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EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA: UM OLHAR REFLEXIVO NO CONTEXTO

DAS LEIS ORGANICA MUNICIPAL EM SÃO FRANCISCO DO CONDE –BA


N.º 402/2015 ,528/2018, E 648/2022

Eduardo Sales Júnior1

Trabalho de conclusão de curso orientado por Heliete Rosa Bento

RESUMO:
O ordenamento jurídico que baseia a educação especial inclusiva no Brasil é amplo
e tem conquistados avanços. No sistema de ensino no município de São Francisco
do Conde na Bahia, as políticas públicas vem criando Leis para amparar as
pessoas com deficiências no contexto educacional. Foram esses avanços que
ensejou o presente trabalho cujo tema é: Educação Especial Inclusiva: um olhar
reflexivo no contexto das leis orgânica municipal Nº 402/2015 528/2018 e 648/2022
no município de São Francisco do Conde na Bahia, cujo objetivo desse trabalho é
analisar a evolução e a eficácia da legislação brasileira bem como as políticas
públicas implantadas em São Francisco do Conde na Bahia na garantia dos direitos
às pessoas com deficiências no âmbito da educação municipal. Os instrumentos
legais abordados neste trabalho incluem a Constituição Federal de 1988; a Lei Nº
9394/96, das Diretrizes e Bases da Educação Brasileira; a Lei nº 10.172/2001 do
Plano Nacional de Educação; Leis Orgânica do Município de São Francisco do
Conde/Bahia, nº528/2018 e nº684/2022; as Resoluções CNE nº1/2002; Decreto nº
5625/05 e Portaria nº1793/1994. Os pressupostos da educação inclusiva e especial
brasileira tem sido efetivado no município de São Francisco do Conde na Bahia
através das Políticas Públicas. Percebe-se que grandes foram os avanços no
município citado, mesmo que ainda tenha muito a se conquistar para que esses
1
Trabalho de Conclusão de curso do MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO CONDE -BAersitário Ruy
Barbosa (UNIRUY), campus paralela, e-mail: salesjunior@msn.com
Sob a orientação da Prof.ª Dra. Heliete Rosa Bento
direitos sejam equânime para alcançar todos os deficientes que precisam desse
amparo legal em toda Educação Escolar Básica no município de São Francisco do
Conde na Bahia.

Palavras –chave: Educação Inclusiva; O direito a educação; Visão inclusiva

ABSTRACT

Keywords

INTRODUÇÃO

Este artigo tem por objetivo apresentar análises de alguns elementos para a
constituição da educação especial inclusiva no município de São Francisco do
Conde-BA, através das políticas públicas que vem sendo implementada no
município, enfocando especialmente as preposições que compõem o que tem se
denominado de política de educação especial na perspectiva educação inclusiva.
Escola inclusiva é aquela que liga espaço para todas as crianças, incluindo as que
apresentam necessidades especiais. As crianças com deficiência têm direito à
Educação em escola regular. No convívio com todos os alunos, a criança com
deficiência deixa de ser expelida e sua acolhida pode fornecer muito para a
construção de uma visão inclusiva.

Quando a Lei garante a todos a educação e ao acesso á escola, a


Constituição Federal não usa adjetivos; assim, toda escola deve atender aos
princípios Constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua
origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência (MANTOAN, 2015 p.39).

Avaliar que o processo de inclusão possa fluir da melhor maneira é


responsabilidade da equipe diretiva formada pelo diretor, coordenador pedagógico,
orientador e vice-diretor, quando houver e para isso é importante que tenham
conhecimento e condições para aplicá-lo no dia a dia da escola. A Educação
especial é um caminho importante para abranger a diversidade mediante a
construção de uma escola que ofereça uma proposta ao grupo (na totalidade)
simultaneamente, em que atenda às necessidades de cada um, principalmente
àqueles que correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação
na sala de aula.

O ensino Fundamental (Anos iniciais e anos finais) em São Francisco do


Conde, na Bahia. Levantou as seguintes hipóteses; compreender que, apesar de
a Educação ser um direito de todos como diz a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) n.º 9394/96 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei
n.º 8069/90 os estudantes com deficiência em São Francisco do Conde –BA,
continuam sendo excluídos devido à falta de assistencialismo do poder público
violando assim esse direito do cidadão.

