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UNIVERSIDADE KATIAVALA BWILA

INSTITUTO SUPERIOR DA EDUCAÇÃO


REPARTIÇÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

2º Ano / Educação Especial


Regular/Pós-Laboral
Cadeira: Educação Especial/2017
O Docente:

Nome: Isata da Silva João, Me


Cargo: Prof. Auxiliar
E-mail: isatadasilvajoao@gmail.com
INTRODUÇÃO
Os fenómenos de exclusão social têm merecido grande
atenção dos investigadores, sendo que alguns (e.g. Hunter,
2000; Kowarick, 2003; Lesbaupin, 2000; Proença, 2005;
Sen, 2000) consideram a exclusão social um conceito
recente, introduzido por René Lenoir em 1974, que
abrange grande variedade de problemas socioeconómicos.
Les‑baupin (2000, p. 30‑1) acrescenta que o termo deriva
da teoria da marginalidade dos anos 1960, cujo fenómeno
compreendia a mão‑de‑obra marginalizada na América
Latina. Para o mesmo autor o conceito de exclusão está
presente em todos os países, independentemente do seu
nível de desenvolvimento, tendo em comum a questão
social.
O afastamento da sociedade contemporânea das propostas
políticas de bem‑estar proporciona situações de
vulnerabilidade social que fragilizam a sociedade. Este tipo
de vulnerabilidade provoca a exclusão social (Castells,
1998; Lopes, 2006; Proença, 2005). Kowarick (2003, p.
69) defende que o combate às situações de vulnerabilidade
é uma função essencial do Estado, sendo os programas de
intervenções intitulados de inclusão social. O estudo da
exclusão e inclusão social pressupõe o conhecimento
prévio do conceito, sendo esta a razão pela qual se
apresenta uma síntese das definições no Quadro 1.
A concepção de exclusão e inclusão social evolui conforme
a época e situação caracterizando‑se por uma definição
aberta e flexível (Lopes, 2006; Wixey et al., 2005). Há uma
convergência conceitual de exclusão social relacionada
com a abordagem holística da internacionalização da
economia neoliberal que ultrapassa o controlo do
indivíduo, além do carácter multidimensional que se
manifesta com as privações de direitos e uma distinção
conceitual de pobreza (Lopes, 2006; Barry, 1998; Hunter,
2000; Kowarick, 2003; Lesbaupin, 2000; Mazza, 2005;
Proença, 2005; Sen, 2000; Silver, 2005).
QUADRO 1

Compilação de definições de exclusão e inclusão social :


Exclusão social Fonte
É um processo através do qual certos indivíduos são COM, 2003, p. 9
empurrados para a margem da sociedade e
impedidos de nela participarem plenamente em
virtude da sua pobreza ou da falta de competências
básicas e de oportunidades de aprendizagem ao
longo da vida, ou ainda em resultado de
discriminação.

Exclusão social é uma violação das exigências da Barry, 1998, p. 1


justiça social manifestada através de conflitos de
oportunidades e associados com a incapacidade de
participar efectivamente na política. É um
fenómeno distinto da pobreza e da desigualdade
económica.
Exclusão social pode ser definida como múltiplas Hunter, 2000, p.
privações resultantes da falta de oportunidades pessoais, 2‑3
sociais, políticas ou financeiras. A noção de exclusão
social visa a participação social inadequada, a falta de
integração social e a falta de energia.
No século XIV, a palavra esteve associada à ideia de não Kowarick, 2003, p.
ser admitido, repeli‑ do ou de ser mandado embora. 74
Posteriormente, seu significado passa a designar alguém
que se encontra desprovido de direitos.
Marginalização de indivíduos ou grupos sociais em Proença, 2005, p.
relação àqueles que produzem, consomem, convivem e 21
são competentes
A exclusão social de um grupo, ou dos indivíduos Silver, 2005, p. 138
que pertencem a esse grupo é, antes de tudo, uma
negação de respeito, reconhecimento e direitos.
Exclusão social não é um conceito, é uma nova Lesbaupin, 2000, p.
questão social. Esta situação está sendo produzida pela 36
conjunção das transformações no processo produtivo,
com as políticas neoliberais e com a globalização.
É um processo dinâmico, multidimensional, por meio Mazza, 2005, p. 183
do qual se nega aos indivíduos — por motivos de raça,
etnia, género e outras características que os definem —
o acesso a oportunidades e serviços de qualidade que
lhes permitam viver produtivamente fora da pobreza.
Costuma ser relacionada a um plano de causalidade Lopes, 2006, p. 13
complexo e multidimensional, diferenciando ‑se da
concepção de pobreza.

