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ANÁLISE DA L.D.B.

DA EDUCAÇÃO
NACIONAL LEI N0 9394/96: VISÃO
FILOSÓFICO-POLÍTICA DOS PONTOS
PRINCIPAIS
Ac. Carlos A . Caprioglio (COFIL-FUNREI)
Ac. Andreia Simone Santiago
Ac. Noelma Maria da Cruz
Ac. Leandro Marcos M. da Silva
Ac. Regiane Ramalho (COFIL-FUNREI)
Profª Orientadora: Maria Imaculada Reis (DECED-FUNREI)

aminhamos para o final dos ção.

C anos 90 e princípio do novo


milênio. Época de profundas
contradições que se perpassam no
E é justamente esta transmutação,
que plenifica e torna tão importante o
processo de educar, bem como o
meio em que vivemos. O mundo justifica. É época de nova lei na edu-
sente o efeito devastador da globali- cação. Tempo de sonhos e utopias,
zação econômica. O Brasil, em es- mas também de muito trabalho e pés
pecial, vive o difícil processo de re- no chão. É isto que nós propomos
formas constitucionais. Paralela- nas linhas que se seguem: diferenci-
mente, a sociedade brasileira assiste ar o que alenta os sonhos, quando
a episódios desabonadores, como o os mesmos são utopia, e apontar o
da aplicação indevida do dinheiro sustentáculo do trabalho, quando o
público destinado aos precatórios. mesmo é fruto da realidade. Sendo a
estrutura capitalista mundializador
É nesse cenário, sulcado pela dico- excludente, em termos de poder,
tomia que nos situamos, cenário que propriedade, liberdade e direitos, o
evoca a cada dia o desassociamento Brasil é o oitavo país na escala dos
de nossa realidade de país em des- moldes de uma economia de primei-
envolvimento, dos moldes de uma ro mundo, contraditoriamente é tam-
economia de primeiro mundo. Falta- bém um país em que o acesso e a
nos, sem dúvida, agruparmo-nos em permanência nos três graus de ensi-
torno de um ideal coletivo, que inspi- no se concentra na realidade efetiva
re e impulsione as mudanças que de uma minoria.
urgem. É desenvolvendo a consciên-
cia sólida de cidadania que galgare-
mos em direção aos princípios co- Nascida de um projeto do Deputado
muns de preservação e respeito ao Octavio Elísio (PMDB - MG) após a
indivíduo e aos grupos: - Esta é a promulgação da Constituição em
verdadeira ação democrática. En- 1988, a LDB recebeu um substituti-
tretanto, tal transformação se faz vo, perdeu artigos e ganhou outros
também pela contribuição da educa- sugeridos por associações de pro-

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fessores e universidades. Em 1994, Análise dos principais pontos da


aprovado na Câmara, o projeto foi nova LDB. Universidade e Socieda-
enviado ao de,p.164).

Senado, onde foi substituído por ou- Educação Profissional


tro o do Senador e Educador Darcy
Ribeiro (PDT-RJ). No final a LDB foi Não há definição sobre o que vem a
costurada com artigos do projeto da ser educação profissional.
Câmara e do Senado. Esta lei pro-
põe mudanças tão profundas que Organização Escola
ainda é cedo para prever quando (e
se) Estados e Municípios se adapta- Inverte as obrigações, colocando a
rão a elas. educação como dever primeiramente
da família e depois como dever do
Exporemos à baila, justamente os estado. Observasse que a educação
principais tópicos que a tornam tão está direcionada para o trabalho,
atípica, e ao mesmo tempo tão origi- pois a lei quer que a educação pro-
nal, visto que tais pontos, para a fiel porcione a formação de profissionais
plenitude da lei, dependerão do re- competentes, para o desenvolvi-
despertar da conscientização e do mento da pesquisa da ciência e da
diálogo na sociedade brasileira, de tecnologia, requisitos para enfrenta-
interesses, e de correlação de for- rem problemas internos e se preser-
ças. var a soberania no competitivo mer-
cado global.
1. Análise dos Principais Pon-
tos da LDB: Concepção e organi- Tem um caráter virtuoso quando nos
zação da Educação chama à liberdade de ensinar e
aprender.(art. 3:11). Exige “igualdade
“Não apresenta os princípios nortea- de condições para acesso e perma-
dores da educação nacional. Não nência na escola”, mas não é tão
prevê a articulação entre os diferen- explícita quanto às responsabilida-
tes níveis de ensino, tratando a edu- des. É neoliberal, define responsabi-
cação superior independentemente lidade, mas é vaga quanto aos di-
da educação básica, como se não reitos. Onde a relação do neo-
fizessem parte do mesmo Sistema liberalismo com a educação se dá
Nacional de Educação. Elimina a in- em diversos aspectos, tais como: as
tegração entre os diversos sistemas concepções pedagógicas,a avalia-
de ensino, mantendo a desarticula- ção escolar; a municipalização da
ção que existe hoje”. educação, a exclusão violenta dentro
das escolas; A ideologia dos conteú-
Avaliação da Escola Básica dos: qualidade, quantidade e distri-
buição, privatização da educação.
Abre um leque considerável de op-
ções ao propor critérios diferentes de É uma lei que requer flexibilidade e
organização e avaliação na educa- cuidados e regulamentações, traz
ção básica.” (GTPE - ANDES - SN. uma qualificação, que estabelece a
obrigatoriedade de Estados e muni-
cípios investirem o mínimo de 25%

