Você está na página 1de 27

CONTABILIDADE GERENCIAL COMO

FERRAMENTA PARA GESTÃO DE MICRO E


PEQUENAS EMPRESAS

Autores

1
CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA PARA GESTÃO DE
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Jéssika Lima Moreira1


Jhonatan Souza da Silvar2
Orientadora: Ana Maria Andrade Rodrigues3

Resumo: Diante do estratégico propósito de subsidiar a tomada de decisões nas


organizações, atualmente o profissional de contabilidade tem buscando recursos,
por meio da contabilidade gerencial, para auxiliar o processo decisório de seus
clientes. A contabilidade não é vista apenas como um conjunto de sistemas
numéricos restrito ao atendimento das exigências governamentais, mas também
como uma atividade que busca dar ênfase à avaliação econômica e financeira da
organização, realizando intervenções sobre as tendências atuais e futuras. A partir
disso, esta pesquisa teve como objetivo identificar ferramentas tradicionais e
modernas de contabilidade gerencial, demonstrando sua aplicabilidade às micro e
pequenas empresas, para mensurar o impacto potencial e real da contabilidade
gerencial nessa categoria de negócios. A metodologia utilizada foi a revisão
narrativa de literatura. Concluiu-se que
Palavras-chave: gestão; contabilidade gerencial; micro e pequenas empresas;
controle.

1 In
trodução

Exceto pelos Microempreendedores Individuais (MEI), todas as empresas


precisam de um contador para responder por sua contabilidade perante o governo.
O balanço, os livros contábeis e aqueles arquivos enviados digitalmente — como o
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), por exemplo — precisam ser
assinados por um contador com registro ativo no Conselho Regional de
Contabilidade (CRC). (VENTURA; LEAL, 2009).

1
Concluinte do curso de Ciências Contábeis na UNIVERSO – Universidade Salgado de Oliveira –
Campus Goiânia.
2
Concluinte do curso de Ciências Contábeis na UNIVERSO – Universidade Salgado de Oliveira –
Campus Goiânia.
3
MBA Executivo em Administração de Negócios pelo IBMEC-RJ (1999), especialização em Gestão
Competitiva pela FIA - USP (1999) e especialização em Docência Universitária pela Universidade
Salgado de Oliveira (2005). Atualmente é consultora de empresas prestando serviços na área
organizacional e professora especialista da Universidade Salgado de Oliveira. Foi gestora do curso de
especialização em Docência Universitária na mesma instituição de fevereiro de 2008 a agosto de
2010.
2
Mas, para além do seu ofício de praxe, os profissionais da área contábil são
essenciais para propiciar às empresas um resultado econômico mais robusto, uma
vez que a utilização estratégica das informações contábeis pode garantir uma
melhor tomada de decisão nos negócios. Isso ocorre quando os gestores baseiam
decisões corporativas em dados úteis dos demonstrativos e relatórios contábeis da
empresa (VENTURA; LEAL, 2009).

Esta prática, que envolve uma associação entre ferramentas da Contabilidade e


da Administração, foi batizada de contabilidade gerencial, que é definida como o
“processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e
comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais”
(HORNGREN; SUNDEM; STATTON, 2004, p. 4)

Ressalta-se, entretanto, que a contabilidade gerencial passou por diversas fases


desde seu surgimento. Tais fases foram impulsionadas pelas necessidades próprias
das organizações, que vieram complexificando suas demandas e, com isso,
mudando o foco dos processos de gestão e das ferramentas de suporte subjacentes
(SOUTES, 2006).

Diante do aperfeiçoamento e da importância da contabilidade gerencial para as


organizações, este trabalho norteia-se pelo seguinte problema de pesquisa:
Tomando em consideração a evolução da Contabilidade Gerencial e sua
aplicabilidade no mercado há décadas, qual têm sido sua efetiva contribuição e qual
é o potencial que essa área demonstra atualmente, sobretudo para micro e
pequenas empresas (MPE)?

Deste modo, o objetivo geral deste trabalho é analisar a importância da


contabilidade gerencial como ferramenta de gestão, com foco nas micro e pequenas
empresas, que representam 99% do total das empresas brasileiras, são
responsáveis por 62% dos empregos e por 27% do Produto Interno Bruto (PIB),
conforme o Boletim Mapa das Empresas do 2º quadrimestre de 2022, divulgado pelo
Ministério da Economia (BRASIL, 2022).

Para atingir o objetivo proposto, inicialmente buscou-se definir gestão contábil e o


seu papel nas organizações. Ademais, foram apresentadas as características
contábeis das micro e pequenas empresas de acordo com a legislação. Em seguida,
definiu-se sistema de informações contábeis e a sua importância na atualidade. Por
3
fim, analisou-se o processo decisório nas micro e pequenas empresas e a
dependência que tal processo detém de informações contábeis.

2 Br
eve evolução da Contabilidade

A Contabilidade surgiu com fins pragmáticos. Destinava-se apenas ao controle de


quantidades, como animais, por exemplo. Contudo, com as sucessivas fases de
avanço do capitalismo, tornou-se imperativa a necessidade de controlar e gerir
patrimônios com mais eficácia, de modo que a Contabilidade alçou o rigor de uma
ciência pelo incremento de técnicas sofisticadas. Concorreram para o seu
aprimoramento também a busca do Estado em cobrar impostos, o que exigiria maior
eficácia no controle das riquezas produzidas (SÁ, 2009).

Atualmente, a Contabilidade tem como função registrar, demonstrar, classificar,


analisar e auditar todos os acontecimentos que ocorrem no patrimônio das
entidades, com o objetivo de fornecer informações, interpretações e orientação para
a tomada de decisões de seus administradores. Tem como objeto de estudo o
patrimônio e o seu campo de aplicação as entidades econômico-administrativas,
que, para atingirem suas metas, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um
órgão administrativo (SOUZA, 2008).

Basso, por sua vez, define que “a principal finalidade da contabilidade é gerar
informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase
para o controle do planejamento” (2011, p. 24).

