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Sociologia e Direitos Humanos

Trabalho Bimestral

Nome do aluno:
Leonardo Carvalho Pereira da Silva

Itapeva – SP
2023
Introdução

A estratificação social é um fenômeno complexo que descreve a divisão da sociedade em


diferentes camadas ou estratos, com base em critérios diversos, como status, poder, riqueza e
acesso a recursos de acordo com o pensamento de SILVA (1981). Essa estrutura hierárquica é
uma característica intrínseca de muitas sociedades ao longo da história e persiste até os dias de
hoje, desempenhando um papel significativo na organização e funcionamento das comunidades
humanas.

Geralmente resulta em desigualdades entre os diferentes estratos, influenciando o acesso


a oportunidades, recursos e privilégios. As formas de estratificação podem variar de acordo com
o contexto cultural, econômico e histórico de uma sociedade específica. Entre os fatores mais
comuns que contribuem para a estratificação social estão a classe social, o status ocupacional, a
educação, o gênero e a etnia.

Uma das teorias mais proeminentes sobre estratificação social é a teoria das classes
sociais, desenvolvida por pensadores como Karl Marx e Max Weber. DONARIO (2016)
argumentava sobre os pensamentos e teoria de Marx que a estratificação social era
principalmente determinada pela relação das pessoas com os meios de produção, enquanto
Weber destacava a importância de fatores como status e poder.

A estratificação social também pode manifestar-se de maneira institucionalizada, como


em sistemas de castas, em que a posição social é rigidamente determinada desde o
nascimento. Em contraste, algumas sociedades modernas buscam minimizar as desigualdades
através de políticas de igualdade de oportunidades, educação acessível e programas sociais.

Entender a estratificação social é crucial para analisar e abordar questões relacionadas à


justiça social, mobilidade social e coesão social. Ela desempenha um papel fundamental na
moldagem das interações sociais, oportunidades e percepções individuais, influenciando
diretamente a dinâmica e a estabilidade de uma sociedade.
Desenvolvimento

A estratificação pode ser considerada também como uma maneira de fazer separação
das pessoas e classes A interseccional idade se tornou uma lente crucial para analisar a
estratificação social. O trabalho de Kimberlé Crenshaw (1989) destaca como as categorias de
gênero, raça e classe se entrelaçam, resultando em formas específicas de desigualdade que
não podem ser compreendidas isoladamente.

Desde a antiguidade e até hoje sabemos que no mundo existe uma diversidade de
pessoas, raças, crenças. Porém ainda persiste a separação, seja por classe econômica,
formação acadêmica, idade entre outras questões. A teoria da estratificação tem o enfoque
também de interpretar e analisar tais diferenças.

Como destaca o autor Calado, Lucas (2015) “costumamos classificar sua incidência como um
fenômeno novo, jamais visto, entretanto, trata-se de uma questão vivenciada pela sociedade desde os
tempos de colonização do país”. A desigualdade pode surgir por diferentes aspectos como a alta
concentração de dinheiro e poder, a falta de emprego, difícil acesso a recursos básicos entre
outros.

A desigualdade está em diversas áreas como a econômica, saúde, educacional, política e


principalmente de oportunidades, aborda-la muitas vezes requer uma percepção multifacetada,
envolvendo políticas públicas, mudanças estruturais e conscientização social para criar
sociedades mais equitativas e justas. Essa é uma área de pesquisa e ativismo contínua em
muitas partes do mundo.

O Acesso a educação é um motor que faz a sociedade caminhar, ela abre portas e
também forma cidadãos capazes de lutar pelos seus direitos e viver em sociedade.

o acesso à educação é fundamental para o desenvolvimento sustentável de indivíduos e


sociedades. Além de ser um direito fundamental, a educação é um investimento vital no
crescimento econômico, na equidade social, na saúde e no bem-estar global.
A educação faz parte da essência do ser humano (SAVIANI, 2007),falta de acesso à ela
e a desigualdade social estão interconectadas e formam um ciclo que pode perpetuar a injustiça
e limitar o desenvolvimento de uma sociedade.

Aqui estão alguns pontos para considerar:

Acesso desigual à educação: Em muitas partes do mundo, o acesso à educação é


desigual. Comunidades mais pobres muitas vezes têm escolas de qualidade inferior, falta de
recursos educacionais e professores menos qualificados. Isso cria uma disparidade inicial no
desenvolvimento educacional.

Ciclo de pobreza: A falta de acesso à educação muitas vezes contribui para o ciclo de
pobreza. Sem uma educação adequada, as oportunidades de emprego são limitadas, o que
dificulta a melhoria das condições de vida. Isso pode levar a um ciclo intergeracional de pobreza,
onde as gerações futuras enfrentam as mesmas limitações.

Oportunidades limitadas: A falta de educação limita as oportunidades de emprego e


crescimento profissional. Pessoas com educação inadequada têm menos probabilidade de obter
empregos bem remunerados e mais propensas a enfrentar condições de trabalho precárias.

Desigualdade econômica: A falta de acesso à educação pode contribuir significativamente


para a desigualdade econômica. Aqueles que têm acesso a uma boa educação têm mais
chances de alcançar sucesso financeiro, enquanto aqueles privados desse acesso enfrentam
barreiras significativas.

Impacto na saúde e bem-estar: A desigualdade social muitas vezes está ligada a


disparidades na saúde e no bem-estar. Pessoas em situações socioeconômicas desfavoráveis
podem ter acesso limitado a cuidados de saúde, boa nutrição e condições de vida adequadas.