Entende-se que as políticas públicas no município de São Francisco do


Conde na Bahia busca contemplar de forma satisfatória os alunos com deficiências
no contexto educacional, sabe-se que os profissionais que atuam na Educação
especial inclusiva no município de São Francisco do Conde, vem enfrentando
dificuldades no seu fazer pedagógico devido à deficiência no que diz respeito a
formação continuada.

Elegeu-se como objetivo geral Conhecer a situação atual da Educação


Especial inclusiva no município de São Francisco do Conde no que tange o ensino
fundamental nos anos iniciais. Já o objetivo específicos; Foi Analisar a evolução da
legislação brasileira em relação aos direitos dos portadores de Necessidades

Especiais e investigar como os professores das escolas públicas e privadas estão


reagindo frente à nova realidade pedagógica, que garante o acesso escolar aos
portadores de Necessidades Especiais; Verificar os avanços e as limitações em
relação à Educação especial tanto aos estudantes quanto aos profissionais que
atuam nessa área;

A motivação do pesquisador se deu por experieBN nciar a Educação no município


de São Francisco do Conde na Bahia e por acreditar que ela é a chave para a
transformação de uma sociedade excludente como bem coloca o grande
educador Paulo Freire no seu livro Pedagogia do Oprimido (1970). Assim, teve-se
esse pesquisador interesse por saber dos avanços nos Direitos para as pessoas
com deficiência e por ver uma realidade ainda muito distante no contexto
educacional no município de supracitado por parte do poder público

2- A LEGISLAÇÃO E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O grande marco para Educação Inclusiva na legislação brasileira, ocorreu em 5


de outubrode 1988, quando foi promulgada a Carta Magna do País, a Constituição
Federal. Um dos direitos fundamentais dessa Carta está expresso no art. 3º, inciso
IV, sendo a promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor,
sexo, idade e qualquer outraforma de discriminação (Brasil,1988).
A Constituição, contudo, garante a educação para todos. Para atingir o
pleno desenvolvimento humano e o preparo para a cidadania, entende-se
que essa educação não pode se realizar em ambientes segregados No
Capítulo III- “Da educação, da cultura e do esporte” a Constituição
prescreve no artigo 208 que o dever do Estado com a educação será
efetivado mediante a garantia de “[...]atendimento educacional
especializado aos deficientes. Na concepção da Inclusiva e na Lei, esse
atendimento especializado deve estar presente em todos os níveis de
ensino, de preferência na rede regular, da educação infantil à
universidade… (MANTOAN, P. 40, 2015).

Sendo assim, percebe-se que a “igualdade de condições de acesso e permanência


na escola”, deve ser efetivado como um dos princípios para o ensino e, garante,
como dever do Estado. A partir daí começou a ser efetivado o direito das pessoas
com deficiências. Como bem preceitua o artigo 6º da Constituição Federal, São
direitos[...], a assistência aos desemparados na forma desta Constituição
(Brasil,1988)
Segundo a Resolução de 2 de setembro de 2001, no Art. 5º, consideram-se
estudantes com necessidades especiais os que apresentam durante o processo
educacional: dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo
de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares;
dificuldade de comunicação e sinalização diferenciada dos demais alunos,
demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis; altas
habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a
dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.