Exclusão social significa grupos socialmente Sheppard, 2006, p. 10


excluídos. Portanto, são aqueles que estão em
situação de pobreza, desemprego e carências
múltiplas associadas e que são privados de seus
direitos como cidadãos, ou cujos laços sociais estão
danificados ou quebrados.
Inclusão social Fonte
Processo que garante que as pessoas em risco de pobreza e COM, 2003, p. 9
exclusão social acedam às oportunidades e aos recursos
necessários para participarem plenamente nas esferas
económica, social e cultural e beneficiem de um nível de
vida e bem‑estar considerado normal na sociedade em que
vivem.
São as políticas sociais contemporâneas que priorizam, Lopes, 2006, p. 22
equivocadamente, atingir os excluídos que estão no limite
das privações através de programas focalizados que
sustentam rótulos de “inclusão social”.
Processo que visa promover a inclusão dos segmentos Kowarick, 2003, p. 75
em vulnerabilidade social, destacando a cidade, a
escola, o emprego e a protecção social.
Refere‑se à solidariedade social que é um processo Barry, 1998, p. 17
diferente da exclusão social, pois reflecte
companheirismo.
A inclusão social de grupos não é meramente Silver, 2005, p. 138
simbólica, já que também contém implicações
económicas.
É uma questão de abertura e de gestão: abertura, Laclau, 2006, p. 28
entendida como sensibilidade para identificar e recolher
as manifestações de insatisfação e dissensos sociais, para
reconhecer a “diversidade” social e cultural; gestão,
entendida como crença no carácter quantificável,
operacionalizável, de tais demandas e questionamentos,
administráveis por meio de técnicas gerenciais e da
alocação de recursos em projetos e programas (as
políticas públicas).
Processo pelo qual a exclusão social é amenizada. Wixey et al., 2005, p.
Caracteriza‑se pela busca da redução da desigualdade 16
através de objetivos estabelecidos que contribuam
para o aumento da renda e do emprego.
A inclusão social está relacionada com a procura de Sheppard, 2006, p. 22
estabilidade social através da cidadania social, ou seja,
todos os cidadãos têm os mesmos direitos na
sociedade. A cidadania social preocupa ‑se com a
implementação do bem‑estar das pessoas como
cidadãos.
Observa‑se, na síntese apresentada no quadro, que há uma
convergência entre as definições apresentadas pelos diferentes
autores. Cumpre ressaltar que a pesquisa bibliográfica revelou
ainda que existe maior profusão de trabalhos sobre a exclusão
social relativamente à inclusão social, facto que sugere que a
exclusão social é um forte factor de preocupação da sociedade
contemporânea e que, infelizmente, as políticas de inclusão não
têm sido suficientes para fazer face aos imperativos sociais.
No âmbito da inclusão social destaca‑se a abordagem da
solidariedade social com o envolvimento de todos os
segmentos da sociedade. Entretanto, todas as acções de
inclusão social requerem uma gestão económica, mais
concretamente, uma política social. Nesse contexto, alguns
autores (Glennerster, 2000; Laclau, 2006; Lopes, 2006;
Kowarick, 2003; Silver, 2005) responsabilizam o Estado pela
implementação de programas de inclusão social.
FACTORES DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO
SOCIAL
 A identificação dos factores de exclusão e inclusão social está
associada a vulnerabilidade social, o que significa um
processo multidimensional de indicadores que exibem
assimetria no que respeita à variabilidade espácio‑temporal.
Percebe‑se, no entanto, que alguns dos factores clássicos de
exclusão (e.g. fome, pobreza e desemprego) e inclusão (e.g.
emprego e justiça social), apesar de antigos, permanecem
ainda em evidência na sociedade contemporânea.
Por conseguinte, os factores associados a inclusão social
prezam pela equidade social. Verifica‑se, ainda, uma
padronização de influências externas associadas
essencialmente a economia e cultura, conforme ilustrado
na Figura 1.
FIGURA 1:
SÍNTESE DOS FACTORES DE EXCLUSÃO E
INCLUSÃO SOCIAL
O fenómeno de exclusão social é um processo que abrange a
todos com condições e níveis diferenciados. Tal processo
sugere que a sociedade é suscetível à exclusão social. Além
dos recursos financeiros e materiais, a exclusão social
engloba aqueles que são limitados por uma causa ou uma
diversidade de obstáculos, tais como: a discriminação, a falta
de oportunidades de emprego local, baixas qualificações,
doença crónica, medo do crime e isolamento geográfico
(Barry, 1998; Rodrigues et al., 1999; Wixey et al., 2005).
Tsugumi (2006, p. 21) considera o processo de exclusão
social perverso, pois condiciona os excluídos a criarem
situações que garantam a sua própria sobrevivência através
do mercado de trabalho informal ou da ilegalidade.
As diversas representações de exclusões sociais
conectam‑se umas com as outras gerando um efeito
acumulativo, e.g., o desemprego vincula‑se a perda da
liberdade e a pobreza (Wixey et al., 2005, p. 16). Assim, o
processo de inclusão parte do mesmo entendimento que
quando aplicado liga‑se a outras variantes, ampliando o seu
raio de ação (Sen, 2000, p. 41). Uma das preocupações
constantes do Serviço Social (SS) é promover e estimular a
inclusão social, como afirma Sheppard (2006, p. 6).
As diversas representações de exclusões sociais
conectam‑se umas com as outras gerando um efeito
acumulativo, e.g., o desemprego vincula‑se a perda da
liberdade e a pobreza (Wixey et al., 2005, p. 16). Assim, o
processo de inclusão parte do mesmo entendimento que
quando aplicado liga‑se a outras variantes, ampliando o seu
raio de ação (Sen, 2000, p. 41). Uma das preocupações
constantes do Serviço Social (SS) é promover e estimular a
inclusão social, como afirma Sheppard (2006, p. 6).
3. PRINCIPAIS MEDIDAS DE
MINIMIZAÇÃO DA EXCLUSÃO SOCIAL
Relativamente aos conceitos apresentados anteriormente
sobre a exclusão social, salienta‑se o seu carácter
multidimensional. Assim sendo, a minimização dos seus
efeitos parte do amplo conhecimento de todos os factores
envolvidos, bem como do reconhecimento da sua natureza
conforme refere Sen (2000, p. 30). Na verdade, é essencial
uma análise holística de todos os problemas sociais para se
definir eventuais medidas de combate à exclusão social.
É importante prestar atenção às diferentes formas de
exclusão social para, posteriormente, seguir com a
aplicação de políticas públicas com maior nível de sucesso.
É particularmente importante adoptar‑se uma abordagem
adequada no âmbito da identificação do problema que
viabilize uma investigação completa e detalhada. A
exclusão social é, geralmente, combatida por programas
assistencialistas que têm como foco manter os mais
vulneráveis com determinado nível de satisfação, evitando,
assim, a rebeldia e os riscos políticos.
Assim, a amplitude multidimensional da exclusão social
impulsiona uma nova dinâmica de problemas sociais
incrementando a complexidade e tornando imperativa uma
abordagem holística, visto que, como salientam Bulla et al.
(2004, p. 13), “novos problemas exigem soluções novas”. A
transformação social requer uma dinâmica mais criativa de
intervenção social na medida em que não existe um padrão de
resposta, ou seja, nem sempre uma intervenção aplicada a uma
questão social de determinado lugar servirá para outro.
Após a identificação dos factores de exclusão social,
considera‑se que devem ser desenvolvidas medidas de
minimização da exclusão social através da abordagem holística
(i.e. abordagem integrada que considera todas as dimensões do
problema de modo a contribuir para sustentabilidade social)
dos factores imposta pela interdependência que os caracteriza,
em detrimento da resolução pontual de cada problema.
Seguidamente apresenta-se algumas medidas de minimização
dos factores que contribuem para o incremento das
vulnerabilidades sociais, tais como: desemprego, pobreza,
educação, saúde e população idosa.
1. POBREZA
A pobreza, a ausência de recursos ou de rendimentos é um dos
factores determinantes da exclusão social que afecta os mais
fragilizados pelas suas condições financeiras (Almeida, 1993,
p. 832; Rodrigues, 2000, p. 176), sendo a característica
económica fundamental para definir a pobreza (Lopes, 2006, p.
13). Proença (2005, p. 12) acrescenta que a pobreza está
relacionada com os juízos de valores sobre os padrões de vida
e as normas sociais numa perspectiva espácio‑temporal.
Apesar de a variável financeira ser um instrumento
significativo para a pobreza, não é a única que a caracteriza.
Assim, a pobreza deve ser abordada como uma privação das
capacidades social, económica, cultural e política (Alves,
2009, p.
125; Rodrigues et al., 1999, p. 66; Sen, 2001, p. 87). No
entanto, a pobreza pode ser conceituada de diversas
maneiras e com divisões em duas categorias: a pobreza
relativa e a absoluta. Em 1995, na Cimeira.
Mundial sobre Desenvolvimento Social, em Copenhaga,
designou‑se que a pobreza absoluta ou extrema é uma grave
privação das necessidades humanas básicas, incluindo a
alimentação, segurança, água potável, saneamento básico, saúde,
moradia, educação e informação (Rodrigues et al., 1999, p. 67). A
pobreza relativa é quando os rendimentos e os recursos de uma
pessoa ou comunidade são inadequados para ter um padrão de
vida considerado aceitável na sociedade em que vivem (Eurostat,
2010, p. 6; Rodrigues et al., 1999, p. 67). Esta condição pode
desencadear várias situações desfavoráveis, tais como:
desemprego, baixa renda, condições precárias de habitação,
cuidados de saúde inadequados e barreiras na aprendizagem,
cultura, desporto e lazer, conduzindo à exclusão e à
marginalização dos envolvidos, privando‑os de participar em
actividades económicas, sociais e culturais (Alves, 2009, p. 127;
COM, 2003, p. 9; Eurostat, 2010, p. 6; Silva, 2008, p. 5).
A erradicação da pobreza requer um planeamento da actual
inserção social através de programas que permitam debelar
as fragilidades sociais e, dessa forma, desenvolver a
sociedade. No entanto, a dimensão desses programas de
inserção exige uma resolução a longo prazo através de
reformas profundas (Tsugumi, 2006, p. 34). Em situação de
fragilidade social, que agrupam a situação de pobreza e
exclusão social, encontram‑se as crianças pobres, idosos
isolados, desempregados, os sem‑abrigo, pessoas com
deficiência física e/ou mental, migrantes, ex‑reclusos,
toxicodependentes e alcoólicos. Fernández Enguita et al.
(2004, p. 129) defendem que os grupos de riscos (i.e. jovens,
idosos, imigrantes, sem‑abrigo, deficientes, ex‑reclusos,
toxicodependentes, alcoólicos, prostitutas) são efeitos das
transformações sociais e requerem acompanhamento dos
serviços sociais. Relativamente aos ex‑reclusos, Gomes et
al. (2004, p. 27) recomendam um programa de educação e
formação profissional, ainda no período de reclusão,
considerando ser um contributo para a reinserção social.
Os planos de combate à pobreza são abrangentes e
contribuem para a redução da exclusão social; assim, o
carácter multidimensional da privação das necessidades
básicas relaciona‑se com os outros factores da exclusão
social. Desta forma, um desempregado que se encontre
numa situação de privação financeira não tem condições e
oportunidades de escolhas, sendo afectado ao nível
psicossocial (baixa auto-estima, perda de liberdade) e de
precariedade nos serviços de alimentação, saúde, educação,
habitação, cultura e lazer (Sen, 2000, p. 45; Hunter, 2000,
p. 3).
É inviável combater a pobreza e a exclusão social sem fazer
uma análise das desigualdades económicas e sociais. De
assinalar que, nos programas políticos observa‑se uma
tendência em tentar resolver esse problema, tornando‑o uma
das prioridades em campanhas políticas. Este tema
transformou‑se numa questão social por excelência, tendo sido
amplamente discutido nas campanhas presidenciais. Esta
preocupação é mundial, tendo em consideração os níveis de
pobreza de cada país. O parlamento Europeu designou 2010
como o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social
(www.2010combatepobreza.pt), com acções que promoveram o
reconhecimento dos direitos a todos e a coesão social (Eurostat,
2010, p. 5).
2. DESEMPREGO
As medidas de transferências sociais monetárias reduzem o
risco de pobreza, mas não o debela (domina, vence…). A
resolução das questões sociais combina as transferências
monetárias com programas que abranjam a saúde, a
educação e a habitação. Além disso, é preciso favorecer
condições de estabilidade e qualidade no mercado de
trabalho para homens e mulheres capazes de trabalhar,
visto que o desemprego e
o trabalho precário integram os problemas contemporâneos
que conduzem à exclusão social (Alves, 2009; Rodrigues,
1999; Rodrigues etal., 1999). No âmbito de combate ao
desemprego é primordial assegurar as condições para a
plenitude do trabalho através de políticas fiscais e
legislação laboral que estimulem os empregadores a
promoverem investimentos que criem emprego.
INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO COM
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Vivenciamos um momento em que mundialmente se fala
na inclusão escolar de alunos com necessidades educativas
especiais, na rede regular de ensino. Sabemos que a
legislação é explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher
e matricular todos os alunos, independentemente de suas
necessidades ou diferenças.
Por outro lado, é importante ressaltar que não é suficiente
apenas esse acolhimento, mas que o aluno com
necessidades educativas especiais tenha condições
efectivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas
potencialidades. Desta forma, é necessário e urgente, que
os sistemas de ensino se organizem para que além de
assegurar essas matrículas, assegurem também a
permanência de todos os alunos, sem perder de vista a
intencionalidade pedagógica e a qualidade do ensino.
Considerando que os fundamentos teórico-metodológicos da
Educação Inclusiva, baseiam-se numa concepção de educação
de qualidade para todos e no respeito à diversidade dos
educandos, é imprescindível uma participação mais qualificada
dos educadores para o avanço desta importante reforma
educacional, para o atendimento das necessidades educativas de
todos os alunos, com ou sem deficiências. Infelizmente, o
despreparo dos professores figura entre os obstáculos mais
citados para a educação inclusiva. É um grande desafio, fazer
com que a Inclusão ocorra, sem perdermos de vista que além
das oportunidades, é preciso garantir o avanço na aprendizagem,
bem como, no desenvolvimento integral do indivíduo com
necessidades educativas especiais.
Sendo assim esta abordagem está dividida em três momentos:
primeiro “buscamos contextualizar a discussão da inclusão
realizando um percurso histórico mostrando os diferentes tipos
de inclusão”; Segundo “realizado esse percurso
direccionamos a discussão para o uso do termo necessidades
educativas especiais termo este usado nos dias atuais, mas que
requer um entendimento do uso”; Terceiro “focamos a função
da escola e o papel do professor no processo de inclusão,
ambos são fundamentais para o sucesso dos alunos, que
apresentam necessidades especiais, que pelo espaço escolar
passam”.
Sabendo que é de extrema importância a relação entre
professor/aluno para o sucesso na aprendizagem, a
preocupação se deu em contribuir com algumas sugestões
sobre “possíveis acções na prática do dia-a-dia”, aos
professores do ensino regular que atuam nas escolas que no
decorrer do ano lectivo se deparam com alunos com
necessidades educativas especiais.
DIFERENTES FASES DO PROCESSO DE
INCLUSÃO
A historicidade da inclusão evidencia que esta atravessou
diferentes fases em diversas épocas e culturas. Segundo
Correia (1999), a Idade Antiga, na Grécia é considerada um
período de grande exclusão social, pois crianças nascidas com
alguma deficiência eram abandonadas ou mesmo eliminadas,
sem chance ou direito ao convívio social. Na Idade Média,
pessoas com deficiência eram também marginalizadas, até por
questões sobrenaturais, rotuladas como inválidas, perseguidas
e mortas. Assim, muitas vezes as famílias preferiam escondê-
las e assim, privá-las da vida comunitária e social.
A ideia de promover aos filhos, qualquer tipo de intervenção
em ambientes diferenciados não era uma prática comum.
Conforme Jannuzzi (2004), no Brasil por volta do século
XVIII, o atendimento aos deficientes restringia-se aos
sistemas de abrigos e à distribuição de alimentos, nas Santas
Casas, salvo algumas excepções de crianças que até
participavam de algumas instruções com outras crianças ditas
normais.
No século XX, a questão educacional foi se configurando,
mais pela concepção médico-pedagógica, sendo mais
centrada nas causas biológicas da deficiência. Com o
avanço da psicologia, novas teorias de aprendizagem
começam a influenciar a educação e configuram a
concepção na linha psicopedagógica, que ressalta a
importância da escola e enfatiza os métodos e as técnicas
de ensino.
De acordo com os estudos de Mazzotta (2005), é possível
destacar três atitudes sociais que marcaram o
desenvolvimento da Educação Especial no tratamento dado às
pessoas com necessidades especiais especialmente no que diz
respeito às pessoas com deficiência: marginalização,
assistencialismo e educação/reabilitação.
 Marginalização – atitudes de total descrença na
capacidade de pessoas com deficiência, o que gera uma
completa omissão da sociedade na organização de
serviços para esse grupo da população.
 Assistencialismo – atitudes marcadas por um sentido
filantrópico, paternalista e humanitário, que buscavam
apenas dar protecção às pessoas
com deficiência, permanecendo a descrença no potencial
destes indivíduos.
 Educação/reabilitação – atitudes de crença nas
possibilidades de mudança e desenvolvimento das
pessoas com deficiência e em decorrência disso, a
preocupação com a organização de serviços
educacionais.

