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As últimas décadas do século XX e o início do século XXI foram marcadas por mudanças
econômicas, socioculturais, eticopoliticas, ideológicas e teóricas advindas da crise do
sistema capital, eticopolitica e teórica.
A crise mais profunda foi a da forma capital, onde após expansão e ganhos reais da
classe trabalhadora, o sistema entra em crise com suas taxas históricas de lucro e
exploração que impulsiona a acumulação via especulação do capital financeiro entre
grandes grupos transnacionais. Tais grupos concentram tecnologia, riqueza e ciência
de forma sem precedente (sociedade 20/80).
No plano ideológico e supra estrutural destacam-se as noções criadas de globalização,
Estado mínimo, reengenharia, reestruturação produtiva, sociedade pós-industrial, pós-
classicista, do conhecimento, qualidade total, empregabilidade etc para justificar
reformas no aparelho do Estado e nas relações capital/trabalho, que são inversas as
políticas de bem-estar social ou o fim da capacidade civilizatória do capital, cujos
protagonistas são FMI, BIRD, PNUD, OMC. Tal situação representou uma crise
profunda do pensamento comprometido com mudanças sociais.