A Educação para esse público e será efetivada mediante a garantia e eficácia


desses direitos, enfatizando o atendimento educacional especializado as pessoas
com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 1988)
Antes da efetivação desses direitos pela Constituição Federal de 1988, as pessoas
com deficiências eram vistas como pessoas com obstáculos insuperáveis, eram
chamadas de anormais, retardadas, enfermas, inválidas. Todo esse estigma fazia
que as pessoas que nascessem com alguma deficiência física ou intelectual
estivesse praticamente a margem da sociedade. Essas visões em negativo foram
analisadas como estigmas atribuídos as pessoas nas interações corriqueiras, nas
pesquisas bastantes conhecida na obra de Erving Goffaman com o título Stigmate
( na tradução francesa de1975).
Ao longo dos anos o direito à essas pessoas foi ganhando robustez. Leis foram
sendo criadas trazendo a elas segurança jurídica. O Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) – Lei n.º 8.069/90, artigo 55, que reforça os dispositivos legais
supracitados, ao determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de
matricular seus filhos, ou pupilos na rede regular de ensino” (Brasil, 13.257).
Também nessa década, foi criado o documento da UNESCO 1988 que já
anunciava as diretrizes propostas pela Declaração de Salamanca em 1994. Essas
diretrizes foram incorporadas em documentos nacionais, a proposição de que“
todas as crianças, sempre que possível, devem aprender juntas,
independentemente de suas dificuldades e diferenças” DECLARAÇÃO DE SALA
MANCA,1994)fazem parte do discurso em pauta nos documentos que difundem a
Educação Inclusiva no Brasil, desde a década de 1990. Em diferentes documentos
brasileiros, princípios dos direitos humanos são revisitados e apresentados.
[...] Deve-se dar atenção especial às pessoas com deficiências, visando a
assegurar-lhes um tratamento não discriminatórios e equitativo no campo dos
direitos humanos e liberdades fundamentais, garantindo sua plena
participação em todos os aspectos da sociedade, como a declaração
Mundial de Salamanca (1994), passam a influenciar a formulação das
políticas da educação inclusiva.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva continuo a difusão dos princípios, inclusive
adotando o termo em seus Planos Plurianuais (Plano Brasil de Todos: 2004-2007 e
Plano Desenvolvimento com inclusão social e educação de qualidade- 2008-2011.
Apresentada como prioridade nacional, a educação deveria promover a equidade,
valorizar a diversidade e proporcionar a inclusão social, discurso coerente ao
propagado pela Organização das Nações Unidas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de n.º 9394 de 1996 (LDB), a mais
importante lei brasileira referente a educação, criada para garantir o direito à
Educação de forma gratuita e de qualidade, conforme leciona o Capítulo V, art. 58
da Lei acima citada que diz:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade da
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação. (Brasil,1988).
Após a LDB de 1996, foi promulgado a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Deficientes, celebrada na
Guatemala em maio de 1999. No Brasil foi aprovado esse documento através do
Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo n. 198, de 13 de junho de
2001, e em tempo outorgado pelo Decreto n.3.956, de 8 de outubro de 2001, da
Presidência da República. Esse documento, portanto, tem valor legal, já que se
refere a direitos e garantias fundamentais da pessoa humana.
Enfatiza que “o avanço que a educação deveria produzir seria a construção de uma
escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer
objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento à
diversidade humana”.
A Convenção sobre os Direitos das pessoas deficientes (CDPD, da ONU(2006),
ratifica no Brasil, como Emenda Constitucional, pelos Decretos Legislativos
n.186/2008 e Executivo n. 6.949/2009, estabelece que os países signatários devem
assegurar um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino, em
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social das pessoas
deficientes, compatível com meta de inclusão plena.
Esse documento internacional acolhe o conceito de discriminação preconizado pela
Convenção da Guatemala e avança ao determinar que o direito da pessoa
deficiente é educação somente se efetiva em um sistema educacional Inclusivo. Tal
afirmativa dirime qualquer dúvida sobre a admissibilidade de um sistema
educacional paralelo, organizado com base na condição de deficiência.
Conforme estabelece o artigo 24 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiências (CDPD), para cumprimento do direito à educação das pessoas com
deficiências, os Estados Partes assumem que (MANTOAN, 2015);
As pessoas deficientes não sejam excluídas do sistema educacional
geral sob alegação de deficiências e as crianças com deficiências
não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório,
sob a alegação de deficiência; as pessoas com deficiências possam
ter a cesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito,
em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade
em que vivem; adaptação razoável conforme as necessidades
individuais sejam providenciadas; efetivas medidas individualizadas
de apoio sejam adotadas em ambientes que maximizem o
desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a meta de
inclusão plena(ONU,2006).
Essa Convenção passa orientar uma nova agenda na educação (inter)nacional que
fundamenta a formulação de políticas públicas na perspectiva Inclusiva. No Brasil,
o plano de Desenvolvimento da educação(PDE), instituído pelo Decreto,
6.094/2007, inaugura um conjunto de ações que se tornam estruturantes para
favorecer a garantia do acesso e da permanência dos estudantes com deficiências
no ensino regular.
O Decreto n.º6.571/2008, dispõe sobre o apoio técnico e financeiro da União para
ampliar a oferta do atendimento educacional especializado, regulamentando no art.
9º.