Sassaki (2006) ao explicar sobre o processo de


inclusão/integração educacional situa quatro fases que
ocorreram ao longo do desenvolvimento da história da
inclusão:
 Fase de Exclusão: período em que não havia nenhuma
preocupação ou atenção especial com as pessoas
deficientes ou com necessidades especiais. Eram
rejeitadas e ignoradas pela sociedade.
 Fase da Segregação Institucional: neste período, as
pessoas com necessidades especiais eram afastadas de
suas famílias e recebiam atendimentos em instituições
religiosas ou filantrópicas. Foi nessa fase que surgiram
as primeiras escolas especiais e centros de reabilitação.
 Fase da Integração: algumas pessoas com necessidades
especiais eram encaminhadas às escolas regulares,
classes especiais e salas de recursos, após passarem por
testes de inteligência. Os alunos eram preparados para
adaptar-se à sociedade.
 Fase de Inclusão: todas as pessoas com necessidades
especiais devem ser inseridas em classes comuns, sendo
que os ambientes físicos e os procedimentos educativos é
que devem ser adaptados aos alunos, conforme suas
necessidades e especificidades.
MARCOS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
ESPECIAL EM ANGOLA
Durante a época colonial, o sistema educativo não
contemplava o atendimento escolar de pessoas com
particularidades que exigiam uma assistência educativa
especializada. Mas, em 1972, ainda no interior do período
colonial, surgiram medidas destinadas ao ensino de pessoas
com deficiências visuais. Em 1979, após a independência,
foi introduzida a educação especial como modalidade de
ensino pela Circular nº 56, de 19 de outubro,
permitindo a criação de condições mínimas para o
funcionamento das escolas de educação especial, com a
finalidade de educar a população com necessidades
educativas especiais. Na década seguinte, foi criado o
Departamento Nacional para a Educação Especial, pelo
Decreto nº 40, de 14 de Maio de 1980, inserido no Estatuto
Orgânico do Ministério de Educação, começando,
oficialmente, o atendimento das pessoas com necessidades
educativas especiais.
Esse atendimento estava direccionado para crianças com
deficiência visual e auditiva. Posteriormente, abriram-se as
primeiras salas especiais, as escolas de ensino especial para
o atendimento de deficiência mental. O diagnóstico da
Educação Especial em Angola destaca que, em 1986, havia
86 crianças com deficiência sensorial (visual e auditiva)
atendidas no sistema educacional. Em 1991, este número
atingiu 1.223 alunos.
Na década de 1990, o governo angolano aderiu aos princípios
Declaração de Salamanca (1994), segundo a qual, cada criança
tem direito à educação e, deste modo, deve ter a oportunidade de
atingir e manter um nível aceitável de aprendizagem e possui
capacidades, necessidades e interesses próprios de aprendizagem;
os sistemas de educação devem ser planejados e os programas
educativos implementados com base na diversidade; as crianças e
jovens com necessidades educativas especiais devem frequentar
escolas regulares, como forma de combate à discriminação. Nesse
compasso, o documento em questão apela para que os governos
desenvolvam sistemas educativos que incluam todas as crianças e
adote como política o princípio da educação inclusiva “[...]
admitindo todas as crianças nas escolas regulares, a não ser que
haja razões que obriguem a proceder de outro modo” (UNESCO,
1998).
Seguindo a linha da Declaração de Salamanca, o governo
angolano criou, pelo Decreto Lei n°7, de 2003, o Instituto
Nacional para Educação Especial (INEE), que veio reforçar
as acções de difusão das políticas educacionais inclusivas e
do atendimento de educação especializado das crianças com
necessidades educativas especiais nas Escolas do ensino
regular em salas especiais e salas integradas. Não obstante
alguns avanços, segundo Lustosa; Luciano (2011), ressaltam
que, no contexto do pós-guerra civil, a Educação Especial em
Angola funcionava em condições precárias, no tocante à
qualificação do corpo docente e à disponibilidade de
materiais e recursos destinados ao atendimento aos alunos
com deficiência.
A Educação Especial em Angola estava organizada sob critério
segregativo, pois os alunos com deficiência frequentavam as
escolas especiais e centros de atendimento especializado. E,
em algumas províncias, onde não existiam escola especiais, a
escolarização daqueles alunos era realizada em escolas
comuns.
Tendo em vista a minimização dos problemas enfrentados pela
Educação Especial, sob a égide das determinações dos
organismos multilaterais, o Ministério da Educação de Angola,
mediante o INEE, implantou, em 2007, o Plano de
Desenvolvimento da Modalidade (Educação Especial), com
duração prevista até 2013. De acordo com Lustosa; Luciano
(2011), o Plano envolveu acções que visam satisfazer as
carências identificadas no atendimento aos alunos com
deficiência e necessidades educativas especiais. Entre essas
acções, destacam-se: sensibilização da população; formação e
capacitação de pessoal; investimento em infra-estrutura básica;
e a realização de estudos.
O envolvimento do Ministério da Educação, através do INEE,
permitiu a evolução do atendimento nesta modalidade de
ensino. Verificou-se o aumento de escolas especiais (de quatro
estabelecimentos, em 2012, para 14 escolas, em 2011) e de
salas integradas (de sete, em 2002, para 687 salas, em 2012).
Luciano (2014) ressalta que, com base nos dados disponíveis
no Caderno de Dados Estatísticos do INEE, de 2008, houve o
aumento no acesso ao ensino especial e melhorias, no que diz
respeito à formação contínua dos profissionais, os quais
dispõem de acompanhamento, por meio de auxílio técnico e
apoio emocional.
Todavia, conforme Lustosa; Luciano (2011), o mapeamento da
equipe técnica do INEE/MED, realizado em 2010, revelou a
persistência de alguns problemas na área da Educação Especial:
carência de recursos financeiros; inexistência de um Centro
Nacional de Diagnóstico e Acompanhamento do Desenvolvimento e
Aprendizagem; poucos técnicos especializados; falta de tradutores
de língua de sinais; insuficiência de materiais didácticos específicos.
Nesse contexto, foram elaborados projectos de orientação para o
desenvolvimento da Educação Especial, entre os quais: a
elaboração do Plano Curricular de Formação de Professores em
Educação Especial e do Projecto da uniformização da língua
gestual angolana; proposta de criação de salas de atendimento
psicopedagógico; criação de centros de acompanhamento da
aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais e a
adaptação do currículo escolar, buscando adequá-lo aos alunos
com as supracitadas necessidades.
Em Angola a apropriação do discurso favorável à inclusão foi
fortemente influenciada por movimentos e declarações
internacionais, desde o final da década de 40, com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, tomando maior impulso a
partir dos anos 90 em favor da implantação das reformas
neoliberais.
A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas
produziu vários documentos internacionais, norteadores para o
desenvolvimento de políticas
públicas de seus países membros
Angola sendo, membro da ONU e signatário desses
documentos, reconhece seus conteúdos e os respeita na
elaboração das políticas públicas nacionais. Dentre os
documentos produzidos destacamos: Declaração Universal
dos Direitos Humanos; Declaração Mundial Sobre
Educação para Todos e “Plano Estratégico de Educação
Especial em Angola”; Estatuto da Modalidade da
Educação Especial em Angola (Decreto Presidencial
nº18/11, nº2017/14); Declaração de Salamanca;
Convenção da Guatemala e a Declaração de Montreal.
NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Para a construção de uma verdadeira sociedade inclusiva é


