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DO SISTEMA NEOLIBERAL
Carlos Daniel Lopes da Silva1; João Wesley de Aquino Araújo2; Emanuela Rútila Monteiro Chaves3
INTRODUÇÃO
A educação é o principal instrumento que uma sociedade pode utilizar-se para resolver
seus problemas de ordem social, político e econômico. É por meio dela que um país é capaz de
construir um estado mais justo, democrático e consciente. No entanto, com tamanho
conhecimento, implica dizer que a população possui autonomia crítica/racional e que, portanto,
governos autoritários e centralizadores não teria chance de consolidar-se. Nesse sentido, a crise
educacional do Brasil rasteja desde sua constituição, já que a educação era reservada para a
classe média/alta, deixando a classe baixa, sendo esta, majoritariamente negra, as margens da
1
Graduando em Filosofia na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC) pela Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (UERN). E-mail: daniellopes@alu.uern.br
2
Graduando em Filosofia na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC) pela Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (UERN). E-mail: joaowesleyaraujo@alu.uern.br
3
Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). E-mail:
emanuelarutila@uern.br
sociedade e servindo apenas como mão de obra barata. Esta desigualdade é apesentada por
Hellen Soares em sua afirmação:
Após a abolição, realizada para atender aos reclamos das novas políticas e
sociais, e não aos interesses dos próprios escravos, os negros haviam se
tornado cidadãos, todavia, praticamente jogados à rua. E sua quase totalidade
se encontrava sem terra, sem qualquer espécie de instrução, sem profissão,
sem teto e sem meios ou possibilidades de adquirir alimentos. Foram,
portanto, abandonados à própria sorte. Uma parte permaneceu nos campos,
outra procurava as cidades, em busca de liberdade e emprego. (SOARES,
2018, p. 7)
Nesse contexto, a educação brasileira sofreu grande abalo no período do regime militar
perdurante nos anos de 1964 a 1985. Isso, devido ao controle e manipulação da informação e
do conhecimento como forma de dominação. Como afirma Darcy Ribeiro, “rádios e canais de
televisão passavam a serem meios fundamentais de informação e doutrinamento da população”,
“sendo regidos por critérios cruamente mercantis e, por isso mesmo, irresponsáveis no plano
cultural, social e ético”, ao transmitirem uma “cultura ignara, violenta e dissoluta”. (RIBEIRO,
1994a, p.12). Nesse sentido, durante a ditadura militar a Faculdade Nacional de Filosofia foi
erradicada sobre a justificativa de ser uma organização de resistência ao governo e por
difundirem ideias comunistas. Essa dissolução confirma a ideia de que com o conhecimento
crítico as correntes da ignorância são quebradas, gerando uma sociedade que busca a
democratização dos setores. Com ações desse aspecto, a educação sofreu grande desmonte e
ainda nos dias atuais é perceptível os graves danos nos setores econômicos e profissionais,
como é demonstrado:
As políticas de cunho neoliberal, hoje é de grande problema para a população, por razão
de não ser apenas um sistema de questões monetárias, mas uma estratégia que modifica a
sociedade e suas diversas estruturas. Essa estratégia tornar-se uma ameaça para as universidades
e escolas públicas, pois, as ditas instituições podem cair no domínio de grandes empresas que
visam apenas o lucro. Essa ideia afirma que cada um é seu próprio capital, e assim, difundindo
a ideia capitalista. Esse conceito é preocupante, já que, as instituições de ensino são tidas como
investimentos, que por sua vez, devem produzir renda. Ou seja, a estrutura educacional
difundida pelo neoliberalismo, deve ser eficiente e rentável para o governo.
A ideia neoliberal, é tornar as escolas mais eficientes, e assim, induzir o corpo discente
a sua capacidade máxima de desenvolvimento. Se pensarmos como isso poderia acontecer, seria
basicamente a estimulação de competição entre os alunos, ocasionando muita disputa. Ainda
assim, essa estrutura seguiria parâmetros mais sistemáticos de ensino em busca de resultados
específicos e rápidos. Outrossim, tal concorrência também estaria dentro do corpo docente e
entre as instituições escolares, isso, em busca de alcançar os patamares de maior destaque. Para
ficar mais claro, vejamos como é dito na seguinte fala:
CONSIDERAÇÃO FINAL
Desse modo, torna-se perceptível que a crise educacional no Brasil se arrasta desde a
constituição da república e por motivo de descaso político, perdura até os dias de hoje. Os
governos opressores e controladores retrocederam por diversas vezes o desenvolvimento da
educação no Brasil. Pois, como foi explanado, a tentativa de controlar a grade curricular
segundo os princípios característico de governos ditatoriais, busca dominar e doutrinar os
estudantes para que sejam apenas mão de obra subordinada e alienada. Desse modo, áreas de
extrema importância para desenvolvimento intelectual, racional e crítico foram exoneradas das
grades curriculares, o que consequentemente, ocasionou mão de obra desqualificada.
Nessa peroração, evidenciamos também a estrutura educacional do neoliberalismo que
busca transformar o sistema público de educação em mais um setor privado da sociedade. Tal
estrutura visa apenas a formação do cidadão para o mercado de trabalho, por isso, busca ter
resultados rápidos e sistemáticos. Além disso, a ideia de educação privada como único sistema
de ensino, exclui a classe baixa das oportunidades de profissionalização e consequentemente
de ascensão socioeconômica. Desse modo, o sistema torna-se uma estrutura elitiza e exclusiva
a determinada camada social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
MORAN, José Manuel Masetto. Novas tecnologias e mediação pedagógicas. São Paulo:
Papirus editora, 2000.