O PDE alicerça o processo de construção da política nacional de educação


especial na perspectiva inclusiva ao instruir apoio técnico e financeiro para a
acessibilidade nas escolas das redes públicas de ensino.
Também é garantido direitos nas resoluções CNE n.º4/2009, (BRASIL,2009), que
institui Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional especializado em
Educação básica na modalidade da Educação especial. Essa resolução CNE
n.º4/2009 criou Sala de Recursos Multifuncionais e Centros de Atendimentos.
Assim, foi a partir de 2009, que salas de aulas foram criadas com recursos
especiais.

No ano de 2015 foi sancionada a Lei 13.146 (BRASIL, 2015) – Lei Brasileira da
Pessoa com Deficiência que assegura e promove, em igualdade de condições com
as demais pessoas, o exercício dos direitos a liberdades fundamentais por pessoas
com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania. No Artigo 27 dessa lei,
diz que a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurado sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda vida para
alcançar o máximo desenvolvimento possível[...] (BRASIL,2015).

O decreto n.º 10.502 de 2020 acrescenta direitos ficando instituído a Política


Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao longo
da vida. [...] com vistas à garantia dos direitos à educação e ao atendimento
educacional especializado aos educandos com deficiências, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Segundo o Censo escolar da Educação Básica no Brasil, o número de estudantes
matriculados nas redes de ensino pública e particular com algum tipo de deficiência
tem aumentado gradativamente a cada ano. Sendo assim, é de suma importância
as discussões sobre esses direitos que vem sendo conquistado por esse público de
estudantes. Compreender que não devem apenas estarem nos papéis, mas
fazendo vir ser validado cada um deles.

2.1.A FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO OLHAR DA


LEGISLAÇÃO.

Na Educação Inclusiva, faz-se necessário ter o olhar para os direitos dos


estudantes e também para o direito a formação docente. A legislação tem também
criado leis que asseguram esse profissional que á o carro chefe para acontecer a
educação em sala de aula. Um docente sem a formação necessária para atender
esse público, contribuirá para o fracasso e a evasão escolar que são os problemas
mais comuns no contexto educacional.

O Plano Nacional de Educação- PNE, Lei n.º10.172/2001 estabelece objetivos e


metas para os sistemas de ensino [...] à formação docente[...]. Nesse mesmo Plano
tem por meta incluir nos currículos de formação de professores, conteúdos e
disciplinas específicas para a capacitação profissional ao atendimento dos alunos
com deficiências. Também inclui nas universidades pública habilitação específica
em educação especial. A Lei n.º 10.172/2001 do Plano Nacional de Educação –
PNE,
O plano Nacional de Educação, Surgiu na década de 30, por meio
do Movimento dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932 e depois,
na Constituição de 1934.Entre os anos de 60 e 90, a LDB 4.024/61
e com a ditadura militar (1964-1985), silenciado o tema e na
Constituição de 1988. Na década de 90, no Plano Decenal
Educação para Todos, em 1993, e, depois, já no Governo de FHC,
a segunda LDB 9.394/96 e o PNE 2001-2010 que fora vetado no
Governo Lula, o projeto de 2010 e no Governo Dilma e Temer, pela
transformação do projeto de 2010 no PNE(2014-2024) e dos
retrocessos causado pelo golpe jurídico –midiático-parlamentar e da
PEC 95/2016 (SAVIANI, Derneval, 2017).

A Resolução CNE n.º 1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais


para A Formação de Professores da Educação Básica, define que as instituições
de ensino superior devem prever na sua organização curricular formação docente
voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as
especificidades dos alunos com necessidades especiais. A Lei n.º 10.436/02
reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e
expressão, determina seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de
Libras como parte do currículo nos cursos de formação de professores e de
fonoaudiologia

Em 2003, o Ministério da Educação cria o Programa Educação Inclusiva: direito à


diversidade, visando transformar os sistemas educacionais inclusivos, que promove
um amplo de formação aos profissionais da educação para garantir direito de
acesso à escolarização, a organização do atendimento especializado e a promoção
da acessibilidade. O Decreto n.º5.626/05, que regulamenta a Lei n.º 10.436/2002,
dispõe sobre a inclusão de Libras como disciplina curricular, a formação e a
certificação do professor, instrutor e interprete de Libras.