importante, também, que se tenha preocupação e cuidado
com a linguagem que se utiliza. Afinal, através da
linguagem é possível expressar, voluntariamente ou
involuntariamente, aceitação, respeito ou preconceito e
discriminação em relação às pessoas ou grupos de pessoas,
conforme suas características.
Segundo Sassaki, (2005) se, desejamos falar ou escrever
construtivamente, numa perspectiva inclusiva, sobre
qualquer assunto de cunho humano, é imprescindível
conhecer e usar correctamente os termos técnicos, pois a
terminologia correta é especialmente importante quando
abordamos assuntos tradicionalmente
carregados de preconceitos, estigmas e estereótipos
Sabemos que os termos podem ser considerados correctos
ou incorrectos, em função de diferentes valores e
conceitos vigentes em cada sociedade e em cada época.
Assim, com o decorrer do tempo, mudam-se os valores,
mudam-se os conceitos e, mudam-se também, os termos.
Estas outras palavras podem já existir na língua falada e
escrita, mas, neste caso, passam a ter novos significados.
Ou então são construídas especificamente para designar
conceitos novos. A preocupação com a terminologia está
no fato de que o uso incorrecto de um determinado termo
ou palavra pode reforçar e perpetuar ideias e informações
equivocadas, e conceitos ultrapassados.
Este facto pode, muitas vezes, ser a causa da dificuldade ou
da demora com que as pessoas em geral e até mesmo os
profissionais mudam seus conceitos, comportamentos,
raciocínios e conhecimentos em relação às pessoas ou
grupos de pessoas consideradas ‘diferentes’. Sassaki
(2005) ressalta ainda que isto pode, também, causar
resistências contra mudanças de paradigmas como o que
aconteceu, por exemplo, com os termos ‘integração’ e
‘inclusão’ em todos os sistemas sociais comuns
Em Angola como em outros países , têm ocorrido tentativas
de se estabelecer terminologias corretas, ao se tratar
principalmente de assunto relativos à deficiência, no intuito
de desencorajar práticas discriminatórias.
A expressão ‘necessidades educativas especiais’ tornou-se
bastante conhecida, no meio académico, no sistema
escolar, nos discursos oficiais e mesmo no senso comum.
Surgiu da intenção de atenuar ou neutralizar os efeitos
negativos de terminologias adoptadas anteriormente para
distinguir os indivíduos em suas singularidades, por
apresentarem limitações físicas, motoras, sensoriais,
cognitivas, linguísticas, síndromes variadas, altas
habilidades, condutas desviantes, etc.
tais como: deficientes, excepcionais, subnormais,
infradotados, incapacitados, superdotados, entre outras.
Segundo o Diário da República de Angola I Série- nº170,
lei nº17/16 do sistema educativo artg.83º a terminologia
‘necessidades educacionais especiais’ deve ser utilizada
para referir-se às crianças e jovens, cujas necessidades
decorrem de sua elevada capacidade ou de suas
dificuldades para aprender. Assim, a terminologia
Necessidades Educativas Especiais
especiais pode ser atribuída a diferentes grupos de
educandos, desde aqueles que apresentam deficiências
permanentes até aqueles que, por razões diversas,
fracassam em seu processo de aprendizagem escolar. Está
associada, portanto às dificuldades de aprendizagem, não
necessariamente vinculadas às deficiências. Na verdade,
com o uso dessa expressão, buscou-se deslocar o foco do
‘especial’ do aluno
direccionando-o para as respostas educacionais que eles
requerem, ou seja, evita-se enfatizar os atributos ou condições
pessoais que influenciam directamente na aprendizagem e
escolarização, ressaltando-se a importância do papel da escola
no atendimento a cada aluno nas suas necessidades
específicas. Assim, respeitar a diversidade e manter a ação
pedagógica torna-se um desafio no desenvolvimento do
trabalho com alunos que apresentam necessidades especiais.
No que se refere ao atendimento especializado a ser
oferecido na escola para quem dele necessitar, a actual
Política Nacional de Educação Especial aponta para uma
definição de prioridades e define como aluno com
necessidades educativas especiais aquele que apresenta
necessidades específicas de aprendizagens curriculares,
diferenciadas dos demais alunos e que requeiram
recursos pedagógicos e metodologias específicas, sendo
assim classificados: alunos com
deficiência; alunos com condutas típicas e alunos com
super-dotação/altas habilidades.
Em Angola na lei de Base nº 16/17 do sistema educativo fixa
as normas para a Educação Especial, modalidade da
Educação para alunos com necessidades educativas especiais
, assegura a oferta de atendimento educacional especializado
aos alunos que apresentam necessidades educativas especiais
decorrentes de:
I. deficiências mental, física/neuro-motora, visual e
auditiva;
II. transtornos globais do desenvolvimento; e
III. Super-dotação/altas habilidades.
Embora as classificações e as terminologias sejam criadas
para facilitar o trabalho educacional e de certa forma,
dinamizar os procedimentos sabemos que podem também,
gerar consequências negativas quando são utilizadas para
rotular, discriminar ou até mesmo disseminar ideias
preconceituosas e pejorativas em relação aos indivíduos que
delas façam parte. Sabemos que as palavras não são neutras
ou imparciais. É importante reafirmar que as ‘necessidades
especiais’, não se referem às limitações apresentadas pelas
pessoas, mas sim às exigências de ampla acessibilidade que
realmente possa oportunizar condições de independência e
autonomia desses indivíduos.
Portanto, para que as mudanças ocorram
significativamente, independentes da terminologia
empregue, se faz necessário provocar reacções diferentes
no pensamento e no sentimento das pessoas, ou seja, trata-
se de uma verdadeira tomada de consciência desta
‘aparentemente nova’ realidade.
A inclusão começou como um movimento de
pessoas com deficiência e seus familiares na
luta pelos seus direitos de igualdade na
sociedade. E como a maioria desses direitos
começa a ser conquistado a partir da educação
(da escola, lugar onde se ensina cidadania), a
inclusão chegou até a escola (espelho da
sociedade). Hoje a inclusão é de todos sem
discriminação, sem rótulos.
LEIS QUE GARANTEM A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
EM ANGOLA

Hoje, nós podemos afirmar que angola tem um


instrumento legal muito avançado, no que se
refere à garantia dos direitos das pessoas com
necessidades educativas especiais.
Na área da educação podemos destacar:

A lei de Base Nº 17/16 de 07 de Outubro de


2016.
 Desenvolver as potencialidades físicas e intelectuais
reduzindo as limitações provocadas pelas
deficiências;
 Apoiar a inserção familiar, escolar e social de
crianças e jovens deficiente ajudando na aquisição
de estabilidade emocional;
 c) desenvolver as possibilidades de comunicação;
 Desenvolver a autonomia de comportamento a todos
os níveis em que esta se possa processar;
 Proporcionar uma adequada formação pré-
profissional e profissional visando a integração na
vida activa;
 Criar condições para o atendimento dos alunos
superdotados.
ARTIGO 4º
(OBJECTIVOS GERAIS DA EDUCAÇÃO )
OBJECTIVOS GERAIS DA EDUCAÇÃO:

 Desenvolver harmoniosamente as capacidades físicas,


intelectuais, morais, cívicas, estéticas e laborais da jovem
geração, de maneira contínua e sistemática e elevar o seu
nível científico, técnico e tecnológico, a fim de contribuir
para o desenvolvimento sócio-económico do País;
 Formar um indivíduo capaz de compreender os
problemas nacionais, regionais e internacionais de
forma crítica e construtiva para a sua participação
activa na vida social, à luz dos princípios
democráticos;
 promover o desenvolvimento da consciência pessoal e
social dos indivíduos em geral e da jovem geração em
particular, o respeito pelos valores e símbolos nacionais,
pela dignidade humana, pela tolerância e cultura de paz, a
unidade nacional, a preservação do ambiente e a
consequente melhoria da qualidade de vida;
 Fomentar o respeito devido aos outros indivíduos e
aos superiores interesses da nação angolana na
promoção do direito e respeito à vida, à liberdade e à
integridade pessoal;
 Desenvolver o espirito de solidariedade entre os
povos em atitude de respeito pela diferença de
outrem, permitindo uma saudável integração no
mundo.
DECRETO PRESIDENCIAL N.º 20/11
DE 18 DE JANEIRO