Consideravelmente a contabilidade modifica-se numa fonte de conhecimentos na


proporção em que pode facultar a qualquer instante a noção da condição da
empresa e o fluxo dos seus negócios. Em tempos atuais, com a formação de
grandes organizações, a informação contábil e a informação gerencial se tornaram
de interesse para grupos mais amplos como os fornecedores, financiadores,
banqueiros, poderes públicos e até empregados que participam do lucro ou dos
resultados das empresas (MARION, 2018).

2.1

4
1.3 Tipos de Regimes Contábeis

.....

....

NBC TG 1001 – Contabilidade para Pequenas Empresas

O normativo entra em vigor nos exercícios sociais iniciados a partir de 1º de


janeiro de 2023. Contudo, está autorizada a adoção antecipada do exercício iniciado
a partir de 1º de janeiro de 2022.

Na NBC TG 1001, é esclarecido que, para fins de aplicação da norma, são


consideradas Pequenas Empresas as organizações com finalidade de lucros, com
receita bruta acima de 4,8 milhões de reais por ano, até 78 milhões de reais anuais,
a partir do ano seguinte. Outro ponto destacado é que o texto trata apenas das
demonstrações de final de exercício social.

NBC TG 1002 – Contabilidade para Micro entidades

A norma é voltada para micro entidades que, segundo o texto, são as


organizações com finalidade de lucros, com receita bruta até 4,8 milhões de reais
por ano. Assim como a NBC TG 1001, a NBC TG 1002 entra em vigor nos
exercícios sociais iniciados a partir de 1º de janeiro de 2023. Entretanto, também é
autorizada a sua utilização antecipada do exercício iniciado a partir de 1º de janeiro
deste ano.

O documento ainda ressalta que “o conjunto das demonstrações contábeis


tratado nesta Norma é elaborado para fins gerais pelo Regime de Competência
(exceto o fluxo de caixa), com base nos eventos e decisões ocorridos dentro de um
período específico ou exercício social e tem por objetivo apresentar informações
úteis e de uso geral para diversos usuários”.

2 Contabilidade Gerencial

2.1 Contabilidade Gerencial Conceito

5
Conforme Eldenburg e Wolcott (2007), a contabilidade gerencial "é o processo de
coletar, resumir e fornecer as informações financeiras que serão utilizadas
internamente pelos gerentes nas tomadas de decisões". ....

Contabilidade financeira

Segundo Eldenburg e Wolcott (2007), a contabilidade financeira "é o processo


que trata da preparação e do fornecimento das informações financeiras que os
tomadores de decisão externos à empresa - como os acionistas e os credores -
utilizam com bastante frequência". Stair e Reynolds (2011), entendem que a
contabilidade financeira "consiste em captar e registrar todas as transações que
afetam o estado financeiro de uma empresa e, depois, usar essas transações
documentadas para preparar declarações financeiras para tomadores de decisões
externos, como investidores, fornecedores, bancos e agências governamentais".
Ainda:

Essas declarações financeiras incluem as declarações de


lucros e perdas, balancetes e declarações do fluxo de caixa (...)
(...) Os dados reunidos para a contabilidade financeira também
podem formar a base para a contabilidade fiscal porque isso
envolve relatório externo das atividades de uma empresa para
as agências fiscais locais, estaduais e federais. .....

Sant'Anna (2012):

A contabilidade financeira, ou geral, por ser uma ciência


social, é universal. Obedece aos princípios e às convenções
contábeis geralmente aceitos que, em muitos casos, são
passíveis de adaptações em função do próprio ambiente
interno 11 (mercado e política econômica e financeira), de cada
país. A forma e a falta de padronização de apresentação das
informações de desempenho pela contabilidade financeira ou
geral trazem dificuldades para os gestores (usuários internos)
em suas análises e tomadas de decisões. ....

6
De acordo com Padoveze (2012), a contabilidade financeira "fornece informações
objetivas, precisas e direcionadas por regras e princípios fundamentais da
contabilidade e autoridades governamentais, em contraste com a gerencial que não
é regulamentada, onde as informações sofrem apenas as restrições determinadas
pela administração, sendo subjetivas e menos precisas".

2.2 Evolução da Contabilidade Gerencial

Adelegan (2001) apresenta a evolução da contabilidade gerencial e demonstra


toda a dinâmica contábil ao longo dos tempos, comprovando a sua integração e
resposta às necessidades do mercado, a quem, esta afeta:

- estágio 1 – anterior a 1950: sua atuação era restrita a determinação do custo e


controle financeiro, por meio do orçamento e da contabilidade de custos. Era vista
como uma atividade técnica necessária para o alcance dos objetivos
organizacionais;

- estágio 2 - após 1965: a informação passou a ser utilizada para o controle e


planejamento gerencial, com a utilização da contabilidade por responsabilidade. Era
vista como atividade gerencial e de assessoria de gestão, para prover informações
para fins de planejamento e controle;

- estágio 3 - depois de 1985: tem seu foco na redução dos desperdícios dos
recursos no processo de negócios, com a utilização de análises de processos e
gestão estratégica de custos;

- estágio 4 – posterior a 1995 - as atenções são voltadas para a mensuração da


criação de valor na utilização dos recursos, por meio da implementação de um
modelo de gestão econômico.

Adelegan (2001) citado por Oliveira e Santos (2000) considera a contabilidade


gerencial dos estágios 3 e 4 como uma parte integrante do processo de gestão e
com a responsabilidade de gerar informações em tempo real para fundamentar as
decisões, visando a criação de valor neste processo.

7
2.3 Importância da Contabilidade Gerencial

Para Sant'Anna (2012), "a contabilidade gerencial, por meio de informações mais
precisas e atualizadas, permite a elaboração de relatórios gerenciais, tornando-os
uma ferramenta útil que auxiliará o gestor em suas funções de análise e controle".