Em 2007, o Plano de Aceleração do Crescimento –PAC, é lançado o Plano de


Desenvolvimento da Educação – PDE, tem como eixos a acessibilidade às
pessoas com deficiência, a implantação de salas de recursos e a formação docente
para o atendimento educacional especializado.

Segundo a Portaria n.º 1793de dezembro de 1994, dispõem sobre a necessidade


de complementar os currículos de formação de docentes e outros profissionais que
interagem com portadores de necessidades especiais e dá outras providências.
O artigo 59, inciso III, diz que os sistemas de ensino devem
assegurar aos educando com necessidades especiais
professores com especialização adequada ao nível médio ou
superior para atendimento especializado, bem como os professores
do ensino regular capacitados para integração desses educandos
nas classes comuns (Brasil 1996,p.44)

Sendo assim, ter profissionais capacitados e em contínua formação é um direito


não só do profissional mas também dos estudantes. E a falta dessa capacitação é
um dos grandes desafios que a educação inclusiva vem enfrentando no dia a dia.
E essa falta de formação tem levado ao fracasso escolar de muitos estudantes
como a evasão.

Desse podemos compreender que os professores necessitam dessas formações


para contribui com essa Educação

2.1.2 – A legislação e os estudantes com deficiências: direitos que lhe são


assegurados.

A educação precisa ser transcendente para todos; precisa garantir a aprendizagem


e o acesso às crianças com deficiências. E é através da inclusão que os direitos
são garantidos e o saber é promovido, onde os estudantes são estimulados a
serem autônomos e a pessoa deficiente passa a ter uma independência. E para
isso acontecer, esses estudantes têm direitos garantidos por leis.
Os estudantes com deficiências tem diretos garantidos na Lei Brasileira de Inclusão
da pessoa com deficiência (n.º 13.146/2015), na Constituição Federal, na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (n.º9394/96). E na Bahia, a
Defensoria Pública em 2019 traz outros direitos assegurados aos
estudantes. São os principais direitos dos estudantes com deficiências
amparados pela legislação:

1- Direito À educação

O Art. 205 da CF88 diz que a educação é um direito de todos e dever


do Estado e da família, [...] visando o pleno desenvolvimento, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho. Assim sendo, a pessoa com deficiência tem direito à
educação em todos os níveis de aprendizado e ao longo da vida. A
Constituição Federal de 1988,art.208, também determina atendimento
educacional especializado à essas pessoas, realizado
preferencialmente na rede regular de ensino.

O Art. 27 da Lei de Inclusão de Pessoas com Deficiência, diz que a


educação constitui direito da pessoa com deficiência [...].

Na Bahia, a Defensoria Pública, em 2019, traz uma cartilha


acrescentando alguns direitos adquiridos as pessoas com deficiência
relacionados ao direito à Educação.

1- Direito à matrícula

Nessa cartilha diz que na matrícula, as escolas devem recepcionar os


estudantes, independentemente de qualquer condição ou situação. E
se não houver vagas disponíveis, o município deverá arcar com as
despesas de manter o estudante em rede particular de ensino, após
instauração de procedimento adequado. Os estudantes com
deficiências tem direito a matrícula antecipada. Assim, as vagas
para esses estudantes devem acontecer antes daquelas para o
público geral, o que não impede que seja feita a matrícula também
nesse período.

2- Condições de igualdade
A Constituição Federal 1988, art. 206, inciso I, traz princípios para que
o ensino seja ministrado. Entre esses princípios, no inciso I, está a
igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola.
Para haver esse acesso é necessário dar condições para essas
pessoas com deficiência, desenvolva suas habilidades que
deemresultados semelhantes aos demais. Dessa forma, todas as
barreiras que dificultam ou prejudiquem a participação e permanência
dessas pessoas na escola, precisam ser excluídas. Precisa dar a
essas pessoas condições de acessibilidade, meios de realizações e
tratamentos que possam torná-los protagonistas de si próprio.