Desenvolvimento de habilidades: A educação não se trata apenas de conhecimento


acadêmico, mas também do desenvolvimento de habilidades socioemocionais e habilidades
práticas. A falta de acesso a essas oportunidades pode impactar negativamente a capacidade
das pessoas de enfrentar os desafios da vida.
Combater a desigualdade social requer esforços coordenados em várias frentes, incluindo
melhorias no acesso à educação, reformas políticas e econômicas que promovam a equidade, e
a criação de oportunidades igualitárias para todos. A educação é frequentemente vista como
uma ferramenta crucial para quebrar o ciclo da desigualdade e promover um desenvolvimento
mais justo e sustentável.

A falta de oportunidades e a desigualdade social estão intrinsecamente ligadas. Os


indicadores sociais se tornaram cada vez mais alarmantes a desigualdade influencia o acesso a
coisas basicas e principalmente afeta a saúde FERREIRA (2012), criando um ciclo de
desvantagens que afeta muitas pessoas ao redor do mundo.

Maneiras pelas quais a falta de oportunidades alimenta a desigualdade social:

Acesso desigual à educação: A educação é frequentemente considerada a chave para


oportunidades de vida melhores. No entanto, quando há disparidades no acesso à educação de
qualidade, as oportunidades são distribuídas de maneira desigual. Muitas vezes, comunidades
carentes têm escolas inadequadas, professores subqualificados e recursos educacionais
limitados, o que prejudica o desenvolvimento de habilidades necessárias para competir no
mercado de trabalho.

Mercado de trabalho desigual: A falta de oportunidades no mercado de trabalho, como


empregos bem remunerados e crescimento profissional, é um fator significativo na perpetuação
da desigualdade. Pessoas em comunidades desfavorecidas muitas vezes enfrentam
discriminação, barreiras de acesso ao emprego e condições de trabalho precárias, contribuindo
para uma distribuição desigual da riqueza.

Acesso limitado a serviços básicos: A desigualdade social é exacerbada quando as


pessoas têm acesso desigual a serviços básicos, como cuidados de saúde, moradia adequada e
transporte confiável. A falta desses serviços essenciais pode restringir as oportunidades de
melhorar as condições de vida.

Barreiras ao empreendedorismo: A falta de oportunidades para iniciar e desenvolver


negócios próprios também contribui para a desigualdade. Pessoas em situações desfavorecidas
muitas vezes enfrentam barreiras significativas ao empreendedorismo, como falta de acesso a
financiamento, networking e recursos.

Ciclo intergeracional: A desigualdade muitas vezes perpetua-se ao longo das gerações.


Quando as oportunidades são limitadas para uma geração, é mais provável que seus filhos
enfrentem desafios semelhantes. Esse ciclo pode ser difícil de quebrar sem intervenções
significativas.

Discriminação e preconceito: A falta de oportunidades muitas vezes está ligada a formas


sistêmicas de discriminação e preconceito, como baseadas em gênero, etnia, classe social e
outras características. Isso cria barreiras adicionais para certos grupos, perpetuando a
desigualdade.

Para combater a desigualdade social, é essencial abordar a falta de oportunidades em


várias frentes, incluindo o acesso igualitário à educação, a criação de políticas de emprego mais
inclusivas, a eliminação de discriminações sistêmicas e a promoção de condições equitativas
para todos. Essas ações podem ajudar a criar uma sociedade mais justa e oferecer
oportunidades mais igualitárias para todos os seus membros.

Conclusão

Conclui-se que a estratificação social nada mais é que uma classificação de grupos sejam
elas pertencentes a qualquer classe.

Como o altor DE ALMEIDA (1984) se refere “a problemática da estratificação não deixa


de afastar as classes em alguns pontos importantes”. A desigualdade existe, ainda é um
problema social que deve ser combatido também por interferência do governo mediante a ações
e projetos voltados a inclusão e oportunidades a todos os indivíduos, levando em consideração o
que diz respeito aos direitos humanos, que assegura que todos devem ter acesso a coisas
básicas e para sua sobrevivência.
Referências Bibliográficas

CALADO, Lucas Barbosa. Desigualdade social. ETIC-ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA-


ISSN 21-76-8498, v. 11, n. 11, 2015.

CHO, Sumi; CRENSHAW, Kimberlé Williams; MCCALL, Leslie. Rumo a um campo de estudos
de interseccionalidade: teoria, aplicações e práxis. Sinais: Revista das mulheres na cultura e na
sociedade , v. 4, pág. 785-810, 2013.

DE ALMEIDA, João Ferreira. Temas e conceitos nas teorias da estratificação social. Análise
Social, p. 167-190, 1984.

DONÁRIO, Arlindo Alegre; SANTOS, Ricardo Borges dos. A teoria de Karl Marx. 2016.

FERREIRA, Maria Angela Fernandes; LATORRE, Maria do Rosário Dias de Oliveira.


Desigualdade social e os estudos epidemiológicos: uma reflexão. Ciência & Saúde Coletiva, v.
17, p. 2523-2531, 2012.

SAVIANI, Dermeval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista


brasileira de educação, v. 12, n. 34, p. 152-165, 2007.

SILVA, Graciette Borges da. Critérios de estratificação social. Revista de Saúde Pública, v. 15, p.
38-45, 1981.

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