadas no acompanhamento do
caixa. A elaboração de um fluxo de caixa pressupõe a definição de alguns importantes critérios,
sobretudo quando da sua elaboração por projeção: definir a projeção cabível; montar o plano
de contas e estruturar o esquema geral do sistema. Seu objetivo consiste em mostrar as
disponibilidades existentes dentro da organização.
a evolução de cenários, a complexidade encontrada nas decisões deve contar com o mesmo
nível de suporte contábil.
Compreende-se, desta maneira, que sua missão reside não apenas no registro de dados
financeiros e contábeis, mas também no apoio à otimização de recursos, através da avaliação e
acompanhamento de resultados econômicos da organização, com vistas ainda à integração dos
esforços de diversas áreas (AVALOS, 2012). Assim, advêm os demonstrativos de resultados
financeiros, que contribuem à análise dos ativos, passivos e patrimônio das organizações.
Considerando esta mesma linha de pensamento, Rocha (2017) entende que a ação da
contabilidade na empresa moderna é da maior relevância. Esta exerce papel preponderante
apoiando decisões e apresentando subsídios para o planejamento e controle das atividades
operacionais, comerciais, financeiras, administrativas e demais, por meio de sistema de
informações que contemple a integração de funções e especialidades. Exerce força para influir
de forma definitiva nas decisões dos gestores das organizações e deve estar presente no
planejamento e no controle, inserindo-se no escopo dos sistemas de gestão.
Portanto, Gil; Arima, (2018) lembram que a partir do momento em que as organizações
passaram a desenvolver novas filosofias de excelência empresarial, no início dos anos de 1960,
a função da contabilidade foi significativamente afetada. Seu principal desafio, nos últimos
tempos, tem sido dar suporte a decisões, considerando dados apurados e registros contábeis.
Alguns processos têm mais fragilidade e são mais propensos a erros e podem iniciar
fraudes. É necessário que as organizações a se estruturarem tenham certeza das competências
éticas e de princípios legais de seus quadros funcional, gerencial e diretivo. De igual modo,
operações que não resultem em registros oficiais e formais normalizados ficam vulneráveis a
alterações que não estejam previstas de forma correta e legal. Daí, também a necessidade de a
empresa manter seus controles em registros, com rotinas definidas e práticas de procedimentos
esquematizados em consonância aos princípios da legalidade (ARAÚJO; SANCHES, 2016).
Solvência Geral (SG): serve para avaliar as obrigações assumidas com terceiros,
exigíveis a qualquer prazo. Castro (2018) explica que a solvência ideal surge com o resultado
indicando as exigibilidades a curto e longo prazos. Contudo, deve-se considerar que o exame
isolado do grau de solvência não é suficiente para indicar se a normalidade da situação é
satisfatória, regular ou suficiente. É preciso a análise comparativa desse grau em uma série
histórica de exercícios, usando outros indicadores.
Ainda se avalia, segundo Castro (2018), o Endividamento do Capital Próprio (EP), que
expressa a relação do capital (patrimônio líquido) com o Ativo Total. A solução de problemas
contábeis pela análise desse indicador permite algumas conclusões, de acordo com o autor,
ligadas as condições de financiamentos e os comprometimentos a partir deles.
Essa análise permite conclusões importantes sobre a empresa no mercado, como segurança para
os que emprestaram capital à empresa.
A Liquidez Geral (LG) pode ser apontada como último item recomendado à análise,
pois aponta a capacidade financeira da empresa, considerando bens e direitos levando em conta
as obrigações assumidas, sendo essa uma área em que incidem grandes problemas contábeis,
conforme esclarece Castro (2018).
Calijuri; Lopes (2011), no entanto, ponderam que a ação de controlar pode, muitas
vezes, repercutir em larga escala sobre a totalidade da organização, contrapondo-se ao enfoque
puramente contábil. A auditoria contábil vai além da questão do controle operacional para
atingir um patamar tático e, posteriormente, estratégico. Lida com informações e dados nesse
sentido, sendo este o material de trabalho, a fim de que sejam consolidados procedimentos e,
assim, identificados melhores caminhos a serem seguidos; novas decisões a serem tomadas;
pequenos ou grandes ajustes a serem implementados; medidas preventivas a probabilidades de
incorreções, entre outros.
3. METODOLOGIA
Este trabalho transcorrera a partir do método conceitual analítico, visto que utilizaremos
conceitos e ideias de outros autores, semelhantes com nosso objetivo, para construção de uma
análise cientifica sobre o objeto de estudo e visando embasamento para que possamos chegar
ao ponto central da problematização.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
empresa referentes aos processos e operações específicas, assegurando a correção dos trabalhos
no que tange a custo, qualidade e demais indicadores de resultados.
A organização deve levar em conta não somente o controle interno, mas também
medidas determinadas e padronizadas de ações que inibam erros, fraudes, além de atuar de
modo preventivo, reduzindo risco de corrupção. Sua base deve estar respaldada em documentos
internos e leis, mas a empresa precisa difundir valores éticos e práticas legais fortalecendo uma
cultura compatível com esses princípios.
ABSTRACT
This article aimed to demonstrate the importance of accounting in the business management
process, helping to combat fraud and corruption. With this, it sought to characterize the main
functions of accounting management; discuss the evolution of accounting practices leading to
a more strategic profile; observe the control functions used in accounting that support decision
making. Thus, from bibliographic research, sought to prioritize authors experts in the field,
searching in books, articles, theses and dissertations. With the result of the research it was
possible to conclude that through risk assessment and monitoring of accounting data it is
possible to inhibit actions that may lead to errors and fraud. Therefore, it is important that the
area and its functions become strategic. The requirement for the accounting and internal control
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area to participate in the investigation of errors and frauds should comprise primary
responsibility and basic structuring.
Keywords: fraud; corruption; accounting.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LIZOTE, S. A. et al. Percepção dos auditados sobre a qualidade dos Serviços da auditoria
interna. Anais da Semana Científica e de Extensão do Centro de Ciências Sociais Aplicadas-
Gestão, v. 2, n. 1, 2017.
NAKAMURA, W. T. Gestão: controle interno, risco e auditoria. São Paulo: Saraiva, 2017.
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