3- Direito a adaptação
No Art. 28, item III da LBI (Lei Brasileira de Inclusão) determina que a
escola regular deve se adaptar ao aluno. Deve ter um projeto
pedagógico para atendimento educacional especializado que atenda
às suas necessidades e características individuais desse público, para
que eles tenham acesso ao currículo escolar em condições de
igualdade. Os estudantes não podem apenas ser inseridos na escola
regular, é preciso dar condições de acesso, permanência e
aprendizagem e socialização.

Adaptar envolve o currículo. Disponibilizando recursos de tecnologia


assistiva, material adaptado para estudo, avaliações adaptadas de
acordo as necessidades, bem como horários de realização.

4- Direito a um Sistema educacional inclusivo


No Art. 28 da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência item I,
incube ao poder público, assegurar, criar, desenvolver, implementar [...] sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades de ensino, bem como o
aprendizado ao longo da vida. Esse sistema educacional inclusivo se refere a
todas as atividades administrativas, pedagógicas e estruturantes, visando o
pleno desenvolvimento dos estudantes.

Segundo Aranha (2004)


No âmbito da educação, a opção política pela
construção de um sistema educacional inclusivo vem
coroar um movimento para assegurar a todos os
cidadãos, inclusive aos com necessidades especiais, a
possiblidade de aprender a administrar a convivência
digna e respeitosa numa sociedade complexa e
diversificada. (ARANHA,2004, P.20)

A Resolução n.º 2 de 11 de setembro de 2001 no Art. 2º diz que os


sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo à escola
organizar-se para o atendimento ao estudante com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma
educação de qualidade para todos. Sendo assim, os estudantes com
deficiências devem está inserido em um sistema educacional adequado as
suas necessidades.
5 - Direito ao profissional de apoio
No Art.28 da Lei Brasileira da Pessoa com Deficiência no item VII é dever do
poder público ofertar profissional de apoio aos estudantes com deficiências. Esse
profissional será ofertado quando for apresentado relatório médico ou relatório por
profissional de saúde, segundo

O profissional de apoio, segundo o Art. 3º, item III, é aquela pessoa que exerce
atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência, atua
em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e
modalidades de ensino.

6- Direito ao ensino em Braile e Libras (Língua Brasileira de Sinais).


Na Lei Brasileira de Inclusão no Art. 28,2º parágrafo determina a presença de
tradutores e interprete da Língua Brasileira de Sinais na escola.

Na educação básica o profissional deve ter nível médio completo e certificado


de proficiência em Libras.
2.1.3- Profissionais da educação inclusiva e a legislação
O artigo 59, inciso III, diz que os sistemas de ensino devem
assegurar aos educando com necessidades especiais
professores com especialização adequada ao nível médio ou
superior para atendimento especializado, bem como os professores
do ensino regular capacitados para integração desses educandos
nas classes comuns (Brasil 1996,p.44)

Sendo assim, ter profissionais capacitados e em contínua formação é um direito


não só do profissional mas também dos estudantes. E a falta dessa capacitação é
um dos grandes desafios que a educação inclusiva vem enfrentando no dia a dia.
E essa falta de formação tem levado ao fracasso escolar de muitos estudantes
como a evasão.

3- EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM SÃO FRANCISCO DO CONDE E A


LEGISLAÇÃO

São Francisco do Conde, é município brasileiro localizado na região metropolitana