Iudícibus (1998, p.21) descreve: “[...] todo procedimento, técnica, informação ou


relatório contábil feito ‘sob medida’ para que a administração os utilize na tomada de
decisões entre alternativas conflitantes, ou na avaliação de desempenho, recai na
contabilidade gerencial.”

Marion (2006, p.23) expressa:

A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar


decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando os
monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de
comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.

Já segundo Padoveze (2000, p.27), a Contabilidade Gerencial é:

[...] o processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação,


interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela
administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e
para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.

Ainda, segundo Padoveze (2000, p.51): “A Contabilidade Gerencial tem o seu


enfoque no futuro, portanto as informações pretéritas serão relevantes se balizarem
ações futuras, esta característica define como estratégicas para a contabilidade
gerencial as áreas de orçamentos e projeções”

Conforme cita Atkinson (2000, p. 798):


8
A Contabilidade Gerencial é o processo de produzir informação operacional e
financeira para funcionários e administradores. O processo deve ser direcionado
pelas necessidades informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve
orientar suas decisões operacionais e de investimentos.

Crepaldi (1998, p.18) define de outra forma:

Contabilidade Gerencial é o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer


instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções
gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa,
através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de
informação gerencial. Segundo Corbett (1997, p.20): “Os processos de raciocínio
são a base para uma organização de aprendizagem, para se criar uma organização
que causa mudanças e, consequentemente, que entra num processo de otimização
contínua.” Diversos autores definem contabilidade gerencial. Mas o maior problema
é a aplicação prática dessa ferramenta nas empresas. Segundo Ildícibus (1995, p.
285): O problema surge nos casos, infelizmente ainda frequentes, principalmente na
média empresa nacional, nos quais a contabilidade, de saída, é considerada (e
frequentemente é) apenas um instrumento para apresentar certos dados para o
Governo, elaborar um balanço e DR anual, e só.

2.4 Controle Gerencial Conceito

O controle gerencial (Anthonny & Govindarajan, 2008) é o conjunto de atividades


desenvolvidas para assegurar que os planos gerenciais sejam atingidos. Esse
conjunto de atividades demanda recursos e estrutura para que as atividades sejam
desenvolvidas.

Para Atkinson, Banker, Kaplan e Young (2000, p.36) “a contabilidade gerencial é


o processo de identificar, mensurar, reportar e analisar informações sobre os
eventos econômicos das empresas”. Já o controle gerencial é o processo pelo qual
os executivos influenciam outros membros da organização, para que obedeçam às
estratégias adotadas (Anthony & Govindarajan, 2006). Percebe-se que a
contabilidade gerencial atua de forma mais restrita sobre os eventos da empresa
enquanto o controle gerencial considera o ambiente em que a empresa está inserida
9
bem como as metas adotadas. Apesar de convergentes para com a contribuição
para a tomada de decisão, como nas definições de

Emmanuel, Otley e Merchant (2004), que mencionam o controle gerencial como


abrangente das questões estratégicas e operacionais (planos traçados para o
alcance das metas globais) e Crepaldi (2011) que faz alusão à função da
contabilidade gerencial em fornecer instrumentos que auxiliem os administradores
nas funções gerenciais, a distinção entre os dois conceitos se faz essencial tanto
para profissionais docentes, contadores, administradores como sendo os seus
principais disseminadores.

Controle gerencial é o “processo pelo qual os gerentes asseguram que os


recursos são obtidos e usados efetiva e eficientemente, na consecução dos
objetivos da organização” (Johnson & Kaplan, 1993, p.145). A definição de Johnson
e Kaplan é semelhante ao conceito de Anthony (1965) referenciado por Otley (1994,
p. 289), que define o controle gerencial “como o processo em que os gestores
asseguram que os recursos estão sendo obtidos e utilizados de forma eficiente e
eficaz para o cumprimento dos objetivos organizacionais” (tradução livre)1 .
Percebe-se que o controle gerencial tem como foco a atuação dos gestores da
entidade, de modo que utilizem os recursos de forma eficaz e eficiente.
Complementando o pensamento anterior, o IFAC (2009) diz que o controle gerencial
trabalha com recursos que são limitados, desse modo o alinhamento às metas
organizacionais se torna imprescindível. Flamholtz (1979, p. 52) “define controle
gerencial como o processo de influenciar o comportamento dos membros da
organização aumentando a probabilidade das pessoas se comportarem de modo a
alcançar os objetivos da organização”. Para o autor, o controle gerencial deve
nortear o desempenho dos gestores, desse modo os objetivos organizacionais estão
presentes nos três conceitos mencionados anteriormente. Com o mesmo raciocínio,
Govindarajan (1988) e Mintzberg et al. (2006) (citado por Aguiar & Frezatti, 2007,
p.1) dissertam sobre o controle gerencial como sendo “um dos elementos do
processo de estratégia das organizações, mais especificamente, representa um dos
mecanismos administrativos que contribuem para a implementação de estratégias”.
A interpretação deste conceito é importante no sentido de completar o termo
objetivos organizacionais dos conceitos anteriores adicionando o termo ‘estratégia’
como componente do controle gerencial. Agindo de acordo com sua estratégia, a
10
organização pode utilizar o controle gerencial para possibilitar um efeito aprendizado
de modo que possa corrigir seus erros e reforçar seus pontos fortes (Gomes, 1983).