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de suas receitas correntes no ensino A descentralização é uma medida


em geral sendo quantitativa quanto administrativa que favorece a resolu-
aos Currículos nacionais. Fere a au- ção de problemas e é favorecedora
tonomia das instituições, pois, institui da captação de recursos financeiros
formas de avaliação quantitativa, não governamentais. E é aí que a
entre elas o “Provão”. Prevendo privatização entra na questão da
também o ensino pré-escolar,em gestão democrática, pois ela é vista
creches, mas não obriga o estado a como a única saída para a crise fis-
oferecê-lo. cal do Estado evitando desperdícios
financeiros atribuídos à educação.
2. Gestão Democrática da Edu-
cação 3. Flexibilidade / Autonomia

“Omite o Fórum Nacional de Educa- Enfatiza a possibilidade de institui-


ção: Em relação ao Conselho Nacio- ções privadas de ensino superior re-
nal de Educação, restringe suas atri- ceberem verbas públicas, pois quan-
buições democráticas de articulação do define que além das instituições
com a sociedade, limitando-se a fun- de ensino superior mantidas pela
ções meramente assessoras do União e os órgãos federais de edu-
MEC, retirando ainda a competência cação, também as instituições de
do Fórum Nacional de Educação de ensino superior criadas e mantidas
elaborar o Plano Nacional de Educa- pela iniciativa privada, integram o
ção; “sistema federal de ensino”. Essa
possibilidade se torna real quando
Cabe ressaltar que só prevê gestão destina recursos públicos às escolas;
democrática para o ensino público na
educação básica, não se referindo Concede “autonomia” às instituições
em nenhum momento a este tipo de públicas, não só na busca de recur-
gestão nas instituições privadas, e sos, como também para definir seu
também não explicitando como se quadro de pessoal, seu regime jurí-
dará a participação das comunidades dico, seus planos de carreira ferindo-
nos conselhos a que se abre a parti- se ao RJU, tendendo a eliminá-lo
cipação; com a contratação e dispensa de
professores. No que se refere ao re-
No que se refere às “instituições pú- gime de trabalho do docente, extin-
blicas de ensino superior”, diz que as gue o regime de dedicação exclusi-
mesmas obedecerão aos princípios va.
da gestão democrática sem definir
quais são estes princípios, assegura A AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA
a existência de órgãos colegiados ANDES discute: “Universidades,
deliberativos, do que participarão os centros universitários, faculdades
segmentos da comunidade instituci- integradas, faculdades e institutos
onal local e regional, e, de forma in- superiores ou escolas superiores,
coerente, define que a participação não definindo claramente qual a fun-
dos docentes será de 70%” (Id. ibid., ção de cada um deles. Foi assim que
p.164). o decreto n.º 2.207, de 15 de abril de
1997 classificou, quanto à organiza-
ção acadêmica, as instituições de