de Salvador, no Estado da Bahia. Sua população estimada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Esteticista, (IBGE) em 2021 era de 40.664 habitantes, São
Francisco do Conde pertenceu a Salvador até o ano de 1697, quando foi
emancipada. Dados aponta que a cidade tem o maior PIB per capita do País 21º,
sendo o terceiro da região Nordeste, a maioria dessa arrecadação municipal de
impostos ligado ao refino de petróleo da Refinaria Landulpho Alves -RLAM,da
Petrobrás.
No município de São Francisco do Conde existe a Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais –APAE e o Programa de atenção, Acompanhamento Pedagógico
e Psicossocial -PROAP destinados a atender estudantes da rede municipal de
ensino que possuem algum tipo de deficiência.
A APAE existe no município de São Francisco do Conde-BA, há 21 ano, segundo
Rosane Brito, diretora dessa instituição, a APAE “É um programa que auxilia os
pais e professores na difícil tarefa de educar uma criança com deficiência.
Baseado nessa entrevista, 2% da população de São Francisco do Conde –BA,
apresenta algum tipo de necessidade especial, seja intelectual ou múltipla,
conforme dados coletado através de entrevista realizada. Um dos maiores
problemas que a APAE vem enfrentando é falta de aceitação dos pais em
reconhecer que os filhos têm alguma deficiência e que precisam de
acompanhamento especializado desde os primeiros anos de vida da criança. Nesta
instituição há uma equipe multidisciplinar que atende e acompanha esse público
específico de estudantes. Bem como oferece atendimento e encaminham para as
especialidades específicasque não são oferecidos.
O município de São Francisco do Conde vem buscando soluções para atender de
forma eficaz os estudantes que apresentam algum tipo de deficiência. Assim
sendo, dia 3 de julho de 2018, o chefe do Executivo no uso de suas atribuições,
através da Lei 526/2018, dispões sobre a estruturação do Programa de atenção,
Acompanhamento Pedagógico e Psicossocial a Estudantes e Professores do
Município de São Francisco do Conde –PROAP.
O PROAP procura atender prioritariamente os estudantes da rede municipal
visando a qualidade efetiva dos processos de ensino e aprendizagem, atuando nas
escolas e no Programa com ações preventivas e interventivas com propostas de
contribuir para promoção de melhores condições de aprendizagem e seus
processos, integrando além dos estudantes toda comunidade escolar. O público
alvo para as ações interventivas são os estudantes que apresentem transtornos de
aprendizagem: transtorno espectro autista, dislexia, discalculia, disortografia e
disgrafia e déficit de atenção.
O PROAP realiza ações interdisciplinares formada por uma equipe de psicólogos,
pedagogos, psicopedagogos, neuro pedagogo, neuropediatras, entre outros
profissionais capacitados para atender as crianças e adolescentes com deficiências
visando a inclusão escolar e inclusão social.
Para atender as demandas do município foi criado um núcleo que através do
Projeto Abraçar composto por uma equipe multidisciplinar vem realizando um
trabalho de intervenção nas unidades escolares. Este também encaminha os
estudantes após anamnese para profissionais específicos com neuropediatra,
psicólogo clinico, fonoaudiólogo e psiquiatria.
Com isso percebe-se que o Município de São Francisco do Conde, na Bahia
busca fazer valer os direitos das pessoas com deficiências conforme postula a
Constituição Federal do Brasil de 1988 que traz como direitos fundamentais no
art. 3º inciso IV que é a promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, cor, sexo, idade e qualquer outra forma de discriminação (Brasil,1988).

Sabe-se que as políticas públicas voltada as pessoas com deficiências em São


Francisco do Conde –BA, vem cumprindo suas obrigações relacionadas aos
direitos dessas pessoas.

3.1- DIREITOS DOS ESTUDANTES PORTADORES DE NECESSIDADES


ESPECIAIS EM SÃO FRANCISCO DO CONDE/BA

A Constituição Federal (Brasil, 1988), art.1º, inciso III, onde versa sobre o princípio
da Igualdade, garante uma educação de qualidade para todos. Nessa mesma linha
da Constituição Federal, art.5º descreve sobre a ampla igualdade substancial,
atender os necessitados com mais intensidade conforme capitulo 1 artigo 3º da
Lei Brasileira de Inclusão –LBI (Brasil,2015) que fala sobre o Estatuto de pessoa
com deficiências. Essa Lei foi criada para garantir e promover os direitos para
todas as pessoas com alguma limitação física, intelectual, mental, visual, auditiva.
Sabe-se que mesmo com a pujança das Leis que hora existe na legislação
brasileira no sentido de amparar todas as pessoas com deficiências.
A comparar com alguns municípios da Região Metropolitana, São Francisco do
Condena, Bahia, tem um diferencial nos avanços dos direitos garantidos pela
legislação brasileira. Dando robustez a Legislação brasileira foi criada algumas Leis
municipais para amparar esse público das pessoas com deficiências: a Lei
Municipal 526/2018 que dispõem sobre a estruturação do Programa Pedagógico
Psicossocial a Estudantes- PROAP gerido pela Secretaria Municipal da Educação-
SEDUC; a Lei Municipal n.º 528/2018 que institui o “Dia municipal da consciência
do autismo” no município de São Francisco do Conde; e a Lei Municipal nº
684/2022- Institui o Centro de Reabilitação ao Autista em São Francisco do Conde
–CRASF. Sendo assim, percebe-se que as pessoas com deficiências vem sendo
amparadas pelo poder público.
Em visita realizada por esse acadêmico a secretaria de Educação do municipal de
São Francisco do Conde- SEDUC onde foi entrevistada funcionária a psicóloga
Poliana que faz parte do núcleo de educação especial inclusiva denominado como
ABRAÇAR.
Ela compõe a gerência da secretaria de atendimento as pessoas com necessidade
especial, ficou constatado que a rede pública de ensino em São Francisco do
conde, possuem 53 unidades que dentre essas apenas 4 escolas estão
adaptadas para receberem os alunos com necessidades especial, como também
é precário o quadro de professores especializados, a falta de formação aos
profissionais que não são especializados para trabalhar com os alunos com
necessidades especial entretanto estão em sala de aula .