Contabilidade Gerencial e suas características

A Contabilidade Gerencial é a divisão da ciência contábil em que se demonstram


esforços superiores de pesquisa em todo o planeta. Apesar de a Contabilidade
Gerencial utilizar-se de termos de outras disciplinas, ela se caracteriza por ser uma
área contábil autônoma, o tratamento que é dado à informação contábil, com
enfoque em planejamento, controle e tomada de decisão, e por ter característica
integrativa - que traz a identidade para a disciplina - dentro de um sistema de
informação contábil (PADOVEZE, 2010). Para a Contabilidade Gerencial funcionar
necessita-se de um sistema de informação contábil gerencial, um sistema de
informação operacional, e que essas ferramentas sejam dotadas de características
que atendam todas as necessidades de informações dos gestores para a
continuidade de sua entidade (PADOVEZE, 2010). 4 De acordo com Atkinson et al
(2011), a Contabilidade Gerencial é o processo de identificar, mensurar, relatar e
analisar as informações sobre os eventos econômicos da organização. Como
exemplo de informação contábil gerencial são as despesas relacionadas a um
departamento operacional da empresa e os custos calculados na fabricação de um
produto. A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como
um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos conhecidos e
tratados anteriormente na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na
análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, focada
na gestão mais analítica ou de apresentação e classificação diferenciada, de
maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório
(IUDÍCIBUS, 2010). Contudo fazem parte da Contabilidade Gerencial: 1.
Contabilidade de Custos Industriais, com emissão de relatórios por produto, por
setor, por filiais, por unidades de negócios. 2. Subsistemas da Contabilidade geral
como: folha de pagamento, controle de estoques, controle de gastos, controle de
contas a pagar e a receber, com um enfoque na emissão de relatórios para as
gerências; 3. Sistema Orçamentário e avaliação de resultados por usuário: gerentes,

11
diretorias, acionistas e outros. 4. Fluxos de Caixa e Orçamentos de caixa da
empresa ou de suas unidades; 5. Avaliação financeira e de resultados, geral da
organização e segmentada por tipo de gerências (SELL, 2004).

3 Ferramentas da Contabilidade Gerencial

3.1 Fluxo de Caixa

Fluxo de Caixa Através do gerenciamento do fluxo de caixa é possível adquirir a


capacidade de analisar e diagnosticar problemas futuros que poderá afetar o
desempenho operacional e financeiro da empresa, pois mesmo que no presente se
demonstrem resultados econômicos positivos à empresa podem ir à falência por
apresentar uma deficiência em seu caixa decorrente a altas dívidas a terceiros,
elevados investimentos, perdas e outros fatores que afetem seu balanço (BIAZZI,
2005). Conforme ZDANOWICZ (1989), o objetivo principal do fluxo de caixa é
permitir uma visão abrangente de todas as atividades desenvolvidas e até mesmo
das operações financeiras que ocorrem diariamente no ativo circulante. O autor
acrescenta outras informações importantes que deverão ser levadas em
consideração para elaboração do fluxo de caixa dentro de uma empresa. Segundo
ZDANOWICZ (1989, p. 25) o fluxo de caixa serve para:

a). Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para a


execução do plano geral de operações e, também, da realização das transações
econômico-financeiras pela empresa;

b) Utilizar, da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na


empresa para que não fiquem ociosos, estudando antecipadamente, a melhor
aplicação, o tempo e a segurança dos mesmos;

c). Planejar e controlar os recursos financeiros da empresa, em termos de


ingressos e desembolsos de caixa, através das informações constantes nas
projeções de vendas, produção e despesas operacionais, assim como de dados
relativos aos índices de atividades: prazos médios de rotação de estoques, de
valores a receber e de valores a pagar;
12
d). Saldar as obrigações da empresa na data do vencimento;

e). Buscar o perfeito equilíbrio entre ingressos e desembolsos de caixa da


empresa;

f). Analisar as fontes de crédito que proporcionam empréstimos menos onerosos,


em caso de necessidade de recursos pela empresa;

g). Evitar desembolsos vultosos pela empresa, em época de pouco caixa; 10 h).
Desenvolver o controle dos saldos de caixa e dos créditos a receber pela empresa;

i). Permitir a coordenação entre os recursos que serão alocados em ativo


circulante, vendas, investimentos e débitos.

Fluxo de Caixa Indireto

Quando o Fluxo de Caixa Indireto é adotado o mesmo não é elaborado usando


os pagamentos reais, as atividades são feitas através do lucro líquido, se baseando
no Demonstrativo de Resultado do Exercício – DRE e nos lucros e prejuízos, tendo
variações nas contas patrimoniais e tendo como ajuste a depreciação e amortização

O método, no entanto, é imperfeito por não lidar diretamente com as informações


da DFC (Demonstração do fluxo de caixa) já em um primeiro momento. Como é
preciso converter as informações do regime de competência para o regime de caixa,
o processo pode ser mais lento e apresentar surpresas desagradáveis caso seja
feito em um período de intervalo muito grande de um para outro. Se houverem
quaisquer modificações na legislação fiscal e nos princípios contábeis, por exemplo,
o método pode apresentar uma série de distorções.

Para elaborar a DFC (Demonstração do fluxo de caixa)


pelo método direto, o gestor deve evidenciar as classes de
recebimento e desembolsos 01brutos das atividades
operacionais, dividindo-as por sua natureza contábil
(recebimentos de clientes, pagamentos de fornecedores,
dentre outros). Esse método começa a partir da demonstração
das entradas e saídas que passaram pelo caixa e equivalentes
de caixa. (SAGE, 2016).

13
Fluxo de Caixa Direto

Conforme Sage (2016), quando adotado, o Fluxo de Caixa Direto usa o


recebimento real dos clientes, pagamento de despesas e fornecedores. Este método
consiste nas entradas e saídas brutas do caixa.

Para elaborar a DFC (Demonstração do fluxo de caixa)


pelo método direto, o gestor deve evidenciar as classes de
recebimento e desembolsos brutos das atividades
operacionais, dividindo-as por sua natureza contábil
(recebimentos de clientes, pagamentos de fornecedores,
dentre outros). Esse método começa a partir da demonstração
das entradas e saídas que passaram pelo caixa e equivalentes
de caixa. (SAGE, 2016).

Mesmo sendo um método difícil para a empresa desenvolver, tem como benefício
o fato das informações serem, diariamente, atualizadas, sendo um dos métodos
mais utilizados. Ele mostra detalhadamente os recursos da empresa referente aos
seus pagamentos ou recebimentos, tendo como princípio esclarecer e destacar os
resultados brutos.

