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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO II
DISCIPLINA: POLÍTICA E PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO
BRASIL
PROFª ILKA PEREIRA
ATIVIDADE CURSO DE FILOSOFIA

(Aluna: Nicole Prado Bezerra)


Com base nos textos trabalhados, responda:

1-Como a Sociedade Civil, a partir da Constituição de 1988, combateu o


poder governamental antidemocrático e a Educação Básica emergiu como
“conceito” e como “direito”?
R: As próprias condições criadas pela ditadura forçaram um processo de
lutas sociais que almejavam a conquista de direitos fundamentais. Lutas
essas travadas por forças sociais organizadas que, até certo momento da
ditadura, haviam permanecido neutralizadas pela repressão. Além de que
várias teses e obras de grandes autores também foram importantes para
pensar no potencial crítico e transformador da escola. Consolidados como
bandeiras de luta dos movimentos sociais organizados em defesa da
educação, temas como um efetivo sistema nacional de educação; a
concepção de educação pública e gratuita; educação como um direito
público, assegurado pelo Estado; a descentralização e democratização do
controle sobre o financiamento da educação; a gestão democrática da
educação, etc, foram fundamentais na construção da nova constituição
Federal. Portanto, como explicitado no texto “A educação básica como
direito” (P. 294): Como um conceito, a educação básica “traduz uma nova
realidade nascida de um possível histórico que se realizou e de uma
postura transgressora de situações preexistentes, carregadas de caráter
não democrático” e “como direito, ela significa um recorte universalista
próprio de uma cidadania ampliada e ansiosa por encontros e reencontros
com uma democracia civil, social, política e cultural".

2- Aponte as principais políticas educacionais que materializam o direito à


educação, a partir da Constituição de 1988.
R: Na constituição de 1988, a educação é contemplada como direito social
fundamental, público e subjetivo, sendo a educação básica considerada
obrigatória; assim, é expressada como direito do cidadão e dever do
Estado e da família. Dessa forma, observa-se que o Estado materializou seu
dever com a formalização de várias legislações complementares, bem
como no lançamento de planos e programas relativos à educação, sendo
um dos principais, por exemplo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), o Plano Nacional de Educação (PNE) e o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB).

3- Sabemos que as políticas públicas são compreendidas como o “estado em


ação” (Gobert, Muller, 1987). Na sua opinião, como as políticas
educacionais, promovidas pelo atual Estado neoliberal, têm contribuído para
“engessar” a mobilidade social dos mais vulneráveis?
R: Os efeitos da política neoliberal para a educação reforça a repulsa da
elite para com a classe trabalhadora pois o discurso privatista
acompanhado de uma perspectiva de formação com conteúdos voltados
estritamente para o mercado de trabalho, sem teor crítico, reflexivo,
mantém o pobre “sob rédeas". O governo atual ultra neoliberal que
promove ininterruptamente o sucateamento da educação pública com a
falta de investimentos e incentivos à ciência, à pesquisa e os inúmeros
cortes orçamentários, é mantenedor da hegemonia burguesa:
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por exemplo,
perdeu cerca de R$ 499 milhões, de acordo com o jornal “O Globo". Como
resultado dessa falta de incentivo à permanência escolar, os índices de
abandono duplicaram em 2021 em comparação com 2019, o que
consequentemente aumentou o desemprego... o trabalho informal... a
desigualdade.

4- Dados apontados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em


Educação (CNTE) , apontam que o Projeto de lei Orçamentária Anual
(PLOA) para o ano de 2023, mostra que os maiores cortes na educação
Básica, são na Educação Infantil, que tem projeção de R$ 5 bilhões (cerca
de 96% comparado ao ano de 2021; em seguida vem a EJA, com previsão
de R$ 16,8 bilhões, cerca de 56% em relação ao mesmo ano, assim como,
está previsto um corte de 1,096 bilhão no Programa “Educação Básica de
Qualidade, em comparação a 2022. Considerando que o planejamento
educacional é atividade própria do governo, portanto, inseparável da política,
fruto de uma complexa relação entre sociedade política (governo) e
sociedade civil (forças sociais), na sua opinião, como tais políticas que
comprometem a qualidade da educação ofertada pelo poder público podem
ser mudadas?
R: Rumo a uma educação de qualidade para a prosperidade econômica e
social de um país, sendo o governo responsável pela oferta desta educação
para todos, a formulação de políticas públicas comprometidas com o
enfrentamento de seus desafios, estimulando o desenvolvimento de todos,
é fundamental. Elevar a qualidade do aprendizado com a capacitação e
valorização dos professores (garantindo salários justos); investir em
tecnologia nas salas de aula com plataformas de ensino; na pesquisa e na
boa infraestrutura para o desenvolvimento desta (o que proporciona
avanços em todos os âmbitos e otimiza novos saberes); e na educação
emocional, pois de acordo com o Laboratório de Saúde Mental e Psicologia
Clínica Social do Instituto de Psicologia da USP, a pandemia de covid 19
mostrou o aumento no índice de crianças com depressão, ansiedade e
alguns transtornos, o que prejudica seu rendimento escolar (dificuldades
de aprendizagem, de concentração, etc).

Bom trabalho!

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