3.2-DIREITOS DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA EDUCAÇÃOE ESPECIAL


INCLUSIVA EM SÃO FRANCISCO DO CONDE/BA.

Na Lei Orgânica Municipal nº 402/2015 no Art. 56 –A fica criada a Gratificação de


Ensino Especial –GATE, no percentual de” 10%” a ser adicionada aos profissionais
do Magistério no exercício da função, exclusivamente quando no atendimento à a
alunos com deficiência. (São Francisco do Conde/Ba). Para os profissionais do
Magistério, isso é uma conquista que valoriza seu árdua missão de educar.

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação inclusiva é complexa e o desenvolvimento inclusivo das escolas


constitui um desafio de várias dimensões, nas quais toma lugar o ordenamento
jurídico. Percebe-se que em São Francisco do Conde- BA, não há divergências
entre as normatizações oficiais e as políticas públicas criadas no município visando
aprimorar os direitos estabelecido na Legislação pátria Brasileira, quanto ao
sistema de ensino, verifica-se, ainda aceitação e o respeito á hierarquia das Leis,
como ocorre na criação das Leis orgânica nº 648/2022 e 528/2018, tanto a
Legislação quanto as políticas públicas local tem contribuído para efetivação do
cumprimento do direito as pessoas com deficiência no contexto educacional no
município de São Francisco do Conde.

No cenário da educação inclusiva, percebe-se a realidade dos fatos concernente a


efetivação dos direito as pessoas com deficiências conforme determinação legal,
garantido assim a todos os munícipes com deficiência o cesso a educação, os
ajustes e adaptações ocorre de forma proporcional, visando à aprendizagem e à
sustentabilidade do sistema de ensino para o cumprimento de suas finalidades.
Nesse particular, o ordenamento jurídico constitui base solida para fomentar o
cumprimento dos direitos dos estudantes e a eficácia da escola, com eliminação de
ambiguidade e contradições que possam postergar ou dificultar esses propósitos.
Em São Francisco do Conde –BA, a Educação especial inclusiva, não está sendo
suplantada a perspectiva da educação, essa é a realidade.

6. REFERÊNCIAS
Gil. Antônio Carlos

Mantoan, Maria Tereza Eglér-São Paulo,2015

CONSITUIÇÃO FEDERAL 05 de Outubro de 1988(Brasil,1988)

Revista Educación y Pedagogía, vol. 22, núm. 57, mayo-agosto, 2010

https://brasilescola.uol.com.br/educacao/a-inclusao-alunos-com-necessidades-
especiais-no-ensino-regular.htm acessado em 21/10/2022

https://www.sinesp.org.br/quem-somos/legis/200-educando/material-escolar/2188-
constituicao-federal-1988-artigos-205-206-208-212-214 acessado em 23/10/2022

Política Educacional do Brasil - Educação - InfoEscola acessado em 12/09/2022

Educação inclusiva e formação docente - DIVERSA acessado em 12/09/2022

https://ampid.org.br/ampid/Artigos/PD_Historia.php acessado em 20/08/2022

https://www.passeidireto.com/arquivo/53717445/educacao-inclusiva/5 acessado em
20/08/2022
https://www.passeidireto.com/arquivo/59121180/livro-educacao-inclusiva/5 v
acessado em 20/08/2022

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/educacao-fisica acessado em
20/08/2022

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/especial-inclusiva acessado
em 20/08/2022

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