Função do fluxo de caixa

Com o aumento da competitividade no mercado das micro e pequenas empresas,


o Fluxo de Caixa vem sendo um instrumento indispensável para o controle e
organização do caixa, pois toda a empresa é movida a caixa. Sem esta ferramenta,
torna-se muito difícil o controle do gerenciamento financeiro, podendo ficar em
desvantagens em relação aos seus concorrentes que utilizam esta ferramenta.

A empresa, utilizando-se do Fluxo de Caixa planejado, consegue reduzir a


necessidade de capital de giro, diminuir custos financeiros e dispor de liquidez. Para
tanto, os numerários disponíveis devem ser utilizados em conformidade com o
planejamento do Fluxo de Caixa e devem ser evitadas as tentações de desviar os
saldos positivos de caixas para destinos não operacionais, como por exemplo,
adquirir ou trocar o veículo particular, compra de ouro, compra de estoques

14
especulativos e sem critérios, dentre outros. (TÓFOLI, 2012, p. 82). Implantando o
Fluxo de Caixa na Micro e Pequena Empresa se consegue obter um maior controle
sobre a área financeira, sabendo se a empresa irá necessitar de alguma ajuda
financeira. Segundo Tófoli (2012) com o Fluxo de Caixa sendo feito
antecipadamente, é possível antever situações de falta ou excesso de dinheiro,
tendo a previsão de ingressos de numerários provenientes das vendas que
compraram a prazo.

3.2 Balanço Patrimonial

Conceito

Segundo Barros (2002, p. 03): O Balanço Patrimonial é a representação gráfica


do patrimônio. No Balanço constam os valores do Ativo, do Passivo e do Patrimônio
Líquido em determinado momento (na data em que o balanço for elaborado, ou
“levantado”, como se costuma dizer).

Função

As empresas são obrigadas pela Lei nº. 2.627 de 1940 a apurar os resultados
operacionais de suas atividades a cada ano civil e tal apuração é feita por meio do
Balanço Patrimonial. Nestes termos, o Balanço é classificado como uma
Demonstração Financeira Obrigatória, utilizada tanto para medir o desempenho
organizacional como para auditorias externas de órgãos públicos. Devido a esse
caráter obrigatório, o BP é visto por muitos empresários como um relatório que deve
ser elaborado anualmente somente para satisfazer necessidades burocráticas do
fisco. Assim, a atividade contábil, muitas vezes, é delegada à contadores externos,
que normalmente executam somente as obrigações legais da atividade. Mesmo que
a atividade contábil seja terceirizada, é necessário que o empresário busque
interagir com o contador a fim utilizar os dados contábeis em seu planejamento
financeiro. Assim, o BP é colocado à luz de todas as outras demonstrações, pois ele
possui todas as informações necessárias à discussão da atividade contábil. Perez e
Begalli (2002) consideram que o objetivo básico do Balanço é apresentar o
patrimônio da empresa, isto é, seus ativos e passivos em determinado momento.

15
Para tanto, adota-se as definições de Iudícibus e Marion (2000) para os mesmos:
Ativo: são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, avaliáveis em
dinheiro, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. Passivo:
é toda obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros: contas a pagar,
impostos, empréstimos, etc... Ainda dentro do conceito de BP, temos o Patrimônio
Líquido (PL) que evidencia os recursos dos proprietários aplicados na empresa e
que juntamente com o Ativo e o Passivo proporciona a base da análise financeira da
empresa. Assim, parti-se do pressuposto que o Balanço Patrimonial é, dentro do
conjunto das Demonstrações Financeiras, o relatório de maior relevância para as
empresas aqui estudadas, pois o mesmo pode condensar as informações
financeiras básicas e primárias (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) que sustentam
as atividades das pequenas empresas. Baseado nos conceitos e modelos
estruturais de BP definidos pelos autores estudados, concluise que pode existir
vários modelos de apresentação e apuração do relatório, porém todos obedecem a
hierarquia das três contas máster citadas. Pode-se afirmar que não existe um
padrão fechado e único para execução do BP, mas sim regras que devem ser
respeitas e demonstradas de forma clara e coerente. Desse modo, foi identificado
que para as empresas foco deste estudo não há grande complexidade na
elaboração de tal relatório, pois, como já dito, as atividades financeiras são
primárias, sem grandes complexidades e impactos econômicos. A seguir apresenta-
se um modelo de BP elaborado de acordo com suas características.

3.3 Planejamento Estratégico

De acordo com Chiavenato (2007), o planejamento estratégico representa como


a estratégia será implementada e avaliada, ou seja, está ligada a fatores internos e
externos. É um conjunto de decisão, que Page 7 dependerá dos recursos e da
tecnologia necessária para o alcance dos objetivos esperados.

3.4 Controle Gerencial

Segundo Antony e Govindarajan (2001), um sistema de controle gerencial


desenvolve-se em torno da necessidade de uma organização de fazer convergir as
atividades e tarefas de todos os membros envolvidos em sua estrutura produtiva em

16
uma mesma direção, de forma sinérgica, dentro da idéia de congruência dos
objetivos.

3.5 Custos

Conceito

Segundo Martins (2001) descreve que custo é o esforço financeiro despendido


para a aquisição de um bem ou serviço utilizado na produção de outro bem ou
serviço, e conforme Horngren, Foster e Datar (2000, p. 19), “recursos sacrificado ou
de que se abre mão para um determinado fim”.

Tipos de Custeio

É importante, primeiramente, definirmos o conceito de custos, o custo é todo o


gasto que está relacionado com a produção de bens e serviços, podendo ele ser
direto ou indireto, fixo ou variável.

O custo direto é aquele que pode ser identificado e apropriado diretamente a


cada bem ou serviço produzido. Um exemplo é a matéria-prima utilizada na
fabricação de um produto, a qual está diretamente relacionada à produção deste
bem, podendo ela ser devidamente identificada como parte daquele bem específico,
de maneira individualizada, não necessitando nenhum processo de rateio.