ESTATUTO DA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO


ESPECIAL (OBJECTIVOS ESPECÍFICOS)
a) Assegurar aos indivíduos com Necessidades educativas
especiais o alcance dos objectivos educativos dos
diferentes subsistemas de ensino;
b) Desenvolver as potencialidades físicas, intelectuais
reduzindo as limitações provocadas pelas deficiências
ou transtorno;
c) Apoiar a inserção familiar, escolar e social dos
indivíduos com necessidades educativas especiais
ajudando na aquisição de estabilidade emocional e
social bem como a auto-estima e autoconfiança;
d) Desenvolver as capacidades de comunicação oral, escrita
ou gestual,
e) Desenvolver capacidades, hábitos e habilidades para a
vida activa associada ao espirito de iniciativas,
criatividades e autonomia;
f) Proporcionar uma adequada preparação e orientação
vocacional profissional, visando a integração na vida
social;
g) Criar condições para o desenvolvimento das habilidades,
capacidades e potencialidades dos indivíduos sobredotados
ARTIGO 83.º DA LEI CONSTITUCIONAL
(CIDADÃOS COM DEFICIÊNCIA)

 Os cidadãos com deficiência gozam plenamente dos


direitos e estão sujeitos aos deveres consagrados na
Constituição, sem prejuízo da restrição do exercício ou do
cumprimento daqueles para os quais se encontrem
incapacitados ou limitados.
 O Estado adopta uma política nacional de
prevenção, tratamento, reabilitação e integração dos
cidadãos com deficiência, de apoio às suas famílias
e de remoção de obstáculos à sua mobilidade.
 O Estado adopta políticas visando a sensibilização da
sociedade em relação aos deveres de inclusão, respeito e
solidariedade para com os cidadãos com deficiência.
 O Estado fomenta e apoia o ensino especial e a formação
técnico-profissional para os cidadãos com deficiência.
Todas essas leis e decretos determinam que a educação das
pessoas com necessidades educativas especiais deve ser
oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino e
só extraordinariamente em escolas especiais, para aqueles
alunos que requeiram apoios intensos e permanentes, que
a escola comum não consegue prover.
INCLUSÃO
Antes de tudo, é melhor que se defina o que significa
Inclusão Escolar. Uma escola pode ser considerada
inclusiva, quando não faz distinção entre seres
humanos, não seleciona ou diferencia com base em
julgamentos de valores como “perfeitos e não
perfeitos”, “normais e anormais”.
É aquela que proporciona uma educação voltada para
todos, de forma que qualquer aluno que dela faça
parte, independente deste ser ou não portador de
necessidades especiais, tenha condição de conhecer,
aprender, viver e ser, num ambiente livre de
preconceitos que estimule suas potencialidades e a
formação de uma consciência crítica.
Inclusão não pode significar adequação ou normalização,
tendo em vista um encaixar de alunos numa maioria
considerada “privilegiada”, mas uma conduta que
possibilitasse o “fazer parte”, um conviver que respeitasse
as diferenças e não tentasse anulá-las.
A escola inclusiva deve ser aberta, eficiente, democrática,
solidária e, com certeza, sua prática traz vários benefícios.
A escola inclusiva é aquela, como dito anteriormente, que
se organiza para atender alunos não apenas ditos
“normais”, mas também os portadores de deficiências,
a começar por seu próprio espaço físico e
acomodações. Salas de aula, bibliotecas, pátio,
banheiros, corredores e outros ambientes são
elaborados e adaptados em função de todos os alunos e
não apenas daqueles ditos normais.
Possui, por exemplo, cadeiras com braços de madeira
tanto para destros quanto para canhotos, livros em
braile ou gravados em fita cassete, corrimãos com
apoio de madeira  ou metal, rampas nos diferentes
acessos de entrada e saída e assim por diante.
Mas, o principal pré-requisito não reside nos recursos
materiais, já difíceis de serem obtidos por todos os
estabelecimentos de ensino. O principal suporte está
centrado na filosofia da escola, na existência de uma
equipe multidisciplinar eficiente e no preparo e na
metodologia do corpo docente.
A Inclusão Escolar só pode ser viável enquanto fruto e não
como terra ou arado. Ela só poderá acontecer realmente
quando aquele que tem a função de plantar, ou seja, o
professor e toda a equipe que faz parte do funcionamento
da escola, desde a direção até o servente ou ajudante
pedagogica, mudarem sua atitude em relação  ao lidar com
a diferença, aceitando-a, estabelecendo novas formas de
relação, de afetividade, de escuta e de compreensão,
suspendendo juízos de valores que abarcam pena, repulsa
e descrença.
O QUE É EDUCAÇÃO INCLUSIVA ?
  A chamada Educação Inclusiva teve início nos
Estados Unidos através da Lei Pública 94.142, de
1975 e, atualmente, já se encontra na sua segunda
década de implementação.
A ESCOLA INCLUSIVA
Por educação inclusiva se entende o processo de
inclusão dos portadores de necessidades especiais ou
de distúrbios de aprendizagem na  rede comum ou
de ensino em todos os seus graus. Desde edade pré-
escolar em diante. Através dela se privilegiam os
projetos de escola, que apresenta as seguintes
características:
 Um direcionamento para a Comunidade - Na
escola inclusiva o processo educativo é entendido
como um processo social, onde todas as crianças
portadoras de necessidades especiais e de distúrbios
de aprendizagem  têm o direito à  escolarização o
mais próximo possível do normal. O alvo a ser
alcançado é a integração da criança portadora de
deficiência na comunidade.
 
 Vanguarda - Uma escola inclusiva é uma escola
líder em relação às demais. Ela se apresenta como a
vanguarda do processo educacional. O seu objetivo
maior é fazer com que a escola atue através de todos
os seus escalões para possibilitar a integração das
crianças que dela fazem parte.
   Altos Padrões - há em relação às escolas inclusivas altas
expectativas de desempenho por parte de todas as crianças
envolvidas. O objetivo é fazer com que as crianças
atinjam o seu potencial máximo. O processo deverá ser
dosado às necessidades de cada criança.
 Colaboração e cooperação - há um privilegiamento das
relações sociais entre todos os participantes da escola,
tendo em vista a criação de uma rede de auto-ajuda.
 Mudando papéis e responsabilidades - A escola
inclusiva muda os papéis tradicionais dos
professores e da equipe técnica da escola. Os
professores tornam-se mais próximos dos alunos, na
captação das suas maiores dificuldades. O suporte
aos professores da classe comum é essencial, para o
bom andamento do processo de ensino-
aprendizagem.
   Estabelecimento de uma infraestrutura de
serviços - gradativamente a escola inclusiva irá
criando uma rede de suporte para superação das suas
maiores dificuldades. A escola inclusiva é uma
escola integrada à sua comunidade.
 Parceria com os pais - os pais são os parceiros
essenciais no processo de inclusão da criança na
escola.
 
 Ambientes educacionais flexíveis - os ambientes
educacionais tem que visar o processo de ensino-
aprendizagem do aluno.
 Estratégias baseadas em pesquisas - as
modificações na escola deverão ser introduzidas a
partir das discussões com a equipe técnica, os alunos
, pais e professores.
 Estabelecimento de novas formas de avaliação -
os critérios de avaliação antigos deverão ser
mudados para atender às necessidades dos alunos
com deficiência.
 Acesso - o acesso físico à escola deverá ser
facilitado aos indivíduos com deficiência.
 
12. Continuidade no desenvolvimento profissional
da equipe técnica - os participantes da escola
inclusiva deverão procurar dar continuidade aos seus
estudos, aprofundando-os.
O ESTABELECIMENTO DOS
SUPORTES TÉCNICOS
Deverão ser privilegiados os seguintes aspectos na
montagem de uma política educacional de
implantação da chamada escola inclusiva:
 Desenvolvimento de políticas educacionais de
suporte às escolas inclusivas;
 Assegurar que a equipe técnica que se dedica ao
projeto tenha condições adequadas de trabalho.
 
 Monitorar constantemente o projeto dando suporte
técnico aos participantes, pessoal da escola e público
em geral.
 Assistir as escolas para a obtenção dos recursos
necessários à implementação do projeto.
 Aconselhar aos membros da equipe a desenvolver
novos papéis para si mesmos e os demais
profissionais no sentido de ampliar o espaço da
educação inclusiva.
 
 Auxiliar a criar novas formas de estruturar o
processo de ensino-aprendizagem mais direcionado
às necessidades dos alunos.
 Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos
membros participantes do projeto através de grupos
de estudos, cursos, etc.
 Fornecer aos professores de classe comum
informações apropriadas a respeito das dificuldades
da criança, dos seus processos de aprendizagem, do
seu desenvolvimento social e individual.
 Fazer com que os professores entendam a
necessidade de ir além dos limites que as crianças se
colocam,  no sentido de levá-las a alcançar o
máximo da sua potencialidade. 
 