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ensino superior do Sistema Federal


de Ensino. 4. Financiamento da Educação

Ainda no que se refere ao financia- Os recursos financeiros, permanecem


mento, define que “caberá” à União os mesmos do projeto original, porém
assegurar em seu orçamento geral, outros foram introduzidos ainda no
recursos suficientes para a manuten- período de tramitação na Câmara dos
ção e desenvolvimento das institui- Deputados. Na nova lei, pode-se
ções de educação superior por ela destacar: a fixação dos prazos para o
mantida, sem no entanto, explicar repasse dos valores do caixa da União
quais os parâmetros para a distribui- dos Estados, do Distrito Federal e dos
ção de recursos, ou seja quais os Municípios ao órgão responsável pela
critérios e qual a relação com a or- educação (estes repasses ocorrem a
ganização acadêmica. cada 10 dias). E também estabelece a
obri- gatoriedade de Estados e
No que se refere às Universidades, Municípios investirem no mínimo 25%
as mesmas gozarão na forma da lei, de suas receitas correntes no ensino em
de estatuto jurídico especial, para ge- ral. Esse dispositivo é, de grande im-
atender as peculiaridades de sua portância para evitar as distorções que
estrutura, organização e financia- ocorrem com os constantes atrasos no
mento pelo poder público, assim repasse dos recursos, ou mesmo para
como dos seus planos de carreira e ajudar evitar, ou pelo menos reduzir, a
do regime geral do seu pessoal, dei- dispersão ou desvio dos recursos
xando claro, assim, que as institui- destinados à educação.
ções públicas terão estatutos dife-
renciados, não garantindo portanto a Em relação ao “Fundo de Manutenção
indissociabilidade entre o ensino, a de Desenvolvimento do Ensino
pesquisa, e a extensão e a autono- fundamental e de Valorização do
mia universitária. Magistério”, a lei substitui “direitos
` certos” por “possibilidades”, substitui o
As atividades de pesquisa e exten- termo “assegurar” por “oferecer”. (G.
são “poderão” receber apoio finan- Emenda Constitucional n.º 14). Já um
ceiro do poder público; prova con- aspecto positivo, e que a LDB possibilita
tundente do descompromisso do que recursos financeiros poderão ser
Estado para com a pesquisa e ex- repassados diretamente para as
tensão. Nos recursos para a manu- unidades escolares.
tenção e desenvolvimento do ensino
público, não se inclui o pagamento
de pessoal docente e demais traba- No Seminário organizado pela Asso
lhadores da educação, quando em ciação de Docentes do UFRGS em16
desvio de função ou em “atividade e 17/maio/97 sobre a LDB, o Jornal da
alheia a manutenção e desenvolvi- Associação que divulga a ins- crição no
mento do ensino”, abrindo aqui uma Seminário debate sobre os Sistemas, o
brecha para o não pagamento inte- Financiamento, Forma- ção e
gral dos salários dos docentes e/ou Autonomia. Uma das questões
técnicos administrativos liberados enfatizadas:
para mandato sindical.