O custo indireto não pode ser diretamente identificado, de maneira individual,


como parte de um bem ou serviço produzido, sendo necessário procedimentos de
rateio para dividir a parcela de custo para cada bem produzido. Um exemplo é a
energia elétrica utilizada em uma fábrica. O custo da energia não pode ser atribuído
a um bem específico produzido. Imagine que tal fábrica produz três tipos de
produtos. É possível saber quanto de energia cada produto consumiu? Bem
complicado saber isso exatamente, não é mesmo? Desse modo, são utilizados
métodos de rateio, para poder dividir o seu custo entre os diferentes bens, de acordo
com determinados critérios.

17
Os custos fixos são aqueles que não possuem o seu valor alterado quando há
alteração na produção. Imagine que o local de uma fábrica seja alugado. O valor
desse aluguel é um custo indireto. Caso haja redução ou aumento na produção de
algum bem, o custo do aluguel será alterado? Não, ele permanecerá o mesmo,
independentemente do nível de produção, por isso ele é um custo fixo.

Por fim, o custo variável é aquele que é alterado quando há mudança na


quantidade da produção. Por exemplo, o custo de matéria-prima está diretamente
relacionado à produção, desse modo, quando há uma diminuição da produção,
haverá uma diminuição do custo da matéria-prima, sendo assim, ela é um custo
variável.

A Importância da Gestão de Custos

Os custos de uma companhia representam todos os seus gastos. Portanto, ao


analisá-los, o gestor pode identificar excessos e oportunidades de melhorar a
aplicação de recursos. Essa gestão dos custos permite também entender como está
a situação da empresa e se o negócio está lucrativo.

Entretanto, antes de começar a calcular os custos da companhia, é preciso,


primeiro, entender a diferença entre custos e despesas.

Custos: são caracterizados pelos gastos diretamente ligados à atividade principal


do negócio. Em uma fábrica de sapatos, por exemplo, seriam os gastos com
material e a eletricidade usada pelas máquinas;

Despesas: são os gastos que não estão diretamente relacionados com a


atividade principal, mas são importantes para o funcionamento da organização,
como é o caso, por exemplo, do aluguel de um galpão para estoque de produtos.

Sendo assim, para evitar gastar mais do que os lucros gerados, é preciso sempre
manter o controle de custos e se certificar de que eles estão sendo bem
administrados.

A aplicação da gestão de custos para micro e pequenas empresas

18
A importância da gestão de custos em micro e pequenas empresas é uma
necessidade tanto contábil quanto administrativa, pois é através do controle dos
custos que se parte para as tomadas de decisões, por exemplo, qual será o preço
do bem ou serviço, terceirização das atividades, aquisição de novos equipamentos,
qual o nível de desconto que poderá ser oferecido ao consumidor, são tomadas de
forma intuitiva pelos gestores, relacionando-se com o que foi dito na introdução
sobre a importância das microempresas e empresas de pequeno porte, elas tem
dificuldades em se manter ativas devido também a tomada de decisão feita de forma
intuitiva. De acordo com Iudicíbus et al. (2006) as empresas necessitam de
informações mais precisas para saberem da lucratividade e do retorno dos
investimentos, uma vez que visam disponibilizá-las aos seus acionistas, investidores
e usuários, ampliando assim o campo de atuação da gestão empresarial. Esse
detalhamento das informações leva a uma melhor tomada de decisão, conforme
Dantas e Ferreira (2008, p.1) as tomadas de decisões fundamentam-se na avaliação
dos aspectos quantitativos e qualitativos dos fatos ocorridos e dos fatos ocorrentes,
bem como em cenários projetados e os impactos que possam causar às pessoas
naturais ou às organizações no contexto socioeconômico.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Neves e Viceconti (2010) a Contabilidade de Custos, que tinha


como função inicial fornecer elementos para avaliar estoques e apurar resultados,
passou a prestar também mais duas funções de grande importância a contabilidade
gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e para tomada
de decisões. Na função administrativa de controle, a função da contabilidade de
custos é fornecer informações para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou
previsões. Em seguida, deve-se acompanhar o que aconteceu com o planejado. Já
para a tomada de decisões, existe a necessidade de fornecer informações mais
adequadas ao processo decisório. A Gestão de Custos é um instrumento essencial
para a eficiência da organização, principalmente em ambientes competitivos.
Conhecer melhor os custos, saber gerenciá-los e identificá-los como seus
causadores é uma condição para a sobrevivência da empresa. 2.1)