 Em escolas onde os profissionais tem atuado de
forma irresponsável, propiciar formas mais
adequadas de trabalho. Algumas delas podem levar
à  punição dos procedimentos injustos.
 Propiciar aos professores novas alternativas no
sentido de implementar formas mais adequadas de
trabalho.
O CONCEITO DE INCLUSÃO
A inclusão é :
 Atender aos estudantes portadores de necessidades
especiais na vizinhanças da sua residência.
 Propiciar a ampliação do acesso destes alunos às classes
comuns.
 Propiciar aos professores da classe comum um suporte
técnico.
 Perceber que as crianças podem aprender juntas, embora
tendo objetivos e processos diferentes
 Levar os professores a estabelecer formas criativas de
atuação com as crianças portadoras de deficiência
 Propiciar um atendimento integrado ao professor de
classe comum
O CONCEITO DE INCLUSÃO NÃO É
 levar crianças às classes comuns sem o
acompanhamento do professor especializado
 ignorar as necessidades específicas da criança fazer as
crianças seguirem um processo único de
desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as
idades extinguir o atendimento de educação especial
antes do tempo
 esperar que os  professores de classe regular
ensinem as crianças portadoras de necessidades
especiais sem um suporte técnico.
DIFERENÇAS ENTRE O PRINCÍPIO DA
NORMALIZAÇÃO E DA INCLUSÃO
  O princípio da normalização diz respeito a uma
colocação seletiva do indivíduo portador de
necessidade especial na classe regular ou comum.
Neste caso, o professor de classe comum ou ensino
regular não recebe um suporte do professor da área
de educação especial. Os estudantes do processo de
normalização precisam demonstrar que são capazes
de permanecer na classe regular ou comun.
  O processo de inclusão se refere a um processo
educacional que visa estender ao máximo a
capacidade da criança portadora de deficiência na
escola e na classe regular. Envolve fornecer o
suporte de serviços da área de Educação Especial
através dos seus profissionais. A inclusão é um
processo constante que precisa ser continuamente
revisto.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FUNÇÃO DA
ESCOLA E DO PROFESSOR

A diversidade humana é inegável. Mas a escola, apesar


de ser um espaço sociocultural onde as diferenças
coexistem, nem sempre reconheceu sua existência ou
considerou-a na sua complexidade, em todos os
elementos do processo pedagógico.
Possibilitar essas diferentes presenças de forma
harmoniosa e produtiva na escola, sempre foi um desafio,
visto que, esta sempre buscou desenvolver um trabalho
baseado na homogeneização, baseado e ‘justificado’ na
premissa de que turmas homogéneas facilitam o trabalho
do professor e facilitam a aprendizagem.
Assim, a escola historicamente se caracterizou pela visão
da educação que delimita a escolarização como privilégio
de alguns grupos, legitimando um processo de exclusão
através de suas políticas e práticas educacionais, que
reproduzem a ordem social.
Sendo a escola, o espaço primeiro e fundamental da
manifestação da diversidade, decorre a necessidade de
repensar e defender a escolarização como princípio
inclusivo, reconhecendo a possibilidade e o direito de todos
que não são por ela alcançados.
Desta forma, o movimento de inclusão traz como premissa
básica, propiciar a Educação para todos, uma vez que, o
direito do aluno com necessidades
educativas especiais e de todos os cidadãos à educação é um
direito constitucional. No entanto, sabemos que a realidade
desse processo inclusivo ainda é bem diferente do que se
propõe na legislação e requer ainda muitas discussões
relativas ao tema. O que podemos perceber é que numa
comparação entre a legislação e a realidade educacional,
a inclusão dos alunos que apresentam necessidades
educativas especiais no ensino regular não se consolidou
da forma desejada, a proposta de educação actual vigente
ainda não oferece nem garante condições satisfatórias para
ser considerada efectivamente inclusiva. Ainda, se faz
necessária uma maior competência profissional, projectos
educacionais mais elaborados, uma maior gama de
possibilidades de recursos educacionais.
A garantia de uma educação de qualidade para todos
implica, dentre outros factores, um
redimensionamento da escola no que consiste não
somente na aceitação, mas também na valorização das
diferenças. Esta valorização se efectua pelo resgate
dos valores culturais, os que fortalecem identidade
individual e colectiva, bem como pelo respeito ao ato
de aprender e de construir.
Então, a Educação Inclusiva, diferentemente da Educação
Tradicional, na qual todos os alunos é que precisavam se
adaptar a ela, chega estabelecendo um novo modelo onde
a escola é que precisa se adaptar às necessidades e
especificidades do aluno, buscando além de sua
permanência na escola, o seu máximo desenvolvimento.
Ou seja, na educação inclusiva, uma escola deve se
preparar para enfrentar o desafio de oferecer uma
educação com qualidade para todos os seus alunos.
Considerando que, cada aluno numa escola, apresenta
características próprias e um conjunto de valores e
informações que os tornam únicos e especiais,
constituindo uma diversidade de interesses e ritmos de
aprendizagem, o desafio da escola hoje é trabalhar com
essa diversidade na tentativa de construir um novo
conceito do processo ensino e aprendizagem,
eliminando definitivamente o seu carácter
segregacionista, de modo que sejam incluídos neste
processo todos que dele, por direito, são sujeitos.
Na reforma educacional ocorridas no país nos últimos anos,
com destaque para a nova Lei de Base nº 16/17 no seu artigo
nº 83º de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996,
o tema das necessidades educativas especiais esteve
presente, com a referência comum da responsabilidade do
poder público e da matrícula preferencial na rede regular de
ensino, com os apoios especializados necessários.
Com certeza, de modo geral, as escolas têm conhecimento das
leis acerca da inclusão bem como da obrigatoriedade da
garantia de vaga para os alunos com necessidades
educacionais especiais, no entanto apontam alguns entraves
pelo fato de não haver a sustentação necessária, como por
exemplo, a ausência de definições mais estruturais acerca da
educação especial e dos suportes necessários a sua
implementação. Sabemos também, da dura realidade das
condições de trabalho e os limites da formação profissional, o
número elevado de alunos por turma, a estrutura física
inadequada, o despreparo para ensinar "alunos especiais".
 Sabemos que, para que a inclusão se efectue não basta a
garantia apenas na legislação, mas demanda modificações
profundas
e importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão
levar em conta o contexto sócio-economico, além de serem
gradativas, planejadas e contínuas para garantir uma
educação de óptima qualidade. Por outro lado, o processo de
Inclusão já está posto e não se trata de desactivar o que está
funcionando, mas sim de buscaremos alternativas e formas
de articulações que possibilitem esse novo modo de ver e
pensar a escola.
Além disso, a educação inclusiva favorece não só o aluno
com necessidades educacionais especiais, mas, também os
demais alunos que passam a adquirir atitudes de respeito e
compreensão pelas diferenças, além de juntos receberem
uma metodologia de ensino diferenciada e da disposição de
maiores recursos.
Na concepção histórico-crítica, Saviani (2001), aponta que
o papel do professor nesse processo de inclusão é
fundamental, uma vez que, ele é o mediador do processo
ensino/aprendizagem.
CONTRIBUIÇÕES AOS PROFESSORES
DO ENSINO REGULAR
Sabemos que ensinar é uma tarefa que envolve
principalmente: conhecimento acerca de como se dá o
processo de ensino/aprendizagem; domínio do
conhecimento a ser socializado; competência técnico-
pedagógica planejamento; intencionalidade pedagógica;
competência para perceber e atender às especificidades
educacionais dos alunos
Incluir pessoas com necessidades educacionais especiais na
escola regular pressupõe uma grande reforma no sistema
educacional. Isto implica na flexibilização ou adequação do
currículo, com modificação das formas de ensino,
metodologias e avaliação; implica também no
desenvolvimento de trabalhos em grupos na sala de aula e na
criação e adequação de estruturas físicas que facilitem o
ingresso e a movimentação de todas as pessoas. É um desafio,
fazer com que a Inclusão ocorra, sem perdermos de vista que
além das oportunidades, devemos garantir não só o
desenvolvimento da aprendizagem, bem como, o
desenvolvimento integral do indivíduo com necessidades
educacionais especiais.
Estamos conscientes de que o desafio colocado aos professores é
grande e que parte significativa continua “não preparada” para
desenvolver estratégias de ensino diversificado, mas, o aluno
com necessidades especiais está na escola, então cabe a cada
um, encarar esse desafio de forma a contribuir para que no
espaço escolar, aconteçam avanços e transformações, ainda que
pequenas, mas que possam propiciar o início de uma inclusão
escolar possível.
Nesse sentido, direccionamos nossa atenção para as acções que
cabem aos professores realizar na prática pedagógica no intuito
de favorecer a aprendizagem de todos os alunos envolvidos no
processo. Sugerimos algumas Adaptações Curriculares de
Pequeno Porte (Adaptações Não Significativas), possíveis de
serem aplicadas.
De modo geral dentre essas adaptações que fazem parte do
currículo, para garantir a inclusão e a permanência do
aluno com necessidades educacionais especiais no ensino
regular, estão:
 A criação de condições físicas, materiais e ambientais na
sala de aula;
 Favorecer o melhor nível possível de comunicação e
interacção do aluno com toda a comunidade escolar;
 Permitir e favorecer a participação do aluno em toda e
qualquer actividade escolar;
 Lutar pela aquisição de equipamentos e materiais específicos
necessários;
 Realizar adaptações em materiais de uso comum em sala de
aula;
 Permitir sistemas alternativos de comunicação, tanto no
decorrer das aulas como nas avaliações, para alunos que não
utilizam a comunicação oral;
 Colaborar na eliminação de sentimentos de baixa auto-
estima, inferioridade, menos valia ou fracasso.
As adaptações de pequeno porte (não significativas)
constituem pequenos ajustes nas acções planejadas a serem
desenvolvidas no contexto da sala de aula.
Além dessas adaptações gerais, é importante reflectir também
nas adaptações mais específicas de acordo com cada
necessidade.
É importante ressaltar ainda, que antes de se iniciar um
trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais,
no ensino regular, é necessário que se faça um preparo dos
demais alunos, no sentido de conscientização da importância
da convivência na diversidade e no respeito às diferenças.
ADAPTAÇÕES PARA ATENDER ALUNOS
COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Para que o processo de inclusão possa ser direccionado ao