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“No art. 47 ( § 4° ), estabelece a brasileiras, podendo ser
obrigatoriedade da oferta noturna de complementado em nível local. As
cursos de graduação nas instituições críticas se referem a aspectos
pública “garantida a previsão
orçamentária”. Este ponto coloca em cena
diversificados no processo de
a questão do investimento com as elaboração dos parâmetros no método
Universidades Públicas, permitindo utilizado pelo MEC; outros da
entrever pela leitura do texto, do contexto e abordagem dos conteúdos. Outra
das entrelinhas que o processo de
democratização do acesso ao ensino
proposição diverge do MEC para a
superior passa pela pressão do movimento construção do PCN e propõe que
da sociedade”(...) estes parâmetros sejam elaborados a
partir de encontros locais, regionais e
5. Currículo: Pequeno nacionais. (Ct. INFORMAÇÃO. 1997)
Histórico
6. Profissionais da Educação
Quando instalou-se o CNE (1995/96)
lembrando que nessa nova LDB A lei descaracteriza a profissionalização
esse conselho ganhou funções do professor através de treinamentos e
normativas e de supervisão, com cursos de capacitação em serviço. A
função, podemos dizer “colaborativas” à formação de profissionais da educação
câmara de Educação Básica tinha como não pode ser feita através de
responsabilidade, segundo a lei treinamentos emergenciais e sim de uma
9131/95, definir diretrizes curriculares base comum nacional para os cursos de
para o ensino fundamental. Porém, o formação de professores, esta formação
MEC já havia desencadeado um deve atender aos seguintes princípios:
debate sobre sua proposta de PCN formação teórica e interdisciplinar sólida
(Parâmetros Curriculares Nacionais) em que favoreça uma ampla compreensão
nível nacional e a câmara de Educação do processo educacional; novas formas
Básica discordava, pois este estava de relacionamento entre prática e teoria;
caracterizado mais como um guia gestão democrática; compromisso social
curricular do que um parâmetro. Assim do profissional da educação; trabalho
o CNE, órgão assessor do MEC, pôs-se coletivo interdisciplinar.
a elaborar o que entendia por diretrizes Facilita o NOTÓRIO SABER (art. 66)
curriculares, sem ignorar o material suprimindo a exigência do título
produzido pelo ministério, mais acadêmico, favorecendo a burla à
buscando, dar parecer de especialista. escolarização formal e ao concurso
Em 1996, o ministro Paulo Renato público. Extingue a
entregou a proposta do MEC ao CNE
que passou a ter um caráter de Dedicação exclusiva e reduz,
proposta do governo FHC e não do consideravelmente, a exigência da
estado brasileiro, pois não caracterizou- formação para o Ensino Superior.
se como lei, não sendo portanto Propõe em seu (art. 54) Planos de Cargos
e Salários e Planos de Carreira
obrigatória. A aprovação da LDB diferenciados por Universidades.(Agência
contendo artigos de referência explícita de Notícias da Andes. Relatório do
para os currículos começa esquentar Seminário Nacional sobre a LDB, São
o debate para o ano em curso. Paulo, 16 e 17 de março/97
Alguns enfatizam a necessidade de se
definir um núcleo de conhecimentos e
habilidades comuns que devia ser
seguido em todas as escolas
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não deitou ao chão o manto da


7. Qualidade do Ensino reminiscência e da subjetividade de
seus autores, e do poder constituído,
mas, provocou, sobretudo por isso, o
Será muito bom para a sociedade, para discenso e a tomada de discussões:
cada cidadão e para os educa- dores, um algo muito positivo para um país em
debate público, explícito, aberto sobre o vias de democratização. Dentre
que se entende, afinal de contas, por várias formulações que poderíamos
valorização do Magistério e do seu desenvolver à guisa de conclusão
correspondente Plano de Carreira, para fica apenas esta: por que será que o
que a melhora da qualidade do Estado, enquanto organização
profissional de educação concorra para transnacional, empresa organizada
a melhoria do ensino, não como fator hierarquicamente com funções
determinante, mas como fator limitadas e técnicas desempenhadas
concomitante. através de uma ou mais fronteiras
internacionais - “No que se refere ao
Conclusão ensino de filosofia e sociologia, este
O primeiro passo foi dado. Resta- nos, não está garantido enquanto
provarmos que somos capazes de “obrigação” dos sistemas necessários
oferecer, por nossa experiência, por ao exercício da cidadania”. (Oq.
nossa maturidade e pelas marcas das Circ. N.º MG/97 da Andes). A
lutas em nós, um padrão de educação omissão do ensino da filosofia e
que, de nossa parte, implemente o sociologia no ensino médio constitui
verdadeiro padrão viável para a numa perda fundamental para o
sociedade brasileira, pois que, despojado desenvolvimento da reflexão crítica.
da ideologia intrínseca e gerado do
diálogo. A nova LDB, entretanto, ainda

Referências Bibliográficas

PIMENTEL, Maria da Glória. O Professor em Construção. Campinas, São Paulo : Papi- rus,
1993.
OLIVER, Ricardo. A Nova Lei em Pauta. Rio de Janeiro : Ed. Para Bem Educar, 1997.
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SAVIANI, Dermeval. A Nova Lei da Educação: Trajetória, limites e perspectivas. Campi- nas :
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DEMO, Pedro. A Nova L.D.B.: Ranços e Avanços. 2 ed. São Paulo : Papirus, 1997.
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BRASIL, “LEI n.º 9394, de 20.12.96, Estabelece as diretrizes e bases da educação naci- onal”,
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INFORMAÇÃO. Reformas Educacionais. n. 9. Belo Horizonte : Sind. - Ute/MG, Abril de 1997.

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