19
CUSTOS EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS.

Há uma importância na diferenciação de alguns termos utilizados no estudo de


custos, para facilitar o nível de entendimento. Diante disso, seguem as terminologias
que se utiliza para o tratamento das informações perante as organizações: a) Gasto
– Segundo Martins (2003, p.17), “é a compra de um produto ou serviço qualquer,
que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse
representado por entrega oupromessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”.
b) Custo – De acordo Neves e Viceconti, (2010, p.16)“é gasto relativo à bem ou
serviço utilizado na produçãode outros bens ou serviços; são todos os gastos
relativos à atividade de produção”. c) Investimento – “Gasto ativado em função de
sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s)”, conforme Martins,
(2003, p.17). d) Despesa – Para Neves e Viceconti, (2010, p.16)“despesa é o gasto
com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a
finalidade de obtenção de receitas. Bem ou serviço consumido direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas”. e) Desembolso – Segundo Martins,
(2003, p.17) “é o pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço”. f) Perdas –
Afirma Neves e Viceconti, (2010, p.17) que “são um gasto não intencional decorrente
de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa”. g)
Custos Diretos – Segundo Crepaldi, (2010, p.39)“são os custos que podemos
apropriar diretamente aos produtos e variam com a quantidade produzida. Sem ele o
produto não existiria”. h) Custos Indiretos – “São os que não podemos identificar
diretamente com os produtos e necessitamos de rateios para fazer a apropriação. É
todo custo que não está vinculado diretamente ao produto, mas ao processo
produtivo”, afirma Crepaldi, (2010, p.92). i) Custos Variáveis – De acordo com
Martins, (2003, p.33)“são aqueles cujo comportamento e valores estão diretamente
relacionados ao volume de produção e de vendas”. h) Custos Fixos – Segundo
Martins, (2003, p.33) “são aqueles que continuam fixos (ocorrem)
independentemente do volume de produção. (produção e vendas), dentro de um
intervalo de tempo”. Seguindo, de acordo com Kassai (1997), as micro e pequenas
empresas têm desempenhado um papel importante no cenário econômico mundial.
Elas representam o início de grandes empresas, portanto a questão dos custos é
muito complexa, segundo o SEBRAE SP (2002, p. 4) descreve que empresas de um
20
mesmo segmento de atividade podem apresentar distintas estruturas de custos.
Aponta que isso é consequência da tecnologia adotada, do grau de terceirização das
atividades, das características dos recursos disponíveis para cada empresa. A
importância da gestão de custos em micro e pequenas empresas é uma
necessidade tanto contábil quanto administrativa, pois é através do controle dos
custos que se parte para as tomadas de decisões, por exemplo, qual será o preço
do bem ou serviço, terceirização das atividades, aquisição de novos equipamentos,
qual o nível de desconto que poderá ser oferecido ao consumidor, são tomadas de
forma intuitiva pelos gestores, relacionando-se com o que foi dito na introdução
sobre a importância das microempresas e empresas de pequeno porte, elas tem
dificuldades em se manter ativas devido também a tomada de decisão feita de forma
intuitiva. De acordo com Iudicíbus et al. (2006) as empresas necessitam de
informações mais precisas para saberem da lucratividade e do retorno dos
investimentos, uma vez que visam disponibilizá-las aos seus acionistas, investidores
e usuários, ampliando assim o campo de atuação da gestão empresarial. Esse
detalhamento das informações leva a uma melhor tomada de decisão, conforme
Dantas e Ferreira (2008, p.1) as tomadas de decisões fundamentam-se na avaliação
dos aspectos quantitativos e qualitativos dos fatos ocorridos e dos fatos ocorrentes,
bem como em cenários projetados e os impactos que possam causar às pessoas
naturais ou às organizações no contexto socioeconômico.

3 Micro e Pequenas Empresas

4.1 Conceito de micro e pequenas empresas:

As Micro e Pequenas Empresas podem ser definidas seguem dois critérios,


faturamento ou número de funcionários.

21
O critério faturamento está previsto na Lei Complementar nº 123/2006, além do
critério do faturamento o Estatuto das micro e pequenas empresas prevê que o tipos
societários que podem ser adotados e as atividades que são vedadas para MPES.

Micro empresa: empresa que têm faturamento anual de até R$ 360 mil ou
emprega até 9 pessoas no comércio e serviços ou 19 pessoas no setor industrial.

Pequena empresa: empresa que têm faturamento anual de até R$ 4,8 milhões
por ano ou emprega de 10 a 49 pessoas no comércio e serviços ou de 20 a 99
pessoas na indústria.

4.2 Legislação aplicada para micro e pequenas empresas

A Lei nº. 123/2006 ou Lei Geral da Micro e Pequena Empresa completa 15 anos
no dia 14 de dezembro de 2021. Criada em 2006, a referida lei garante benefícios ao
empresário e promove o desenvolvimento econômico e incentivo às micro e
pequenas empresas.

4.3 Controle Gerencial Conceito

O controle gerencial (Anthonny & Govindarajan, 2008) é o conjunto de atividades


desenvolvidas para assegurar que os planos gerenciais sejam atingidos. Esse
conjunto de atividades demanda recursos e estrutura para que as atividades sejam
desenvolvidas.

Marion e Ribeiro (2011, p.5), destacam as funções e importância da gestão


gerencial e nesse contexto, buscam expressar as funções distintas, ou seja: “Assim,
a contabilidade gerencial poderá contemplar funções distintas de acordo com a
natureza das decisões que objetiva orientar, conforme sua importância ou o estágio
em que essas funções ocupam na gestão empresarial”. Marion e Ribeiro (2011, p.
5), apontam três importantes funções da contabilidade gerencial, que são
demonstradas a seguir:

22
a) Função Operacional – tem por fim orientar o pessoal que trabalha de linha de
frente, seja na área de produção ou na área comercial, fabrica ou vendem bens e
prestam ou vendem serviços. Nesse nível de responsabilidade, as decisões precisão
ser tomadas em curtíssimo prazo, quase diariamente, no momento em que os
obstáculos surgem. Assim os relatórios elaborados para orientar as tomadas de
decisões nesta área normalmente contêm informações operacionais quantitativas,
ou seja, não financeiras.

b) Função gerencial – tem por fim orientar os gerentes responsáveis pelo


comando de uma ou mais áreas; de um ou mais departamentos ou mesmo de um
simples grupos de trabalhadores. Normalmente, os gerentes precisão tomar
decisões de curto ou médio prazo, as quais envolvem a entidade como um todo,
embora toda a entidade sofra os reflexos dessas decisões. Os gerentes têm
necessidades de 18 informações que lhes assegurem acompanhar em tempo real o
processo operacional de produção ou de prestação de serviços, bem como o
resultado positivo ou negativo das respectivas vendas.

c) Função estratégica – tem como finalidade orientar executivos nas suas


tomadas de decisões. A principal preocupação dos executivos (presidentes,
diretores, proprietários) é a rentabilidade do negócio. As decisões dos executivos
normalmente são de longo prazo e envolve o destino da organização. Referem-se à
rentabilidade de produtos e serviços, ao perfil, a necessidades e satisfação de
clientes, a ameaça de concorrentes, a inovação tecnológicas, à expansão ou
descontinuidade da parte ou do total dos negócios etc.