atendimento eficaz dos alunos que apresentam
necessidades especiais, de acordo no actual modelo escolar
brasileiro, devemos repensar a escola e suas práticas
pedagógicas visando o beneficio de alunos e professores
Cada escola, cada turma, cada professor, cada aluno,
possuem suas especificidades e estão inseridos em
diferentes realidades. Mas, é possível estabelecer
algumas adaptações que possam contribuir de forma
simples, prática e abrangente às diversas situações,
dificuldades e necessidades especiais existentes nas
escolas.
ADAPTAÇÕES PARA ATENDER NECESSIDADES
ESPECIAIS EM ALUNOS
COM DEFICIÊNCIA VISUAL
 Posicionar o aluno de modo a favorecer as condições de
audição na sala de aula;
 Facilitar a locomoção e o deslocamento do aluno,
proporcionando maior grau de independência, evitando
acidentes, através da melhor disposição possível do
mobiliário.
 Explicar verbalmente, de forma detalhada todo o material
utilizado visualmente em sala, para que o aluno tenha
noção do que e de como está se desenvolvendo a
actividade;
 Oferecer suporte físico, verbal e instruccional, para a
locomoção do aluno, no que se refere à orientação
espacial;
 Ampliar o tempo disponível para a realização das actividades
e provas;
 Evitar dar uma avaliação diferente, pois isso pode ser
considerado discriminatório e dificulta a avaliação
comparativa com os outros estudantes;
 Ajudar só na medida do necessário;
 Ter um comportamento o mais natural possível, sem
superprotecção, ou pelo contrário, indiferença.
ASPECTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NA
ESCOLARIZAÇÃO DO ALUNO DEFICIENTE
VISUAL:

 dificuldade de contacto com o ambiente físico;


 carência de material adequado - pode conduzir a
aprendizagem da criança
 deficiente visual a mero verbalismo;
 a formação de conceitos depende do íntimo contacto da
criança com as coisas do mundo;
 assim como a criança de visão normal, a deficiente
visual necessita de motivação para a aprendizagem;
 alguns recursos podem suprir as lacunas na
aquisição de informação pela criança com
deficiência visual;
 o manuseio de diferentes materiais possibilita o
treinamento da percepção táctil.
MATERIAIS BÁSICOS PARA O ENSINO
DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

 Reglete de mesa;
 punção
 máquina de dactilografia braile;
 textos transcritos no Sistema Braille
ELEMENTOS BÁSICOS PARA A CONVIVÊNCIA
COM PESSOAS CEGAS OU COM DEFICIÊNCIA
VISUAL NO DIA A DIA
 Se a pessoa cega não estiver prestando atenção em você,
toque em seu braço para indicar que você está falando com
ela. Avise quando for embora, para que ela não fique
falando sozinha;
 Se sua ajuda for aceita, nunca puxe a pessoa cega pelo
braço. Ofereça seu cotovelo (ou o ombro caso você seja
muito mais baixo do que ela).
 Geralmente, apenas com um leve toque a pessoa cega
poderá seguir você com segurança e conforto;
 Num local estreito, como uma porta ou corredor por onde
só passe uma pessoa por vez, coloque o seu braço para trás
ou ofereça o ombro, para que a pessoa cega continue a
seguir você;
Algumas pessoas, sem perceber, aumentam o tom de voz
para falar com pessoas cegas. Use tom normal de voz;
 Não modifique a posição dos móveis sem avisar a
pessoa cega e cuide para objectos não fiquem no seu
caminho. Avise se houver objectos cortantes ou
cinzeiros perto dela;
 Conserve as portas fechadas ou encostadas à parede;
 Para indicar uma cadeira, coloque a mão da pessoa cega
sobre o encosto e informe se a cadeira tem braço ou não.
Deixe que a pessoa se sente sozinha;
 Seja preciso ao indicar direcções. Informe as distâncias
em metros ou passos.
ADAPTAÇÕES PARA ATENDER NECESSIDADES ESPECIAIS
EM ALUNOS
SURDOS OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

 posicionar o aluno na sala de aula de forma que possa


ver os movimentos do rosto (orofaciais) do professor e
de seus colegas;
 utilizar a escrita e outros materiais visuais para favorecer
a apreensão das informações abordadas verbalmente;
 utilizar os recursos e materiais adaptados disponíveis:
treinador de fala, tablado, softwares educativos, solicitar
que o aluno use a prótese auditiva,
 utilizar textos escritos complementados com elementos que
favoreçam sua compreensão: linguagem gestual, língua de
sinais;
 apresentar referências importantes e relevantes sobre um texto
(o contexto histórico, o enredo, os personagens, a localização
geográfica, a biografia do autor, etc.) em língua de sinais,
oralmente, ou utilizando outros recursos, antes de sua leitura;
 promover a interpretação de textos por meio de material
plástico (desenho, pintura, murais, etc.) ou de material cênico
(dramatização e mímica);
 utilizar um sistema alternativo de comunicação adaptado às
possibilidades e necessidades do aluno: língua de sinais, leitura
orofacial, linguagem gestual, etc.
 Há alunos que conseguem ler os movimentos dos lábios. Assim,
o professor e os colegas devem falar o mais claramente
possível, evitando voltar-se de costas enquanto fala. É
extremamente difícil para estes alunos anotarem nas aulas,
durante a exposição oral da matéria, principalmente aqueles que
fazem leitura labial enquanto o professor fala;

 É sempre útil fornecer uma cópia dos textos com antecedência,


assim como uma lista da terminologia técnica utilizada na
disciplina, para o aluno tomar conhecimento das palavras e do
conteúdo da aula a ser leccionada;
 Este estudante pode necessitar de tempo extra para responder
aos testes;
 Fale com naturalidade e clareza, não exagerando no tom de voz;
 Evite estar em frente à janela ou outras fontes de luz,
pois o reflexo pode obstruir a visão;
 Quando falar, não ponha a mão na frente da boca;
 Quando utilizar o quadro ou outros materiais de apoio
audiovisual, primeiro exponha os materiais e só depois
explique ou vice-versa (ex: escreva o exercício no
quadro ou no caderno e explique depois e não
simultaneamente);
 Repita as questões ou comentários durante as discussões
ou conversas e indique (por gestos) quem está falando
para uma melhor compreensão por parte do aluno;
 Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e
informações importantes, para assegurar que foram
entendidas;
 Durante as avaliações, o aluno deverá ocupar um lugar
na fila da frente. Um pequeno toque no ombro dele
poderá ser um bom sistema para chamar-lhe a atenção,
antes de fazer um esclarecimento.
ELEMENTOS BÁSICOS PARA A CONVIVÊNCIA COM
PESSOAS SURDAS OU COM DEFICIÊNCIA
AUDITIVA NO DIA A DIA

 Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não


estiver prestando atenção em você, acene para ela ou
toque levemente em seu braço;
 Se ela fizer leitura labial, fale de frente para ela e não
cubra sua boca com gestos e objectos. Usar bigode
também atrapalha;
 Quando estiver conversando com uma pessoa surda,
pronuncie bem as palavras, mas não exagere. Use a sua
velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar
mais devagar;
 Não adianta gritar;
 Se souber algumas palavras na língua brasileira de
sinais, tente usá-las. De modo geral, suas tentativas
serão apreciadas e estimuladas;
 Seja expressivo. As expressões faciais, os gestos e o
movimento do seu corpo serão boas indicações do que
você quer dizer, em substituição ao tom de voz;
 Mantenha sempre contacto visual; se você desviar o olhar,
a pessoa surda pode achar que a conversa terminou;
 A pessoa surda que é oralizada (ou seja, que aprendeu a
falar) pode não ter um vocabulário extenso. Fale
normalmente e, se perceber que ela não entendeu, use um
sinónimo (carro em vez de automóvel, por exemplo);
 Nem sempre a pessoa surda que fala tem boa dicção. Se
não compreender o que ela está dizendo, peça que repita.
Isso demonstra que você realmente está interessado e, por
isso, as pessoas surdas não se incomodam de repetir
quantas vezes for necessário para que sejam entendidas;
 Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O
importante é se comunicar, seja qual for o método.
ADAPTAÇÕES PARA ATENDER NECESSIDADES
ESPECIAIS EM
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
MENTAL/INTELECTUAL

Na identificação de crianças com deficiência


mental/intelectual deve-se dar atenção a duas áreas:
 Funcionamento intelectual – está relacionado com
as áreas académicas, a capacidade de um indivíduo
resolver problemas e acumular conhecimentos e que
pode ser medido pelos testes de inteligência
 Comportamento adaptativo – refere-se às
capacidades necessárias para um indivíduo se
adaptar e interagir no seu ambiente de acordo com o
seu grupo etário e cultural.
 Funcionamento intelectual – está relacionado com
as áreas académicas, a capacidade de um indivíduo
resolver problemas e acumular conhecimentos e que
pode ser medido pelos testes de inteligência
 Comportamento adaptativo – refere-se às
capacidades necessárias para um indivíduo se
adaptar e interagir no seu ambiente de acordo com o
seu grupo etário e cultural.
ÁREAS DO COMPORTAMENTO
ADAPTATIVO:
 Comunicação;
 Cuidados pessoais;
 Habilidades sociais;
 Desempenho na família e comunidade;
 Independência na locomoção;
 Saúde e segurança;
 Desempenho escolar;
 Lazer e trabalho.
CARACTERÍSTICAS DO
DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL:
Quanto à estrutura orgânica as pessoas com deficiência
mental/intelectual:
 Seguem as etapas do desenvolvimento intelectual na
mesma ordem que os outros indivíduos;
 Tem um ritmo mais lento de desenvolvimento das suas
estruturas intelectuais;
 Não conseguem finalizar o desenvolvimento das suas
estruturas intelectuais;
 Os mecanismos de equilibração são os mesmos;
QUANTO À ESTRUTURA SUBJECTIVA (FUNCIONAL),
AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
MENTAL/INTELECTUAL:

 Demonstram uma grande inércia no plano mental (muitas


vezes, tem tendência para repetir a mesma estratégia de
resolução de problemas, embora ela seja ineficaz);
 Manifestam, muitas vezes, oscilações (carácter instável) no
uso dos seus esquemas;
 Em várias circunstâncias não testemunham o uso elaborado
das suas ferramentas intelectuais (não atribuem qualquer
significado ao seu procedimento).
As barreiras da deficiência mental/intelectual diferem das
barreiras encontradas nas demais deficiências. Trata-se de
barreiras referentes à maneira de lidar com o saber em
geral, fato que reflecte preponderantemente na construção
do conhecimento escolar.
 É necessário que se estimule o aluno com deficiência
mental/intelectual, a
 avançar na sua compreensão, criando-lhe conflitos
cognitivos, ou melhor,
 desafiando-o a enfrentá-los.
 O professor deve privilegiar o desenvolvimento e a
superação dos limites intelectuais desses alunos,
exactamente como acontece com as demais deficiências,
como por exemplo: para o cego, a possibilidade de ler
pelo braile, para o surdo a comunicação em Libras, etc.

