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Cada vez mais o tema da exclusão social vem se tornando comum em nosso cotidiano e
estende-se aos diversos países ao redor do globo terrestre, não é mais algo exclusivo
àqueles menos desenvolvidos, as diversas mudanças nos cenários econômicos
agravaram essa situação, a partir da literatura francesa dos anos 90 em complemento
com a brasileira a noção de exclusão social será mais bem difundida.
René Lenoir foi um dos principais a levantar o debate sobre essas questões sociais,
levando a reflexão em torno do conceito de exclusão e aumentando-a, ele não via tal
fenômeno como simplesmente de ordem individualistas, mas abrangia toda a sociedade
e no funcionamento dela, destacava que não era algo que atingia apenas a parcela
marginal da sociedade, mas sim todas as camadas dela.
Tal concepção permanece fluida e gerando cada vez mais estudos e debates sobre a
exclusão. Do ponto de vista epistemológico, os estudiosos concluem que o fenômeno da
exclusão é vasto e difícil de se delimitar. Um rápido recorte “excluídos são todos
aqueles que são rejeitados de nossos mercados materiais ou simbólicos, de nossos
valores”(Xiberras,1993). Ou seja, os ditos excluídos não o são apenas na esfera
econômica, mas também na geográfica e em todas as outras riquezas espirituais, tendo
seus valores sem reconhecimento.
É fato que processos sociais excludentes fazem parte da história brasileira, desde o
descobrimento e o processo colonial aos dias atuais, parcelas da sociedade foram
marginalizadas e suprimidas, em especial os nativos indígenas, a população negra, os
pobres migrantes e etc. O conceito de exclusão ganha novas interpretações e os debates
abrem um grande leque para a compreensão do mesmo.
Contudo, é somente a partir dos anos 90 que estudos significativos passam a vigorar,
novos conceitos são alinhados e dinamizados, além de abordarem a pobreza trataram
modelos e propostas de intervenção sobre seguridade social, bem como a reivindicação
de direitos aos excluídos. Observou-se um fenômeno de comodidade por parte da
população excluída, a partir de uma inclusão precária por parte das políticas
econômicas, além do controle através da televisão, iniciando o processo de controle
ideológico por parte dos dominantes. O presente dualismo entre os excluídos e os não-
excluídos é um dos principais focos para se compreender o processo de exclusão social,
pois a partir do modelo capitalista já se cria essa dualidade, ou seja, não é um debate
apenas da esfera econômica, mas também é cultural e político, o impacto da
globalização tornou a problemática mais visível, no entanto muito ainda se debate e
busca-se novas soluções e propostas nos mais variados cenários da sociedade.
Um fenômeno de vazio social tem feito parte das parcelas menos favorecidas da
sociedade, o número crescente de operários, as mudanças de locais e o empobrecimento
de algumas pessoas, acompanhadas de poucas escolhas de vida, favoreceram esse
cenário. Esse enfraquecimento social está relacionado as fases de desqualificação social,
a saber, a fragilidade e a dependência. Muitos indivíduos ao não conseguirem melhores
condições de vida acabam por se sentirem excluídos da sociedade e criam uma
consciência de distanciamento, são dominados por sinais de inferioridade e até se
sentem humilhados em seus grupos. Tudo isso leva a desestabilização de suas relações
sociais, uma vez que se soma a desintegração familiar, nisso surge a dependência para
com os serviços sociais se encarregarem dos problemas, aceitam a ideia de serem
dependentes e buscam por auxílios sociais, enquanto buscam por um emprego.
No entanto, após todo esse processo, segue-se a fase de ruptura com os vínculos sociais,
tem-se, portanto, o grau de marginalização, onde a saída dos sistemas de proteção social
o levam à miséria e isolamento, é marcado pela falta de esperança e sentimento de
inutilidade. Podendo se somar a problemas familiares, a fase de ruptura se torna mais
grave, pois o sujeito se sente inválido para com seu núcleo.