2.1 Referencial teórico

(Referencial teórico – é uma síntese das teorias que foram estudadas para
desenvolver a pesquisa e apresentar os resultados). Ver a forma como as citações
devem ser apresentadas no Meta-Manual de Elaboração de trabalhos acadêmicos.

23
2.2. Metodologia de Pesquisa

A metodologia deste trabalho foi realizada atravéz de pesquisa documental,


exploratória e pesquisa bibliográfica na busca e abstração de conhecimento sobre a
contribuição da contabilidade na gestão de micro e pequenas empresas.

2.3. Resultados para o caso da pesquisa de campo ou Discussão para o caso


de pesquisa bibliográfica

A falta de informação contábil pode acarretar danos e riscos para o andamento


dos negócios uma vez que o microempresário precisa de informações fiscais e
tributárias, mas não somente isso, a contabilidade é utilizada para ajudar no
desenvolvimento desse novo empreendedor onde ele é incluído na política de
previdência e a partir disso ele saberá todas suas obrigações e deveres sobre seu
novo negócio.

O gerenciamento contábil é o conjunto de atividades desenvolvidas para


assegurar que os planos gerenciais sejam atingidos (Anthonny & Govindarajan,
2008).

3 C
onsiderações Finais

(Comente sobre a finalização do trabalho, sobre ter conseguido atingir o objetivo


definido, resultados principais, faça recomendações, indicação de novas pesquisas
que a empresa pode desenvolver buscando outras melhorias, etc...)

4 R
eferências Bibliográficas

ATKINSON, Anthony A,.BANKER, Rajiv D.KAPLAN, Robert S. & YOUNG, S.


Mark. Management accounting. 2 ed.New Jersey: Prentice-Hall, 1997

24
https://ead05.proj.ufsm.br/pluginfile.php/15625/mod_resource/content/1/A
%20Evolu%C3%A7%C3%A3o%20de%20uma%20Ci%C3%AAncia.pdf
Contabilidade e Controle gerencial: Construção de Significados a partir da
Percepção de Especialistas , Contabilidade e Controladoria do século XXI – São
Paulo de 19 a31 de julho de 2015. Acesso: 04/10/2022

https://congressousp.fipecafi.org/anais/artigos152015/91.pdf

Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, A evolução da contabilidade e seus


objetivos -Cézar Volnei Mauss, Claudecir Bleil, Aline Bonatto Camila Silva de
Oliveira, Getúlio Zanatta Dos Santos. Acesso 15-10-2022

https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1401_Artigo%20Seget.pdf

Com exceção do Microempreendedor individual, todas as demais


microempresas precisam de contador não apenas por exigência da lei, mas
para se tornarem mais seguras e eficientes. Saiba que essa frase faz muito mais
sentido quando você entende o que está em jogo nessa parceria: seu dinheiro e o
crescimento do negócio. Acesso 04-10-2022.

Segundo Martins (2001) descreve que custo é o esforço financeiro despendido


para a aquisição de um bem ou serviço utilizado na produção de outro bem ou
serviço, e conforme Horngren, Foster e Datar (2000, p. 19), “recursos sacrificado
ou de que se abre mão para um determinado fim” Acesso 19-10-2022.

https://www.intercostos.org/documentos/congreso-14/3.pdf

BALANÇO PATRIOMINAL: UMA FERRAMENTA PARA A GESTÃO DAS


MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS. Clariana Sales Galhardo1 ,

25
Henio Fontão2 , Eloísa de Moura Lopes4 1 Centro Universitário Salesiano de Lorena
/ Graduação em Administração de Empresas, Rua Dom Bosco 184 – Centro,
12.600-000 – Lorena, SP, clariana.sales@hotmail.com 2 e 4 Universidade de
Taubaté /Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional, Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação, Rua Visconde do Rio Branco 210 – Centro, 12.200-000
– Taubaté, SP, , prof.henio@yahoo.com.br, elolopes@yahoo.com.

http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2007/trabalhos/sociais/inic/
INICG00218_01O.pdf.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO-


ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEISE CAROLINE
VERONÊZ CUSTOS PARA DECISÃO: A IMPLANTAÇÃO DA CONTABILIDADE
DE CUSTOS EM UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS Florianópolis,
2004. DEISE CAROLINE VERONÊZ Monografia apresentada à Universidade
Federal de Santa Catarina como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de
bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Professor Erves Ducati, M.Sc
Florianópolis, 2004.

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA MICRO E


PEQUENAS EMPRESAS Monografia apresentada para obtenção de título de
Especialista em Controladoria no Programa de Pós-Graduação em Contabilidade,
Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná. Orientador:
Luciano Márcio Scherer CURITIBA 2013.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAS


APLICADAS DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CONTROLADORIA A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE GERENCIAL PARA
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Aline Fernanda Machado Lopes Orientador:
Luciano Márcio Scherer, CURITIBA 2013 ALINE FERNANDA MACHADO LOPES

REFERÊNCIAS
26
BRASIL. Ministério da Economia. Boletim do Mapa de Empresas 2º quadrimestre,
27/09/2022. Brasília, DF. Disponível em:
https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/mapa-de-empresas/boletins/mapa-de-
empresas-boletim-do-2o-quadrimestre-de-2022.pdf. Acesso em: 15 nov. 2022.

BASSO, Irani Paulo. Contabilidade geral básica. 4. ed. Ijuí: Unijuí, 2011.

GARRISON, Ray H.; NOREEN, Eric W.; BREWER, Peter C. Contabilidade


Gerencial. 11. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

HORGREN, C.T.; SUNDEM, G.L.; STHATTON, W.O. Contabilidade gerencial. 12


ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial: instrumentos de análise,


gerência e decisão. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

SOUTES, D.O. Uma investigação do uso de artefatos da contabilidade gerencial por


empresas brasileiras. Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade) -
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

SOUZA, Luiz Eurico de. Fundamentos da contabilidade gerencial: um instrumento


para agregar valor. Curitiba: Juruá, 2008

27

Você também pode gostar