Além disso, para a promoção do acesso do aluno ao


conteúdo curricular, há outras mais específicas
sugeridas a seguir:
 Posicionar o aluno de forma que possa obter a atenção
do professor;
 Estimular o desenvolvimento de habilidades de
comunicação interpessoal;
 Encorajar a ocorrência de interacções e o
estabelecimento de relações com o ambiente físico e de
relações sociais estáveis;
 Estimular o desenvolvimento de habilidades de
autocuidado;
 Estimular a atenção do aluno para as actividades
escolares;
Estimular a construção de crescente autonomia do aluno,
ensinando-o a pedir as informações de que necessita, a
solicitar ajuda, enfim, a se comunicar com as demais
pessoas de forma que estas sejam informadas de sua
necessidade e do que esteja necessitando;
 Oferecer um ambiente emocionalmente acolhedor para
todos os alunos;
ADAPTAÇÕES PARA ATENDER NECESSIDADES
ESPECIAIS EM
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

A grande maioria dos alunos com deficiência física


apresenta como necessidade especial para o acesso ao
currículo ajustes no ambiente físico, tais
como:
Posicionar o aluno de forma a facilitar-lhe o
deslocamento na sala de aula, especialmente no caso
dos que utilizam cadeiras de rodas, bengalas,
andadores, etc;
 Utilizar recursos ou equipamentos que favoreçam a
realização das actividades propostas em sala de aula:
pranchas para escrita, presilhas para fixar o papel na
carteira, suporte para lápis (favorecendo a preensão),
presilha de braço, cobertura de teclado, etc;
 Utilizar os recursos ou equipamentos disponíveis que
favoreçam a comunicação dos que estiverem impedidos de
falar: sistemas de símbolos (livro de signos, desenhos,
elementos pictográficos, ideográficos e/ou outros,
arbitrários, criados pelo próprio professor juntamente com o
aluno, ou criado no ambiente familiar, etc.), auxílios físicos
ou técnicos (tabuleiros de comunicação, sinalizadores
mecânicos, tecnologia de informática);
 Utilizar textos escritos complementados por material em
outras linguagens e sistemas de comunicação (desenhos,
fala, etc.).
Alguns poderão apresentar também uma deficiência
mental, o que deverá ser identificado para que as
respostas educacionais atendam a todas as suas
necessidades.

Dicas básicas para a convivência com pessoas com


deficiência física no dia a dia
 Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa
cadeira de rodas e parar para conversar com alguém,
lembre-se de virar a cadeira de frente, para que a pessoa
também participe da conversa;
 Empurre a cadeira com cuidado para evitar acidentes e
preste atenção às pessoas que caminham à frente;
 Para uma pessoa sentada em cadeira de rodas, é incómodo
ficar olhando para cima por muito tempo. Portanto, se a
conversa for demorar mais, sente-se ou abaixe-se para que
você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível;
Respeite o espaço corporal. A cadeira de rodas (assim
como as bengalas e muletas) é quase uma extensão do
corpo. Agarrar ou apoiar-se nesses equipamentos não é
como se encostar a uma cadeira comum;
 Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir
permissão para a pessoa que a utiliza;
 É mais seguro subir rampas ou degraus de frente. Para
descer, é mais seguro de costas;
 Para subir um degrau, incline a cadeira para trás, levante
as rodinhas da frente para apoiá-las sobre o degrau;
 Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha
à ré, sempre apoiando a cadeira, para que a descida seja
sem solavancos;
 Para subir ou descer mais de um degrau em seqüência, é
mais seguro pedir a ajuda de outra pessoa;
 Se você estiver acompanhando uma pessoa com
deficiência que anda devagar, procure acompanhar o
passo dela;
 Sempre mantenha as muletas ou bengalas próximas à
pessoa com deficiência;
 Esteja atento para a existência de barreiras arquitectónicas
quando for visitar algum local com uma pessoa com
deficiência motora;
 Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para
andar, fazer movimentos involuntários com pernas e braços,
apresentar expressões estranhas no rosto e ter dificuldade para
falar. Não se intimide com isso. São pessoas como você.
Geralmente, têm inteligência normal ou, às vezes, até acima da
média;
 Se você não compreender o que a pessoa está dizendo, peça
para que repita. Isso demonstra interesse e respeito e as
pessoas com dificuldades de comunicação não se incomodam
de repetir.
ADAPTAÇÕES PARA ATENDER NECESSIDADES ESPECIAIS
EM ALUNOS
COM ALTAS HABILIDADES (SUPERDOTAÇÃO)

 Estimular a independência do aluno;


 Estimular o aluno a ler, a pesquisar, a buscar novas
informações em materiais extra-classe, de forma que ele
aprenda a estudar pesquisando, e assim, possa extrapolar
os conteúdos regulares, seguindo seu próprio ritmo;
 Estimular a utilização de processos cognitivos
complexos, como o pensamento criativo, a análise
crítica, etc;
 Estimular discussões amplas sobre fatos, questões, ideias,
buscando o aprofundamento do nível de complexidade de
análise, comunicação, tomada de decisão, organização do
pensamento e raciocínio lógico, planejamento, entre outros;
 O fato de ter altas habilidades pode dificultar a convivência
entre pares, por isso é de grande importância que a interação
e as habilidades de comunicação interpessoal constituam
objectivos de ensino, de igual importância aos demais
conteúdos curriculares.
 Estimular o envolvimento em actividades cooperativas;
 Estimular o desenvolvimento do respeito pelos demais seres
humanos, independentemente de suas características,
talentos e competências. O aluno com altas habilidades
pode se tornar alguém impaciente com pessoas que possuem
um ritmo diferente do seu, desta forma, é importante tratar
do desenvolvimento e da prática do respeito humano
enquanto conteúdo curricular.
ADAPTAÇÕES PARA ATENDER NECESSIDADES
ESPECIAIS EM ALUNOS
COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO

No Ensino Regular, o currículo a ser desenvolvido com


alunos com transtornos globais do desenvolvimento deve
ser o mesmo estabelecido para os demais alunos. É
necessário que se tenha cuidado e preocupação em se
associar ao trabalho académico as questões nas áreas sócio
emocional, que muitas vezes esses alunos requerem.
Assim, além das capacidades cognitivas e linguísticas há
que se propor acções pedagógicas que estabeleçam o
desenvolvimento das capacidades relacionadas à
interacção e integração social, bem como ao equilíbrio
emocional.
De modo geral, a actuação do professor deve visar a
potencialização do desenvolvimento cognitivo, emocional,
social e psicomotor, nas relações sociais, nas adaptações
organizativas e no desenvolvimento emocional. Dentre
várias citamos:

 É importante que o professor estabeleça claramente, com os


alunos, os
limites necessários para a convivência no colectivo;
 É fundamental que seja identificada a forma mais adequada de
comunicação, para cada aluno, de forma a permitir que ele
trabalhe com compreensão, com prazer e com a maior
autonomia possível;
 É importante que o ensino seja individualizado, quando
necessário, norteado por um Plano de Ensino que reconheça as
necessidades educacionais especiais do aluno e a elas responda
pedagogicamente;
 É importante que o aluno possa, sempre que possível, relacionar
o que está aprendendo na escola, com as situações de sua
própria vida;
 É importante, também, que as actividades académicas ocorram
em um ambiente que por si só seja tenha significado e
estabilidade para o aluno;
 A previsibilidade de acções e de acontecimentos pode
diminuir em muito a ansiedade do aluno que apresenta
comportamentos não adaptativos. Assim, é importante que o
professor estruture o uso do tempo, do espaço, dos materiais
e a realização das actividades, de forma a diminuir ao
máximo a ansiedade que um ambiente complexo pode
representar para esse aluno;
 Estimular o aluno a saber, ouvir;
 Levá-lo a reflectir sobre seus actos e suas consequências;
 Criar condições para que o aluno possa expressar
verbalmente e de outras maneiras, seus sentimentos;
 Oferecer alternativas diversificadas para diferentes
problemas;
 Desenvolver a consciência corporal, buscando o
conhecimento de si mesmo e do que o rodeia;
 Proporcionar actividades em que as possibilidades de
sucesso sejam mais frequentes que o fracasso;

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